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30.04.2008

E   N   T   R   E   V   I   S   T   A

Ministro Geddel Vieira Lima

“Não sou ministro só de Livramento”

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (fotos), do PMDB da Bahia, no quinto mandato de deputado federal, atualmente licenciado, em visita a Livramento de Nossa Senhora, Bahia, onde assinou ordem de serviço para construção da adutora que levará água potável ao povoado de Itanajé, concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Raimundo Marinho, de “O Mandacaru”. Disse que iria acelerar e priorizar, através do DNOCS, obras contra a seca no município, mas, diante de uma indagação do repórter sobre o “Perímetro Irrigado Brumado”, que se arrasta inconcluso por mais de 20 anos, o ministro surpreendeu, dizendo que não era ministro só de Livramento. Em seus discursos, Geddel Vieira Lima evitou mencionar o nome do governador Jaques Wagner e perguntado na entrevista se seu desejo de governar o Estado significava rompimento da aliança com o governador atual, lá na frente, inclui na resposta que “eu não tenho o desejo de brigar com ninguém, de ficar afastado de ninguém”, mas que “o dia-a-dia da política, as circunstâncias, o que vai acontecer, nós vamos ver adiante”. A seguir, a entrevista:

O MandacaruMinistro, e as coisas lá no São Francisco (a transposição) como estão?

Ministro Geddel – Estão bem. As obras estão dentro do cronograma. Tanto as obras de interligação de bacias, quanto e sobretudo as obras de revitalização. Nós, só aqui no Estado da Bahia, já estamos dando as ordens de serviço para iniciar trabalhos de esgotamento sanitário em 42 municípios da calha do rio. Em alguns, como Bom Jesus da Lapa, as obras já estão bem adiantadas. Amanhã (26 de abril), eu, inclusive, estou indo visitá-las. Obras que já mostram não só a melhoria do que é despejado no rio como e sobretudo a redução da mortalidade infantil, indicadores de saúde que eram ruins.

O MandacaruO senhor já venceu todas as resistências?

Ministro Geddel – Veja bem, eu não tenho esperança de vencer todas as resistências de um projeto (de transposição) polêmico como esse. Da mesma forma como, no passado, Juscelino não venceu todas as resistências quando construiu Brasília. O que eu tenho hoje é a convicção, fruto dos debates, de que esse é um projeto bom para o Brasil, porque ele atende a milhões de brasileiros e não prejudica nenhum, sequer nenhum. Portanto, tenho absoluta convicção de que é legítimo ter pessoas que tem posições contrárias. É democrático, mas todo debate para ser produtivo tem um momento em que tem que ter fim, que tem que ter alguém que decida e o presidente Lula é que tem legitimidade para decidir isso. É um projeto de governo, que foi votado e aprovado. E o que me cabe, como missão de governo, é levar adiante e é isso o que estou fazendo.

O MandacaruAgora, nós temos aqui em Livramento uma transposição que a população quer, que é a do Taquari-Vereda (dois rios). Quais as chances se ser concretizada?

Ministro Geddel – Já repassei recursos para o DNOCS. O diretor do DNOCS regional está aqui em Livramento. Está em fase de elaboração de projeto básico. Porque não havia projeto. E você é um homem competente e sabe que não há obra sem projeto. Então, estamos naquela fase de elaboração de projeto, para a partir daí buscarmos recursos para realizar a obra.

O MandacaruTem um prazo?

Ministro Geddel - Não. Primeiro, o prazo para elaboração do projeto. Normalmente isso demora seis meses, o projeto básico. E a partir daí vamos discutir orçamento para ver como a gente agiria. Vou fazer força para tentar viabilizar também esta obra, assim como viabilizei, sem prometer, a adutora de Inatajé, que é um antigo sonho de Livramento. E está ai tendo início uma obra importante, uma obra cara, que vai beneficiar pessoas, e que nós fizemos sem apresentar nenhuma promessa e sem estabelecer prazo.

O MandacaruQue tipo de interferência há entre esse projeto que o senhor acabou de assinar a ordem de serviço e o que o DNOCS já tinha cogitado para Iguatemi? Não seria mais racional uma única adutora servindo a todo sertão?

Ministro Geddel – Veja bem, não sei tecnicamente como isso seria colocado. Evidentemente, no ato de você fazer o projeto é que você descobre se será factível ou viável. O DNOCS haverá de, através desse projeto que está sendo feito, complementar, dizer qual é a melhor alternativa. Até porque às vezes você não tem condição de recursos financeiros para fazer de uma vez só. Por outro lado, se você faz em etapas já atende Itanajé. Depois, vamos discutir as outras etapas. Importante é que você , dentro daquilo que você tem de recursos, vai atendendo as demandas. Às vezes, você quer atender a todas e não atende nem metade. Vou agir com responsabilidade, com seriedade, dizendo com clareza o que pode ser feito, o que não pode ser feito e buscando soluções para resolver os problemas. É o que estamos fazendo nessa adutora de Itanajé.

O MandacaruQuando nada, esse (projeto da adutora de Itanajé) pode ser feito em uma bitola para que dali seja prosseguido...

Ministro Geddel – Exatamente é disso que o projeto vai tratar de fazer tecnicamente, da melhor maneira possível, sabendo aproveitar os recursos que tem e atendendo a um maior número possível de pessoas. Essa por si só já tem uma previsão de atender algo em torno de 4.500 pessoas, na primeira etapa. Vamos trabalhar, a partir daí, para haver ramificações que possam atender a um número maior de homens e mulheres aqui do município de Livramento.

