Professora aposentada
Ainda tem quem se inspire em falar ou escrever algo positivo sobre a situação atual do nosso país – O Amado Brasil.
Muito desiludida com tantas coisas que se passam e com uma mensagem que recebi no meu e mail, onde alguém escreve um texto pejorativo sobre a situação política do Brasil, fiquei a refletir se o Brasil só inspira pensamentos desse tipo.
Fiquei surpresa de ver e ouvir Alexandre Garcia no Bom Dia Brasil de hoje 31/05/2012 que, com seriedade e vigor, falava em apoio à greve dos professores, da pouca importância que se dá a capacitação dos profissionais da educação, dos métodos utilizados na formação dos estudantes, da baixíssima remuneração dos professores, dos propósitos ou despropósitos dos governantes em relação à educação, ao que se ensina e se aprende, fazendo uma comparação a outros países que se ergueram após tantas guerras, terremotos, tsunamis, por conta do entendimento que só pela educação do seu povo seria possível reerguerem-se, reconstruírem-se e progredirem.
Concluiu dizendo que Escola não existe somente para os pais deixarem seus filhos para irem trabalhar, que o processo ensino- aprendizagem não deve ser levado como uma brincadeira. Que escola é coisa muito séria, ponto de partida para todo o desenvolvimento de uma Nação. Que o estudante deve ser orientado neste sentido, para essa seriedade, com seriedade. Num ímpeto me vi de pé aplaudindo.
Já havia iniciado de outra maneira este texto reflexivo. Apaguei e mudei meus pensamentos para outros mais esperançosos, pois assim como eu outras pessoas também devem ter assistido esse programa. Quem sabe ainda pode existir pelo menos uma pessoa influente, de bom senso que tenha o poder de conclamar outros e mais outros para tentar reverter essa situação caótica em que nos encontramos.
Para os políticos, uma população ingênua é o ideal. Há décadas, ela está sendo formada. Poucos restam dos brasileiros esclarecidos, politizados. Prato feito para os enganadores.
O país está, há muito tempo, governado em todas as categorias - municípios, estados, nação - por pessoas que usam o dinheiro público, primeiro em proveito próprio e dos seus, para, depois, com o restinho que sobrou construir obras de fachada, geralmente inacabadas, ou executar projetos tipo esmola com o único objetivo de enganar a olhos vistos o povo ingênuo que irá votar nas próximas eleições e tornar a elegê-los, deixando a minoria esclarecida e politizada, perplexa e impotente.
Meu medo é que as pessoas honradas, honestas, esclarecidas e politizadas sejam contagiadas e se tornem pelo menos egoístas, dentro de seu mundinho, entre muros de uma casa fortaleza, prisão dourada, indiferentes ao que se passa com os outros lá fora. Isso seria a desumanização total do homem.
Meu Deus! Mostre uma luz a esse povo brasileiro.
Sei que nos deu um pedaço de mundo privilegiado por uma natureza riquíssima, belíssima. Sei também que nos favoreceu com a inteligência para que pudéssemos transformá-lo através da tecnologia. Porém, por ser uma nação jovem e ter surgido de uma colônia de exploração, talvez por isso tenha se tornado mais vulnerável às influencias de todo tipo.
Abra os olhos dos nossos governantes, para que enxerguem de fato os problemas além dos seus próprios interesses. Ilumine o seu povo para que, unido, faça acontecer algo que possa evitar que a situação se torne irreversível, a ponto de perdermos a liberdade que nos resta.
Agradeço ao Senhor pela capacidade que temos de, apesar de tudo, continuar amando nossa Terra e acreditando que será possível tornar possível reverter.
Greve na Educação – 29.05.2012
JOSÉ MARIA DE JESUS
jmpedagogo@bol.com.br
JORNALISTA RAIMUNDO MARINHO, desde o dia 12 de abril que nossas escolas estão sem aulas, e quantas pessoas da comunidade se deram conta de que é um prejuízo para todo município de Livramento. As escolas paradas são de Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) e Ensino Médio (1º ao 3º ano) e poucos são os estudantes que chegam a esses níveis. A maioria dos pais de nossos alunos nem sequer completaram a 8ª série, mas gostariam que seus filhos completassem a educação básica.
Já estamos com mais de 40 dias sem aulas. E nesse ínterim quantos estudantes fizeram manifestação para apoiar ou pedir a volta das aulas? Quantos pais entraram em contato com o grupo de professores, para protestar ou apoiar o movimento?
Quantos vereadores ou lideres comunitários estão apoiando aqui em Livramento? Os pais de quase 3.000 estudantes, sem aulas, são eleitores, tem muita força no destino do município e na eleição de deputados. São mais de 7.000 votos, isto somando por baixo. Os professores estão lutando sozinhos. Estão lutando pelos seus direitos, pelos direitos dos estudantes da escola pública, por educação de qualidade, que beneficiará a todos agora e no futuro.
O que pensam os deputados, que sobem à custa de pessoas simples, que tem seus cabos eleitorais em nosso município e que na época das eleições carregaram votos daqui. O que prometerão os políticos para arrecadar votos na próxima eleição? Sempre falam que a prioridade é: Educação, Segurança e Saúde.
São tantos anos com essas promessas e nada tem melhorado. Quando tem oportunidade de cumprir a promessa com a Educação eles pulam fora. Será que para ganhar votos e ser eleito é preciso mentir? E quem mente mais é que sai vencedor. Até quando isso vai continuar acontecendo? Só o tempo dirá, e as urnas poderão dar a resposta.
Comentário – 28.05.2012
A decisão da executiva municipal do PT de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em ter candidato próprio ao cargo de prefeito nas eleições deste ano enriquece sobremaneira a corrida sucessória, trazendo uma opção para os que torcem contra a volta ao passado e a continuidade do presente.
A história dá razão aos que assim pensam, pois o município vivencia mazelas intoleráveis, no momento, fruto das administrações amadoras dos últimos 30 anos. Assim, talvez não seja apropriado ter como meta colocar Livramento no eixo do desenvolvimento.
Há muito o município está nesse eixo, fruto da iniciativa privada, que soube aproveitar ventos a favor, como a vocação para polo regional de crescimento. O que os futuros gestores e vereadores precisam, além de vergonha, é não atrapalhar mais o desenvolvimento local.
Eles, sim, estão fora do eixo. Foram incapazes de ajustar a gestão pública à tendência desenvolvimentista natural. O que falta hoje se deve à negligência do poder público. Nos últimos anos, apenas visaram interesses pessoais e distribuíram migalhas à população.
A pré-candidatura do PT, que os partidos aliados querem definitiva, foi posta como incondicional e tende a ser irreversível, sem possibilidade de negociação que inclua Gerardo Júnior como vice em chapa de qualquer dos dois grupos até então dominantes.
Resta evidente, então, que passaram a existir três grupos fortes, cada um com pontos fortes e pontos fracos. Muitos estão os diferenciado pelo dinheiro, mas não será o dinheiro que vai definir a eleição e sim o perfil do candidato e a criatividade da campanha.
O eleitor está mais consciente e de "saco cheio de cimento", de enganação. Está voltado para os riscos futuros da falta de segurança pública, desordem urbana, saúde e educação aos frangalhos, estradas ruins, falta de calçamento, abuso na gestão da água.
O candidato mais convincente será o que não prometer nada, mas demonstrar que conhece as necessidades da comunidade e provar que tem capacidade e inteligência para encontrar as soluções. Então, é só se apresentar e colocar as mãos na massa.
Em síntese, o páreo ficou igual. Dinheiro não é mais o diferencial. A firmeza e o caráter do candidato, sim. Cada grupo está sendo avaliado pelo que mais se destaca no seu perfil, que inclui moralidade, respeito humano, competência e ficha limpa.
Ecos da situação indicam que seu diferencial são dinheiro e a influência da máquina administrativa. A oposição, ou família Leal, parece perdida nas próprias idiossincrasias. Seus integrantes correm risco de morrerem se acotovelando, pois sequer se abraçaram.
A oposição emergente, ou terceira via, representada pelo PT, com um arco de mais de cinco partidos, é a novidade. Tem a responsabilidade e o peso de provar capacidade de corresponder aos anseios dos insatisfeitos que, desconfia-se, seja maioria.
A executiva local do PT trouxe para sua reunião de domingo alguns dos próceres da legenda, entre eles o já lendário escritor e jornalista Emiliano José, atualmente suplente de deputado federal. Faltaram muitos, mas foi o suficiente para mostrar que a decisão é para valer.
Então, ficamos entendidos assim: Livramento tem hoje três grupos fortes prontos para disputar o cargo de prefeito nas eleições do próximo mês de outubro. E cada um precisa deixar seus preciosismos e pensar no povo e nas mazelas que o consomem.
