Justiça – 31.10.2012

Tribunal homologa desistência
de ação para cassar prefeito

O ministro relator, Dias Toffoli, do Tribunal Superior Eleitoral, homologou o pedido de desistência da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AI Nº 1416870), numeração única 1416870.2008.605.0101, movida pela Coligação Desenvolvimento com Justiça Social (PSDB/PC do B/PP/PRB), contra o prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Carlos Roberto Souto Batista e outros.

Dessa forma, Carlos Batista livra-se do principal processo que visava a sua cassação e a do vice-prefeito Paulo Azevedo. O processo havia se tornado uma ameaça mais para o agora prefeito eleito, que se via na iminência de ter os direitos políticos suspensos a qualquer momento, do que para o prefeito, cujo mandado está se exaurindo.

Ou seja, o pedido de desistência foi uma manobra do grupo de Emerson Leal para evitar que o atual vice-prefeito, Paulo Cesar Azevedo, agora seu aliado e prefeito eleito, viesse a ser cassado tornado-se inelegível junto com Carlão. Com isso, também ficam livres do processo o vereador Marilho Machado Matias e o ex-vereador Zeferino Wagner Assis Santos Pereira.



Futebol – 31.10.2012

Vasco vence o torneio
dos “cinquentinhas”

Vascainos vencem os dois jogos decisivos e arrebatam o título

O Vasco da Gama venceu o Campeonato Cinquentinha, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, ao derrotar o Dorna, na noite da última terça-feira (30), por dois a zero, gols marcados por Nelson Beatão, 74 anos, que foi ovacionado pela torcida dos dois times, no Estádio Edilson Ribeiro Pontes.

O presidente da Liga Desportiva Livramentenses, Jânio Soares Lima, informou que o objetivo da competição foi reunir os atletas que, no passado, fizeram a história do futebol de Livramento e que hoje estão acima dos 50 anos de idade.

Essa foi a segunda edição do torneio, iniciado em março deste ano, com as equipes de Livramento, Humaitá, América, Dorna, Cruzeiro e Vasco, que marcaram época no futebol local. O Dorna ganhou o primeiro turno e o Vasco o segundo.

Nelson Beatão: o artilheiro do jogo

Na gran finale, a equipe vascaína venceu os jogos de ida e volta pelo mesmo placar. O segundo jogo foi um espetáculo cômico e de lances emocionantes. A bola praticamente não saiu da área do Dorna e Beatão não perdoou, cravando um e, depois, dois a zero, ambos no segundo tempo.

Quando tudo parecia caminhar para o zero a zero, o que, de qualquer forma, dava o título ao Vasco, o vascaíno Zemariinha recupera a bola lá na lateral e, arrancando forças do coração, lança na esquerda para Clarismundo. Mesmo ressaqueado da eleição, Clarismundo consegue driblar o zagueiro do Dorna e, num rápido levantar de cabeça, enxerga alguém bem debaixo da trave, lado a lado com o goleiro.

Era o Beatão, que gesticulava, desesperadamente, pedindo a bola, como a dizer “to só” (na banheira, claro). Clarismundo não titubeou e, num passe genial, fez o lançamento na direção da cabeça do Beato, que não esperou a pelota descer toda.

Foi lá no primeiro andar, como costuma dizer, viu que o goleiro esperava de um lado e, em toque preciso de cabeça, desviou a pelota para os fundos da rede. Exibindo energia de menino, correu para a torcida, com os dois braços para cima, comemorando ao estilo dos grandes artilheiros.

A torcida foi ao delírio! Mas não ficou por ai. Não demorou e, num bate e rebate dentro da área, o oportunista septuagenário novamente enganou o goleiro e enfiou o segundo gol, decidindo a partida: Vasco, campeão, 2, e Dorna Vice, 0.

A Liga Desportiva Livramentense batizou o troféu, do Campeonato Cinquentinha, com o nome do jornalista Raimundo Marinho. Segundo justificou o presidente Jânio Soares Lima, devido aos serviços prestados a Livramento, pelo homenageado, como jornalista, tendo, inclusive, testemunhado “a gloriosa história do nosso futebol”.

O presidente acrescentou que, nessa gestão, a Liga promoveu campeonatos de varias Categorias: Sub 14, Sub 17, Feminino, Rural, Principal, Máster, Cinquentinha, Intermunicipal e Interbairros, que termina agora em novembro, além de varias peneiras com alguns Clubes do Futebol Brasileiro.

