Cada vez mais os atos dos políticos ladrões e incompetentes me convencem de que a miséria humana se espelha mais nos jalecos e casacos do que nos trapos e farrapos. Nunca antes nesta República a promiscuidade entre o público e o privado, sob a direção daqueles cidadãos, foi tão acintosa. Até ligações familiares, âmbito privado mais genuíno, passaram a balizar decisões que deveriam ter por parâmetro o interesse público. Vide a lama que escorre, atualmente, das cavernas secretas do Congresso Nacional.
Mas aqui, no tupiniquim, não tem sido diferente, haja vista o absurdo interesse paroquial na insistência em justificar, por exemplo, o ato insano de contaminar e ameaçar de extinção a bela Cachoeira de Livramento de Nossa Senhora, prestes a servir de depositário dos dejetos sanitários da vizinha cidade de Rio de Contas, sob o patrocínio da empresa estatal de água e saneamento. Nenhum “pinicão” do Estado da Bahia, sob a responsabilidade da Embasa, deu certo. Basta visitar o de Livramento e o de Vitória da Conquista, para fazer a constatação.
E o que está sendo implantado em Rio de Contas é exatamente um moderno “pinicão”, obra em flagrante contramão dos movimentos mundiais e ações em defesa do meio-ambiente e proteção da saúde humana, com programas de descontaminação de rios, como é o caso do Rio Joanes, que abastece parte da capital baiana. Indignados com essa falta de pudor administrativo e descaso para com o interesse público, ecos de reprovação surgem entre a população de Livramento, principalmente os jovens.
É muito justo, pois serão eles e seus filhos que mais sofrerão as conseqüências no futuro. Os meios de luta, lamentavelmente, são insipientes, notadamente quando se tem do lado contrário a mais alta autoridade do município e seus áulicos. Não demora e eles cumprem os mandatos temporários e sairão da administração, se mudarão da cidade, mas já terão puxado a descarga sobre o futuro do nosso meio ambiente e sobre a cabeça da população.
Por isso, toda mobilização é pouca, para barrar tal desatino ou, quando nada, deixar claro que promessas vãs de que vai haver monitoramento e esclarecimentos engabelatórios não conseguem esconder o óbvio: falta competência dos governantes para encontrar outra opção de lançamento dos dejetos, quanto mais para garantir o que anunciam e prometem. Antes disso, registre-se, mais uma vez, que a pergunta crucial, com relação ao assunto, ainda não foi respondida: se os esgotos serão tratados e não farão mal algum, porque o despejo foi desviado da cachoeira do Fraga, em Rio de Contas?
Na última semana, o estudante Flamarion Barbosa postou um vídeo no site You Tube (clique em http://www.youtube.com/watch?v=tZbBHSt59HE), sob o título “Salve nosso Véu de Noiva”, que realizou com um grupo de jovens, indignados com a decisão da Embasa de canalizar os esgotos para o Rio Brumado, perto do ponto onde começa a Cachoeira de Livramento (“Véu de Noiva”). É também de jovens a grande maioria das mensagens que recebemos manifestando a mesma indignação.
A tentativa dos interesseiros em desqualificar as denúncias veiculadas através da mídia, com ênfase no trabalho deste jornalista, tem produzido efeito contrário, pelo quanto escandalosa e absurda é a decisão da Embasa. Integrantes do governo municipal, por razões que não confessam, embora minoria, tem encampado, vergonhosamente, a posição oficial, sabidamente de interesse restrito e totalmente deslocada no tempo e contrária à preservação ambiental preconizada na Constituição Federal.
Mas, sabemos, também, que servidores conscientes estão desconfortáveis dentro do governo, por ser contra a idéia do chefe, mas sem poder externar isso publicamente. Nesse sentido, é de se louvar a posição firme, política e ecologicamente correta, não sabemos se ainda mantida, mas já tornada pública, do presidente do Legislativo Municipal, Ilídio de Castro, da bancada governista: “Mesmo que a água venha a ser tratada, nós, vereadores, nos posicionamos contra, porque não temos a certeza de que isso ocorra 100%”. (Jornal A Tarde, 28.06.2009, página A 13)
Nessa mesma edição de A Tarde, foi atribuída ao prefeito Carlos Batista, que é médico, a seguinte afirmação: “A diretoria da Embasa me informou que o projeto é muito avançado e vai fazer com que a água que chega à cachoeira tenha um número bem inferior de coliformes, diferente do que estão apregoando na cidade” e que “A própria queda d’água já elimina uma porção de micro-organismos que não podem viver em contato com o oxigênio”. Que absurdo, usar a cachoeira para tratar dejetos de esgoto!
