Casa Paroquial, Cine Teatro Vitória, sessões de cinema, peças teatrais, oficina de madeira, artesanato, excursões, Santa Olímpia, Diocese, passeios, festas, música, show de calouros, missa dominical, paqueras, namoros, casamentos. Tudo isso povoou sonhos e realizações dos jovens de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, entre os anos de 1967 e 1991, época em que a televisão engatinhava e nem se falava em internet.
O mentor de tudo foi um jovem do interior paulista que aqui aportou, aos 29 anos, tímido, calado, esquálido, inexperiente, carrancudo, severo, exigente, meticuloso, inteligente, chamado Daniel Stênico, hoje com 72 anos.
Aterrissou em nossa cidade, em 1967, para viver sua primeira experiência como padre, pela Congregação dos Santos Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo porque falou uma bobagem, segundo confessou, antes de uma reunião que escolheria o padre para trabalhar com o bispo da nova diocese, então criada em Livramento.
Muitas famílias foram formadas entre os jovens que se conheceram nos movimentos da Casa Paroquial, incluindo casamentos entre livramentenses e paulistas de Santa Olímpia, como os casais José Vitório/Jandira, Pagão/Nicinha, Zé Orlando/Ilone, Ailton/Selma, Lessa/Dasilena, Luba/Betânia, Claudemira/Paulo (SP), Sônia/Gilson (SP), Eunice/Raul Negri (SP), Cida Dourado/Claudemir (SP), João Lessa/Rose (SP).
Daqueles jovens, muitos ainda continuam em Livramento, como João Batista (Pagão) e sua esposa Elenice, Gláucia Silva, José Orlando e sua esposa Ilone, Ailton Freitas e esposa Selma, Darci Lessa e Dulcineide Araújo, os quais, em depoimento ao O Mandacaru, falam da experiência de terem participado dos projetos do padre.
No dia 2 de outubro, parte deles reuniu-se em uma homenagem ao padre, na casa de Zé Orlando, em Livramento, da qual também participou a professora Márcia Oliveira, admiradora do trabalho de Daniel. Foi um encontro emocionado, em que alguns choraram e muitas perguntas foram feitas ao padre, que hoje mora na sua cidade de origem, Santa Olímpia (SP). Clique abaixo para ver:
Depoimentos dos participantes>>
Os brasileiros elegerão, neste domingo, 31 de outubro, o novo presidente do Brasil. Nos últimos três meses, puderem conhecer os candidatos, resumidos a dois, neste segundo turno, e suas propostas, intenções e respectivos currículos. É certo que não viram tudo que precisariam para decidir, mas tão somente o que foi mostrado.
Há que se registrar que a campanha eleitoral deixou a desejar, não fez jus ao Estado Democrático de Direito, principalmente com a postura de cabo eleitoral acintosamente adota pelo presidente da República. O deboche que fez, por exemplo, do incidente envolvendo o candidato José Serra caberia mais em um cabo eleitoral de subúrbio e não em um chefe de Estado.
É direito dele ter partido e candidato, sem dúvida, mas não conviria que se postasse tão ostensivamente contra a outra metade dos brasileiros que votam no adversário da sua candidata, dos quais também é o presidente, a menos que lhes fosse tirado o direito da livre escolha. Como lembrou o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, Ophir Cavalcante:
“O presidente Lula tem o dever, não só institucional, mas dever moral de ter uma postura de um líder maior da Nação. Nada impede que ele apóie os seus candidatos. Entretanto, isso deve ser feito dentro de limites. (...) A palavra do presidente da República é muito forte e, por ser muito forte, pode ser um indicativo para o bem ou para o mal. E é nesse sentido que temos que ponderar uma postura equilibrada do presidente. Ele tem uma responsabilidade maior com a Nação, do que propriamente uma responsabilidade para com o seu partido, para com sua candidata. Ele é o presidente de todos nós, não é presidente de uma facção do povo brasileiro” (A TARDE, 25.10.2010).
Como também disse Ophir Cavalcante, “Eleição de presidente da República não é eleição de grêmio escolar, de centro acadêmico, não é eleição para clube de futebol”. E, dizemos nós, não é eleição para diretório de partido. É o futuro de uma Nação e de um povo que está em jogo. A propaganda eleitoral produziu muita mentira, mais preocupada em desqualificar o adversário do que expor e comprovar as qualidades próprias. Beirou a filosofia de Paul Joseph Goebbels, para quem uma mentira dita reiteradamente acaba sendo assimilada como verdade.
