Foi bastante concorrido o lançamento do livro TRAJETÓRIA – Reportagens sobre Livramento de Nossa Senhora, do jornalista Raimundo Marinho dos Santos, dia 27 de novembro de 2009, no espaço cultural da Livraria Café com Letras. O ato reuniu pessoas dos vários segmentos sociais da comunidade local, de diversos credos religiosos e de variadas correntes políticas.
O autor do livro, jornalista Marinho, disse que ficou satisfeito com o sucesso do evento, dizendo-se “profundamente sensibilizado com as manifestações de carinho e de apoio recebidas durante a sessão de autógrafos”. Afirmou que a obra é um tributo aos seus conterrâneos e à terra em que nasceu e, por isso, “espero que todos que me prestigiaram sejam recompensados com a leitura do livro, que considero um modo de rever a história do nosso município, nos últimos 33 anos”.
Para ele, “o interesse dos livramentenses pelo livro demonstra, também, interesse por um conhecimento mais profundo sobre o município e a preocupação de todos em contribuir para a construção de um futuro ainda melhor para nossa comunidade”. O jornalista aproveitou para agradecer, através de O Mandacaru, a todas as pessoas que foram à Livraria, não apenas contribuindo com a aquisição da obra, mas e principalmente pelas manifestações de apreço e carinho para com o autor.
NA “CAFÉ COM LETRAS”
Aqueles que, por algum motivo, não puderam comparecer ao lançamento podem adquirir o livro na Livraria Café com Letras (Praça Zezinho Tanajura, ao lado da Pousada Pôr-do-Sol, em Livramento de Nossa Senhora - Bahia), ao custo de R$25,00 o exemplar. Quem estiver fora de Livramento, poderá solicitar o exemplar por via postal (mais informações podem ser obtidas através do contato deste site ou pelos telefones 77 3444-1549 e 77 3444-2319).
O governo da Bahia está comunicando a suspensão preventiva da captação de água para consumo humano em seis poços artesianos e mananciais superficiais de água na zona rural de Caetité (757 km de Salvador), Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora. O motivo é a existência, detectada pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá) e Secretaria Estadual da Saúde, de elementos radioativos em amostras de água coletadas para exames, naquelas localidades.
O Ingá recolheu as amostras no último mês de setembro e a informação distribuída pelo governo estadual menciona que as prefeituras dos citados municípios foram notificadas dos resultados, desde a última sexta-feira, dia 27. A notícia foi pulverizada rapidamente pelos sites informativos da Bahia. Os prefeitos, porém, ao invés de disseminar as informações e esclarecimentos junto à população, estão de bico calado.
Segundo os técnicos do Ingá, a análise detectou a presença de radioatividade alfa e beta acima do índice permitido pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde e os poços mencionados devem ser lacrados até segunda ordem, diz o informe oficial. O Ingá esclarece que ainda não detectou o que está provocando a radiação na água, ressalvando, porém, que as investigações continuam, com a realização de novas análises, devendo divulgar os resultados em 20 dias.
JAZIDA DE URÂNIO É SUSPEITA
Uma equipe da Defesa Civil do Estado deverá se deslocar para a região, para providenciar o fornecimento alternativo de água para as famílias das áreas onde a água apresenta-se contaminada. O silencio dos prefeitos é preocupante, uma vez que a substituição das fontes de água deveria ocorrer em caráter de emergência.
Embora a informação oficial tenha omitido, sabe-se que no município de Lagoa Real existe uma grande jazida de urânio, que vem sendo constantemente denunciada exatamente por suspeita de contaminação do meio ambiente, incluindo as fontes de água. Por enquanto, é a principal suspeita de contaminar com radioatividade os poços citados, que inclui, como citado, áreas do município de Livramento de Nossa Senhora.
Duas picapes de luxo, pertencentes ao Governo da Bahia – uma ranger da Ford, placa JRM-3573 - Bahia, e uma L200 4 x 4 da Mitsubishi, placa KJS-3136-Moreno-PE (fotos) – se encontravam tranquilamente, em pleno domingo de sol (por volta de 11h), dia 22 de novembro de 2009, no estacionamento do balneário conhecido como “Cachoeira do Fraga”, vizinho à cidade de rio de Contas, Bahia. No adesivo identificador dos veículos, lia-se “Governo da Bahia, Terra de Todos Nós, Uso Exclusivo em Serviço”. Mas, em sendo um domingo ensolarado, sem qualquer serviço de emergência realizado no local, naquele dia e horário, as evidências claramente indicam que os luxuosos e caros veículos estavam mesmo era no “uso exclusivo privado”, por alguém no exercício abusivo da mordomia, à custa de quem paga impostos ao Estado.