O Dorna levou o troféu de vice-campeão do Torneio Cinquentinha



Sepultamento – 31.10.2012

Morre em Livramento o
ex-vereador Josias Lessa

Foi sepultado, na última terça-feira (30), em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, o comerciante aposentado Josias de Souza Lessa, 93 anos (foto), de tradicional família livramentense.

Foi agricultor e comerciante e exerceu dois mandatos de vereador no Legislativo local (1948 a 1951 e 1973 a 1977). Foi figura ativa e de destaque na vida social, política e econômica do município.

Casado em segundas núpcias com D. Dolores, deixa os filhos, Iraci, Irani, Enedina, Marilene, Darci, José, Valter, Maria Lúcia e Célia, todos do primeiro casamento, além de 15 netos e dois bisnetos.

 

Dia da Juventude – 29.10.2012

Que vida vale a pena ser vivida?

Jovens de 21 paróquias da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, composta de 20 municípios, reuniram-se no Clube Caiçara, domingo (28), para marcar a passagem do Dia Nacional da Juventude. Estima-se que mais de mil pessoas participaram do evento, surpreendendo os próprios organizadores.

O tema para reflexão foi Juventude e Vida e o lema Que vida vale a pena ser vivida?. Constou de missa, na abertura, celebrada pelo bispo Dom Armando Bucciol. Em seguida, o jornalista Raimundo Marinho fez uma reflexão sobre o tema do encontro.

O jornalista conduziu sua fala sugerindo aos jovens a realizar um passeio pela consciência e pela realidade espiritual, provocando-os a pensar sobre o significado da vida e que atitudes deveriam ou poderiam adotar para descobrir um sentido para a vida.

A BUSCA DO CONHECIMENTO

Sugeriu que cada um, em suas consciências, perguntassem, por exemplo: “Quem sou eu?”, “De onde vim?”, “Para onde vou?” e “O que estou fazendo aqui?”. Recomendou que, na busca do conhecimento, estudassem e trabalhassem muito, salientando que nas respostas encontradas estaria o sentido da vida.

Convidou os jovens a examinar e refletir sobre as dimensões em que a vida pode ser vivida: espiritual, material, conciliatória e indiferente, mostrando em que consiste, na sua visão, cada uma dessas opções, e que a escolha deveria ser baseada tão somente no livre-arbítrio.

Ou seja, optar por viver dentro da dimensão espiritual, para o serviço de Deus, construindo a elevação do seu espírito; ou escolher a dimensão material, voltada para as realizações deste mundo; ou escolher a dimensão conciliatória, cuidando tanto do espírito quanto da matéria; ou ser indiferente a essas questões, sem opção de vida.

O jornalista introduziu e encerrou sua fala com a música Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, cujo refrão Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer foi acompanhado em coro pela multidão de jovens.

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Na sequência, Dom Armando Bucciol, ao falar da Jornada Mundial da Juventude, resumiu suas palavras, dizendo que já haviam sido supridas por Raimundo Marinho. Mas destacou a data dedicada aos jovens, criada em 1985, Ano Internacional Juventude, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O jornalista havia referido que viveu sua juventude no período da ditadura militar, instalada no Brasil em 1964, que resultou na prisão, tortura e morte de muitos jovens, alertando para que os jovens de hoje soubessem aproveitar a liberdade democrática existente.

Reportando-se a isso, Dom Armando aproveitou para lembrar que hoje há outras necessidades e problemas pelos quais os jovens podem lutar, contribuindo para melhorar as condições de vida da geração atual e futuras. Nessa luta, estaria a cobrança, junto ao poder público, de solução para os graves problemas que afetam nossa comunidade.

Na programação, houve ainda apresentações e muitas animações por grupos dos diversos municípios, além do show do padre Renato e músicos missionários, seguido de oração de encerramento e de uma carreata até o bairro Taquari.

O evento foi organizado pelo Setor Diocesano de Juventude, através dos padres Cido, Luizinho, Idérico, Gonçalo e Samuel, com a colaboração de irmãs religiosas, seminaristas e fiéis das diversas paróquias.