Não se viu propostas consistentes que garanta segurança de desenvolvimento para o Brasil. Assuntos periféricos, como a crença religiosa e a posição dos candidatos sobre o aborto, por exemplo, tomaram tempo demasiado na campanha, assim como as acusações de corrupção, no que certos políticos brasileiros se especializaram, tanto de um lado como de outro dos concorrentes, embora pareçam mais contundentes os atribuídos a integrantes do Partido dos Trabalhadores.
Tudo foi mostrado exaustivamente, embora com os ingredientes e as conveniências próprios da política e da politicagem, o que deve ser objeto de rigorosa avaliação do eleitor. Os nomes estão postos, nesta etapa final do processo eleitoral, para presidente: Dilma Roussef, do Partido dos Trabalhadores-PT, e José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB.
É o que temos, um dos dois será o nosso próximo presidente e o resultado já será conhecido no domingo à noite ou na segunda-feira. Só nos resta escolher, baseados no que vimos na campanha eleitoral, o que nos parecer melhor, de acordo com a nossa convicção intima, sem dar satisfação a ninguém. O voto é livre e secreto!
É o único momento é que a escolha é nossa. Ninguém poderá interferir. Até podemos ter sido assediados, antes, com propostas indecentes pedindo nosso voto, para comprar ou trocar nosso voto por algum benefício. Mas lá dentro, diante da urna, cada um é livre, pode esquecer os assédios e votar conforme sua vontade.
É seu momento, apenas seu, de influenciar na escolha do presidente do seu país, o que só acontece de quatro em quatro anos. Mesmo que tenha prometido o voto em troca de alguma coisa, por alguma necessidade, você não é obrigado a cumprir essa promessa. Você está só, diante da urna eletrônica, ninguém vai saber em quem você votou. Seu compromisso deve ser com o Brasil!
O mais importante é sua consciência é sua vontade! Embora seja direito seu, não vote em branco nem nulo. Se estiver em dúvida, vote no candidato cuja propaganda agradou mais a você, naquele ou naquela cujos pronunciamentos você tenha mais gostado, naquela ou naquele que você achou mais sincero, mais firme e mais capaz de administrar o seu país. Boa sorte!
Vem predominando neste 2º turno das eleições presidenciais a discussão sobre a posição dos candidatos em relação à fé, ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Embora socialmente relevantes, esses temas não precisam fazer parte de uma campanha eleitoral. São assuntos da esfera pessoal de cada cidadão.
O Brasil precisa é de projetos de desenvolvimento, de metas para, por exemplo, acabar com a miséria, gerar empregos, melhorar o sistema de saúde, de educação e de mais segurança pública.
Interessante é que os candidatos não falam a verdade, não dizem o que sentem e mentem para não perder votos. Mesmo sendo ateus, vão às missas e aos cultos evangélicos, enganando os eleitores.
O aborto é a mais delicada das questões, por atingir tanto a fé como a saúde pública. Não é possível assumir as duas posições e qualquer delas desagrada significativo número de eleitores.
Ser a favor do aborto é ser contra a vida, pois não há diferença entre abortar e matar. A descriminalização não resolveria o problema de saúde pública, apenas institucionalizaria a matança de fetos, em favor dos que querem gozar os prazeres do sexo de forma irresponsável, sem qualquer tipo de ônus.
A lei admite aborto apenas se existir risco de morte da mãe e nos casos de estupro. Mas também nesses casos, os rigorosos cânones da espiritualidade condenam o aborto, pois consideram que tais experiências fazem parte da caminhada espiritual da pessoa.
O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia – TCM aprovou as contas da Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, relativas ao exercício de 2009, de responsabilidade do gestor Carlos Roberto Souto Batista, conforme parecer prévio de 21 de outubro de 2010. Mas listou pelo menos 12 ressalvas, a serem consideradas, no caso de reincidência, inclusive para motivar rejeição, no exame de contas futuras.
O parece prévio do TCM apenas servirá de base para apuração de eventual crime de improbidade administrativa, bem como para subsidiar a Câmara de Vereadores, que tem a função constitucional de aprovar ou não as contas da Administração. Acatado ou não o parecer, pelos vereadores, o julgamento do TCM é baseado em análises feitas por técnicos especializados e refletem a realidade da gestão municipal.
As ressalvas apontadas pelo TCM, com base no relatório do conselheiro Plínio Carneiro Filho, ensejaram a imputação de multa ao prefeito Carlos Batista, no valor de R$800,00, denotando que o Tribunal não as considerou graves. Dentre elas, estão:
. Falta de recolhimento ao INSS de contribuições descontadas dos servidores municipais, no total de R$158.438,51, caracterizando crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A, CP).