Em todos os grupos há certo autoritarismo e cada um tem suas especificidades atrapalhadoras. Situação: dinheirismo e ilusionismo. Oposição: síndrome do continuísmo. Nouveau-PT: petismo e democracismo. No velho sertão, o povo precisa mesmo é vencer a miséria.
O casal Antônio Castro Lima e Idália Alves Aguiar Lima, muito estimado na sociedade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, reuniu familiares e dezenas de amigos para festejar seus 60 anos de casado, no último dia 26.05.2012. Uma festa bonita, no aconchego do seu lar, quando renovaram, sob as bênçãos do padre Ademário, os mesmos votos que fizeram, há seis décadas, na igrejinha do Alto do Rosário, zona rural do município.
O padre destacou o exemplo de vida matrimonial do casal e de obediência aos ensinamentos de Cristo e da Igreja, da qual são fiéis frequentadores. Foi lembrado, também, o exemplo de família que são, de integração na sociedade, na criação dos filhos, na solidariedade e no apoio aos semelhantes. Geraram frutos tanto na família, com Vitória, Cristina, Fernando e os netos, mas também na comunidade, orientando, ensinando e ajudando muitas pessoas, muitos outros casais.
Eles celebraram, na verdade, um novo casamento e, na candura da idade, prometeram-se continuar se amando e se respeitando pelo resto de suas vidas. D. Idália e Seu Antônio servem de modelo de vida social, familiar e, principalmente, de vida conjugal, no mundo egoísta de hoje em que o casamento se banalizou. Os jovens modernos casam-se sem compromisso com o plano de Deus e já com o nefasto pensamento de que “se não der certo, se separa”.
Casamento, como demonstraram Seu Antônio e D. Idália, é um teste de amor, de perseverança, de paciência, de tolerância e de generosidade. É uma jornada para a elevação da espiritualidade. Escrevendo sobre as bodas, a sobrinha do casal, Itamar Gomes, registrou:
“Antônio e Idália, vogais que se casam com tanta sintonia! Que dupla perfeita, que casal arrojado, incansável e acolhedor! Que exemplo de igreja viva compõe a vida de vocês! Exemplo de força, determinação e coragem, quase perfeição! Do casal de Nazaré, vocês têm a união, a coragem de dizer sim, tem a entrega mútua, a fidelidade, o diálogo, a partilha”.
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A executiva municipal do PT aprovou, hoje, o lançamento de candidatura majoritária nas eleições municipais deste ano, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, indicando o dentista Gerardo Azevedo Júnior como pré-candidato.
A decisão recebeu o apoio dos principais lideres do partido no Estado, alguns deles presentes à reunião, como o deputado estadual José Raimundo Fontes, o prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes, e o suplente de deputado federal, jornalista e escritor Emiliano José.
O encontro reuniu militantes petistas e convidados de várias origens partidárias, inclusive os prefeitos Carlos Batista, de Livramento, e Márcio Farias, de Rio de Contas. Estavam presentes simpatizantes e representantes da oposição, da situação e de uma possível terceira via.
Na ocasião, foram apresentados, também, os pré-candidatos a vereador, pela legenda, mais de 15 pessoas. Foi uma demonstração de força política e os petistas afirmam que, agora, vão em busca de apoios para a eleição de outubro.
O lema da legenda é trabalhar em prol de uma nova forma de fazer política, em Livramento, em que a prioridade seria a gestão dos interesses coletivos, inserindo o município em uma agenda de desenvolvimento e de maturidade política.
Durante a reunião do PT, ontem, em Livramento, chamou atenção o protesto dos professores, em frente ao local evento. Portavam faixas denunciando o descaso do governador Jaques Wagner para com a educação e contra a aprovação de leis que consideram nocivas à categoria.
O líder da greve, Jerry Lima, convidou os políticos para explicarem a posição do governo, do qual fazem parte, e dizerem por que Jaques Wagner trata com tanto descaso a educação na Bahia e despreza tanto os profissionais do setor.
Os convidados não aceitaram o convite, dizendo que só falariam com uma comissão de professores dentro do colégio. Mas os grevistas não aceitaram, dizendo que eles deveriam falar para todo mundo, no espaço democrático da praça.
Entre os vaiados estava o deputado estadual José Raimundo Fontes, um dos que votaram contra os professores, para negar o piso salarial da categoria. O governador diz que só negocia se a greve acabar, mas os docentes afirmam que a paralisação só terminará com as reivindicações atendidas.
Triste do lugar onde idosos e crianças precisam mendigar amparo. Em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, o projeto AMI- Atendimento a Melhor Idade, iniciativa não governamental, corre o risco de não se concretizar ou ter sua implantação retardada por falta de recursos. Trata-se de uma casa de apoio às pessoas a partir dos 60 anos desamparadas ou em situação de risco.
Está sendo construída próximo à estação experimental do DNOCS, mas as obras poderão ser paralisadas a qualquer momento, por falta de dinheiro para pagar pedreiros e serventes. Tem apoio da ASAMIL-Associação do Semi-Árido da Microrregião de Livramento, responsável pela viabilização da iniciativa.
O projeto tem à frente equipe coordenada pela senhora Maria Santos da Silva Bonfim, que está enviando ofício a pessoas da comunidade, pedindo ajuda. O objetivo é amparar e proporcionar qualidade de vida aos “que cuidaram de nós e nos guiaram pelo caminho da vida para formação do adulto que somos”.
O “Sítio do Idoso” nasceu da necessidade de atendimento preventivo aos idosos, assegurando seus direitos, combatendo discriminação e maus tratos e assegurando-lhes melhoria da qualidade de vida, inclusão e participação efetiva na sociedade. Atuará em Livramento de Nossa Senhora, município do sudoeste da Bahia, entre a Serra Geral e a Chapada Diamantina.
Uma das prioridades definidas no III Simpósio de Plantas Medicinais e Terapias Naturais, em Livramento, dias 27 a 29 de maio de 2010, foi o atendimento a pessoas idosas, devido à grande quantidade de idosos maltratados e explorados pelos parentes, muitos deles abandonados pelas famílias.
Aí nasceu a ideia do projeto, elaborado pela ASAMIL, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, titulada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público-OSCIP (DOU, 28.01.2010), sediada na Av. Presidente Vargas, 140, Ed. Tropical Center, 1º andar, s/104, Livramento de Nossa Senhora, Bahia.
Quem puder e quiser contribuir pode ligar para (77) 3444-2395 ou (77) 9957-4247. As contribuições em dinheiro devem ser depositadas diretamente na conta nº 1.195-9, agência 3528, Banco Bradesco.
Jornalista
O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza, neste final de semana, encontros em vários municípios baianos. Em Livramento de Nossa Senhora, a reunião será domingo (27), a partir das 9h, no Colégio Estadual João Vilas Boas. O convite distribuído não especifica pauta, mas diz que "a vossa presença será muito importante para o debate em torno da construção de uma nova Livramento".
Porém, menos discreto do que o convite que distribuiu, o secretário de relações institucionais do diretório local, Hugolino Lima, adiantou para o site L12 Notícias que será discutido, na verdade, "a atual conjuntura de articulações e o rumo a seguir daqui pra frente, visando às eleições municipais". Segundo ele, pré-candidaturas e alianças também estariam na pauta.
Sem confirmar presença, o secretário informa que foram convidados estrelas regionais da legenda: deputado federal Valdenor Pereira; prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes; presidente do diretório estadual, Jonas Paulo; secretário de relações institucionais do diretório estadual, Cesar Lisboa; e os deputados estaduais Marcelino Galo e Fátima Nunes.
Como o evento será aberto ao público, é pouco provável que ocorra debate sobre estratégias eleitorais para 2012. Na verdade, o partido busca projetar na coletividade uma nova fisionomia, que inclui a potencialidade para figurar em cabeça de chapa nas próximas eleições. Nessa condição, quer aplicar sua velha posição de sempre querer apoio, mas nunca apoiar.
Esse é o dogma pétreo do PT, no Brasil todo, embora seja minoritário em postos de comando no Executivo. Seja como for, a legenda ganhou alguma robustez, depois de reunir um inédito arco de aliança e ter seu suposto candidato, Gerardo Azevedo Júnior, com 15% das intenções de votos em pesquisa eleitoral divulgada recentemente. Tem tudo para ser a zebra da vez e sair de uma posição de histórica insignificância no município.
Os petistas locais, porém, têm a cúpula do partido contra si, a começar pelo chefão Jaques Wagner, que tem o município de graça no seu colo e, certamente, resistirá em apoiar a minúscula legenda petista, contra quem já são seus aliados tradicionais. Mas, se não fizer isso agora, poderá se arrepender no futuro, a menos que faça seu sucessor.