Dez pessoas participaram de um curso de cerâmica, promovido pela Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, através da Secretaria Municipal de Assistência Social. Os contemplados atuam nas comunidades rurais de Telha e Cruzeiro e receberam aulas sobre como melhorar a técnica de produção de artefatos de barros. O curso, de 320 horas, foi ministrado pelo artesão Paulo Francisco Marques Lima, de Salvador.
Segundo ele, o objetivo foi possibilitar aos participantes meios de aprimoramento da estética e, conseguintemente, agregar valor comercial aos produtos. O material produzido durante o curso integrou a I Exposição de Arte em Cerâmica (fotos), em Livramento, dias 26 e 27 de novembro, durante a qual houve a entrega de certificados de participação no curso, feita pela secretária de Assistência Social, Silvana Spínola.
Será na próxima sexta-feira, 27 de novembro de 2009, o lançamento do livro TRAJETÓRIA – Reportagens sobre Livramento de Nossa Senhora, de autoria do jornalista Raimundo Marinho dos Santos. O local é a Livraria Café Com Letras, na Praça Zezinho Tanajura, em Livramento, das 17h30 às 20h30. O acesso é livre, também para quem não recebeu a tempo a programação.
A Câmara de Vereadores de Livramento aprovou, na sessão de ontem (23.11.2009), por unanimidade, Moção de Aplausos e Congratulações ao jornalista Raimundo Marinho, pelo lançamento do livro. O vereador Paulo Roberto Lessa Pereira, autor da proposta, ao justificar a iniciativa, disse que muitas das reportagens reunidas na obra contribuíram decisivamente para a introdução de melhorias e benefícios no município de Livramento de Nossa Senhora.
O vereador citou como exemplo as denúncias contra erros e irregularidades no projeto de irrigação do DNOCS, resultando no redirecionamento da obra. Também se manifestaram os vereadores Marilho Matias, parabenizando o jornalista e destacando seu interesse por Livramento; e o vereador Ilídio de Castro, presidente da Casa, enaltecendo a obra como fonte de pesquisa e a preocupação do autor em “procurar resgatar a memória do nosso povo”.
Com a cisão entre o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o governador Jaques Wagner (PT), os cargos públicos na Bahia voltam a ser leiloados. Quem os ocupava por indicação do PMDB vai perdê-los para a facção adversária, que ficou do lado de Wagner.
Em Livramento de Nossa Senhora, foi confirmado que o governador entregou todos esses cargos ao deputado Nelson Leal, do grupo político do ex-prefeito Emerson leal, adversário ferrenho do atual prefeito, Carlos Roberto Souto Batista.
Os cargos mais visados e que já estão na alça de mira são os de chefe da Diretoria Regional da Educação, com sede em Brumado; o de delegado de polícia, em Livramento; e as diretorias de alguns colégios, como o tradicional Colégio Estadual João Vilas Boas. A caça aos substitutos já começou.
O Moto Clube Asas da Chapada promoverá, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, de 10 a 13 do próximo mês de dezembro, o encontro “Bye Bye 2009”, confraternização anual destinada a promover o intercâmbio e o motociclismo responsável, na região. Segundo os organizadores, é uma oportunidade, também, para alavancagem da economia das cidades sedes, principalmente no setor turístico, envolvendo hotelaria e comércio de alimentos.
Haverá exposição e venda de motos, peças e acessórios e os organizadores estimam o comparecimento de um público rotativo de 25.000 pessoas. O palco do evento será a Praça Hélio Pascoal, onde, além de exibições de motos, haverá shows de diversas bandas e a apresentação do cover de Raul Seixas, Ely Pinto. Durante a programação, os motociclistas sairão para passeios ecológicos pela região.