. Irregularidades em processos licitatórios.
. Não realização de audiências públicas determinadas por lei.
. Falta de pareceres obrigatórios em ações da saúde e do Fundeb.
. Desequilíbrio entre restos a pagar do exercício (R$114.937,88) e despesas de anos anteriores (R$1.056.272,66) e a disponibilidade de caixa (R$760.616,80).
. Inconsistência nos controles internos.
. Falta de empenho no resgate da dívida ativa (de R$1.437.002,42 só foram resgatados R$42.301,85).
. Falta de recolhimento de multas aplicadas pelo TCM.
. Despesas desproporcionais, sem justificativas, na aquisição de medicamentos e em locação de veículos.
Clique aqui e veja o parecer na íntegra>>
Os estudantes de Técnico em Administração, do Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia – CETEB, realizaram uma Feira de Talentos, na unidade de Livramento de Nossa Senhora, com sede na Escola Estadual Humberto Leal, bairro Taquari. Constou de mostras de artesanato, culinária, indústria e de serviços, com produção dos alunos e terceirizados.
O objetivo foi possibilitar aos estudantes experimentar “estratégias empreendedoras aprendidas no curso em suas várias disciplinas e discorrerem sobre técnicas de atendimento, vendas e marketing”. Entre os produtos, estavam: doces, salgados, bolsas, almofadas, peças em crochê, artigos de decoração, com material reciclado, lingeries e outros.
O grupo da mostra de lingerie, organizada pelo professor Probo Egídio Meira, que destacou componentes de marketing, foi composto pelas alunas Roberta Amorim, Itamara Santos, Kaliane Celestino, Celma Aguiar e Clarice Meira.
Da mostra de artesanato, participaram os alunos Sintia Alves, Clarice Meira, Gislaine Cruz, Marileide Santos, Gracionete Silva, Isabela Carla, Selma Aguiar, Maria Natália, Maisa Amorim, André Luis, Nelita Trindade, Janaina Alves, Josane Santos e Anne Ellen.
Outros participantes: Everton Vinícius (artesanato), Célia Oliveira,Luciana Dias,Fabiana Silva,Renata Cerqueira,Cristiane Meireles e Janaina Basílio (culinária),
Túlio Henrique, Ritali Cruz,Caroline Novais, Mislene Freitas e Ludimila Novais (salão de cabeleireiro) e Matheus Lima (massagem).
A comissão organizadora, comandada pela professora Ana Paula Rodrigues Xavier, foi integrada por Maisa Amorim, Marlúcio Alcântara, André Luis, Denilson Filho, Antônio Paulo, Fernanda Ferreira, Silas Gomes e Matheus Lima.
O estudante de História da Universidade Federal da Bahia, Ronildo Silva Santos, 22 anos, de família pobre, que mora na Casa do Estudante de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em Salvador, está sendo vítima de um crime grotesco e hediondo, através da internet. Uma foto sua, em trajes de praia, foi montada, por colegas de residência, no lugar da foto de um indivíduo acusado de crime no Estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
A reportagem original encontra-se postada no site g1.globo.com e os autores da brincadeira criminosa substituíram pelos de Ronildo, além da foto, os dados do verdadeiro acusado, fazendo adaptação do texto. A montagem já foi enviada para mais de cem endereços eletrônicos, pelo estudante identificado como heraldo2005@hotmail.com, que usou computador da própria residência estudantil, que é mantida pela Prefeitura de Livramento, para atender a estudantes carentes.
Os pais de Ronildo Silva Santos, que moram em Livramento, estão apavorados e com medo de que venha a acontecer alguma coisa com o filho e seu irmão gêmeo, que também mora na Casa do Estudante e são muito parecidos. Há uma semana a mãe procura ajuda, mas ainda não foi tomada qualquer providência para garantir a segurança do seu filho. Ela teme que o rapaz possa ser confundido com um criminoso.
Segundo Ronildo, “Essa falsa notícia se espalhou por Livramento, causando um grande transtorno para toda minha família. Meus pais já não dormem direito, preocupados com meu bem-estar físico e moral”. E acrescentou que “Tudo isso está sendo um grande pesadelo, ter meu nome e minha imagem jogados no lixo. Não estou conseguindo me concentrar na faculdade devido à preocupação com este fato”.