Jornalista
Pesquisa eleitoral é sempre comemorada pelos favorecidos e desqualificada por quem ela não favorece. No Brasil, o índice de acerto tem sido grande. Estranho é quando ninguém a aplaude nem a critica ou quando há mais gente depreciando do que comemorando, como vem ocorrendo com a pesquisa divulgada domingo (20) pelo Jornal e Instituto Folha Regional, em Livramento.
Em 2008, uma pesquisa parecida previu a vitória de Carlos Batista, para prefeito, com uma margem inédita de diferença. Foi motivo de zombaria pelos adversários, mas as urnas confirmaram. Em sua primeira eleição, Jaques Wagner sonhava em ir para o segundo turno, enquanto Paulo Souto gargalhava com 60% das intenções de votos. Wagner ganhou no primeiro turno.
Ou seja, deve ser evitado tanto o espírito derrotista quanto o “já ganhou”. A sondagem do Jornal e Instituto Folha Regional parece coerente, até porque a voz das ruas já indicava que, em uma comunidade triste com o passado e frustrada com o presente, haveria de desejar algo novo. Vemos também como indicadores de equilíbrio do resultado o crescimento de Gerardo Júnior (15%) e o baixo desempenho do ungido da família Leal, Paulo Lessa (3%).
Talvez tenha prevalecido o desejo da novidade, na esperança de que o não testado não poderá ser pior do que o que já se provou ser ruim. Se houver falha, será apenas uma decepção a mais, um vilipêndio a mais da fé do eleitor. Vem a propósito a instigante provocação do músico conterrâneo Boanerges Aguiar de Castro, lá do Rio de Janeiro: “Livramento pode ter prefeita”.
E traçou o seu perfil: “Minha candidata, cujo nome fica a cargo de vocês identificar, tem mais ou menos a idade de Dilma [a presidente do Brasil] e, como esta, é mãe e avó. É professora e tem sido uma incansável batalhadora em prol da educação, da cultura, do desenvolvimento social”.
Disse que alcançamos a riqueza, descrita como a elevação do “Produto Interno Bruto” (PIB), mas que não conquistamos o bem-estar nem a alegria, a que denominou “Felicidade Interna Bruta” (FIB). Confia que sua candidata é capaz de substituir o primeiro pela segunda, caso assumisse a gestão do município.
Muita gente comentou seu artigo, mas ninguém se ariscou ao que ele mais queria, a identificação da candidata cujo perfil traçou. Parece que ele não quis apenas provocar discussão, que tem um nome, de carne e osso, em foco. Quem seria? É o que todos perguntam. Caro Boanerges, precisamos de mais pistas: seria ela, por exemplo, educadora e dona de um colégio, ligada ao PT?
Pois bem! Voltemos aos desdobramentos da pesquisa eleitoral recém-divulgada. Até outubro, mês da eleição, muita água rolará, mas os números divulgados fixam um balizador, tornando o tabuleiro político mais apimentado. Devemos dizer, também, que o resultado anunciado coincide em boa parte com o que temos comentado e especulado neste site.
“Se a eleição fosse hoje”, conforme a pesquisa, o prefeito seria Paulo Azevedo, pelo grupo que mantém um processo na Justiça Eleitoral pedindo a cassação do seu mandato de vice-prefeito, na condição de companheiro da chapa vitoriosa, em 2008, do prefeito Carlos Batista, principal alvo da ação judicial.
Se for cassado antes da eleição, não concorrerá. Se depois de eleito, não será diplomado. Se empossado como prefeito, perderá o mandato, em um processo movido pelas mesmas pessoas que o terão elegido. Complicado, não é?
Mas não para por ai. Do outro lado, Carlão, paradoxalmente, se quiser, pode torcer para ser cassado, pois levará consigo o agora adversário, Dr. Paulo, que, se eleito e depois cassado, abre a possibilidade de seus votos serem anulados.
Se isso acontecer, poderá ser diplomado o 2º colocado, o Ricardinho, se a eleição fosse hoje, como dito na pesquisa divulgada. A situação é esdrúxula, mas possível. Desse modo, por vias oblíquas, mesmo perdendo, Carlos Batista faria o sucessor. Samba do crioulo doido!
O médico Paulo Cardoso Azevedo, pré-candidato a prefeito de Livramento de nossa Senhora, Bahia, com 46% das intenções de voto, bate os pré-candidatos Ricardo Ribeiro, o Ricardinho (27%), Gerardo Azevedo Júnior (15%) e Paulo Lessa Pereira (3%), em uma pesquisa eleitoral divulgada hoje pelo Jornal e Instituto Folha Regional.
Apenas 9% dos entrevistados não souberam (NS) ou não responderam (NR). No confronto direto, Paulo Azevedo (53%) também bate Ricardinho (35%). Dos quatro, a menor rejeição é de Gerardo Júnior (6%), seguido de Paulo Azevedo (8%), Paulo Lessa (18%) e Ricardinho (25%).
Segundo os responsáveis pela pesquisa, as opiniões foram colhidas entre os dias 8 e 12 deste mês, sendo entrevistadas 380 pessoas, 108 na sede do município e 272 na zona rural e que a margem de erro padrão é de 5%.
Informam também que a pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral, protocolo BA-00016/2012 e que sua autenticidade poderá ser confirmada no site do Tribunal Superior Eleitoral, pelo código 136D.8F66.28B4.9DEF (http://www.tse.jus.br).
Jornalista
A movimentação política em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, entrou em certa saturação. Todo mundo parece na moita, como gatos à espreita da presa, fazendo movimentos ritmados e calculados com os rabos. Os grupos espremeram-se tanto dentro de si que as possibilidades de surpresa se estreitaram.
O único pré-candidato com pedra para mover seria Gerardo Júnior (PT), que desistiu da desistência e volta a ser pré-candidato. Ele segue a orientação do partido, cujo interesse numa candidatura própria é zero, pois já tem os outros grupos no colo do governo petista de Jaques Wagner.
Explica-se: Emerson Leal, que chefia a fantasiada oposição é funcionário do Estado. Carlos Batista, chefe da outra banda, está no PSD, do vice-governador Otto Alencar. Para se contrapor a eles, Gerardo Junior teria de convencer seus chefes que possui força para vencer, assumindo o lugar dos subalternos do governo.
Mas o petista parece não ter a indispensável moeda de troca. Apenas alimenta o sonho cândido de que a natureza dos predadores mude, para simplesmente apoiá-lo como cabeça de chapa. Sua volta à arena eleitoral até animou os que buscam uma terceira via ficha limpa, para varrer os fichas sujas da política local.
No mundo real, Carlos Batista, de mão própria ou não, tem sido mais prático: o candidato do grupo é Ricardo Ribeiro, o Ricardinho, e fim de papo, gostem ou não o eleitorado. Já fixou o nome escolhido e ainda poderá abocanhar o próprio Júnior como vice.
A oposição se perdeu na falta de liderança ou de um nome absoluto, subordinada ao velho conceito do chefe Emerson Leal, de que tudo se resolve nos seis meses anteriores ao pleito. Hoje, isso pode não ser mais uma boa estratégia.
Os dois lados também miram no processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral, onde Carlos Batista luta para anular a decisão do juiz da 101ª Zona Eleitoral que cassou seu mandato de prefeito, por crime eleitoral. O processo finalmente vai ao Tribunal Superior Eleitoral, onde será examinado sem as emoções regionais.
O resultado é imprevisível, mas poderá ferir de morte com a inelegibilidade as pretensões do vice-prefeito, Paulo Cardoso Azevedo. Ironicamente, agora ele é o pré-candidato mais cotado do grupo que pediu sua cassação, por abuso do poder econômico e captação ilícita de sufrágio, na eleição de 2008.
Não é só ironia, é fina promiscuidade política, que afeta os dois lados. Carlão poderá ficar inelegível, mas não é candidato. Assim, o prejuízo maior será da oposição, para onde foi o Dr. Paulo, mudando, inclusive, o foco da escolha da chapa. Não faltará pretendente a vice, vislumbrando futura substituição, se houver a cassação.
Mas, certamente, a família Leal estará atenta a tais astúcias. De qualquer modo, por hipótese, se o atual vice for eleito e vier a ser cassado no atual processo, o mais provável que ocorra é a assunção do segundo colocado em outubro ou a realização de nova eleição.
Tudo isso alimenta o fuxico político. A propósito, conforme dito à boca bem miúda, Carlos Batista poderá não esperar pela cassação. Em tempo: os vereadores do PMDB juram que não se submeterão ao escárnio e preferem ficar de fora da próxima eleição.