Ou seja, confirmou o risco para a cachoeira, sem se quer admitir a alternativa de se lançar os dejetos em terra, livrando o rio da contaminação. O medo da população justificou-se mais ainda na imprecisão dos termos usados pelo médico/prefeito: “...número bem inferior de coliformes...”, sem dizer quantos, e “... elimina uma porção de micro-organismos...”, tudo sem definição.
Para uma parte dos moradores da cidade, de fato, o risco de contaminação bacteriana é menor, não pelo que disse o prefeito, mas porque, após a cachoeira, a água é submetida a uma grande quantidade de cloro (outro risco para a saúde), na estação de tratamento. Mas e as comunidades - um total de 48 núcleos - que consomem a água bruta? Além disso, o rio morrerá antes da água ser tratada.
“Esse cidadão” sugere a leitura da fábula: “Quando os burros montam nos cavalos”, ou algo perecido, de autor desconhecido.
(jmpedagogo@bol.com.br)
LIVRAMENTO TERRA BELA
ÉS OASIS DO SERTÃO
GENTE BOA TEM... É VERDADE!
MAS ESTÁ FALTANDO AÇÃO.
ESTÃO QUERENDO ACABAR
COM O QUE DE BELO TEMOS
TÃO QUERENDO CONTAMINAR
A ÁGUA QUE NÓS BEBEMOS.
NOSSA CACHOEIRA É LINDA
DE TÃO BELA FAZ INVEJA
PRA CIDADES QUE NÃO TEM.
MAS ESTÁ FALTANDO AINDA
CORAGEM PRA TODOS NÓS
PRA EVITAR O QUE AI VEM.
VEM SUJEIRA DE ESGOTO
QUE VAI IRRIGAR A PLANTAÇÃO
MUITA COISA QUE NÃO PRESTA
PARA AS CASAS DA POPULAÇÃO.
NOSSOS RIOS TÃO SE AFOGANDO
COM TANTA POLUIÇÃO
ESTÃO PEDINDO SOCORRO
PRA NÃO ENTRAR EM EXTINÇÃO.
RIO BRUMADO E TAQUARI
LEMBRO-ME MUITO BEM,
QUE EU JÁ NADEI ALI.
HOJE SÓ ESGOTO SE VÊ
E O RIO OFEGANTE A MORRER
O QUE DEVEMOS FAZER??
APENAS OBSERVAR E VÊ-LO DESAPARECER?
NÃO SEI O QUE HOUVE MEU DEUS!
FIZESTE TUDO PERFEITO
MAS NÓS SERES HUMANOS
SOMOS TODOS IMPERFEITOS.
SERÁ QUE AINDA TEM JEITO
DE REVERTER A SITUAÇÃO
QUEM DESTERÓI NÃO TEM RESPEITO
É TAMBÉM SEM CORAÇÃO.
GENTE MÁ, GENTE EGOISTA
É QUEM NÃO PENSA NO OUTRO
FAZ QUALQUER MAL POR DINHEIRO
MESMO QUE CAUSE DESGOSTO.
MAS CADA UM PODE SER
AJUDANTE PARA UM MUNDO MELHOR.
POR ISSO DEVEMOS FAZER
TUDO QUE FOR POSSÍVEL
PRA EVITAR O PIOR!
Nosso mundo está sendo destruído sem piedade, realmente estamos chegando ao fim de muitas coisas, e o que é mais triste é o fim do que é saudável e bom.
No tempo em que ainda não se falava no Fraga, em Rio de Contas, o ponto turístico que recebia muita gente, nos fins de semana, era a piscina do balneário Dr. Edilson Pontes. Muitas pessoas vinham de cidades vizinhas para passar o dia na piscina, caminhões vinham de Brumado, ônibus, carros pequenos. Havia dias em que até faltava espaço para estacionamento. Na piscina, muita gente tomava banho ao mesmo tempo, se tocando um ao outro.
E, hoje, o que se vê é abandono, quase ninguém freqüenta aquele local e, agora, com a noticia de que o esgoto de Rio de Contas vai desaguar no rio Brumado, ficará pior. Mas o local denominado Fraga será preservado do esgoto, e a cachoeira denominada “véu de noiva” e a piscina receberão a água suja.
Nossa cidade, em pleno século 21, ainda não possui um local para recreação, seja para crianças, jovens ou idosos. Não há um lugar para um passeio com a família, no final de semana. Só quem é sócio na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) tem esse local para se refrescar sem medo.