Música – 29.10.2012

Guilherme por Guilherme:
Sou um cara bem tranquilo”

Música para se ouvir e meditar

Assim foi a apresentação do veterano cantor Guilherme Arantes, no Parque Tio Dedé, sábado (27), em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, promoção de Janete Meira Produções, comemorativa dos 30 anos do Colégio Probo COC.

Público pequeno, mas educado e atento, não sentiu o tempo passar, nas quase duas horas de um raro espetáculo musical: Guilherme por Guilherme, de Terra Planeta Água a Meu Mundo e Nada Mais. E tantos outros sucessos das décadas de 70 e 80.

Antes de ir ao palco, no camarim, onde recebeu dezenas de fãs, o cantor conversou com o jornalista Raimundo Marinho e a professora Márcia Oliveira, em entrevista ao O Mandacaru, numa aula de simplicidade e amplo conhecimento da realidade musical brasileira.

ODE AO CICLO DA ÁGUA

Sobre seu pensar antes e depois da música Planeta Água, respondeu que “que a música é uma ode ao ciclo da água, independente da existência da raça humana, que não tem vínculo com a causa ambiental [como muitos pensam], que só veio depois”.

Na música, ele conta a história do ciclo da água e das circunstâncias de cidades, vilarejos e aldeias surgirem à beira dos rios. Esclarece que “Não tem dimensão humana, é um enfoque filosófico sobre o elemento água, guarânia pantaneira, ligada à minha infância. Faria da mesma maneira hoje”.

O cantor mantém uma ONG (Organização Não Governamental), em Barra do Jacuipe, Camaçari (BA), chamada Instituto Planeta Água, que promove a preservação e reconstituição de mangues e restingas, inclusive fazendo replantio em áreas depredadas. “É um trabalho de educação ambiental”, disse.

Sobre o futuro do meio ambiente, Guilherme Arantes afirma que “o problema maior é a carga demográfica, a falta de controle da natalidade”. Considera isso questão delicada e acha que o crescimento da população tem fundamento religioso, a partir da ordem bíblica “crescei e multiplicai”.

Para ele, o crescimento é exponencial e em 100 anos a humanidade estará um caos, que a pressão já existe hoje, com “muita gente por toda parte”. E questiona: “como controlar a natalidade, com que direito, e o direito do individuo?”. E se confessa um mau exemplo ambiental: “eu tive cinco filhos, não tive controle nenhum”.

INFLUÊNCIA DA ASCENSÃO SOCIAL

“Já estou fazendo música para o ano que vem, estou em plena produção, embora agora já não temos o espaço que tivemos lá nos anos 70 e 80”, informou. Reconhece que o “o marketing e o consumo eram focados na classe média”.

Apontou a ascensão da classe C para B, dizendo que “todo mundo está focado nessa ascensão, que é mais importante do que outros questionamentos”. Recorda que “na década de 70, o questionamento mais importante era político, o questionamento da ditadura militar”.

Explicou que “cada época tem sua linguagem, então, era natural que naquela época se produzisse Chico Buarque, Milton Nascimento, Geraldo Vandré, Guilherme Arantes, que surgisse Ney Mato Grosso, com Secos e Molhados” e que “tudo isso tinha motivações sociais”.

Para ele, “a ascensão de classes sociais - D para C, C para B - são mais importantes que outros questionamentos, do que a beleza das canções, o importante é ser negro, é ser da periferia, é ter aquela linguagem de uma classe ascensional”.

Destaca que a situação dos veteranos exige “muita serenidade, calma e não reivindicar um espaço que, às vezes, não tem mais sentido”, acrescentando que “eu consegui emplacar muita coisa nos anos 80 e tenho muita gratidão e estou muito feliz com isso”.

SER FELIZ COM O QUE TEM

Opina que “a gente tem de ser feliz com o que tem, com o mundo como é e também querer mudar, contribuir paras as mudanças positivas, mas a parte pessoal da vaidade a gente tem de tomar cuidado”.

Sobre o não surgimento de novos talentos: “a culpa é também do mercado da música, que sofreu uma metamorfose muito grande, não há mais gravadoras, nem a curadoria, as empresas querendo lucrar, tudo se pulverizou e perdeu-se o controle da produção cultural”.