O MandacaruLivramento, apesar de está no coração da seca, tem um potencial muito grande para não ter problemas com a seca. E uma das possibilidades é essa que o DNOCS já começou a implementar que é o Projeto do Perímetro Brumado. Mas ele foi interrompido em um só bloco, de três, e a obra já se arrasta por mais de 20 anos. Qual a esperança que a gente tem de ver esse projeto plenamente concluído nesse governo? Precisaria de um terceiro mandato (de Lula) para ele ficar pronto?

Ministro Geddel – Não precisa de terceiro mandado nenhum. Nós vamos fazer o esforço necessário. Já determinamos ao DNOCS tratamento para aquela questão da pressurização. Estamos tomando algumas atitudes. Mas lembremos e compreendemos a questão, amigo velho, eu sou ministro do Brasil, não sou ministro, por mais que eu goste, e gosto muito de Livramento, infelizmente não posso ser ministro apenas de Livramento. Só a Bahia tem 417 municípios. Eu tenho que levar atendimento às demandas de todos esses municípios da Bahia. O dinheiro é um só, tem limitações. Você ver como é difícil. Estou acabando de anunciar uma obra de mais de três milhões de reais. Você aqui em duas três perguntas já me apresentou mais quatro demandas. Então, tem muita demanda para a capacidade que nós temos de atendimento. Na medida do possível, vamos atender todas as demandas. O que não posso aqui é lhe dizer “vamos fazer isso e aquilo ou aquilo outro”, porque eu tenho que ter casado a vontade de fazer que eu tenho, que é grande, tirar as coisas do papel, faze acontecer, o desejo que vocês têm de realizar, com o tamanho dos recursos de que eu disponho. Pois é isso que nós vamos fazer, administrar os recursos, estabelecendo as prioridades.

O MandacaruMesmo sendo uma obra em andamento...?

Ministro Geddel – Em andamento, é por isso que estamos priorizando. Vai ser concluído todo o perímetro? Eu não posso lhe afirmar se vai concluir, mas nós vamos tratar de fazer com que as coisas se acelerem ainda mais. Por isso que o diretor do DNOCS esta aqui para examinar isso e depois oferecer alternativas, de modo que possamos viabilizar o atendimento desse pleito que é justo, é legítimo.

O MandacaruO senhor tem declarado que sonha, que desejaria ser o governador da Bahia. Isso significa que poderá haver uma separação entre o senhor e o governador Wagner lá na frente?

Ministro Geddel – Isso significa exatamente o que eu tenho dito: eu não sou hipócrita, quem me conhece (sabe), eu tenho defeito, essa meu defeito não tem hipocrisia, eu digo a verdade, eu digo o que eu penso. Se você me perguntar “você gostaria de ser o governador da Bahia” e eu lhe disser que não, eu sou mentiroso. O que eu estou fazendo na política? Claro que governar a Bahia é um desejo, não digo que é um sonho, é o desejo de todo homem público, que tem vontade de realizar, de fazer as coisas acontecerem, que tem experiência. Estou no quinto mandato de deputado federal, já ocupei cargos públicos, estou como ministro de Estado e evidentemente que me considero preparado para governar o Estado.

O Mandacaru - Sobre a saída do PT da base do governo João Henrique Carneiro, prefeito de Salvador, agora no PMDB.

Ministro Geddel – A partir do momento em que o PT diz tchau e vai embora, é claro que eu tenho o direito de sentir que o PMDB está livre desse alinhamento automático. É como eu lhe coloco, eu não sou hipócrita. Eu posso ser ou não ser (referiu-se a ser governador). E mais, isso não é uma obsessão. Se não for (governador), encontrarei outros mecanismos para servir a Bahia. Eu não tenho o desejo de brigar com ninguém, de ficar afastado de ninguém. Agora, o dia-a-dia da política, as circunstâncias, o que vai acontecer nos vamos ver adiante. O que eu posso lhe dizer eu disse hoje em discurso (em Itanajé). Tenho a convicção plena de que onde a mão de Deus e a vontade do povo da Bahia me colocar, eu vou lutar com todas as forças para fazer o melhor de mim para servir o meu Estado.

O MandacaruEssa situação de Salvador afeta composições (do PMDB) no interior?

Ministro Geddel – Claro que afeta, evidente que afeta. Lógico que cria um clima de descontentamento no partido que, com habilidade, nós vamos ter de criar as condições para neutralizar. Sobretudo no interior, não se toca política com o fígado. Essa é nossa responsabilidade, mas evidentemente que a responsabilidade maior é prestigiar meu partido, é absolutamente natural. Eu vou sempre ser interprete do que desejam as bases do meu partido.

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26.04.2008

Ministro ordena obra de adutora

Geddel Vieira Lima: adutora pronta em agosto

A visita do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, movimentou ontem (25.04.2008) a pacata comunidade do povoado de Itanajé, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, onde foi assinar, junto com o prefeito Carlos Batista, a “Ordem de Serviço” para construção da adutora que levará água potável ao local e a outros núcleos urbanos da região. A adutora terá uma extensão de cerca de 40 quilômetros, devendo captar água próximo à cachoeira de Livramento, e o ministro garantiu que ficará pronta em agosto deste ano, ou seja, dentro de quatro meses.

Disse também que determinou ao DNOCS a aceleração de projeto idêntico destinado a igualmente levar água potável para a Vila de Iguatemi, mas não se comprometeu com prazo. Indagado pelo repórter de “O Mandacaru” porque não foram unificados os dois projetos, Geddel Vieira Lima explicou que obteve recursos apenas para a adutora de Itanajé e considerou melhor fazer logo esta do que esperar até que houvesse verbas para as duas. Mas admitiu que, na elaboração do atual projeto, a adutora poderá ter uma bitola compatível e vir a ser, na verdade, uma etapa da extensão até Iguatemi.