A adutora que levaria água potável, captada diretamente da cachoeira, para o distrito de Itanajé, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, já pode ser considerada um engodo. Cantada e decantada pelo ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, e pelo prefeito Carlos Batista, resultou em retumbante fracasso. Entre as insuspeitas testemunhas da frustração está o vereador situacionista José Araújo Santos, da Mesa Diretora da Câmara. Na última sessão da casa, em 16 de novembro, se indignou: “Sempre foi falado Adutora de Itanajé, mas a água não está chegando lá”. Ele e o vereador João Louzada representam aquele distrito.
Mal planejada, executada pior ainda, além de ter suprimido o trecho que a levaria até a Vila de Iguatemi, a obra foi orçada em quase R$4 milhões de reais, com recursos da União. Parece está havendo defeito técnico de construção a partir do ponto de bombeamento, que deveria ser por gravidade, mas que estaria localizado abaixo do nível do destino da água. O ministro, em um arroubo eleitoreiro, prometeu inaugurar a obra em agosto de 2008, ano das eleições municipais, mas, na verdade, nunca a inaugurou, e a população, frustrada, continua a sofrer com a falta d’água.
Há sinais de certa maturidade e independência, ante o Executivo, na Câmara de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, no atual ano legislativo. Situação e oposição aproximam a linguagem, a ponto de alguns vereadores assinarem propostas e indicações em conjunto. Não se sabe se pela renovação, ocorrida nas últimas eleições, ou se por interesses contrariados.
Exemplo disso foi a última sessão (16 de novembro), quando houve críticas veladas ao descaso administrativo em que se encontra o município. A reunião foi dominada por temas como falta de manutenção das estradas municipais, em verdadeiro caos; falta de iluminação pública na maioria dos distritos e povoados; e falta de água para consumo humano.
O vereador José Araújo falou como um oposicionista: “é um absurdo, o povo paga, mas não tem a iluminação pública. Pedem, pedem e não são atendidos”. Ele atribuiu a falta d’água e de luz, em várias comunidades rurais, à incompetência dos administradores, arrematando que “estou aqui para votar a favor do povo e não do poder”. No caso, o poder é o seu próprio aliado, prefeito Carlos Batista.
Os edis frisam, principalmente, que é cobrada uma taxa de iluminação pública e o serviço não é prestado. Nisso têm razão, mas eles são os próprios culpados, pois sabiam dessa possibilidade, mas, mesmo assim, para atender ao prefeito, na legislatura passada, aprovaram a polêmica Cosip, mesmo contra veementes protestos da oposição e da própria comunidade. O imposto rende hoje de R$50 mil a R$60 mil mensais, segundo o vereador Paulo Lessa, que seriam mais que suficientes para o suprimento de lâmpadas.
Além da falta de luminárias, os parlamentares reclamam também da falta de rede elétrica em muitas comunidades, em pleno século 21 e apesar do programa “Luz para todos”. Entre essas comunidades, estão Curral do Meio, Lajedo e Várzea do Morro. Para suprir a falta, os vereadores José Araújo (situação) e João Amorim (oposição) pediram providências ao prefeito do município.
Cláudio Marques, estudante de jornalismo da UESB
A natureza vem sendo transformada em ritmo acelerado pelas práticas inconseqüentes do ser humano, que a destroem e contribuem para a extinção de espécies animais e vegetais. Polui o ar, o solo e principalmente a água. Apesar de o homem ser parte integrante da natureza, ele a destrói. Por quê? Esta é uma pergunta que deverá ser respondida antes que as próximas gerações venham a sofrer conseqüências dramáticas causadas pelas ações mal planejadas do homem.
Uma campanha do Instituto Ciência Hoje, exibida na TV Globo, tenta chamar a atenção para o que pode vira acontecer se não cuidarmos imediatamente do nosso planeta. Na campanha, aparece um “louco” na praça em cima de um banco alertando as pessoas para um futuro drástico: “Quem mandou mexer com a Mãe Natureza? Quem mandou? (...) É rico, velho, pobre, criança, todo mundo vai sofrer as conseqüências. Os mares vão subir, a inundação vem aí e a seca também. As florestas vão desaparecer, os alimentos vão sumir. Quem mandou mexer com a Mãe Natureza!”.