O site da Globo cita como fonte da reportagem verdadeira a emissora de TV “WCNC”. Essa parte na montagem fraudulenta foi substituída por segundo reportagem do programa “Se Liga Bocão” TV Aratu.
Clique abaixo para ver, na íntegra, a reportagem verdadeira, na qual os dados foram substituídos pelos de Ronildo Santos, na montagem criminosa dos estudantes distribuída pelo email de heraldo2005@hotmail.com:
Não pretendia comentar o resultado das eleições, em Livramento, pois tudo ocorreu conforme o previsível e, mais uma vez, o eleitor seguiu o apelo dos candidatos, encarando o pleito como uma partida de futebol. Tanto que estão debruçados no número de votos e não nas demandas do município, um dos mais carentes da Bahia, com quase 90% de pobres e indigentes. Município onde, nos últimos 30 anos, a administração pública andou para traz.
Mas passo a comentar, em consideração ao pedido de grande número de seguidores deste site. Aqui, Jaques Wagner ganhou (51,4%), Geddel Vieira Lima perdeu (41,3%) e Paulo Souto (5,96%), terceiro colocado, teve votação inexpressiva.
Para deputado estadual, a disputa se polarizou entre Nelson Leal (30,64%) e Marizete Pereira (26,63%), com 6.501 e 5.650 votos, respectivamente. E aí entra a anestesiante inspiração futebolística, preocupando-se mais com votos que com as bandeiras em favor de Livramento. Visto assim, o resultado foi injusto, pois Marizete, ao contrário de Nelson, sempre esteve presente, mesmo trazendo miudezas.
Também não é assim no futebol? De tudo, fica a má lição: para ter voto, não precisa fazer nada por Livramento, basta ser filho do pai. Foi assim que me disse um filho da outra: “Não votei em Nelson, votei no pai dele?”. O que, na essência, dá no mesmo. Não há como tirar o carisma das pessoas, é dom de Deus, mas espantam sua má utilização e sua potencialidade cegante.
Por aqui, a política sempre foi polarizada, reversa ou inversamente prejudicial à população e elipticamente voltada para interesses familiares. O povão, como no dizer do impagável personagem de Chico Anísio, “que se exploda”. É uma realidade tão apavorante que, neste pleito, esqueceu-se até da eleição de governador e presidente, senador e deputado federal, fixando-se na pequenez que é eleger Nelson Leal e Marizete Pereira.
A bizarrice chegou ao ponto de se dar colorido de eleição municipal ao pleito, tendo como contendores o prefeito Carlos Batista e o ex-prefeito Emerson Leal. O grupo do ex-prefeito, na verdade o perdedor, soltou foguetes como se tivesse derrotado o arquiinimigo e atual prefeito, ao confrontar os 6.501 votos obtidos pelo deputado Nelson Leal com os 5.650 da deputada Marizete Pereira.
Na verdade, Carlos Batista amealhou muito mais votos, acima de 8 mil, para deputado estadual, embora não elegesse nenhum, se somadas as votações de Marizete e de outros candidatos apoiados pelo seu grupo. Só pecou na estratégia, ao dividir, tirando votos de sua favorita, com quem acabou “morrendo abraçado”, confirmando a profecia filial, indo juntos Geddel e Edmundo Pereira.
Pendente a eleição presidencial, mas, eleito Jaques Wagner, Livramento continuará à míngua. Resta, então, lembrar o que o presidente Lula, disse: “estamos vivendo a festa da democracia”. E bem mais para ele, que se deu ao atrevimento de dividir o Brasil, com suas preferências pessoais, o que, data venia, julgamos inadequado a um chefe de Estado.
Nesta eleição, o candidato à Presidência da República Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, tinha dois objetivos a serem alcançados: vencer a eleição e denunciar o sistema capitalista, chamado por ele de nefasto. O primeiro objetivo, como todos sabem, não foi cumprido. Plínio teve cerca de 900 mil votos, menos de 1% dos votos válidos, e, por isso, não será o novo presidente do Brasil. O segundo, no entanto, foi concluído com êxito. “Vencemos, porque dissemos o que deveria ser dito”, destacou Plínio em seu twitter.
Mesmo com pouco espaço nos debates, nas entrevistas e na propaganda eleitoral gratuita (cerca de 1 minuto), o “velho caduco”, como a burguesia brasileira prefere chamá-lo, ao contrário de países como o Japão, que preferem valorizar a sabedoria dos mais velhos, revelou as reais condições em que o Brasil se encontra, o que não seria dito, de forma alguma, se tivéssemos tido apenas as candidaturas de Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).