As prestações de contas da Prefeitura e Câmara de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, exercício de 2012, estão disponíveis, na sede do Poder Legislativo, para o exame de qualquer cidadão do município, até o próximo dia 31 deste mês, das 7 às 13h.
A disponibilização das contas é uma imposição da Constituição da República e o cidadão que desejar exercer o direito de examiná-las basta se apresentar na Câmara Municipal e fazer a solicitação, no local, devendo levar documento de identidade e título de eleitor.
Na prestação de contas, o chefe do Executivo faz um relato do que realizou no exercício referido, descrevendo detalhadamente onde e como aplicou os recursos públicos. O exame pelo cidadão é fundamental, tanto para se informar quanto para exercer o direito de fiscalização.
Se encontrada alguma irregularidade, a pessoa poderá encaminhar denúncia ao Tribunal de Contas dos Municípios, ao Ministério Público ou à Justiça. Quem desejar fazer um exame mais criterioso deve solicitar ajuda de contador e ou de advogado.
Em assembleia realizada dia 16 último e no programa de entrevista de hoje, na Rádio Portal FM, os professores estaduais de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, confirmaram a disposição de manter o movimento grevista, em defesa do piso salarial e por melhores condições de trabalho.
Procuraram tranquilizar os pais, dizendo que haverá ajustes no calendário escolar, para que nenhum estudante fique prejudicado, ressaltando que, quanto mais rápido o governo abrir o diálogo, dando atenção às reivindicações dos servidores, menor será o sacrifício para todo mundo.
Eles acusam o governo de tratar a Educação com descaso e desrespeitar os estudantes, destacando que a greve está sendo uma boa oportunidade para a população tomar conhecimento das precárias condições do setor.
Informam que não são apenas os professores os prejudicados, mas também os alunos, que são privados de uma educação de qualidade, e toda a sociedade.
A diretora regional da APLB que participou da assembleia foi Dilma Perpétua Alves Pereira e não Dilma Santana, como anteriormente divulgado. Segundo ela, a adesão maciça dos professores de Livramento ao movimento foi uma surpresa muito positiva, “pois eles têm um compromisso muito grande para com a educação no município”.
Frisou que o movimento é uma reação à decisão do governador de não cumprir o acordo firmado, ano passado, para pagamento do piso salarial. Ela atribuiu a resistência de Jaques Wagner à falta de compromisso dele, que mandou pessoas para negociar com a APLB e depois se negou a fazer o pagamento acordado.
Disse que uma reeleição é sempre perigosa, pois, no segundo mandato, o governante, citando o caso de Jaques Wagner, não tem qualquer interesse em honrar compromissos, porque já foi reeleito e não vai ser mais candidato. Para ela, outro exemplo disso foi o massacre à greve dos policiais.
A greve dos professores da rede estadual continua. A assessoria de comunicação da Secretaria de Educação informou que, caso os professores retomem as atividades imediatamente, não haverá suspensão do pagamento do salário do mês de maio.
Mas o 2º Secretário da APLB, Claudemir Nonato, em entrevista ao jornal Correio da Bahia, afirma que “o pagamento do salário é obrigação do governo” e que a greve continua, sinalizando “que aceitamos receber parcelado o reajuste de 22%, mas o governo não oferece nenhuma contraproposta”.
Prefeito Carlos Roberto Batista |
O prefeito Carlos Roberto Souto Batista, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, teria se sentido mal e viajado às pressas para Salvador, na última semana de abril, onde teria sido submetido a nova cirurgia, mas poucas pessoas do município ficaram sabendo.
A notícia não foi oficialmente divulgada, mas consta, fortuitamente, da ata da Câmara de Vereadores, sessão de 27 de abril de 2012, publicada esta semana pelo jornal Tribuna do Sertão, edição de 01 a 15 de maio de 2012, página 23.
Sem fazer referência ao tipo de tratamento feito pelo prefeito, a menção ocorreu durante discussão sobre a aprovação do projeto de lei que autorizava o governo municipal a realizar contratação extraordinária de crédito, a que se pediu tramitação de urgência urgentíssima.
Segundo o vereador Paulo Lessa, da oposição, essa “urgência urgentíssima” teria se dado com desrespeito à Lei Orgânica do Município e ao Regimento Interno da Casa, sendo o projeto de lei aprovado, durante sessão extraordinária, no dia 23 de abril.
Ainda conforme a ata, o vereador teria apontado e criticado que, apesar da pressa, na sessão regular seguinte, dia 27, a nova lei não havia sido promulgado pelo prefeito, como deveria ter ocorrido, com a consequente publicação no Diário oficial.
É ai que surge a notícia da cirurgia a que o alcaide teria se submetido. Conforme a ata, para justificar a não promulgação da lei, pelo chefe do Executivo, “em aparte o vereador José Araújo Santos [da situação] informou que na segunda-feira [23 de abril] o prefeito não se sentiu bem e foi para Salvador onde se internou e sofreu uma cirurgia continuando por lá em repouso”.
Professora Dilma Santana, da APLB |
A professora Dilma Santana, diretora regional da APLB-Sindicato, participará, amanhã (16), a partir das 9h, da assembleia dos professores de Livramento, na Câmara Municipal, para esclarecer sobre o piso salarial da categoria e a qualidade do ensino e da educação na Bahia.
O professor Jerry Lima, que coordena o movimento grevista local, solicita a presença de todos os docentes, inclusive aposentados. Ele lembra que a greve é um sucesso e começa a despertar a sociedade para o debate sobre as péssimas condições do ensino na Bahia e o descaso dos governantes para com os profissionais do setor.
Em assembleia realizada nesta terça-feira (15), em Salvador, a categoria decidiu continuar a greve. Por enquanto, o governo simplesmente ignora o movimento, que já está no 34º dia, e todos os pedidos de audiência com o governador, feito pela APLB-Sindicato, não foram respondidos.
Segundo noticiado pelo site do APLB-Sindicato, o professor Rui Oliveira, coordenador-geral da entidade, ingressou no Supremo Tribunal Federal, último dia 10, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a aprovação, no mês passado, pela AL, dos projetos de lei que instituíram reajustes salariais de 3%, em 2013, e 4%, até 2014, para os professores.
Segundo ele, o governo agregou gratificações trabalhistas na norma para atingir o piso nacional, lembrando que “A lei do piso é clara, para se atingir o valor mínimo de R$1.451,00 não é permitida a inclusão de vantagens, isso é ilegal e inconstitucional”.
Os professores da rede estadual de ensino adotaram as vaias como arma contra o governador Jaques Wagner. Aonde ele vai, pelo interior, a categoria prepara “homenagens”, como já ocorreu em Cícero Dantas, Ubaitaba e Eunápolis. Naquelas cidades, além das vaias, a palavra de ordem foi “traidor".
Completaram-se ontem (14) 20 anos do falecimento da professora Maria Ferreira da Silva, mais conhecida como Lia, da Escola Polivalente de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Ela morreu, em 14 de maio de 1992, aos 37 anos, vitimada por um infarto fulminante. Era irmã da professora Rosinha Ferreira, que também ensinou na mesma escola.
As duas décadas do seu desaparecimento estão sendo lembradas pela família, principalmente o filho Filberth Teodoro e a nora Cristina Soares. Eles dizem que, apesar do tempo decorrido, o abalo não se desvaneceu entre eles e ainda são vivas as dores da ausência e da saudade.
Os familiares lembram que a morte da professora Lia causou um grande choque, pois se encontrava aparentemente saudável e preparava o aniversário do seu único filho, que completaria 18 anos no dia seguinte. Hoje, acreditam que Deus a está iluminando, onde quer que esteja.
O governador Jaques Wagner, da Bahia, e os 33 deputados que votaram contra o pagamento do piso salarial aos professores estaduais foram duramente criticados por docentes de Livramento de Nossa Senhora, em ato de protesto, realizado neste sábado (12), como parte da greve da categoria, que já dura mais de um mês.
Segundo os coordenadores do movimento, o governador se nega a cumprir a lei que estabeleceu o piso nacional, hoje de R$1.451,00, concedendo apenas, indistintamente, um reajuste geral de 6,5%, para toda a categoria. Assim, teria quebrado acordo de conceder aumento automático de 22,22%, para alcançar o piso estabelecido.
Os docentes denunciaram, também, que o governador propôs e foi aprovado, com votos de 33 deputados, projeto de lei que extingue vantagens históricas da classe, como adicionais por “regência de classe”, “tempo de serviço”, “avanço horizontal”, “incentivo à qualificação”, “aperfeiçoamento profissional” e “atividade complementar”.
Pela lei aprovada na Assembleia Legislativa (Lei nº 19.779/2012), os benefícios foram transformados em subsídios, induzindo a se pensar que os docentes já estariam recebendo o piso nacional. Se assim fosse, o governo estaria usando as próprias vantagens dos servidores, para quitar a obrigação legal, o que contraria decisão do Supremo Tribunal Federal, que já dirimiu questionamento a respeito.