Tudo isso parece loucura, mas desastres já estão acontecendo. O aquecimento global já é uma realidade. A prova mais evidente é no Pólo Norte, mas também em outras regiões do planeta, assoladas por inundações, furacões, secas e outros fenômenos trágicos. Os efeitos se ampliam como se fossem cascata.
O Pólo Norte a cada ano bate recorde de encolhimento em extensão do mar congelado. No fim do verão passado, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), foi mais de 1 milhão de quilômetros quadrados descongelados (área equivalente a um quinto da Amazônia) – o suficiente para abrir uma passagem entre o Atlântico e o Pacífico pelo norte, que antes não existia.
Tanto no Ártico como na Antártica, o fenômeno provoca o aumento do nível do mar – uma das piores conseqüências do aquecimento global. Com meio metro de elevação, calculam cientistas brasileiros, 100 metros de praia seriam consumidos no nordeste brasileiro. Ilhas-nações do oceano Pacífico e países baixos como a Holanda ou regiões como o delta do Ganges, em Bangladesh, seriam inundados.
Em dezembro, será realizada a Conferência de Copenhague que contará com a participação de todos os 192 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo dos organizadores do evento é levar os países a um consenso mundial, por meio da fixação de metas para a diminuição da emissão de gases. Mas, de acordo com Yvo de Boer, secretário principal da parte de Mudanças Climáticas da ONU, a probabilidade de se chegar a um acordo global no final da COP15 é cada vez menor, pois até o início da conferência só restam 5 dias oficiais de negociação para que todas as lacunas sejam preenchidas.
O governo brasileiro vai a Copenhague com o compromisso de reduzir as emissões dos gases do efeito estufa em até 38,9% até 2020, já que o país é o quarto maior emissor. A contribuição mais importante que o Brasil pode dar para o combate ao aquecimento global é a redução do desmatamento da maior floresta tropical do mundo – a amazônica. Isso porque, apesar de ter um grande parque industrial, a matriz energética brasileira é constituída principalmente pelas hidrelétricas e não contribui significativamente para o efeito estufa. O desmatamento, contudo, é responsável por cerca de 75% de 1 bilhão de toneladas de gás carbônico emitidas. Desse total, 59% são provenientes da Amazônia. Além de contribuir para o aquecimento global, o desmatamento da Amazônia traz conseqüências para o regime de chuvas do continente.
Recentemente, o presidente Luis Inácio Lula da Silva fez algumas observações que parecem ser pertinentes: "Tem uma diferença muito grande entre os países ricos que têm política industrial há mais de 150 anos e os países pobres, que estão começando a se desenvolver agora e os países emergentes”, disse Lula, ressaltando que a proposta deve medir quanto cada país vem emitindo de gás na atmosfera ao longo de sua história.
Resta saber se os grandes poluidores vão continuar brincando com o aquecimento global, fingindo que tudo isso é invenção de cientistas malucos – como é o caso dos Estados Unidos, que insistem em não reduzir as suas emissões. Parece que os “donos do mundo” não se deram conta de que o homem faz parte da natureza e que quando a desrespeitamos estamos nos desrespeitando também. Não perceberam ainda que todos vão sofrer as conseqüências do aquecimento global, até mesmo eles.
O projeto de lei do Poder Executivo municipal que estipula o Plano Plurianual de Administração, do Município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, foi discutido ontem (16.11.2009), em audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores, à qual compareceram menos de 10 pessoas, quando a população do município supera os 40 mil habitantes, cerca de 17 mil apenas na sede. A sessão foi aberta com oito dos nove vereadores presentes e apenas duas pessoas no auditório, o jornalista Raimundo Marinho e a professora Márcia Oliveira.
Segundo o jornalista, isso prova a razão pela qual os gestores públicos e os políticos em geral tratam com tanto desdém os problemas da nossa cidade, acrescentando que “a maioria das pessoas participa do processo eleitoral e vota como se assistissem a uma competição esportiva, em que tudo é esquecido tão logo o jogo acaba”. E lembra: “com isso, deixa um grande espaço aberto para que políticos inescrupulosos tratem a coisa pública como se fosse o quintal de suas casas”.