“Você não tem mais uma gestação de uma bossa nova. Era preciso uma Ipanema da areia fina, aquele Brasil diplomata, aquela classe alta de Jobim, Menescal. A Nara Leão, a casa da Nara. Aquilo tudo não existe mais e não tem como existir mais uma bossa nova”, disse.

Para Guilherme, “Hoje a gente vive um Brasil da inclusão social. Esse é o impacto mais forte em toda cultura. A inclusão hoje é o assunto mais em dia”. Cita a entrada de bandas novas, maracatu, forró eletrônico, nova massa de consumidores, o fenômeno Lula e Seu Jorge.


NEM TUDO ERAM FLORES

“São coisas para as quais a gente tem que estar aberto e admitir também que algumas coisas melhoraram, pois nem tudo eram flores. Por exemplo, havia uma exclusão negra gigantesca. No pop Brasil dos anos 80, não havia um negro se quer, era tudo branco de classe média”, lembrou.

“Isso também acontece lá fora”, afirmou. E indaga, citando os Estados Unidos, “onde estavam os negros nos anos 80?”. Segundo ele, aquele país “respirava o enriquecimento do negro, que comprava Jaguar e clipes mostravam mulheres maravilhosas em carros, cheias de ouro, todo mundo cheio de ouro, era uma demanda do negro”.

Lembra que “Elvis Presley e os Beatles só aconteceram porque o mundo apostava em uma classe média, aí vem o John Lennon que é de classe média. Era uma classe proletária subindo para a classe média. Se a gente prestar atenção, verá que é neste contexto que a gente acontece”.

“E o Elton John? Precisava-se de alguém como ele, um gay que tocava piano daquele jeito escandaloso, com canções maravilhosas, de uma estética de classe média”, comenta.

Reconhece que “hoje já não teria sentido mais ser daquela forma que foi. Mas acho que todos somos marcados por uma época. Agente não pode ter rancor. Tem que ter carinho com a própria história, ainda bem que teve espaço para a gente mostrar”.

FAZENDO MÚSICAS MUITO FORTES

Sobre projetos, afirmou que “Estou fazendo músicas muito fortes para o ano que vem. Já estou com 60 anos, mas ainda consigo compor melhor que os de hoje. Tenho um estúdio, onde grava todo mundo, mas penso em migrar para a área de produção”.

Segundo Guilherme, “a balada tem várias facetas no Brasil”, mas “no mundo inteiro é a pegada do momento”, destacando que há “uma massa de jovem que quer se divertir e os artistas tem uma utilidade focada nas festas e eles são eficientes nisso”.

Salienta que, no caso, “a gente não pode criticar, porque a música tem que ser mais rasa, não pode ser música para reflexão, em que todo mundo se reúne para chorar. Hoje se reúne para a balada, para dançar e para a paquera (axé, sertanejo universitário, pagode etc)”.

“É um mercadão gigantesco, eles não conseguem fazer nada mais profundo, tudo é muito coletivo, não conseguem fazer algo para reflexão individual. É muito estranho, é um mundo que desconheço, não sei onde vai dar. Essa geração vai ficar num vazio quando isso acabar”.

Sobre sim mesmo, Guilherme por Guilherme, o cantor responde: “Tranquilo, com muita gratidão, não podemos viver num estado de reclamação e de busca. Sou um cara bem tranquilo”.

 

Opinião – 24.10.2012

Nossa solidariedade aos padres

Raimundo Marinho

Jornalista

Nada mais conveniente para quem estiver perdendo o jogo do que embaralhar as cartas e impedir o resultado ou, findo o jogo e proclamado o resultado, criar fatos com a intenção de gerar ruídos para dificultar a audição da música comemorativa tocada na festa do vencedor.

Nada incomoda mais os vencidos do que a alegria das comemorações dos vencedores. Em uma eleição democrática, não deveria ser assim, pois as regras do jogo são claras e conhecidas previamente, em que se sabia que haveria um vencedor e um vencido.

Em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, infelizmente, ainda se vive longe da civilidade. É triste ver o inconformismo de alguns, com surpreendente carga de oligogenia, diante dos resultados das eleições municipais, divagando-se na busca tola de bodes expiatórios.

O povo quis do jeito que aconteceu, dentro do processo legal previsto em nosso ordenamento jurídico. A fora a lamentável e escandalosa compra de votos, pelos mais diversos meios, mas da qual não se colheu prova, não há do que se reclamar.