Nossos jovens só tem na cidade Lan Houses, onde nada de bom se aprende, só jogos violentos. Bares e mais bares, onde a bebida alcoólica é vendida livremente, carros de sons para surdos ouvirem, com músicas que ninguém entende, só barulho. Nenhum local cultural existe na cidade, estamos entregues ao acaso, e se vire quem puder.
Quando eu era criança, todos os domingos pela manhã eu ia com alguns companheiros passear no lajedo, tomar um banho para refrescar. Mergulhava na água do lajedo, dos regos, do rio e na piscina do Balneário Dr. Edilson Pontes. Passava alguns momentos descontraídos ali, pulando, brincando sem medo de escorregar, pegar uma micose na pele ou entre os dedos dos pés. Bebia, sem medo, água que parecia cristalina, e que descia nos regos daquela redondeza, comia algumas frutas, e ficava ali até a tarde.
Hoje, está tudo diferente. Estive naquele local (o balneário), nos dias 21 de junho e 5 de julho de 2009, fiquei impressionado com tanta sujeira, tanto descuido. Não sei quem deixou chegar a tal situação, não sei de quem é a culpa. Será que é da sociedade livramentense? De quem mora naquele local? Dos governantes públicos?
Está tudo num abandono só, água suja, paredes da piscina cheias de lodo, rachaduras, vazamentos, muita sujeira, muito mato, muito lixo. Um cômodo onde se trocava de roupas caiu, só existe uma parede. Será que alguém já parou para pensar o que representou e o que representa aquele local? Será que não temos memória, será que esperamos acabar, para depois lamentar. Quem poderá socorrer???
Dali, já saiu a energia que iluminou nossa cidade durante muitos anos. Ali, tinha uma hidrelétrica, era um local muito freqüentado por muitas pessoas, nos fins de semana. Ali, se faziam piqueniques, escolas levavam seus alunos para passear. Sábados, domingos e feriados, estava sempre cheio de pessoas de todas as classes sociais e em perfeita harmonia. Hoje já não existe nada disso. Tudo isso acabou e estamos na iminência de perder para sempre aquele local, que poderia ser transformado em museu natural aberto da nossa Livramento.
A situação já está ruim e o esgoto de Rio de Contas está ameaçando pôr um fim na esperança de recuperação daquele local. Quem poderá socorrer aquele local??? Onde está o Ministério Público, onde estão os empresários da construção civil, os donos de lojas, os empresários das frutas, que tanto se enriquecem com o uso da água que recebem de graça para molhar seus pomares.
Água não se planta, não se produz em indústria, é preciso que conservemos os mananciais as nascentes, as matas ciliares, para que a água continue a minar e que se torne pura e cristalina, livre dos esgotos.
O homem tem muita inteligência, a tecnologia tem avançado muito, mas o amor ao próximo está se acabando, e o egoísmo esta aumentando. Será que não existem sistemas de esgotamentos sanitários sem poluir os rios??? Será que teremos de aumentar a contaminação, para, depois, perguntar o que fazer??
Porque não tiram esse encanamento do Rio Brumado que corre pouca água e levam esse encanamento para um rio maior, mais caudaloso como o Rio das Contas (ou para a terra)?? É preciso limpar o rio, tirar os esgotos que ali caem, replantar as matas ciliares, pedir aos donos de terrenos na beirada que respeitem a lei e se afastem cerca de 15 metros de sua margem, e que deixem de ser gananciosos.
Além de tudo isso, precisamos também nos lembrar de fazer um movimento para recuperar o balneário Dr. Edilson Pontes, patrimônio de nossa cidade, lugar de recreação de todas as pessoas, local natural, mas abandonado e sujo. Não podemos fazer de conta que nada está acontecendo. Não podemos dizer: Isso não me afeta! Não estou nem ai ! Não preciso daquele lugar!
Quem pensa assim estará sendo omisso, desumano e até sem amor e respeito às coisas que DEUS criou. Nunca diga: dessa água não beberei, e daquele lugar não precisarei, porque o mundo dá muitas voltas. Portanto, todos devem fazem uma reflexão e perguntar a si mesmos: O QUE ESTOU FAZENDO???
(*) José Maria de Jesus é pedagogo, licenciado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.
claudiomarques.jornalista@hotmail.com Olá, Raimundo! Parabéns a você e a todos que estão se empenhando na luta contra “os atos secretos” que vêm ocorrendo em nossa cidade, entre eles, a questão do despejo de dejetos fecais na nossa bela cachoeira. É muito bom ver as pessoas saindo da alienação em que se encontram e se indignando, mais ainda, protestando diante dos feitos do atual governo, que muitos tinham como a esperança de um governo decente e democrático, onde todos cidadãos pudessem viver uma vida com dignidade. Porém, como estamos vendo, não passa de uma mera continuação do velho governo “Priquitão”.