PLANO PLURIANUAL
O Plano Plurianual da Administração Pública Municipal, no caso para o quadriênio 2010 a 2013, é uma imposição da Constituição brasileira, a todos os entes federativos (União, estados e municípios). O objetivo é forçar o gestor a ter um planejamento, com a especificação das metas e os correspondentes recursos a serem gastos e ou investidos. Tratam-se, principalmente, dos serviços e obras a serem realizados, dentro das necessidades da comunidade e do interesse público.
Para realizar o seu PPA, a Prefeitura Municipal de Livramento, sob orientação do prefeito Carlos Roberto Souto Batista, promoveu reuniões nas principais comunidades, envolvendo distritos, povoados e na sede, para a coleta de sugestões, com vistas à elaboração do plano. Como destacaram as próprias autoridades municipais, houve intensa participação e um substancial acervo de sugestões e colaborações, além de críticas, foi reunido durante esses encontros.
FALTAM ESPECIFICAÇÕES
Ao se manifestar durante a audiência pública, na Câmara de Vereadores, o jornalista Raimundo Marinho destacou que o anteprojeto apresentado “não fez justiça ao esforço da população em contribuir, pois fez constar apenas de forma genérica, no bojo do plano, as colaborações colhidas”. Para Raimundo Marinho, as sugestões deveriam ter sido melhor compiladas e, ainda que de forma resumida, especificadas no projeto, “não só para evitar desvios, por parte dos gestores, como para possibilitar o acompanhamento e a cobrança por parte dos moradores”.
O jornalista alertou os vereadores para que, na discussão do projeto, antes da aprovação final, seja feita essa alteração, para que se contemplem os verdadeiros anseios da população, que eles, por mandato conferido pelo voto, representam. Raimundo Marinho também apontou a existência da concentração de verbas orçamentárias, considerando-as desproporcionais, na manutenção de órgãos públicos, ao invés de serem direcionadas para obras e serviços de interesse da população.
Citou como exemplos: Secretaria de Administração (R$6,8 milhões); Secretaria de Governo (R$1,7 milhão); Secretaria da Agricultura (R$1,6 milhão); Secretaria de Obras (R$1,5 milhão) e Secretaria do Bem-Estar Social (902 mil). “Esses recursos serão gastos, durante quatro anos, com os gabinetes dos secretários e a estrutura dos órgãos, sem gerar qualquer benefício direto para a comunidade”, diz. “Até porque”, complementa, “alguns desses órgãos poderiam ser extintos ou reduzidos de tamanho, direcionando-se suas verbas para investimentos”.
IPTU IRRISÓRIO
O jornalista criticou, também, a falta de vontade política da Administração de enfrentar a necessitada de se cobrar impostos municipais em bases reais, como o IPTU, cuja meta é arrecadar apenas R$338.623,00 em quatro anos. Lembra que “esse valor poderia ser arrecadado em apenas um ano, sem qualquer sacrifício para os contribuintes”. Irrisória ainda, apontou, é a meta de arrecadação para a “contribuição de melhoria”, um tributo municipal para custear obras que valorizam imóveis do contribuinte, que é de ridículos R$28.202,00, em quatro anos.
Além de Raimundo Marinho, somente a professora Márcia Soares Oliveira se manifestou, do plenário, fazendo um contundente apelo às autoridades locais, de modo especial aos vereadores, para que lutem pela implantação de uma escola pública de nível superior, em Livramento de Nossa Senhora. Praticamente implorou para que fossem sensibilizadas as autoridades educacionais do Estado, ou o próprio governador, nesse sentido. Fez o apelo com a sensibilidade e preocupação de educadora, levando em conta que a iniciativa beneficiará, como reivindicou o bispo diocesano local, D. Armando Bucciol, uma comunidade de mais de 300 mil pessoas, em 20 municípios.
GENERALIZAÇÕES PERIGOSAS
Questionado ao final da audiência pública, sobre o que achou da reunião, o jornalista Raimundo Marinho lamentou a ausência da população e manifestou o desejo e a confiança de que os vereadores façam os ajustes exigidos. Disse que ficou muito satisfeito com o comportamento dos edis, que, nos debates, demonstrou maturidade e independência, ficando evidenciada a convergência de vontades e opiniões entre vereadores da situação e da oposição.