Em 2004, a festa foi de um lado, que a repetiu em 2008, não pelos méritos dos vencedores, mas tão somente pela vontade do povo, representado pelos eleitores. Em 2012, a festa mudou de lado, igualmente pela vontade do mesmo povo.

Querer diferente seria o mesmo que se autoproclamar rei e impor a perpetuidade no comando da administração municipal, negando a própria pregação democrática, falsamente proclamada. Desejar ganhar sempre é o mesmo que dizer: “acabem-se as eleições”.

Então, são inadmissíveis e dignos de repúdio alguns acontecimentos que vem ocorrendo em Livramento, depois das eleições, com caráter de retaliação, cuja autoria é atribuída aos derrotados. Entre os fatos abomináveis, estaria a demissão de garis, que ganham R$50,00 por semana.

Mas nenhum dos fatos foi mais revelador do caráter dos autores do que a perseguição aos padres das paróquias de Nossa Senhora do Livramento (Ademário Ledo) e do Bom Jesus do Taquari (José Aparecido), afrontando o direito deles de exercer a própria cidadania.

Entre os detratores estaria a autoridade máxima do município que, a despeito de ser o prefeito de todos os livramentenses, posicionou-se a favor de uma das candidaturas, a do seu grupo político, perdendo a isenção para julgar os religiosos.

Ademais, Carlos Batista é que vem sendo apontado, até por correligionários, como o bode expiatório supremo, na derrota da situação. Bote, aliás, cevado dentro do próprio grupo, que reconhece ser a má administração do prefeito a principal culpada pela derrota.

A detração aos religiosos, a que o prefeito e seus áulicos aderiram, incluiria um “abaixo-assinado” para expulsar o padre Ademário da cidade e o boicote ao pagamento do dízimo à Igreja. O motivo seria a posição eleitoral dos sacerdotes, vista como favorável aos adversários do alcaide.

Um dos “crimes” dos religiosos seriam as pregações contra a corrupção política. Pregação essa, aliás, correta e bem coerente com a cartilha “As Eleições Municipais 2012”, distribuída pela Diocese de Livramento de Nossa Senhora, defendendo a livre manifestação do eleitor.

Em um dos trechos, prescreveu o documento: “como cidadãos que somos, temos o direito de possuir nosso candidato” e “temos o dever de respeitar a opinião de quem pensa diferente de nós e não podemos nos deixar conduzir por um ‘cabo eleitoral’”.

Outro “crime”, ainda segundo o julgamento da corte inquisitorial, teria sido a presença do padre no evento público, após as eleições, realizado pelo grupo vencedor, aberto a toda a população. Mas o padre, no seu direito, também esteve presente no comício de encerramento, no mesmo espaço, do grupo que agora o detrata.

Os padres falam em nome de Jesus, assim como líderes de outras religiões cristãs, as quais, inclusive tiveram candidatos nas últimas eleições, de um lado e de outro. Teriam de ser execrados, também, pelos que acham que lugar de pastor é na Igreja?

O ex-presidente Lula surgiu no auge da ditadura militar e somente se tornou forte e influente por que teve o apoio da Igreja, bispos inclusive, nos tempos das chamadas “Comunidades Eclesiais de Base”.

Se os peregrinos de Jesus, se os pobres e miseráveis de nosso município não tiverem a igreja e, eventualmente, a imprensa, para ajudá-los, de alguma forma, contra os prepotentes e os arrogantes, a quem vão recorrer?

Se a força avassaladora da prepotência, da arrogância e do autoritarismo dos que não se alimentam da generosidade cristã não se intimida nem mesmo diante dos representantes de Deus, o que mais os poderá deter?

Essa é a realidade de Livramento de Nossa Senhora. É o retrato do governo que acaba e do que ainda seria, se houvesse continuidade. Não se pode ter muitas ilusões com o futuro, só por ter mudado os personagens, mas o povo teve coragem e mudou o que já não mais trazia esperança.

E assim, sempre será! Não há déspota que sempre dure, mas o povo existirá, sempre, até quando Deus quiser!