Os manifestantes, que pertencem à base sindical da APLB Rio de Contas/Livramento, também denunciaram as precárias condições de trabalho e distribuíram uma “Carta Aberta a pais, alunos e toda comunidade de Livramento”, denunciando a posição do governo, informando os direitos da categoria e explicando os motivos da paralisação.
O documento destaca que “a paralisação não ocorre somente por questão salarial, mas também por melhores condições de trabalho, segurança para os trabalhadores da educação, melhor qualificação profissional, cumprimento das leis, como a lei federal que estabeleceu o piso salarial, a qual o senhor governador nega-se, autoritariamente, a cumprir”.
Em caminhada pelo centro da cidade, os manifestantes portaram cartazes e faixas e em uma delas pediram esclarecimentos sobre as contas do FUNDEB, provido por recursos federais e criado exatamente para garantir a qualificação dos educadores e a melhoria das suas condições de trabalho, buscando elevar a qualidade da educação no Brasil.
Foi citado que, em 2011, a Bahia teria recebido R$1,66 bilhão desse fundo e aplicado apenas 19%, até agora, e deveriam ter sido pelo menos 25%. Então, indagaram para onde teria ido o restante, discordando do governador que alega falta de recursos para regularizar, perante a lei, os vencimentos dos professores.
Os grevistas fizeram uma concentração na antiga Praça da Feira, exatamente no momento da feira semanal da cidade, e aproveitaram para criticar os 33 deputados estaduais que votaram as leis nº 19.778/2012 (fixa reajuste de 6,5%) e 19.779/2012 (transforma vantagens históricas em subsídios), que consideraram nefastas para a categoria.
Entre os parlamentares, citaram nominalmente os que representam a região: Nelson Leal (PSL), João Bonfim (PDT) e José Raimundo Fontes (PT), conclamando os trabalhadores a se lembraram deles em futuras eleições.
Esclareceram aos alunos, pais e à comunidade que a greve é o último recurso que o trabalhador tem para lutar pelos seus direitos e que toda a responsabilidade é do governador, que se nega a cumprir uma determinação legal e a proporcionar as condições necessárias para a boa educação no Estado.
Acrescentaram que o movimento grevista prosseguirá por tempo indeterminado e que ainda não há plano para eventual reposição de aulas após o fim da greve. Em Salvador, a cúpula do movimento conseguiu que o arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, intermediasse a abertura de diálogo com o governador, que já reafirmou sua posição de não atender as reivindicações.
Contestando informações atribuídas à administração municipal sobre o Plano de Carreira da categoria, o SPEL - Sindicado dos Profissionais da Educação do Município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, distribui ontem (11) a seguinte nota (publicada na íntegra), intitulada “Discriminação na Educação”:
Em respeito à classe dos professores, o SPEL/Sindicato repudia a atual administração municipal no que se refere ao Plano de Carreira dos profissionais de Educação deste município. O engodo do governo em ano de eleições está escancarado. Comparar os vencimentos dos servidores municipais com os vencimentos dos servidores estaduais é mais que uma afronta para nós que fomos e ainda somos tratados com descaso.
O maravilhoso Plano de Carreira aprovado de forma trágica, naquela sessão, no dia 28 de dezembro, na câmara de vereadores, onde comprovamos a submissão do Legislativo (lê-se: vereadores da situação), discrimina cerca de 40 professores, que ingressaram legalmente no município, na década de 90, mediante aprovação em concurso público para auxiliares de ensino.
Por não terem a formação em nível médio, foram enquadrados como professores leigos, tendo seus direito assegurados pela Lei 9424/96 (Lei do Fundef) e pela Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases – LDB).
I - A remuneração condigna dos professores do ensino fundamental público em efetivo exercício no magistério;
II - o estímulo ao trabalho em sala de aula;
III - a melhoria da qualidade do ensino.
§ 1° Os novos planos de carreira e remuneração do magistério deverão contemplar investimentos na capacitação dos professores leigos, os quais passarão a integrar quadro em extinção, de duração de cinco anos.
§ 2° Aos professores leigos é assegurado prazo de cinco anos para a obtenção da habilitação necessária ao exercício das atividades docentes.
§ 3° “A habilitação a que se refere o parágrafo anterior é condição para ingresso no quadro permanente da carreira conforme os novos planos de carreira e remuneração.”
Segundo a Lei, esses professores integrariam um cargo em extinção e após a sua formação, em nível médio, habilitação mínima exigida para lecionar nas séries iniciais do ensino fundamental, passariam a integrar o quadro permanente da carreira, de acordo os novos Planos de Carreira. O que não aconteceu até o momento, infringindo a Lei vigente e não garantindo a isonomia financeira destes profissionais.
O Governo Municipal vem ignorando as Leis Federais, não fazendo o REENQUADRAMENTO, não pagando o Piso Salarial Nacional, do qual eles têm direito e mais, fazem questão de “enchem a boca” para dizer que ainda são professores leigos, mesmo tendo em mão Diploma registrado no MEC (Ministério da Educação). Qual é a vantagem de uma administração ter em seu quadro efetivo professores leigos, quando todos buscam a formação continuada?
A resposta é a mesma que não precisa de mestres e doutores no quadro efetivo. É isso mesmo, o Plano de Carreira não contempla mestrado nem doutorado. Em sua mensagem de veto, o prefeito argumenta: “o corpo discente não comporta do ponto de vista legal de exigência, profissionais com essa qualificação”.
Resumindo, o governo não valoriza quem buscou a formação, nem estimula quem almeja ampliar seus conhecimentos para contribuir cada vez mais em qualidade para a educação. O governo municipal não está dando nada de bom grado aos professores, reestruturar os planos de carreira é apenas uma das exigências da Lei do Piso, aprovada desde 2008 e só aplicada em 2012.
Cumprir a Lei é obrigação, não é algo extraordinário, digo de receber medalha de honra ao mérito em ano eleitoral. Se precisar ir aos tribunais, iremos! Que a Lei seja cumprida!
A homenagem às mães, pelo transcurso do seu dia, neste domingo (13), foi antecipada para a última sexta-feira (11), pela direção da Escola Municipal Rômulo Galvão, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. A área de recreação do estabelecimento ficou lotada de mães de alunos, as quais, ao lado das crianças, ouviram orientações sobre o papel das mães na vida dos filhos, do casal e na comunidade, a cargo da psicopedagoga Marusa Lana, de Rio de Contas.
Em seguida, houve sorteio de brindes, patrocinados por comerciantes da cidade, e um lanche de confraternização, marcado pela alegria e muita manifestação de amizade. Presentes, também, diretores, professores e convidados. Foi uma homenagem de fato à altura das mães, muito bem organizada pela equipe da escola, dirigida pelo professor Jenilson Tadeu de Souza.
Professora
O filme O último Ditador, do genial Charles Chaplin, é uma das mais inspiradoras obras cinematográficas de todos os tempos, em que o inapagável Carlitos pronuncia “O último Discurso”. Nele, inspirei-me para escrever a paródia que se segue, infelizmente de fatos reais, envolvendo circunstâncias tristes, burlescas, humilhantes e de vergonhoso cinismo em face do que é mais essencial na vida dos povos e dos indivíduos em particular: a EDUCAÇÃO.
Falo, então, do nosso “Último Recurso”. Sinto muito, mas não pretendo ser governadora. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou maltratar quem quer que seja – professores, policiais, funcionários públicos... Eu sou educadora e gostaria de entender, se possível, os políticos que não cumprem as leis, os insensatos que abusam do poder... os idólatras de ocasiões nefastas.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Ou quase todos nós. Por que haveremos de desprezar e menosprezar os educadores? Neste mundo, há escolas para todos, para os que querem aprender e também para os que não aprendem o que lhes é ensinado. As promessas que não são cumpridas podem prover as necessidades dos que estão no poder.
O caminho da educação pode ser o da liberdade e da certeza de que através dela não nos extraviaremos. A cobiça envenenou a alma do homem... levantou no mundo as muralhas do egoísmo e tem-nos feito marchar a passos lentos para uma greve que paralisa as lições, mas que, ao mesmo tempo, edifica no educador aquilo que o faz diferente – ser o mestre que não se cala diante daqueles que só amedrontam e não o respeitam.
Criaram a política, mas nos sentimos enclausurados diante de pseudopolíticos, que não cumprem as leis. Ensimesmados em seus palácios, arrotam uma sabedoria que não existe dentro deles. A arrogância e insensatez os fizeram empedernidos e cruéis. Seus conhecimentos os afastaram do pouco ou do quase nada que aprenderam nos bancos escolares. Mais do que de governadores insensatos, precisamos de humanidade, mais do que poder precisamos de educadores e escolas de qualidade, sem isso a vida será de violência e tudo será perdido.