“Até porque”, lembrou o veterano repórter, “as metas do PPA são muito genéricas e, ao contrário, a lei manda que sejam exauridas as possibilidades de especificação, para vincular o gestor. As generalidades deixam um espaço bem maior do que o que a lei tolera, para a chamada discricionariedade, que é a faculdade que o gestor público tem de decidir, quando a previsão e a especificação forem impossíveis ou inviáveis”.
Para Raimundo Marinho, “a concentração de grandes somas de dinheiro sob a rubrica genérica de manutenção, como no caso das secretarias citadas, é muito perigosa, pois pode favorecer os condenados desvios de finalidades e até mesmo o locupletamento”.
Afirmou que “o ideal é que a comunidade saiba onde o dinheiro será alocado e que possa acompanhar e fiscalizar sua aplicação, pois é assim que a lei exige. Cabe, agora, aos vereadores, como representantes do povo e fiscais da administração ficarem atentos para essa questão e promover uma melhor distribuição das verbas orçamentárias”.
O jornal Folha Regional, editado em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, sua diretora Ana Rodrigues de Lima e o redator Yonélio Sayd venceram o primeiro round na briga com o ex-aliado e prefeito do município Carlos Roberto Souto Batista. O juiz da comarca local, Pedro Henrique Izidro da Silva, indeferiu o pedido liminar formulado na ação judicial (Processo nº 2893635-6/2009) movida contra o jornal e os jornalistas, pelo prefeito e sua esposa Suzete Cristina Spinola Souto, também secretária de Governo, e a controladora interna da Prefeitura, Edjaneyde Matos Lopes. O motivo do processo foram as críticas contundentes feitas contra o prefeito e suas assessoras, nas edições dos últimos meses de setembro e outubro do Folha Regional.
O pedido negado pela Justiça visava a que fosse determinado “o imediato recolhimento dos jornais que ainda se encontram nos pontos de venda e distribuição” e para que o jornal e os jornalistas se abstivessem “de veicular, divulgar, noticiar todas e quaisquer alusões e referências, explícitas ou implícitas, depreciativas ao nome, à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem de cada um dos autores”.
O argumento da solicitação, conforme consta do processo, foi que “há dois meses (setembro e outubro de 2009), vem os autores sendo alvo de uma campanha difamatória patrocinada pelos réus, passando estes, de forma deliberada e gratuita, a lhes ofender a dignidade e o decoro, vilipendiando a honra, imagem, intimidade e vida privada”, através do citado jornal. Mas, ao fazer uma análise inicial dos trechos de reportagens juntados ao pedido, o juiz disse que, ao seu sentir, as informações atinentes ao prefeito, enquanto gestor público, não chegaram a ofender-lhe direitos garantidos pela Constituição, achando melhor dar oportunidade aos réus para demonstrar a veracidade do que divulgaram.
Quanto às referências negativas feitas pelo jornal à secretária Suzete Spínola e à controladora da Prefeitura Edjaneyde Matos Lopes, pareceram ao magistrado, “em uma primeira aproximação do problema”, terem ultrapassado o direito de informar, expondo as duas pessoas inadequada e desnecessariamente e “desproporcional em sentido estrito”. No entanto, citou que isso não ocorreu na edição seguinte do jornal, “não configurando justificado receio de que o suposto ato contrário ao direito seja praticado ou volte a ser renovado”, não sendo, portanto, caso para deferimento de pedido liminar.
A ação, desse modo, prosseguirá, até o julgamento do mérito. O próximo round deverá incluir a contestação, pelos réus, e eventual recurso contra o indeferimento da liminar, se com ele os autores não se conformarem.
O jornalista Raimundo Marinho reuniu em um livro de 223 páginas as principais reportagens que, ao longo da sua vida profissional, escreveu sobre o município onde nasceu, Livramento de Nossa Senhora, Bahia. O título da obra é TRAJETÓRIA – Reportagens sobre Livramento de Nossa Senhora, trazendo matérias que teve grande repercussão, como a “cidade perdida”, projeto de irrigação do DNOCS e a presente ameaça de contaminação da cachoeira local. Fazem críticas e sugestões, mas também retratam as belezas e as tristezas desse município baiano, localizado no chamado “polígono da seca”, hoje vocacionado a ser pólo de desenvolvimento.