Acho que a única coisa que mudou mesmo é o fato de termos agora um prefeito do PMDB, uma mudança não tão favorável assim, já que este partido tem um histórico extremamente corrupto. Um ótimo exemplo, atualmente, é o nosso presidente do Senado, José Sarney. Entretanto, outras questões extremamente importantes, como, por exemplo, a concentração de riqueza na mão de poucos, devem fazer parte, também, dos nossos discursos.
Quem visita a nossa cidade e se depara com uma grande variedade de carros de luxo e grandes mansões não acredita que este é um lugar onde há miséria, fome, onde há pessoas vivendo diariamente no lixão comendo restos ou catando latinhas para viver com honestidade, não acredita que existam filas no hospital esperando por um atendimento e, muitas vezes, recebem um péssimo atendimento, não acredita que exista uma grande massa de desempregados, e que muitos ganham 10 reais por dia trabalhando mais de 12hs, de domingo a domingo, na manga e se sentem satisfeitos - enquanto o patrão recebe milhares em cada safra.
Porém, este visitante logo percebe que essa é uma visão extremamente equivocada quando faz uma visita aos bairros periféricos. Quando percebe que o índice de moradores em fator de risco social, ou seja, na pobreza, em nossa cidade, chega a aproximadamente 88% da população. Que apenas 12% detêm toda a riqueza que é produzida. Outro fator grave é que a grande parte da riqueza adquirida destes 12% é fruto da exploração do trabalhador. O filósofo Karl Marx já havia feito esta denúncia da exploração do homem pelo homem, há séculos, e se encaixa perfeitamente na sociedade atual por parte dos grandes empresários de Livramento, principalmente, “os donos da manga e do maracujá”. Segundo Marx, é por meio do trabalho que o homem pode e deve realizar-se. A história da humanidade mostra, porém, uma outra realidade. O trabalho é normalmente realizado como meio de exploração e não de humanização do homem. As condições de trabalho são tão negativas que o homem acaba, quando muito, trabalhando para sua simples subsistência, em níveis degradantes. Gostaria de saber o que esta parcela (os grandes empresários) que desfilam com seus belos carros importados e mantêm suas lindas casas de luxo andam fazendo em favor da nossa comunidade? O que o prefeito e todos os vereadores fazem para termos uma cidade melhor para se viver? E nós, moradores, reivindicamos os nossos direitos ou simplesmente mantemo-nos subservientes ao governo? O filósofo dinamarquês Kierkegaard, do século 19, dizia que um indivíduo passa por três estádios ou permanece num único durante toda sua vida.
Um dos estádios que ele cita é o estádio estético que representa uma opção pelo prazer, pela aventura, pelo descompromisso com o próximo, pelo egoísmo, pelo apego ao mundo material. Esse estádio encaixa muito bem nessa parcela de 12% da população livramentense que não tem o mínimo interesse em mudar a realidade cruel em que nós vivemos e preferem viver na mediocridade. Contudo, a insatisfação lhe é companheira, porque o prazer perfeito nunca é atingido e o instante é fugidio.
(*) Cláudio Marques é aluno do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Cresce em todo o País o protesto dos jornalistas e da sociedade contra a esdrúxula decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extinguir a obrigatoriedade do diploma superior de jornalismo para o exercício da profissão. Sob o comando da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), os 31 sindicatos dos jornalistas manifestam perplexidade e indignação”. As palavras do deputado federal Emiliano José (PT-BA) abriram o seu discurso na Câmara Federal (dia 8/7). Segundo o parlamentar, trata-se de um grande desserviço aos 80 mil jornalistas brasileiros e à sociedade brasileira, provocado pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, e sete outros ministros.
Isso é mais que um retrocesso institucional, profissional e político. “É um vergonhoso atrelamento do STF aos interesses da elite brasileira, ao baronato que controla os meios de comunicação do País, conforme manifesto da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), presidida pelo jornalista Sérgio Murillo de Andrade”.
Emiliano cumprimentou o Colégio de Presidentes de Conselho Seccionais da OAB, que lamentou em comunicado público a decisão do STF, referendando assim a posição do presidente nacional da entidade, Cezar Britto, que manifestou profunda preocupação pela decisão. Cumprimentou também a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que, sob a presidência do jornalista Maurício Azedo, condenou prontamente a decisão que expõe os jornalistas a riscos e fragilidades.