A escola, o livro e o caderno aproximam o aluno do educador. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente ao conhecimento do homem, mas nem todos entendem essa lição. Meu texto poderá ser lido por milhares de pessoas, Brasil afora... milhares de estudantes, pais, professores angustiados diante da greve, esse último recurso que nos faz incompreendidos por aqueles que só criticam e mascaram situações.
Somos educadores vítimas de um sistema que minimiza o nosso papel na formação de filhos e filhas desse Brasil varonil. A todos que me leem nesse momento, eu digo: Não vos desespereis! O governo não quer negociar com os educadores porque perdeu a compostura de tudo aquilo que é direito e do que é dever. Dita regras descabidas, exige o que ele nunca ofereceu, mas prometeu e se nega a pagar os 22,22% relativos à implantação do piso salarial, que é direito do educador.
A desgraça que tem caído sobre a educação é produto da cobiça em agonia por parte de dirigentes tão nefastos e impiedosos, da amargura de homens que temem o avanço do ensino e, automaticamente, do progresso humano.
Os políticos camaleões um dia desaparecerão, os ditadores sucumbirão, mas o valor de um verdadeiro mestre, há muito arrebatado da sociedade, há de retornar a ela. E, assim, não deixaremos os nossos direitos morrerem, como morre a esperança depositada em políticos que enganam e que nos fazem acreditar na máxima maior: “Queres conhecer o homem, dê-lhe poder”.
Governador, não escravize os educadores! Esses missionários da educação só querem o que lhes é de direito. Profissionais que respeitam seu ofício, que um dia o ensinaram a ler, escrever e, de certa forma, a se tornar um político que navegou numa cartilha sindicalista e que, hoje, parece não se recordar disso, de quando até mesmo criticava governos que desrespeitavam profissionais da educação.
Memória curta e atroz. Não somos pseudopolíticos. Educadores é que somos! E com amor pela missão que, incansavelmente, cumprimos em salas de aula superlotadas, tanto de alunos que almejam aprender como da parcela enorme dos que passam pelos bancos escolares por mera obrigação ou imposição dos pais, onde cresce o desinteresse e a violência num cenário que outrora foi respeitado e seguro.
Políticos, não trabalhem pela escravidão e perseguição! No 17º capítulo do evangelho de São Lucas, está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem, mas de todos os homens. Só não está dentro de 33 deputados escovas-bota, fiéis a um governador autoritário, que massacra o educador.
Mas está dentro do povo, está em cada profissional que exerce com dignidade seu trabalho, está no professor que, juntamente com seus alunos, criam e recriam aulas, sorriem sorrisos puros e buscam transformar a vida numa aventura maravilhosa, no longo processo ensino-aprendizagem. Seria utopia? Não, é sede insaciável de democracia.
Usemos, então, esse poder e liberdade, para lutar por uma educação de qualidade para nossas crianças e jovens, onde professores sejam valorizados, com salários dignos e tenham seus direitos respeitados. Que possam se aposentar sem que seus justos benefícios sejam violados, as escolas seguras e organizadas, uma educação de qualidade para satisfação tanto de quem ensina quanto dos que necessitam aprender e, enfim, de toda sociedade.
Lutemos por um país que tenha políticos sensatos, humanos e sérios, que aos educadores seja assegurado o ensejo de trabalho digno e de um futuro promissor à mocidade e segurança na velhice. É pelas promessas de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão.
Os ditadores liberam-se, porém, escravizam o povo. O governo torna-se tirano quando se nega a discutir situações das quais ele não conhece e abusa do poder que exerce, cortando salários, ameaçando, mostrando total descaso para com a educação.
Governador, ouça os professores, que, há mais de vinte dias, tentam negociar a respeito da greve, esse último recurso que lhes restou. Onde estiveres, levanta os olhos! Vês, governador, se analisares bem, tens esse dinheiro para solucionar o problema dos educadores, que estão com as atividades paralisadas por culpa da ganância e prepotência que habitam em tua alma de político incoerente.
Vês, são tantos estudantes prejudicados por causa de míseros 22,22%, diante do tanto que os políticos ganham, mas que para os educadores é o mínimo que “mereceriam”, como piso salarial. Mesmo assim, lhes estão sendo dolorosamente negado. Se não tiveres os recursos, para algo que é vital na sociedade, para que mais terá e para que serve, então, um governador?
Ergue os olhos, governador, desça do pedestal e ouça! A alma do educador ganhou asas e, afinal, começa a voar, para garantir seus direitos, mesmo que isso tenha nome de GREVE. Voar, quando nada, para a esperança de que vale a pena ser EDUCADOR, mesmo quando sentem que tripudiam sobre sua missão de ENSINAR.
Voa para a luz da esperança de que tudo pode mudar, porque nenhum ganho social vem sem LUTA. Ergue os olhos! Saia da pequenez política que o levou a pedir a decretação da ilegalidade do nosso movimento, não leve para a sua história essa mancha. Tente enxergar a grandeza desses profissionais, que ajudam a construir a infinitude da educação. Então, 22,22% JÁ!
O PIB de Livramento cresceu muito nos últimos 20 anos. Algo parecido com o Brasil nos últimos 10. Mas a Presidente Dilma Rousseff não está muito satisfeita, pois ela declarou: "queremos é que o Brasil seja o sexto país em condições de vida". Minha candidata, cujo nome fica a cargo de vocês identificar, tem mais ou menos a idade de Dilma, e, como esta, é mãe e avó. É professora e tem sido uma incansável batalhadora em prol da educação, da cultura, do desenvolvimento social.
Livramento entrou na onda global do crescimento desenfreado, da poluição ambiental, da matança dos rios e lagoas, da destruição da fauna e da flora, da ocupação desordenada do solo, do esgotamento e encolhimento das terras agricultáveis, da especulação imobiliária, das desigualdades sociais, da violência, das drogas, dos problemas crônicos na saúde, na educação e na segurança, do inchaço da máquina administrativa, do isolamento dos novos ricos por muros altos que cercam residências enormes nas quais, sem melhores alternativas para gastar suas súbitas fortunas, ou sem criatividade ou pouquíssima preocupação social, se divertem, isolados, carrões e camionetas na garagem, com churrasco e tudo o que há de mais moderno e extravagante em matéria de eletrônicos, novelas, filmes de 3a. categoria, "ultimate fight" etc.. Tem coisa melhor? Para eles, não, enquanto o "boom" da manga e do comércio em geral continuar produzindo lucros praticamente não taxados e regados a água fornecida de graça pelo DNOCS.
Já nem se fala mais em arroz, coco, alho, cebola e algodão, que, em priscas eras, punham Livramento em destaque na produção agrícola do alto sertão da Bahia. Mas eram, também, os tempos de um Pedro Mandu, com suas invenções e tecnologias intuitivas ou aprendidas empiricamente, carregando acumuladores, beneficiando arroz com seus pilões movidos a roda d'água, planejando e fazendo canais de irrigação por gravidade etc.. E foi lá mesmo, no pé do morro de Pedro Mandu, que o prefeito João Correia inaugurou a primeira usina hidrelétrica de toda a região, bem antes de Correntina e muito antes de Paulo Afonso. O Major Deoclides Alcântara e seu irmão Rochael já haviam formado aqueles exuberantes coqueirais que, em meio às centenárias mangueiras do tempo do Senador Tanajura e aos imensos arrozais, ora verdes, ora dourados, tudo cercado de montanhas por todos os lados, com o "véu de noiva" despencando do portal da Chapada Diamantina no leito de águas cristalinas do Rio Brumado, davam a livramentenses e visitantes a sensação de algo além da simples pujança econômica. A de felicidade. Tomávamos banho e jogávamos bola, pelados, nos bancos de areias alvas e límpidas. As meninas usavam calcinha à guisa de biquine, outras, um camisolão, como maiô. E outras não estavam nem aí, mesmo sabendo que estavam sendo espiadas pela molecada escondida nas moitas ribeirinhas.
De resto, havia o cinema mudo de Pompílio, e, na mesma Praça da Bandeira, o palacete dos Alcântara, de primorosa arquitetura, com seus salões embelezados por lustres e espelhos da Bohêmia, mobiliário vienense, onde o requinte, o refinamento, a elegância, a boa mesa, a polka e a valsa eram de rigor. E pensar que hoje não apareceu um novo rico sequer, ou um político, tampouco, para evitar que aquele patrimônio arquitetônico desmorone de vez.