Certamente, sem a candidatura de Plínio, os brasileiros não iriam ouvir que o seu país tem 500 anos de segregação social e dependência externa. “Esses são os problemas fundamentais do País”, enfatizou Plínio. “Uma das coisas da campanha do PSOL é mostrar essa outra realidade. É fazer um grande diagnóstico do País. Mas é um grande diagnóstico estrutural, não um diagnóstico conjuntural. O presidente Lula é apenas uma peça nisso.”
Plínio revelou aos brasileiros que a campanha eleitoral está estruturada de uma forma em que não sejam discutidos os reais problemas do País. “Essa campanha foi montada para não dizer nada. Para dizer que está tudo bem, que vai melhorar, e que não tem saída, que é isso mesmo. A ordem estabelecida é tão injusta que ela não permite que você discuta as coisas. É um período eleitoral curto, cheio de restrições: não pode isso, não pode aquilo, o tempo é preestabelecido e não pode passar daquilo”, declarou.
Os debates, por exemplo, não dão condições de os candidatos esclarecerem suas propostas, e o tempo de cada um deles no horário eleitoral gratuito é desproporcional. Enquanto Dilma e Serra tiveram 10 e 7 minutos, respectivamente, no 1° turno, os outros 7 candidatos, que foram excluídos dos debates dos principais canais de TV, com exceção de Plínio e Marina, não chegaram a 1 minuto.
Plínio teve a missão de mostrar aos brasileiros as características atuais dos três partidos (PT, PSDB e PV), que disputavam à Presidência. Segundo Plínio, o PT deu prosseguimento à política do PSDB, o neoliberalismo, que objetiva a privatização e o enfraquecimento do Estado, ou seja, “o Estado perde a sua força e o trabalhador fica sem defesa, porque quem defende o trabalhador é o Estado e não a empresa capitalista”. Uma política neoliberal, salientou Plínio, é nefasta. “Aliás, não só a neoliberal. Qualquer política capitalista é contra o pobre, por definição.”
De acordo com o candidato do PSOL, o PT era o partido contra a ‘ordem’ estabelecida, mas nos últimos anos “ele foi virando o partido da ‘ordem’”. “O governo Lula é um desastre nem tanto pelo o que faz, mas pelo o que não faz. Ele não dá atenção à educação, à saúde e à violência. O Lula não peca por ação, mas por omissão. É um governo nefasto, porque ele esconde com muita habilidade a realidade verdadeira do País.”
Em relação à popularidade de Lula, Plínio fez uma analogia a um dos governantes da época da ditadura militar (1964-1985). “O Médici quando ia ao campo de futebol batiam palma para ele. É muito normal que o povo se engane com relação à realidade, porque você tem todo um esquema para enganá-lo. Um esquema de grande mídia, de sempre está tudo bem, está tudo ótimo.”
O PV, ressaltou Plínio, segue a mesma ideologia neoliberal e é um partido que está em todos os governos, além de ser eco-capitalista, o que, segundo ele, não é compatível. E realmente não é. Não há desenvolvimento sustentável no sistema capitalista predatório. A burguesia nunca se preocupou com o meio ambiente, e não é com Marina na Presidência que isso será diferente. O PV, salientou Plínio, é um partido que defende a ecologia até certo ponto.
No que se refere aos “bons mocinhos” (Dilma, Serra e Marina), que prometem que vão fazer tudo e melhorar tudo, Plínio destacou. “Este é que é o problema da política burguesa. É que o candidato tem que dizer aquilo que o povo quer ouvir, e não aquilo que é verdade.” Sem Plínio, nesta eleição, os brasileiros não iriam ouvir o real objetivo desses candidatos. “Vocês estão propondo medidas de melhorias, isso não vai resolver, porque é brutal a diferença entre o rico e pobre nesse País. As políticas propostas por vocês não resolvem o problema de fundo.”
O candidato Plínio também ressaltou o valor ideal do salário mínimo do trabalhador brasileiro para que ele consiga suprir suas necessidades básicas e as da família. “Justo é o salário do Dieese – aproximadamente 2 mil reais. Tem que ir pra isso, além da redução da jornada de trabalho. Se nós temos uma grande parte da força de trabalho sem ocupação, por que o trabalhador tem que trabalhar 8h por dia? É por uma questão de sentido da vida. Qual o sentido da vida? É trabalhar 8h, 10h? Pegar 3h de ônibus para ir e 3h para voltar? O homem e a mulher não têm tempo para cuidar do filho, para pensar, para ouvir música. Então, é um escravo do capitalismo.”