O prefeito Carlos Batista enalteceu a obra citando pensamento atribuído ao filósofo chinês Confúcio, que teria dito: “se a água é boa o coração do povo fica forte e se é suficiente o povo fica tranqüilo”. Falou da importância da presença de Geddel em Itanajé e solicitou o empenho do ministro para a pressurização da água no “Bloco I” e liberação dos títulos da terra a quem que cultiva áreas do “Perímetro Irrigado do Brumado”. Pediu ainda a aceleração do projeto destinado a transpor água do Rio Taquari para o Rio da Vereda, que faz parte de um complexo de obras que vão minimizar em muito a seca no município de Livramento de Nossa senhora.

Moradores exibiram faixas com reivindicações, durante ato no povoado de Itanajé

 

“INDIRETAS” DIRETAS

Tanto Geddel Vieira Lima quanto Carlos Batistas foram politicamente discretos em seus pronunciamentos, certamente atentos à lei eleitoral. Porém, sem citar nomes, mandaram “indiretas” diretas aos adversários. O ministro enalteceu sua lealdade aos eleitores e ao seu partido, dizendo-se diferente dos que, segundo afirmou, na primeira derrota, abandonaram tudo e foi pedir emprego ao novo governo. O prefeito repetiu o recado dado ao inaugurar o campo de futebol do povoado de Barrinha, no início do mês, dizendo que “o futuro a Deus pertence, mas eles podem se preparar, podem vir quente que eu estou fervendo”.

O clima de comício do evento foi dado pelo locutor oficial que, certamente mal orientado, enquanto esperava as autoridades, tentava animar o público com visível propaganda eleitoral, inclusive aplicando ao prefeito Carlos Batista slogans da campanha presidencial de Luiz Inácio da Silva. Entre as autoridades que foram ao ato, estavam deputada estadual Marizete Pereira, pré-candidata à prefeitura de Brumado, pelo PMDB; presidente da Câmara de Livramento, Marilho Matias; e prefeitos pemedebistas da região, como Alfredo Machado Matias, de Dom Basílio, amigo do ministro da Integração Nacional.

 

Iluminação do Estádio

O ministro Geddel descerrou a placa inaugurativa, ao lado do prefeito Carlos Batista

O ministro Geddel Vieira Lima também prestigiou a inauguração, comandada pelo prefeito Carlos Batista, da iluminação do Estádio Municipal Dr. Edílson Ribeiro Pontes, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, cujo ponto alto, além do descerramento da placa, foi a partida entre a seleção local de futebol e a equipe juvenil do Esporte Clube Bahia, de Salvador, que perdeu por um a zero para os anfitriões. O estádio ficou lotado, surpreendendo as próprias autoridades e tendo mais gente até mesmo do que a solenidade no povoado de Itanajé, onde, aliás, faltou iluminação. A solenidade de inauguração e o jogo foram transmitidos para toda a região pela rádio Portal FM, com o narrador Fábio e o comentarista Wilker Porto.

(Na próxima atualização, entrevista exclusiva com o ministro da Integração Nacional)

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26.04.2008

Ação negra pela igualdade racial

Edson Bonfim: o objetivo é a igualdade racial

A expectativa de vida das pessoas de cor negra no Brasil é de 59 anos, contra 64 anos dos brancos. Certa de 60% delas são considerados analfabetos e apenas 18% têm real possibilidade de ingressar em uma universidade. Sem considerar a população negra, o Brasil ocupa a 63ª posição mundial em qualidade de vida, mas incluindo os negros a posição cai para a 120ª. Estas e outras posições estatísticas preocupantes foram mostradas no “Seminário Informativo do Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil – CONNEB”, dia 25 de abril de 2008, por Edson Bonfim, da Associação Cultural Ação Negra de Rio de Contas, que promoveu o evento, aberto a qualquer pessoa, na Câmara de Livramento de Nossa Senhora, Bahia.

O seminário fez parte dos preparativos do encontro nacional, cuja data ainda não foi anunciada, e entre as questões levantadas para debates estão: apatia das pessoas de cor negra em relação a seus próprios direitos; pouca participação nas casas legislativas; igualdade racial como direito da cidadania; políticas compensatórias e reparatórias para a população negra, a exemplo do sistema de cotas para acesso à universidade; criação de espaços para os negros na gestão do Estado; mobilização dessa população, no sudoeste baiano, para ter mais presença e voz nas discussões estaduais e nacionais; necessidade das pessoas negras se aceitarem como tal e se conscientizarem para lutar pela igualdade.

A estudante Michelle Moura, do Colégio Estadual João Vilas Boas, fez uma observação importante, ao lembrar que o negro não é representado nos livros didáticos, a não ser como escravo, fazendo as pessoas de cor negra se sentirem inferiores e as brancas superiores. Salientou que as escolas não trabalham adequadamente a diversidade cultural e não ensinam o verdadeiro papel do negro na vida brasileira, que foi destaque, por exemplo, na formação econômica do país, especialmente no Brasil-Colônia.

Página Política: atualizada em 26.04.2008 >>

Artigos: atualizado em 29.04.2008 >>

 

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TCM mantém rejeição de contas

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21.04.2008

Comissão estaria irregular

Na primeira reunião da comissão criada pelo DNOCS, assentados ficaram do lado de fora

Ainda pairam dúvidas e suspeição sobre a comissão criada pela Portaria nº. 62, baixada pelo diretor geral do DNOCS, engenheiro Elias Fernandes Neto, de Fortaleza-CE, “destinada a cadastrar e efetuar o processo de seleção das famílias a serem reassentadas nas áreas irrigáveis do Bloco II do Perímetro Irrigado Brumado, localizado no município de Livramento de Nossa Senhora, no Estado da Bahia”.