Depois do cinema mudo, vieram os cinemas modernos de Ino Teixeira e Dominguinhos Tanajura, com seu serviço de alto-falantes na voz inconfundível de J. Neves (que viria a escrever duas gramáticas) tendo "Danúbio Azul" de Johahn Strauss como abertura. Também havia as bibliotecas do Prof. Otaviano de Castro e da Associação dos Amigos de Livramento, duas filarmônicas e dois "jazz-bands" que animavam as festas de toda a região, missa cantada em latim (tendo como expoentes as maviosas vozes de Hildete, Maria Messias e Izabel) acompanhada pela "Filarmônica Dois de Julho" (onde eu e Lindembergue Cardoso começamos sob a batuta de Manoel Conceição de Castro).
Depois de Caetité, Livramento foi a primeira cidade a ter curso secundário, em toda a extensão de Bom Jesus da Lapa até Vitória da Conquista, iniciativa de João Villasboas e Mário do Carmo Tanajura, que também se ocupava da Cooperativa de Crédito e da empresa "Águas de Livramento S.A." criada pelo "gentleman" Dr. Edilson Pontes. Ainda na década de 70 do século passado, José Maria Tanajura doou os terrenos onde foram construídos o "Estádio de Livramento" e o "Ginásio Polivalente". Enfim, eles eram ricos mas eram altruístas, progressistas. A coisa parou aí. Muito enriquecimento, até ilícito, mas progresso social quase nenhum.
Naquele tempo, Livramento já estava na vanguarda do que agora leio no jornal "O Globo", sob o título "Nem tudo é economia, estúpido!", no qual o grande cineasta Cacá Diegues destaca que "a vida é um pouco mais complexa", endossando a tese de um pequeno país asiático, o Butão (alô, Dr. Genebaldo, Butão, capital Punaka, não era assim que a Profa. Rita Villasboas nos ensinava no ginásio?) "acaba de propor à Assembleia Geral da ONU o fim dos dogmas medievais da economia, substituindo o PIB (Produto Interno Bruto) pela FIB (Felicidade Interna Bruta), como critério para a análise do estado das coisas no mundo contemporâneo".
Não vejo outra pessoa tão capaz de conciliar o PIB e a FIB à frente da Prefeitura Municipal de Livramento. Ela nem está sabendo desta indicação. Espero que vocês a identifiquem, a indiquem, a convençam (e aí, ela vai ter que deixar sua reconhecida modéstia de lado e considerar que as mulheres estão mostrando sua capacidade e valor político) e entrem na campanha por sua eleição. Livramento precisa dela como prefeita.
Jornalista
Temos de dar a devida largueza à ascensão de Givanildo Rocha, nosso “Gil”, ao comando do diretório do PMDB de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, devendo sair dos limites estreitos das futricagens políticas. Gil é um servidor público, da área da Educação, professor, líder sindical, que integrou um grupo, do qual, dentre outros também despontam Nairton Rego e Alex Ramos, que introduziram o sindicalismo em Livramento, criando um sindicato da categoria a que pertencem, resgatando, em muito, a dignidade dos professores e demais servidores da Educação.
Em razão disso, foram perseguidos, combatidos e, em certos momentos, humilhados. Do êxito do movimento, surgiu a vontade política de ir mais longe, participando dos debates gerais da comunidade, tendo surgido, inclusive, uma agremiação nova no município, ligado ao movimento, o Partido Trabalhista Cristão, que tem dois professores no comando, Bento Dias e Alex, para o qual deverá convergir a força trabalhadora local, principalmente os profissionais da Educação.
Tudo isso pode significar o nascimento de um novo viés pelo qual a política local terá de ser vista, analisada e vivida. Mas deixemos a análise geral para outro momento e voltemos ao nouveau-peemedebista Givanildo Rocha. Afrodescendente, de origem humilde, professor e sindicalista, qualificações mais que suficientes para alçá-lo à condição de combatente social, mas também aos padecimentos da discriminação.
Alçado ao cargo de dirigente máximo da unidade local do PMDB, que já foi o maior e ainda é um dos maiores partidos do Brasil, ao qual pertence o vice-presidente da República, Michel Temer, coloca-se sob os holofotes. Mas não há dúvida de que tem porte para exercer a função à altura da importância da legenda.
Terá de ser hábil, porém, ao administrar as circunstâncias do acontecimento. Por mais que negue, a menos que esclareça melhor, o partido está sim a serviço de uma candidatura já posta, a de Paulo Azevedo, e o sindicalista aceitou fazer parte de uma operação revanchista da cúpula partidária, de autoria de Lúcio Vieira Lima, dirigida ao alcaide local. Ou seja, um jogo político nada inovador, voltado para manter o status quo dos caciques.
Confio na sinceridade de Gil, mas há que se confrontar suas declarações com a realidade política local. Por exemplo, para aplicar a flexibilidade anunciada e dar sustentabilidade à bandeira do “melhor para Livramento”, terá de liderar o processo. Para tanto, uma de duas coisas há que subsistir: ou o partido será uma espécie de holding do grupo, do qual nega ser um penduricalho, engolindo as outras lideranças, ou dele se dissentirá. Não sendo assim, o líder anunciou mais do que poderá, efetivamente, disponibilizar.
Gestão partidária não está dissociada de gestão de campanha, até mesmo para se unificar a voz da coligação oposicionista, sem dúvida mais forte agora. Impõe-se, assim, que se defina a liderança. Quem, então: Paulo Azevedo, Paulo Lessa, Emerson Leal ou Givanildo Rocha? Se a resposta for “todos”, aí será necessário mais que Sigmund. Serão necessários Carl Jung, Carl Max, Madame Beatriz, Luiz Preto, Gonçalo “Dela” e, quem sabe, Lula!
Gil nos confundiu em dois momentos, dizendo que “Vamos nos adequar ao que é a política do nosso município” e ao afirmar que “temos um projeto montado que é estar hoje na oposição trabalhando em prol de uma Livramento melhor”. No primeiro caso, nos assusta, pois pode significar que vai reforçar o que há de pior entre nós. No segundo, como não dar tempo melhorar Livramento antes da eleição, surpreende, pelo nonsense da ideia de que a legenda será sempre oposição, ganhe quem ganhar a eleição.
Jornalista
Teria sido melhor se o professor Givanildo Rocha, o nosso “Gil”, na entrevista ao “Mural de Notícias”, tivesse dito: “Não tem para onde correr, agora, de um jeito ou de outro, eu pego vocês!”, ao se referir à embaraçosa situação em que se encontram os vereadores Ilídio de Castro, João Louzada e Lafaiete Nunes, deixados à própria sorte em uma jogada política do prefeito Carlos Batista, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, que parece ter saído pela culatra.
Ao deixar o PMDB de Lúcio e Geddel Vieira Lima, dos quais esperou muito e recebeu muito pouco, o prefeito debandou para o PSD do vice-governador Otto Alencar e do paulista Gilberto Kassab. Antes, porém, dividiu sua bancada hegemônica ao meio, tinha seis dos nove vereadores da Casa, fato inédito na história recente do município. Parece clara que sua intenção era, assim como a ameba, dividir-se para se multiplicar, achando que os três vereadores deixados no PMDB lhe garantiria a posse da legenda.
Não contou, todavia, com a astúcia do “Lúcius”, aqui no significado de “tirar de letra qualquer desentendimento”, que não hesitou em entregar a sigla a quem menos se esperava, ao inimigo de outrora, o ex-prefeito Emerson Leal. A situação dos três vereadores e demais filiados, empedernidos seguidores de Carlão, é vexatória, com a agravante de terem criticado demais, falado mal demais da oposição para, agora, nela ter ou não ter que se abrigar.
Não só é certo que em política nada é definitivo como que político não tem vergonha, daí não se esperar que os três edis simplesmente morram abraçados. Não hesitarão em garantir a sobrevivência, ainda que não consigam esquecer a histórica sessão onde desempenharam o papel de algozes dos profissionais da Educação. Mas se a estratégia frustrada era se dividir para se multiplicar, anotem, não terão o menor pudor em se eleger pela oposição, como lhes está a ensinar o professor Givanildo, e logo após retornarem, reeleitos, para a situação, se esta eleger o prefeito.
Gil comanda o PMDB de Livramento |
Gil não é o que se poderia chamar de “matreiro”, mas podemos afirmar com elevado grau de certeza que a cada palavra que ditou para o site, vinha-lhe à memória a humilhação porque passou, na Câmara de Vereadores, naquela tarde inesquecível de 23 de dezembro de 2011. Nela, os seis vereadores da situação, inclusive os citadas, votaram sistematicamente contra as emendas ao plano de carreira dos servidores da educação municipal, pelo qual o sindicato da categoria, do qual é presidente, tanto lutou e esperou.