Às condenações da OAB e ABI somam-se as manifestações críticas da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), do CONFEA e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (CONTRAF/CUT), do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), além dos protestos de parlamentares das mais diversas filiações partidárias. Para Emiliano, forma-se um cenário favorável à criação de uma Frente Parlamentar Suprapartidária em defesa do jornalismo independente e dos jornalistas, ultrajados e humilhados em escala nacional. “O dia 17 de junho será sempre lembrado como o dia em que oito ministros do STF se ajoelharam diante dos interesses do baronato da mídia”, disse.
O parlamentar concluiu: Pobre do Brasil, cuja corte suprema demonstra não ter conhecimento suficiente para tomar decisão de tanta importância. Oito ministros confundem liberdade de expressão, liberdade de imprensa, direito de opinião, com o exercício de uma atividade profissional especializada, consolidada no mundo inteiro. Mais do que nunca, cresce de importância a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil.
O show do cantor francês Chris Dúran, dia 1º de julho, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, foi um sucesso e exemplo de que “é possível ter uma festa alegre, sem bebidas, sem drogas e sem violência”, mesmo reunindo um grande número de pessoas. A observação é do pastor evangélico Ulisses Filho, presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos de Livramento-OMEL, promotora do evento.
Chris Dúran mudou sua vida após um acidente |
Ele estima que o público chegou a 10 mil pessoas, lotando completamente a Praça João Marques de Oliveira. Mostrou a força e o carisma de um cantor que, no auge da fama de artista internacional, abandonou tudo para se converter de católico (chegou a ser coroinha) a integrante e pastor da Igreja Evangélica. Entre os presentes ao seu show, em Livramento, havia pessoas de todas as religiões, embora a maioria fosse, claro, de evangélicos.
Descoberto por um caça-talentos, que também era produtor de Julio Iglesias, Chris Dúran começou a carreira de cantor em 1998, época em que gravou um CD em espanhol (Te perdi), cuja canção de trabalho virou tema da novela da Globo e também estourou nas paradas de sucesso dos EUA. Em 1999, ele embalava o tema do personagem principal da novela “Andando nas Nuvens”, o anjo Thiago, interpretado por Caio Blat, ocupando as paradas de sucesso no Brasil.
Adorado entre adolescentes, conquistou fama e dinheiro, até que um grave acidente de automóvel, no Chile, mudou completamente a sua vida.Tornou-se evangélico e hoje é pastor da Igreja Apostólica Geração da Conquista, no Recreio dos Bandeirantes, depois de trocar Miami pelo Rio de Janeiro, onde mora há cinco anos.
Clique aqui para ler o testemunho de Chris Dúran
Veja mais fotos do show em Livramento de Nossa Senhora
A Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, divulgou Edital (nº 001/2009), assinado pelo prefeito Carlos Roberto Souto Batista e publicado em 3 deste mês, no Diário Oficial do Município, via internet, convocando candidatos aprovados no último concurso público, para serem investidos nos respectivos cargos. De acordo com o Edital, os convocados devem comparecer à sede da Prefeitura, na Praça D. Hélio Paschoal, 94, Centro, procurar o setor de pessoal, de 6 a 10 de julho de 2009, das 8h às 12h e das 14h às 17h, portando cópia e original dos seguintes documentos, além de foto:
RG (carteira de identidade); CPF; uma foto 3x4; número do PIS/PASEP; certificado de reservista (sexo masculino); título de eleitor e comprovante de votação da última eleição, registro profissional (dentro do prazo de validade) e certificado escolar (o exigido no Edital do concurso); comprovante de residência, certidão de nascimento ou casamento e certidão de nascimento dos filhos (se houver), com cartão de vacinação.
Diz o Edital que os candidatos também deverão apresentar-se na sede da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, no dia 13/07/2009 (segunda-feira), às 8h, para retirada da senha de atendimento, com os seguintes resultados de exames laboratoriais: hemograma completo, glicemia, uréia, creatinina, sumário de urina, parasitológico de fezes, tipo sanguíneo, raio-X de tórax e eletrocardiograma, cuja apreciação caberá análise pela comissão especial, nomeada por via da Portaria 26/2007.
E lembra que o candidato convocado para nomeação, obriga-se a declarar, por escrito, no prazo máximo de cinco dias úteis, a contar da data da apresentação do resultado dos exames laboratoriais, se aceita ou não o cargo para o qual está sendo convocado.