Pode estar se referindo aos trabalhadores rurais do Movimento dos Sem Terra, que foram assentados no local, pelo próprio DNOCS, não havendo qualquer necessidade de serem recadastrados e reassentados, pois se encontram produzindo normalmente na terra. Portanto, se for isso, a tal comissão é absolutamente inócua. Essa dúvida está deixando mais de 1.000 famílias apreensivas. O que na verdade necessita ser regularizada, na área, é a situação de proprietários ainda sem acesso à água e das pessoas que se apropriaram ilegalmente de boa parte do perímetro.

Como se não bastasse isso, a tal comissão nasceu cheia de vícios, que colocam seus propósitos sob suspeição. Pelo menos dois de seus integrantes foram acolhidos à revelia dos entes que dizem representar e sem obediência a procedimentos formais obrigatórios. Um deles, Sr. Juscelino Tadeu Santos, representaria os assentados do Movimento de Luta pela Terra, à revelia da entidade que os representa, a Associação do Assentamento do Perímetro Irrigado do Brumado-Bloco II, acusado de vender lotes irregularmente na área. Após a denúncia, foi substituído pelo presidente da Associação, Waldir Sampaio dos Santos, escolhido em assembléia dos assentados.

O outro é o representante do Poder Legislativo municipal, vereador Everaldo Santos Gomes, que aceitou a representação sem o conhecimento do presidente da Câmara e demais vereadores. Ele mesmo reconheceu isso, após o assunto ser levantado, via “questão de ordem”, pelo seu colega vereador Paulo Roberto Lessa Pereira. Segundo o art. 57, inciso I, da Lei Orgânica Municipal, quem representa o Poder Legislativo é o seu presidente.

Ao responder a “questão de ordem” do colega, o vereador Everaldo Gomes admitiu que a comissão foi criada em uma reunião convocada por uma pessoa, sem qualquer autoridade, que ocupa irregularmente parte do Bloco II e, de acordo com o vereador, “... dentre as pessoas presentes formou-se a comissão, haja vista o clima caloroso em que transcorreu a reunião...”, conforme registrado em ata da sessão da Câmara.

Pois é, foi simples assim, e o diretor geral do DNOCS endossou a irregularidade, em portaria, como se a questão não fosse grave e exigisse seriedade. Não há ato oficial do Legislativo nomeando seu representante, da mesma forma como não há para o do representante do Executivo, Sr. Elvio Nunes Dourado, o que põe a nu os vícios de formação dessa comissão.

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21.04.2008

Morre o juiz José Deoclides
 

Juiz José Deoclides da Silva, em foto recente, com a esposa, D. Maria Salete Rodrigues

Morreu em Londrina, no Paraná, onde residia, dia 06.04.2008, o juiz de direito José Deoclides da Silva, 67 anos, natural de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Foi sepultado no cemitério Parque das Oliveiras, naquela cidade, e teve missa de sétimo dia também na Catedral de Livramento, mandada celebrar por sua irmã Maria Rosa e demais parentes. Deixa viúva D. Maria Salete Rodrigues, professora aposentada; e os filhos Kelly Regina, dentista; e Fábio Rodrigo, administrador de empresas.

O magistrado, que já estava aposentado, nasceu em 1940 na vila do Recreio, filho de Deoclides José da Silva, por muitos chamado de “Seo Diocride” ou “Diocridim”, e D. Teonilha Rosa da Silva. Devido ao nome do pai, José Deoclides da Silva era mais conhecido na roça, onde trabalhava, como “Zé de Diocride”. Contrariando a vontade do pai, decidiu estudar e, para tanto, foi morar na cidade com a irmã e o cunhado, respectivamente Maria Rosa e Ercílio, conhecido como “Cheiro”.

Recebeu uma bolsa de estudos do Sr. Mário do Carmo Tanajura, matriculando-se no Colégio João Vilas Boas, onde se formou como professor primário, em 1960. Ensinou em uma escola do distrito de Iguatemi, a 60 quilômetros da cidade, para onde ia de bicicleta, por falta de transporte, e lá morou na pensão de D. Miúda.

Em 1966, aos 26 anos, foi para Londrina, juntamente com a família de Lauro Correia e mais os jovens conhecidos como Antônio de Zio e Pedro de D. Lídia, para tentar a vida no sul do país. Naquele Estado, lutou muito para estudar, até se formar em direito, pela Universidade Estadual do Paraná, onde colou grau em 1971.Depois de seis anos atuando como advogado, prestou concurso para a magistratura, tornando-se juiz de direito em 1978.

Embora o destino o levasse a estabelecer-se e fazer carreira em outras terras, onde venceu na vida, dizia-se apaixonado por Livramento, que visitava sempre que podia. Foi, portanto, pela determinação e esforço em vencer as agruras da vida nordestina, um exemplo de brasileiro. Nossas homenagens póstumas, portanto, a esse bravo livramentense e condolências a seus familiares, por essa perda.

O magistrado em dois momentos: formatura em direito, 1971, e já como juiz, em 1980

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21.04.2008

Atendimento é alma do negócio

Donos de lojas e atendentes reunidos para aprender como satisfazer e encantar  clientes

Mau atendimento e indiferença para com o cliente são tidos como os principais motivos, com 68% dos casos, que levam as pessoas a deixar de adquirir produtos e serviços de determinado estabelecimento comercial, seguidos da baixa qualidade, com 14%, ficando à frente até mesmo do preço.

Janara: bom atendimento garante vida do negócio

Para conscientizar donos de lojas e principalmente vendedores para essa realidade, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, por seu presidente Enedino Júnior, promoveu em 18 de abril último, uma palestra sobre “Atendimento ao Cliente como diferencial Competitivo”, ministrada pela professora e publicitária Janara Vaz Andrade. Ela alertou que só o bom atendimento assegura o sucesso e sobrevivência da empresa, o que se traduz também em garantia de emprego e ascensão do empregado.

