Artigo – 11.05.2017

A importância da
leitura e da escrita

 

Por Antônio Pereira

pereirasilva56@uol.com.br

(continuação)

 

Exageros à parte, não posso negar que escrever é um ótimo bálsamo para as dores da alma. Mas, para os que não carecem de buscar amparo psicológico na prática literária, importa a função indutora do desenvolvimento cultural, didático e informativo que o conteúdo de um bom texto proporciona.

Os adeptos contumazes da leitura e da escrita são, geralmente, dotados de grande poder de reflexão, amplitude de raciocínio, capacidade de discernimento e entendimento do mundo e de tudo que o cerca.

Na linguagem escrita, os amantes das letras se investem da verdadeira condição de ser pensante. Jamais abrem mão do compromisso com a racionalidade. Quem se utiliza da caneta – ou do teclado do computador – para extravasar sentimentos, age sempre movido pela sensatez e pelo bom-senso, independentemente do lado em que está a razão.

É claro que não se fala aqui de quem se dedica à arte da ficção, cuja mensagem, quando não visa apenas o entretenimento, embute ensinamentos geralmente subtendidos, mas daqueles que retratam a realidade nua e crua em suas narrativas.

Sempre há autenticidade no que a consciência dita. Dos propósitos expressos através da escrita, pode se esperar de quem os registrou, no mínimo, o máximo empenho em praticá-los e/ou torná-los realidade.

 Se tivesse que dá uma dica a quem queira expressar suas ideias por meio da escrita, mas sente dificuldades em colocá-las no papel, o conselho seria o velho – mas verdadeiro – clichê: para escrever é preciso ler. Ninguém consegue ser escritor sem ser leitor. Com o perdão da redundância, reforço: leitor ledor.

Mas, em Livramento, a julgar pelo fechamento da principal livraria do segmento paradidático da cidade, por falta de demanda, fato que foi tema do artigo do psicólogo Zeferino Neto neste site e inspirador do presente arrazoado, essa sugestão soaria inócua. Afinal, a fonte de prazer dos jovens de hoje, livramentenses ou não, é outra: a diversão movida a álcool.

Enquanto livrarias baixam as portas por falta de demanda Brasil afora, pelo país inteiro, novos bares e botecos vão surgindo aos borbotões para garantir fugazes momentos de felicidade a uma geração de moços e moças que parecem só conseguir se divertir se estiver com um copo de bebida na mão e muito álcool na cabeça, cujo preço (muito alto) será cobrado mais tarde na forma de comprometimento das faculdades cognitivas, da debilidade física e, consequentemente, ausência do senso de discernimento, falta de capacidade criativa e dificuldade de formular opinião, qualidades imprescindíveis para o sucesso de um povo e desenvolvimento de um país.

Sem esses atributos formadores de cabeças pensantes, qualquer país está fadado ao atraso. Pobre Brasil!