(por cargo e ordem de classificação)
PROFESSOR DE GEOGRAFIA
6º - MABENNE KARLA DIAS DA CRUZ - RG 0758612915
7º - ISAQUE ABREU OLIVEIRA - RG 0772088624
PROFESSOR DE HISTÓRIA
6º - LUIZA PEREIRA DE AGUIAR – RG 1177250306
PROFESSOR DE MATEMÁTICA
6º - ANTÔNIO CARLOS BASTOS SOUSA – RG 0984070079
7º - VANUSA DA SILVA LEÃO – RG 0681913320
PROFESSOR DE PORTUGUÊS
6º - NIVALDO FLÁVIO SOUSA DIAS – RG 758021208
7º - NEUSA MARIA LIMA SANTOS – RG 1123802637
PROFESSOR NÍVEL I
81º - ARCANJA VIEIRA TRINDADE – RG 0881104868
82º - RUTINÉIA COTINGUIBA GOMES – RG 6515491
83º - PATRÍCIA OLIVEIRA SANTOS – RG 08316025
84º - LUCIANA SOARES LIMA – RG 0666239010
85º - HÉLIA LOPES MEIRA – RG 0715047108
86º - ELISÂNGELA ALVES SILVA CELIS – RG 0715482700
87º - JOÃO PAULO DA SILVA PEREIRA - RG0766672433
88º - PATRÍCIA DE SOUZA MENDONÇA SILVA – RG 0714367311
89º - NADILSSON CARLOS DIAS BONFIM – RG 0967845556
90º - CARLOS NEVES DA SILVA – RG 0804624569
91º - CARLOS MAGNO NOVAIS DIAS – RG 0957890141
92º - MISLENE VIEIRA DOS SANTOS – RG 1131088778
93º - SERGIOMAR BARBOSA DA TRINDADE – RG 1391121031
94º - PATRÍCIA OLIVEIRA SOUZA – RG 1434507009
95º - MÔNICA NEVES CORREIA – RG 1434301575
96º - VANDERLANDA FLORES DE ATAIDE – RG 0922864454
97º - MAURI MESQUITA DA SILVA – RG 1126458104
98º - HERNANI WILSON NOVAIS DIAS – RG 1169092349
99º - ADAUTO NEIVA TRINDADE – RG 0151990800
100º - CILENE CARNEIRO ALVES – RG 0254738753
101º - APARECIDA NEVES PESSOA SILVA – RG 0422218898
102º - VILMA DE CARVALHO SILVA – RG 0163754675
103º - CLEUZA LIMA DE CASTRO MALAQUIAS – RG 372450878
104º - NEUZA AZEVEDO SILVA MACHADO – RG 1637505
105º - DEUSDETE PEREIRA DA SILVA – RG 0786997036
106º - VIRGÍNEA DOS SANTOS SPÍNOLA – RG 5179490
107º - LUCINÉIA DA SILVA NEVES – RG 0760498504
108º - LÚCIA MARIA QUEIROZ ALVES – RG 5697857
109º - MARLÚCIO ANDRÉ DOURADO ALCÂNTARA – RG 0715471180
110º - APARECIDA ADRIANA DE CAIRES – RG 366563385
111º - JOSÉ APARECIDO DA SILVA – RG 0881359424
112º - SILVANA MEIRA DE SOUZA – RG 1119973562
113º - MARIA JOSÉ CAIRES CORDEIRO – RG 0794125050
114º - MARLÚCIO PEREIRA SILVA – RG 0962568694
115º - MARILUZE TANAJURA MATIAS – RG 0585025215
116º - RAFAELLA DOURADO AZEVEDO NEVES – RG 0886902191
117º - GONÇALA SANTANA CAMBUÍ VIEIRA – RG 1156475201
118º - REGIANE DOS SANTOS AGUIAR – RG 0783639503
119º - MARIA APARECIDA E SILVA NOBRE – RG 1014127203
120º - RONELSA APARECIDA DIAS RODRIGUES – RG 0557343149
O Edital alerta que o não atendimento à convocação será considerado como desistência, sem direito de recurso administrativo, sendo convocado o próximo candidato da lista de classificação.
Clique aqui e veja íntegra do Edital ou acesso o site http://www.livramentodenossasenhora.ba.io.org.br
“(...) Todo o bem qui nóis tinha era chuva, era amor.../Num tem nada não.../Nóis dois vai penano assim/Campo lindo, ai qui tempo ruim/Tu sem chuva e a tristeza em mim (...)”. Trecho da letra de um dos clássicos do versátil cantor e compositor Elomar, que, mesmo recluso no sertão, de onde nunca fez questão de sair, residente em Vitória da Conquista, na Bahia, que é tema de um bem elaborado texto enviado ao “O Mandacaru”, pelo estudante Jadher Assunção. Clique aqui para ler.