As reportagens estão dispersas em vários jornais da Bahia, mas a maioria foi publicada no jornal A TARDE, onde o jornalista iniciou sua carreira e trabalhou durante 13 anos. Na apresentação do Livro, Marinho cita que “Por se tratar, principalmente naquela época, de uma região muito pobre, a maior preocupação foi denunciar dificuldades, chamar a atenção das autoridades e pugnar pelas providências”. E acrescenta que “Havia e ainda há muitas belezas em Livramento, mas evitamos usá-las como pretexto para o esquecimento das suas mazelas, que são bem maiores. Em razão disso, não hesitamos em realçar tanto o que havia de bom como e principalmente de ruim em nossa terra, sempre clamando por socorro à população”.
Disse, ainda: “O que escrevemos teve muita repercussão, notadamente por ter sido publicado em A Tarde, daí termos colhido resultados positivos, como foi o caso da concretização das obras de irrigação, a que dedicamos especial atenção, e a pavimentação da rodovia Livramento-Brumado. Batemos também em questões políticas, ante o histórico descaso dos governantes, que persiste ainda hoje, infelizmente”.
O livro será lançado, segundo o jornalista, ainda neste mês de novembro, na cidade de Livramento, em data e local a serem confirmados.
Jornalista Raimundo Marinho
O governador Jaques Wagner, através do gabinete do secretário da Educação, negou o pedido de implantação de uma faculdade regional, com sede em Livramento de Nossa Senhora, feito em abaixo-assinado conduzido pelo bispo diocesano D. Armando Bucciol, e que teve o apoio expresso do prefeito municipal Carlos Roberto Souto Batista. Na solicitação, entregue ao governador em março deste ano, o líder católico, que dirige uma diocese com 20 municípios, totalizando cerca de 300 mil habitantes, justificou a necessidade do pólo universitário, para atender à demanda de centenas de jovens, entre eles os mais pobres.
O Mandacaru teve acesso ao teor do ofício enviado ao bispo, onde se constata que a negativa do pedido veio acompanhada de explicações que, além de revelarem o calcificado descaso da administração estadual para com nossa região, beiram ao cinismo, como ao dizer que é de conhecimento geral a importância do papel desempenhado pelas universidades estaduais na expansão do ensino superior na Bahia. Wagner sai de baixo dizendo, pelo chefe de gabinete da SEC, que a responsabilidade constitucional para com o ensino superior é da União, sendo a prioridade do governo estadual apenas a educação básica (embora, friso nosso, seja péssima).
E enfatiza que o compromisso do governo estadual ficará restrito à manutenção e melhoria da atual estrutura de ensino superior. Assim, segundo a secretaria – leia-se também Jaques Wagner - a demanda por uma faculdade na cidade de Livramento de Nossa Senhora, embora legítima do ponto de vista da necessidade de expansão do ensino superior no estado – e aqui o cinismo chega ao seu ápice - não pode ser atendida no momento. E inclui a acintosa e inútil informação de que a solicitação será juntada a muitas outras sugestões já apresentadas, no aguardo de considerações posteriores.
O governador deveria ter mais respeito pelos cidadãos livramentenses e dos municípios que formam a Diocese de Livramento, potenciais beneficiários da faculdade. Como falar em “considerações posteriores”, se já negou, sem margem de esperanças, sob os embora fálicos argumentos enumerados, o pedido tão confiantemente formulado?
O governo escancara sua incompetência administrativa, ao levar sete meses para dar uma resposta, com argumentos que já existiam no momento em que recebeu o pedido, entregue pessoalmente por D. Armando, que se fez acompanhado, entre outras pessoas, pela secretária de Governo da Prefeitura de Livramento, primeira dama do município, D. Suzete Spínola.
Mas não custa perguntar: onde está a força da deputada Marizete Pereira, que tanto nos engabela com obras secundárias, e a do seu marido Edmundo Pereira, o vice-governador? Por onde será que anda o deputado Nelson Leal, soteropolitano eleito por Livramento? Será que o prefeito vai arriar a bandeira?
Mas Dom Armando promete não desistir e se não conseguiu dessa maneira, garante que vai procurar outras viabilidades de tornar possível essa demanda por uma Faculdade que, lembra ele, como a própria secretaria informou, é legítima. Ajuda de Deus, temos certeza, não lhe faltará!