Temos de escolher uma de duas das prováveis intenções de Gil: ou quis iniciar sutilmente o esculacho, já que esperou e não foi procurado, ou teria sido ingênuo. Esta última não caberia no seu estilo e muito menos na sua inteligência. Então, seja como for, os três vereadores não têm opção: ou sai do partido e ficam inelegíveis este ano ou engolem o elefante e tentam garantir os cargos. Neste último caso, não podemos afastar a possibilidade de estarem mal intencionados: eleger-se agora e sair depois.
Se assim vier a ser, terão uma campanha tormentosa, pois, além de perderem o apoio e poder do grupo governante, ainda teriam de contar com a má vontade do grupo para onde irão. Ninguém lá, com certeza, fará a menor força para que se elejam. Já imaginou como seria complexo para Ilídio, João Louzada e Lafaiete mendigar votos na arena que sempre hostilizou? Teriam, ainda, de ser muito otimistas para acreditar na fidelidade dos que ficaram do outro lado. Difícil tirar conclusões, mas deixemos que Sigmund e Gil expliquem!
Em dois confrontos cheios de emoções, segundo testemunho dos representantes da Liga Desportiva Livramentense, a equipe do Piçarrão bateu o time da Várzea D’Água, no jogo de ida (4 x 0) e de volta (5 x 3) e é a campeã do Torneio de Futebol da Zona Rural de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, encerrado no último dia 29 de abril.
Os atletas destaques do torneio, realizado no Estádio Dr. Edilson Pontes, segundo a Liga Desportiva, foram André Pessoa, do Nado (melhor goleiro); Reinaldo Souza, da equipe do Piçarrão (atleta destaque); Carlos Vinicius de Melo, do Piçarrão (artilheiro); e Josimar Oliveira Silva, da Várzea D’Água (atleta revelação).
A arbitragem também foi avaliada pela Liga, que elegeu Carlos André Ramos, o árbitro revelação; Gildo Nascimento, o melhor árbitro; e Marivaldo Oliveira e Lourivaldo Dantas, os melhores auxiliares. Outro ponto alto da festa de encerramento do campeonato foi a torcida, que lotou o estádio nas partidas finais.
A seca já se instalou nos sertões do estado da Bahia produzindo os seus efeitos negativos e nefastos sobre a economia dos agricultores. Não é uma seca inusitada, mas prevista de longas datas pelos estudos do Instituto de Atividades Espaciais-(IAE) de São José dos Campos. Esta previsão foi chamada de “Prognóstico do Tempo a Longo Prazo” Baseia-se em interpolações e pesquisas cuidadosas fundamentadas no histórico pluviométrico da região nordeste.
A cada 26 anos ocorre uma grande seca, como aconteceu a de 1979/84 quando o DNOCS e outros órgãos dos estados nordestinos receberam antecipadamente relatórios sigilosos analisando e alertando para o que iria ocorrer. Não é um modelo matemático na acepção do termo, mas um “Método Estatístico de Correlação,” estudo que passou a merecer toda a credibilidade dos técnicos e dos poderes administrativos.
Fizemos, pessoalmente e por curiosidade, uma regressão com o perfil senoidal das secas acontecidas desde a chegada de Tomé de Sousa ao Brasil. A coincidência foi magistral, a cada 26 anos a senóide entra no seu ramo descendente apontando exatamente as secas ocorridas na região em séculos passados. Exemplificamos só algumas: 1582/84-1777/80-1877/80 -1930/33 1957/59 e por aí vai a ciclometria das secas.
Não é uma equação, é um modelo que pode sofre alterações nas datas presumidas das secas para mais ou para menos devido à complexidade da trama atmosférica que foge aos domínios de técnicos, meteorologistas e cientistas. Esta seca instalada agora, sobretudo no estado da Bahia, promete durar todo o ano de 2012 e também por todo o ano de 2013. Neste estudo procuramos mostrar o sistema ondulatório dos períodos de chuvas escassas indicando a projeção das estiagens que afligem a região.
Analisemos agora o Semi-Árido baiano. O Semi-Árido dos quatro estados Ceará, Paraíba, R. G. do Norte e Pernambuco somam uma área total de 327.000 km² e o da Bahia sozinho tem área de 320.000 km², praticamente igual. Desde o final do século XIX aqueles estados começaram a luta pela geração de água construindo açudes de maneira obstinada.
A seca de 1877/80 foi tirana ceifando 500.000 vidas, 10% da população nordestina que era na época de 5.000.000 de habitantes. Uma grande calamidade. Morriam de fome, sede, tifo, bexiga e outras endemias. Uma grande tragédia registrada na história do Nordeste e jamais esquecida.
Juntar água foi, então, o grande objetivo de todos os nordestinos uma vez que estes reservatórios se tornaram essenciais para melhorar os terríveis efeitos da seca. O açude é um núcleo de vida, de atividade social e econômica, sobretudo nos períodos calamitosos de secas.
A nucleação em torno da açudagem foi de tal importância que os nossos técnicos se tornaram os maiores barrageiros do mundo e ao logo do século XX construíram a maior rede de açudes do planeta Terra, mais de 70.000 açudes armazenando 40 bilhões de m³ de água, volume igual a 16 baias da Guanabara. O sertão virou mar.
O Semi-Árido baiano, entretanto, ao longo do século XX, ficou totalmente esquecido pelos governantes apesar da sua mais baixa pluviosidade. Não participou da epopeia nordestina gerando e acumulando água para os períodos inditosos. Não tivemos um programa específico e determinado de construir uma estrutura hídrica.
O Estado já tinha tudo, “Cacau, Petróleo e Paulo Afonso, as riquezas da Bahia”, um jingle eleitoral. O cacau declinou, o petróleo, o maior produtor em terra, é, hoje, o R.G. do Norte e Paulo Afonso é de todo o Nordeste. Construímos, tão somente, cerca de 150 açudes de pequeno e médio porte armazenando 1 bilhão de m³.
Toda nossa água armazenada cabe num único açude do Ceará, o Araras que acumula 1 bilhão de m³. Em 1882, há 130 anos passados, o Rio G. do Norte já tinha açude acumulando 600.000 m³ de água. Em 1934 o Ceará já armazenava 1 bilhão de m³ o que hoje acumula a Bahia. O nosso Semi-Árido possui uma excelente rede filamentar de rios e riachos intermitentes podendo construir um portentoso programa de açudagem, mas nada foi feito.
Vejamos mais, o rio São Francisco banha 850 km no Estado pela margem esquerda, de Carinhanha a Casa Nova e 1300 km pela direita, de Malhada a Paulo Afonso. São mais de 2.000 km lindeiros, mas não possuímos uma só adutora adentrando-se pelos nossos sertões. O estado de Sergipe, com 250 km de rio, tem 5 adutoras levando água aos seus municípios.
O Semi-Árido baiano se constitui, portanto, na maior solidão hidro geográfica do Brasil. Não estamos preparados para enfrentar a grande seca de 2012/13. Os nossos administradores foram sempre absenteístas em relação a esta grande hinterlândia baiana. São 269 municípios, 57% da área do Estado carentes de estrutura hídrica.
O programa de cisternas é excelente para as famílias sertanejas, já é um avanço, mas é água domestica, mitiga a sede, mas não gera economia. Temos, portanto, um Semi-Árido pobre, mas prenhe de riquezas naturais. A caatinga com suas 922 espécies botânicas é um bioma único no mundo. Por ser pouco explorada, esta grande área mantém ainda uma rica vegetação xerófila, verdadeiro baluarte contra a desertificação devido a sua intensa inflorescência para a perpetuação das espécies.
Esta rica fitogeografia é um paraíso, o melhor do mundo para o desenvolvimento de um vigoroso programa de apicultura orgânica. O Semi-Árido baiano, este grande sertão dilatado, pode produzir cerca de 120.000 toneladas de mel por ano, três vezes o que todo o Brasil produz.
A faveleira, euforbiácea leguminosa, nativa dos nossos sertões, é, ainda, um diamante bruto da caatinga á espera de lapidação. Ela, sozinha, redimirá o Semi-Árido baiano com a produção de um finíssimo óleo de mesa que substituirá, com vantagens, o óleo de oliva, além da sua excelência como forrageira para caprinos, riquíssima em proteínas. Existem muitas outras riquezas naturais, mas permanecem inexploradas na estática do nada.
Estas potencialidades naturais da região não fazem, entretanto, nenhum progresso sem que haja o empenho da sociedade e dos poderes constituídos. O Semi-Árido setentrional está anos-luz á frente do baiano, preparado para a grande seca e nós aqui no estado da Bahia ainda estamos de calças curtas.
(Texto repassado por Roberto Amaral Modesto, via e-mail)