É o que assegura a Constituição do Brasil (art. 225) a todos os cidadãos deste país, que impõe “ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Portanto, independe da vontade de gestores ocasionais, muitas vezes incapazes de perceber a grandeza do assunto ou movidos por conveniências pessoais. Um sistema de gestão se revela incapaz e se torna ineficiente quando se manifesta incompetente em compreender e planejar o futuro, abdicando do seu compromisso para com a coletividade.
A preocupação e esforço gerencial da administração pública, para não falar em inteligência, pois inteligência por vezes não há, devem se direcionar integralmente ao interesse público, sobrepondo-se às conveniências pessoais e ou políticas. O pensamento administrativo deve se expandir para corresponder ao significado da grandiosidade da vida comunitária, que jamais deve ser comprimida no quadrante limitado de uma gestão incapaz. É nesse sentido que deve ser entendida a procuração dada pelo voto e não para a prática de desmandos.
Até mesmo porque a sabedoria coletiva, ainda que sem rebuscamento técnico e intelectual, acaba vencendo e pondo-se acima da mediocridade político-gerencial que se abate sobre uma comunidade, principalmente nos tempos modernos. Ainda que, na prática, não represente muita coisa, a não ser a quebra, periodicamente, de certas hegemonias, de certos círculos viciosos e deletérios, como nos exemplos das eleições municipais de 2004, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, e a estadual, de 2006.
Pior é quando ocorre dos afiados críticos de outrora, quando alçados ao poder, tornarem-se tão medíocres e ineficientes quantos os antecessores, com enormes prejuízos e frustrações para a comunidade. E isso é predominante no Brasil. A principal exceção recente talvez seja a do poder central, em que o governo de Luiz Inácio da Silva, a despeito das inúmeras fendas que apresenta, tem sido, em tudo por tudo, melhor do que o do antecessor Fernando Henrique Cardoso, que enganou o Brasil, não o mundo, com sua lábia intelectual.
No item “sabedoria coletiva”, podemos dizer que está mais do que claro que a população de Livramento de Nossa Senhora, incluindo as pessoas que evitam se manifestar publicamente, não aceita o risco de contaminação e possibilidade de desaparecimento da sua cachoeira, em razão do repudiado lançamento dos dejetos sanitários da vizinha cidade de Rio de Contas no Rio Brumado. A direção da Embasa esgotou os esclarecimentos técnicos em torno da eficiência do tratamento a que garante submeter tais resíduos, embora reconhecendo que remanescerá um índice de pelos menos 1.000 coliformes fecais por cada 100 ml de água.
Ainda que venha a ser assegurada a eliminação total da contaminação bacteriológica, por conta da adição de cloro, na estação de tratamento da água, ainda subsistirão os resíduos químicos, e o risco do rio e cachoeira (antes da estação) serem permanentemente afetados. Sem falar no perigo integral que continuará existindo para as populações que consomem a água bruta, colhida ao longo dos canais naturais e nas vias de irrigação do Projeto do DNOCS.
De qualquer modo, os esclarecimentos técnicos, durante a “reunião comunitária” que acabou ganhando conotação política, não convenceram nem mesmo aos cidadãos comuns, que estão a fazer as já popularizadas perguntas: “por que não jogar os dejetos em outro local, deixando a água do rio 100% pura, como sempre foi o desejo dos moradores?” e “se o tratamento do esgoto é tão eficiente, não deixando risco para a saúde, por que não será o mesmo lançado na Cachoeira do Fraga, em Rio de Contas?”.
Em reforço aos esclarecimentos dados pelos técnicos da Embasa, o prefeito de Livramento, Sr. Carlos Roberto Souto Batista, que reafirmou peremptoriamente seu apoio ao lançamento dos esgotos no Rio Brumado, disse que, ele mesmo, vai monitorar o tratamento. Suas exatas palavras foram: “Eu vou monitorar esse projeto”. E, como que para não ficar dúvida, repetiu: “Vocês podem me cobrar, que eu vou monitorar esse tratamento”. Determinação, aliás, que já poderia ter sido aplicada, para melhorar a situação atual, que é considerada ruim.
Mas não diria que houve excesso verbal e nem que haja motivo para se duvidar das palavras e determinação do prefeito. Mas ele nunca poderá cumprir integralmente o que prometeu, pois não tem qualquer autoridade ou poder gerencial junto a Embasa, que é uma empresa do Estado. E, ainda que tivesse, não será prefeito eternamente. O máximo que poderá fazer, e poderá fazê-lo independente de ser prefeito, é coletar amostras de água e realizar exames periódicos, mas eventuais providências somente a empresa de águas poderá tomar.