Em seguida, listou algumas atitudes que o vendedor necessita tomar para agradar o cliente: apresentação e aparências impecáveis; saber colocar-se no lugar do cliente, que é chamado de empatia; ser gentil, bem humorado e de alto astral; ser sincero e ter muita tranqüilidade; saber ouvir e, principalmente, conhecer profundamente os produtos e serviços que vende e a empresa em que trabalha.

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21.04.2008

Utilidade e polêmica públicas

Sócrates: ainda polêmico 2.478 anos depois

Os vereadores aprovaram projeto de lei que declara como de utilidade pública a Associação das Mulheres Atuantes de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, criada recentemente. Na mesma seção, em 10 de março último, houve congratulações pelo “Dia Internacional da Mulher”, transcorrido dia 8 daquele mês, quando o vereador Ricardo Matias aproveitou para repercutir na Casa o constrangimento que, segundo ele, foi causado pelas polêmicas frases dispostas em faixas pela cidade, saudando e homenageando as mulheres.
A mais comentada foi “Deve-se temer muito mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem”. Como a homenagem foi prestada em conjunto pela Associação das Mulheres e a Prefeitura local, através da Secretaria do Bem-Estar e Ação Social, o vereador Everaldo Gomes, que abandonou a oposição para apoiar a Administração, apressou-se em defender a titular da Secretaria, D. Suzete Spínola, dizendo que ela participou apenas do evento que houve na praça e que a culpa ou o mérito pelas discutidas frases é da Associação das Mulheres.

Mas, não obstante o alegado constrangimento e a polêmica criada, a citada frase foi reproduzida e exposta sem menção a quem é considerado seu verdadeiro autor, o filósofo e pensador grego Sócrates, nascido em Atenas, provavelmente no ano 470 antes e Cristo. Mal sabia ele, lá na Grécia Antiga, que seu singelo pensamento fosse gerar tanto barulho na longínqua Livramento, alto sertão da Bahia, 2.478 anos depois.

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21.04.2008

Ouvido de mouco

Um preposto da Secretaria estadual da Educação passou por Livramento de Nossa Senhora, Bahia, visitando colégios mantidos pelo Estado, onde divulgou para estudantes e professores o serviço de “Ouvidoria” do Estado (fone 0800 2840011, 2ª a 6ª, das 8h às 18h, FAX 71 3115-6901 ou pelo site www.ouvidoriageral.ba.gov.br), para atender reclamações e ou elogios. Não se pode dizer que seja um mimo pré-eleitoral, mas é fato notório que o Estado não possui capacidade para tal atendimento. D. Creuza que o diga. Ela é mãe de Paulinho, que perambula pelas ruas da cidade, sem juízo, o que ela atribui a violência policial. Foi registrada, há cerca de um ano, uma queixa em seu nome junto a tal Ouvidoria Geral do Estado, que até hoje não deu resposta, fez ouvido de mouco.

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21.04.2008

Postal da Rodoviária

Sob o pretexto de extinguir árvores antigas, as algarobas, que supostamente ameaçavam cair, a Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, destruiu o largo canteiro na Avenida Ulysses Cambuí Lima, que formava uma praça em frente à Estação Rodoviária (foto), resultando em um deplorável cartão de visita da cidade. E continua assim há oito meses, pois a reurbanização foi iniciada e paralisada, provocando reações de indignação por quem lá transita. Além do ponto principal de chegada de visitantes, a área é caminho também de quem chega vindo da vizinha cidade de Paramirim e do campo de aviação da cidade.

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21.04.2008

Comarca Paramirim I

    

A Comarca de Paramirim, cujo titular é o juiz Vicente Santana Filho, está agilizando a tramitação dos processos de natureza criminal, principalmente os que envolvem homicídios, conforme noticiou o site do Tribunal de Justiça da Bahia. Segundo o magistrado, o objetivo é atenuar a demanda reprimida de feitos criminais acumulados em cartório. O congestionamento, segundo ele, chega a 70 processos, denotando a necessidade de aperfeiçoamento da prestação dos serviços judiciários. A providência é digna de aplausos, na medida em que evita que criminosos fiquem impunes e até venham a se beneficiar da prescrição pelo decurso do tempo.

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21.04.2008

Comarca Paramirim II

A Comarca também ganhou mais um Conselho Tutelar, passando a ter quatro, com a posse de novos conselheiros em Érico Cardoso, o que, somados aos de Rio do Pires e Caturama, amplia a capacidade de atendimento à população, quanto à defesa dos direitos da infância e da juventude. O Conselho Tutelar tem autonomia legal, não necessitando submeter os casos que atende às varas da infância e da juventude. Conforme divulgado no site do TJ, os novos conselheiros são Romário Alcântara, Vanderléia Anunciação, Genivaldo Oliveira, Cláudia da Silva e Joselma Anunciação.

 

Página Política: atualizada em 21.04.2008 >>

Artigos: atualizada em 21.04.2008 >>

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07.04.2008

E  N  T  R  E  V  I  S  T  A

Jean Michell Correia Monteiro

Considerado um dos jovens mais inteligentes da sua geração, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Jean Michell Correia Monteiro participou de sete competições, entre olimpíadas e torneios de xadrez, nos anos de 2006 e 2007, e conquistou quatro medalhas de ouro, duas de bronze e um quinto lugar. Participou das seguintes olimpíadas: Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, 2007, medalha de bronze na fase regional; de Gramática e de Literatura do Colégio João Vilas Boas, respectivamente em 2006 e 2007, medalha de ouro; Astronomia e Astronáutica, 2007, medalha de Bronze nacional; Regional de Xadrez por Escolas, 2007, medalha de ouro. Disputou o Torneio Livramentense de Xadrez, 2006, classificando-se em 1º lugar. Está entre os 16 estudantes da Bahia selecionados para a fase nacional da Olimpíada Brasileira de Física. Com 17 anos, filho de Humberto de Castro Monteiro e Dinalva Pereira Correia Monteiro, a principal olimpíada de Jean Michell foi, na verdade, concluir o 2º, para o que teve de vencer o pior desafio de um estudante carente, que é a falta de recursos materiais. Esta semana, ele viajou para enfrentar mais um grande lance importante da sua vida: o vestibular para medicina. Ganhou uma bolsa e, este ano, fará o preparatório. “O Mandacaru”, que patrocinou os prêmios que ganhou em duas olimpíadas do João Vilas Boas, deseja-lhe boa sorte. Antes de viajar, ele nos concedeu a seguinte entrevista:

Jean Michell, quatro medalhas de ouro em olimpíadas, enfrentará vestibular de medicina

 

O Mandacaru – Você é considerado um jovem estudioso. Acaba de concluir o 2º Grau e vai enfrentar o vestibular. O que foi mais difícil para você nessa fase estudantil que acaba de concluir?

Jean – A falta de recursos. Desde quando iniciei o 2º grau, o que mais me impossibilitou foi a falta de material para estudo. As dúvidas apareciam e eu não tinha como respondê-las, e isso me impediu de ir mais longe.

O MandacaruSabemos que você está indo para Salvador, onde fará o preparatório para o vestibular. Que lembranças leva do Colégio João Vilas Boas? Que curso pretende fazer na universidade?

Jean – Inesquecíveis. Os desafios que me acompanharam as conquistas, as derrotas, os professores e principalmente os amigos. Sou feliz em dizer que fiz grandes amigos no CEJVB e isso é o que mais me satisfaz. Pretendo prestar vestibular para medicina.

O Mandacaru – Como foi a festa de entrega da premiação, em Salvador, aos vencedores da Olimpíada de Matemática, em que você ganhou a medalha de bronze? Como se sentiu?

Jean – Uma experiência única. Não houve acomodações para tantas pessoas. Estudantes de diversos municípios do estado, reunidos para a premiação regional. Fiquei contente de poder estar ali, representando minha cidade. Por outro lado, triste, de saber que poderia ter feito melhor, mas ao final satisfeito pela minha participação.

O Mandacaru – Aliás, nas últimas olimpíadas realizadas pelo Colégio João Vilas Boas, você venceu todas de que participou. Como consegue se destacar tanto em uma época em que é baixo o interesse dos jovens pelos estudos e pela cultura?

Jean – Infelizmente, esta é uma realidade triste no Brasil e eu espero que mude logo. Desde cedo fui condicionado aos estudos, e isso me deu certa estabilidade com os livros. Mas estudar sozinho nunca foi fácil, principalmente pela falta de material. Meu interesse pelos estudos é tanto maior quanto maiores são as oportunidades que me são dadas, e as olimpíadas eram minha forma de demonstrar isso. Estudo porque gosto e não por obrigação.

O Mandacaru – A qualidade do ensino é criticada em todo Brasil, especialmente na Bahia. Como você avalia a Educação em nosso município e, de modo específico, no colégio onde estudou?

O estudante parte agora para novos desafios

Jean – Pelo que pude observar, existem debilidades no ensino das escolas do município, não só públicas. Fraquezas principalmente no corpo docente. No CEJVB, pude constatar isso em algumas disciplinas, principalmente em física. Felizmente, há também seus destaques, embora não muitos. Creio que há muito a melhorar ainda.

O MandacaruVocê acha que nossos jovens são apáticos ou faltam oportunidades educacionais, esportivas, culturais e sociais para eles se desenvolverem? O que você aponta de positivo e de negativo, nesse sentido, em Livramento de Nossa Senhora?

Jean – Se são apáticos, é porque estão condicionados a isto. Se os jovens não se interessam pelos estudos, é porque não há incentivo. A melhor maneira de mudar isso é através de projetos que busquem a valorização da cultura, incentivando a aprendizagem. Em Livramento, existem poucos ainda, mas já se tem um começo. Posso destacar as competições esportivas e o projeto realizado pela professora Márcia Oliveira (no Colégio João Vilas Boas), que embora interno é um exemplo claro de incentivo à educação e deveria ser estendido ao município. Entretanto, falta apoio e reconhecimento a estes projetos, e isto é um lado negativo.

O Mandacaru Como surgiu seu interesse pela matemática e pelo xadrez e como essas matérias têm ajudado você em seus estudos?

Jean – Meu interesse pela matemática nasceu de um fato curioso. Desde que entrei no ensino fundamental tive sérias dificuldades nesta disciplina, e isto complicou na 7ª série, quando por pouco não fui à recuperação. Tal incidente me motivou a estudar e, a partir disso, nasceu meu grande interesse por algo que odiava. O xadrez surgiu mais por curiosidade e foi vital nos meus estudos, aumentando minha concentração, capacidade de cálculo e precisão. A matemática me ajudou a reformular alguns conceitos.

O MandacaruPorque você defende a inclusão do xadrez nos currículos escolares? De que modo ele poderia fazer os jovens se interessarem mais pelos estudos?

Jean – Vou dar um pequeno exemplo. A URSS implantou o xadrez como disciplina obrigatória, pouco depois da revolução de 1917, e o resultado foi o aumento em até 40 por cento do interesse dos jovens pelos estudos. Ele desenvolve a concentração, percepção, raciocínio e respeito. Acredito que a implantação do xadrez nas escolas é um projeto de cunho educacional, cultural, social e científico.

O MandacaruO que faltas ser feito para que essa inclusão ocorra e de que maneira você acha que ela deveria ser realizada?