Perguntado como ele iria aumentar o salário para 2 mil reais, já que, supostamente, ‘não teria dinheiro suficiente para isso’, Plínio ironizou: “É claro que tem dinheiro gente. Se tem 30% do orçamento para pagar os credores, como é que não tem dinheiro? Esta é uma economia do desperdício. Não tem recurso, mas tem para pagar o banqueiro, a bolsa-banqueiro.”
Plínio também denunciou a situação atual da educação brasileira, que se transformou em mercadoria, como tudo aquilo que integra o sistema capitalista, e propôs que 10% do PIB fossem para a educação. “A educação não é uma mercadoria. A educação é uma obrigação do Estado. É uma condição de cidadania e não pode ficar ao sabor do investimento. Nós temos uma escola privada que é um balcão de negócios.” Plínio citou, por exemplo, o ProUni, que é uma forma de “dar dinheiro do governo para a escola particular, inclusive para as faculdades que são fábricas de diploma”.
Ele denunciou ainda a mercantilização da saúde. “Saúde não pode ser mercadoria. Você não pode lucrar com o câncer do vizinho.”
Certamente, se Plínio tivesse mais de 1 minuto na propaganda eleitoral gratuita, os brasileiros iriam ouvir que 50% das terras do seu país estão concentradas nas mãos de 1% da população, que 20 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza, que 10% da população detêm 75% da riqueza nacional, sobram 24,6% dos bens e do dinheiro para ser dividido entre 165 milhões de brasileiros, e que apenas 10% da população estão inseridos nas Universidades.
Se Plínio tivesse mais tempo nos debates e entrevistas, os brasileiros seguramente iriam ouvir que o seu país tem 6,9 milhões de pessoas morando em favelas e 54,6 milhões vivendo em moradia inadequada, que mais de 200 mil crianças, entre 5 e 10 anos, são exploradas em média 12h por dia, e por aí vai.
Prevendo que o povo não iria entender o seu papel nesta eleição, Plínio disse: “Eu sei que muita coisa você pode não entender num primeiro momento, porque são coisas que não estamos acostumados a ouvir.” E realmente não estamos. O que ouvimos diariamente é o que foi dito pelos três principais candidatos à Presidência: “precisamos melhorar isso, melhorar aquilo”. Ou seja, tudo tende a melhorar lentamente (melhorismo), enquanto milhares de vida continuam sendo sacrificadas.
Mas o que quero salientar aqui é que o candidato Plínio, de fato, não conseguiria fazer sozinho todas as reformas radicais das quais necessita urgentemente o Brasil, por uma série de fatores, daí ter tido cerca de 900 mil votos, o que contabiliza somente 0,87% dos votos válidos. Porém, seu papel foi cumprido pelo fato de ter dito tudo aquilo que ficaria fora desta eleição se ele não tivesse participado. E, talvez, tenha cumprido um papel ainda maior: pode ter influenciado parte dos 24 milhões de brasileiros (18,12% dos eleitores) que não compareceram para votar, ou dos 3 milhões que votaram em branco, ou dos 6 milhões que anularam seu voto, como forma de protesto.
Retomando o que foi dito acima, em relação ao fato de não votar no “velho caduco” porque, de fato, não mudaria o país sozinho, ele deixou seu recado: “Se o povo brasileiro quer ser livre, ele tem que lutar. Não há nenhuma nação no mundo que tenha conseguido ser independente, ter um mínimo de igualdade, sem que o povo tenha lutado muito.”
Um desfile alegórico pela Avenida Presidente Vargas, a principal da cidade, foi o ponto alto das comemorações do 89º aniversário de emancipação política do município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, transcorrido último dia 6. Participaram alunos da rede pública de ensino, além de representantes das igrejas evangélicas e jovens da casa maçônica local.
A população postou-se ao longo da avenida para ver as alegorias, que destacaram, entre outras coisas, as tradições religiosas, educacionais, esportivas e econômicas do município. A Escola Felipe Nery, do bairro do Taquari, por exemplo, mostrou a evolução da economia local. As fanfarras do Colégio João Vilas Boas, sempre uma atração, e das cidades de Rio de Contas e Paramirim, convidadas, deram show à parte, com suas evoluções na avenida.
A vasta programação que assinalou a passagem da data foi inaugurada, às 8h, com a solenidade oficial de içamento dos pavilhões nacional, estadual e municipal, comandada pelo prefeito Carlos Roberto Souto Batista, ao lado de outras autoridades locais.
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