O que se teme atualmente e se quer evitar preventivamente é um desastre ecológico, que poderá resultar na morte do rio e da cachoeira, o que só será visível, no médio ou longo prazo, como aconteceu com o “pinicão” de Livramento. E, quando isso ocorrer, o prefeito já não será mais prefeito e a atual diretoria da Embasa já terá desaparecido. Ademais, se o Estado é tão deficiente na prestação de outros serviços importantes, como saúde, educação, estradas, segurança etc., porque só a Embasa seria uma ilha de eficiência, e apenas em Livramento de Nossa Senhora?
E quando o leite já tiver sido derramado, aparecerá alguém, inclusive do governo (que será outro), lá na frente, para questionar: “E por que ninguém fez nada quando a obra estava sendo realizada?”. Então, a população está certa em querer providências preventivas, agora, como o despejo dos dejetos em terra, por exemplo, e em exigir proteção do nosso santuário ecológico e água 100% pura, que deveria ser o principal objetivo da obra de saneamento que se realiza em Rio de Contas.
Mas os executivos municipais e da Embasa preferem desqualificar as denúncias que a mídia tem veiculado, mais especificamente esse jornalista, sob os ultrapassados e equivocados argumentos de que sou de direita e, notadamente, de que estou a serviço da facção política local contrária. Nem mesmo se deram conta de que não existe mais facção contrária, tudo está embalado, monoliticamente, no mesmo projeto de governo, de costas para a população.
Ainda quanto à dita “facção política contrária”, onde os caolhos representantes do o governo municipal me colocam, é imperioso ainda lembrar, que aqui ela só se manifesta nas vésperas de eleições, para a mesma pregação ilusória de sempre, pela qual, por esses fenômenos inexplicáveis da vida, muitos ainda se deixam seduzir.
A decisão do Supremo Tribunal Federal, no dia 30 de abril deste ano, de declarar inválida, por sete votos a quatro, a Lei de Imprensa, de 1967, suscitou necessariamente a discussão sobre o vácuo legal que deixou desamparada a cidadania brasileira. A grande mídia já se mobilizou, fez encontro no Congresso Nacional, e disse com toda nitidez que a decisão é correta e que nada mais deve ser feito. Ela vive no melhor dos mundos. Até porque, para completar a dose, o STF também aboliu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.
Os grandes meios de comunicação, aquelas poucas famílias que controlam a produção do discurso sobre a realidade no Brasil, despejaram parte do seu arsenal na direção dos que querem a elaboração de uma nova lei de imprensa. Parece que uma nova lei seria um crime contra as liberdades. O advogado José Paulo Cavalcanti Filho, na contramão dessa visão, em artigo publicado na Folha de S. Paulo (7/5/2009), lembra que dos 191 países da ONU só um não tem lei de imprensa: o Brasil.
Acreditar na possibilidade de uma espécie de auto-regulação por parte da mídia é conto da carochinha. Salvo sempre as honrosas exceções, Caros Amigos entre elas, a mídia brasileira, com sua tradição de compor-se rigorosamente com os projetos políticos conservadores, não tem condições de auto-regular-se, de exercer uma atividade cidadã, e de praticar, por exemplo, para além de outros aspectos, um jornalismo fundado nos fatos, com ênfase na verdade. Infelizmente, trata-se de uma das mídias mais partidarizadas do mundo, fingindo que não é.
Sou jornalista e sou deputado federal pelo PT da Bahia. Propus ao líder do meu partido, Cândido Vacarezza, que fizesse um requerimento ao presidente da Câmara, Michel Temer, propondo a criação de uma Comissão Especial para a elaboração da nova lei de imprensa. Até agora, não houve resposta. O clima que eu sinto, no entanto, é de medo. Os parlamentares têm um temor reverencial diante da mídia, ao invés de tratá-la com naturalidade e com a importância que ela tem.
É exatamente pelo peso que a mídia tem, por sua natureza estruturante das sociedades contemporâneas, pela dimensão que tem para a vida brasileira, que o povo brasileiro tem interesse numa regulação legal da atividade. Trata-se de lutar uma lei de imprensa democrática, sob o Estado democrático, adequada à sociedade midiática em que vivemos. A cidadania não pode ficar de braços cruzados diante dessa luta. (Publicado em Caros Amigos , 26 de junho de 2009)