Jean – Apoio. Infelizmente, muitas pessoas desprezam o xadrez, comparando-o a um jogo de azar, mas no xadrez praticamente não existe sorte. O primeiro passo seria a criação de oficinas nas escolas, que funcionariam em turnos opostos ao de cada estudante. Tais oficinas disponibilizariam monitores que ensinariam e treinariam os jovens na prática deste esporte-ciência.

O MandacaruEm sua opinião, os currículos escolares e os atuais modelos de aulas atendem às necessidades dos jovens? Que alterações você faria nesse sentido?

Jean – Não. É pouca ou nenhuma a interação entre aluno, professor e disciplina. Os motivos são diversos. Certas aulas se tornam tediosas e pouco proveitosas. É difícil estabelecer alterações, até porque não é um modelo único. A solução seria um consenso entre alunos, direção e professores.

O MandacaruSeu colega Renato Luz, presidente do Grêmio do colégio onde você estudou, disse, na Conferência da Juventude, em Livramento, que o Estado tem um grande débito para com os jovens e cobrou políticas públicas que resgatem esse débito. No caso específico de Livramento, o que você sugere ao poder público que faça em favor dos jovens?

Jean – Apoiar mais projetos culturais. Tentar corrigir a postura irresponsável do jovem ao invés de só condená-lo. Se o Estado ajuda o jovem, o jovem ajudará o Estado.

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07.04.2008

Prefeito vence, comando muda

A troca de comando na 46ª Companhia da PM seguiu rigorosamente os ritos militares

O major Jorge Brito Macedo, que veio da 34ª Companhia, com sede em Brumado, é o novo comandante da 46ª Companhia Independente da Polícia Militar, sediada em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, desde o último dia 3 de abril, substituindo o major Denival Campos, que foi transferido para a 4ª CIPM, no município de Macaúbas. Apesar de o governo estadual ter realizado rodízio em quatro companhias, no mesmo período, a transferência do major Campos é atribuída à uma retaliação política.

No final do ano passado, menos de dois meses após se confraternizar com as autoridades locais, no aniversário da corporação, o comandante entrou em rota de colisão com o prefeito Carlos Batista. Consta que o prefeito solicitara a desocupação do imóvel onde um soldado da Companhia reside há muitos anos, ao saber que o mesmo tinha preferência pela facção política contrária.

Não atendido, o prefeito teria dito ao comandante que ou o soldado saia da casa ou a Prefeitura cortaria o apoio financeiro que dava à PM, o que teria sido firmemente repelido pelo militar. Com a troca de comando, o prefeito vence a queda-de-braço, mas a população perde, pois o episódio abalou a segurança da comunidade, ante o reconhecimento da eficiência com que o comando anterior atuava. Ainda que o novo venha a atuar no mesmo sentido, a necessária adaptação é sempre desfavorável à população.

A Prefeitura subsidiava despesas da Companhia da ordem de R$5.000,00 por mês, envolvendo moradia de policiais, combustíveis para viaturas e aluguel da sede da PM, suprindo custo com o aparato policial, que é obrigação do Estado. Entrevistado na época, pelo “O Mandacaru”, o major Campos não negou a crise, mas preferiu não fazer comentários, garantindo que continuaria prestando serviços à comunidade, dentro da realidade proporcionada pelo Estado. Admitia o risco de ser transferido, mas evitou polemizar, da mesma forma que, agora, nega que sua substituição tenha relação com aquele fato.

Seja como for, a troca de comando, à qual o prefeito Carlos Batista não compareceu, deu-se com a solenidade de estilo, na praça em frente ao Colégio Estadual João Vilas Boas, contrariando a praxe de ser realizada no interior das corporações. O novo comandante, major Jorge Brito Macedo, disse que suas estratégias de trabalho são as corriqueiras da PM, que é o policiamento repressivo e preventivo, com ênfase neste último. Também não quis falar sobre as possíveis motivações políticas da substituição.

A tropa e guarnição das bandeiras e desfilam diante do novo comandante da companhia

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07.04.2008

Ao invés do campo, saneamento

Desportistas do povoado de Barrinha ganham campo de futebol com estrutura moderna

 

Os desportistas do povoado de Barrinha, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, um dos mais importantes do município, econômica e eleitoralmente falando, ganharam um moderno campo de futebol, gramado e com estrutura de vestiário e banheiro para os atletas. A chuva torrencial que caiu justo no dia da inauguração, não impediu a entrega oficial do espaço ao público, que ocorreu em ato festivo, comandado pelo prefeito Carlos Batista, em 6 de abril 2008.

O presente da Prefeitura, que faz parte da série de inaugurações agendadas pelo prefeito, na reta para a reeleição, que tentará no próximo mês de outubro, foi recebido com muita alegria pelos moradores do bairro, principalmente por parte dos jovens, que passam a ter um espaço digno para a prática do futebol. No entanto, a maioria das pessoas ouvidas pelo “O Mandacaru” disse que trocaria o campo de futebol, se isso fosse possível, por obras de saneamento, urbanização e pavimentação do povoado.

As pessoas lembraram, por exemplo, que os dejetos de esgoto correndo a céu aberto e o estado de abandono da praça central do povoado, onde inclusive fica a igreja, contrasta com a beleza e modernidade do estádio inaugurado. Mas o local, onde residem mais de duas mil pessoas, conta com escolas, posto de saúde e creche. Disseram ter esperança de que as próximas obras a serem inauguradas serão o calçamento e o esgotamento sanitário.

O núcleo urbano precisa de esgoto sanitário, pavimentação e calçamento de sua praça

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07.04.2008

Guilherme Menezes com o MLT

Os assentados do “Bloco II” do DNOCS recebem apoio do Estado e de deputado federal

 

O deputado federal Guilherme Menezes, do PT, juntamente com o coordenador da Defesa Civil do Estado, Antônio Rodrigues, representando o secretário estadual do Desenvolvimento Social, Walmir Assunção, foram ao povoado de Barrinha, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, dia 5 último, para levar apoio aos trabalhadores rurais assentados do “Bloco II” do Perímetro Irrigado Vale do Brumado, pertencentes ao Movimento da Luta pela Terra. Os assentados são constituídos de mais de mil famílias, todas muito pobres, ocupando cada uma 2,5ha terras, das quais passaram a tirar seu sustento, desde 2006, minimizando a pobreza, mas ainda esperam do DNOCS o título definitivo.

Por ora, os assentados estão respaldados apenas em uma carta de anuência, que necessita ser substituída por um termo de concessão de uso ou mesmo a escritura definitiva. O líder do movimento, Waldir Sampaio dos Santos, que é presidente da Associação dos Assentados, queixa-se de perseguição política, por parte das autoridades municipais, das quais sempre esperou apoio e incentivo, pois se trata de um projeto social que redime aquelas famílias da indigência e da fome. Ele fez um relato e entregou aos visitantes um resumo das principais dificuldades e reivindicações do grupo, no momento, todas voltadas para a legalização e preservação das famílias nos lotes que ocupam atualmente.

 

MANTER AS CONQUITAS

O deputado Guilherme Menezes, que também esteve acompanhado do ex-presidente do PT, na Bahia, Marcelino Galo; do vereador Ricardo Matias, presidente do PT local, e do ex-coordenador estadual do DNOCS, Gerardo Azevedo Júnior, destacou a união e a força do grupo, e que assim devem permanecer na luta pelos seus direitos. Foi cauteloso e nada prometeu, mas deixou claro que é necessário que os trabalhadores lutem para ampliar e para manter direitos já conquistados. Recomendou ao grupo que se mantivesse alerta quanto às coisas ruins que lhes afetam, mas que também colocassem na balança as coisas boas e as conquistas alcançadas e as festejassem.

Os assentados gostaram muito de ouvir o coordenador estadual da Defesa Civil, Antônio Rodrigues, que garantiu levar suas reivindicações ao governador Jaques Wagner e que o governo vai assumir a responsabilidade do problema social representado pelo “Bloco II”. Salientou que “o governo foi eleito pelos movimentos sociais” e “ninguém vai desarrumar o que vocês arrumaram”. Ensinou que as conquistas sociais só acontecem pela pressão dos movimentos organizados, do que é o exemplo a própria Secretaria do Desenvolvimento Social, que considerou como resultado da luta do movimento dos sem terra, tendo como titular um ex-integrante do movimento.

 

UM MOVIMENTO DIGNO

O ex-presidente do PT estadual, Marcelino Galo, qualificou a luta dos assentados como “um movimento digno, porque vocês estão querendo resolver um problema brasileiro, e parece que o Estado está atrapalhando, não o Estado, mas certos gestores”. Afirmou que “2,5ha para cada família é muito pouco, que o DNOCS terá de se virar para arranjar mais”. Criticou a invasão de dois lotes do “Bloco II”, pelo poder público municipal, a pretexto de abrir estrada que não mais existia e disse “não se pode fazer estrada cortando o lote de quem já tem tão pouco”.

O jornalista Raimundo Marinho, convidado da reunião, disse que os assentados querem muito pouco e estão se adiantando em soluções que deveriam ser previstas e providas pelo Estado. Nesse sentido, salientou, Estado e políticos se revelam incompetentes ou negligentes, lembrando que o DNOCS espreme cerca de 1.000 famílias em 500ha de terra, meio lote para cada, enquanto permite que 1.300 hectares sejam ocupados por “invasores do colarinho branco”, como denunciou o líder Waldir Sampaio.  Alertou para o perigo daquelas famílias perderam a terra, como já ocorreu com 90% dos colonos originais do “Bloco III”.

Deputado federal Guilherme Menezes e Marcelino Galo reúnem-se com MLT na Barrinha

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07.04.2008

Calçadas permanecem obstruídas

O poder público municipal, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, ainda não tomou qualquer providência para coibir o abuso de certos moradores que resolvem construir ou reformar seus imóveis e utilizam passeios e até parte da rua como depósito de materiais de construção. Essa falta de consciência de quem constrói, endossada pela ausência de fiscalização da Prefeitura, tem ocasionado muitos transtornos e aborrecimentos aos demais moradores, havendo casos, como documentou “O Mandacaru”, de serem levantados até muros nas calçadas.
Recentemente, operário de uma obra na Avenida Nelson Leal, na confluência com a Juracy Magalhães, atirava entulhos do 1º andar do prédio sem se preocupar em ver onde caiam. Aliás, nem ele era visto. Só se via a pá subindo e entulhos, pedaços de pau e tijolos caindo na calçada e na rua. Senhoras que conduziam crianças pequenas para a escola e outras pessoas eram obrigadas a se desviarem para não serem atingidas.  Alertado por um transeunte sobre o absurdo que estava cometendo, o dito operário mostrou a cabeça e simplesmente respondeu: “Ué, foi o dono que mandou”. E continuou!

 A prefeitura não faz cumprir o que dispõe o Código de Posturas Municipal, Lei nº. 868, de 05 de maio de 1994, notadamente os artigos 116 e 119:
                       “É proibido embaraçar ou impedir por qualquer meio o livre trânsito nas ruas, praças e demais logradouros públicos da cidade, Vilas e Povoados, bem como nas estradas e caminhos públicos”. (art. 116).
                        “É vedado transitar pelos passeios de bicicleta ou conduzindo objetos volumosos, que, possam de qualquer maneira incomodar os transeuntes ou impedir a livre circulação”. (art.119).

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