Repudiamos todo e qualquer ato de imperialismo, de arrogância e prepotência, parta de onde partir, notadamente esses que agora são assacados contra os padres de nossas paróquias, em especial Ademário Ledo e José Aparecido.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. (Mateus, 5:3-12)

 

Artigo – 21.10.2012

O dilema da idade penal

Raimundo Marinho

Jornalista e advogado

Os itens essenciais que envolvem a chamada idade penal são menoridade, maioridade e fronteira legal, em face dos quais família e sistema educacional estão despreparados. Não há prevenção eficaz da circunstância criminal e o Estado age no pós-fato, o que é uma opção invertida, que exige reestruturação, pois não consola a vítima nem satisfaz o clamor da sociedade.

O crime está no contexto das exclusões social, econômica, cultural, psicológica e educacional. Mas isso deveria desculpar ou minimizar o comportamento criminoso? Seria correto delimitar a idade penal, sem enfrentar as causas da marginalização? Não seria mais sensato se disponibilizar ambiente adequado à formação juvenil?

A inferioridade física e mental da criança e adolescente, em razão da idade, costuma ser usada nos “processos educacionais”, para controlá-los mais facilmente. Isso acaba entrando na formação deles, podendo desenvolver tendências defensivas agressivas, de difícil superação.

No Brasil, a criminalização da pobreza é aterrorizante, com etiquetamento social e seletividade na persecução penal, mas não deveria servir como argumento para o rebaixamento da idade penal. Nossa ordem jurídica não garante educação aos pobres, mas é implacável ao persegui-los, em caso de suspeita de crime.

A juventude pobre recebe noção distorcida da função dos sistemas social e jurídico, que os abandonam quando mais precisam. Então, com alguma razão, deles se tornam, no mínimo, fugitivos, o que deveria integrar o debate sobre a delimitação da idade penal. Deve-se, ainda, se perguntar: por que ricos cometem crimes?

Não se pode combater a redução da idade penal com a fluida desculpa de que, inversamente, aumentaria a criminalidade, por atingir mais os pobres. A pobreza deve ser combatida e não usada como excludente criminal. O que preocupa é o aperfeiçoamento da criminalidade, que só aumenta com a ineficácia do controle social, exercido pelo Estado.

Quando surgiram os chamados flanelinhas e a mendicância nos sinais de trânsito, previu-se que, dali, surgiriam futuros marginais. Mesmo assim, o Estado se omitiu. Mas o ser humano lá exposto mostrou grandeza e criatividade, aparecendo, ao invés de criminosos, “artistas” e “camelôs”, que suprem, a seu modo e alcance, a indiferença estatal.

A evolução social, incluso a conduta criminosa, exige revisão do balizamento da responsabilidade penal. Por conta do marco atual de 18 anos, jovens praticam delitos hediondos, a serviço do crime organizado, e se acobertam na menoridade e favorecidos por casuísmos legislativos e conveniências políticas.

Há antinomias esdrúxulas como maturidade eleitoral e inculpabilidade penal, em um país troncho, onde as leis penais respondem aos ecos da mídia, mas não se entendem com a realidade social. Parece existir um “pacto negro” oficial com a bandidagem e a corrupção, em desalinho com os fundamentos do estado democrático de direito.

Não deveria existir fronteira etária. O problema está nos instrumentos de “correção” – pena, no Código Penal, e medida sócio-educativa, no Estatuto da Criança e do Adolescente; e não na condição biológica do infrator. Devem-se igualar as idades e se diferenciarem a natureza, os meios e ambientes de execução da pena.

A discussão sobre idade penal coloca-se ora como necessidade imposta por uma maturidade precoce, advinda com a evolução humana e social, ora pela ineficácia gerencial e operacional do Estado opressor, no tocante às leis, ou, ainda – para os que se posicionam contra a redução - devido à ameaça para as comunidades pobres.

Para uns, a redução é temerária, ante o risco para a juventude pobre, em um Brasil chafurdado na crise da segurança pública e na favelização das metrópoles, com elevado índice de marginalização, de exclusão social e com a estrutura policial-judicial-prisional deteriorada. Mas, o que fazer ante o avanço da criminalidade juvenil?

O ECA é bom, bastariam ajustes na dosagem, duração e modos de aplicação da pena, que deveriam incluir exigências como “concluir ensino fundamental”, “cursar pré-vestibular”, “fazer curso profissionalizante”, “qualificar-se em trabalho supervisionado”, “indenizar a vítima”, “participar de mutirões sociais”.

O tema deve ser visto como questão humana fundamental, envolvendo sentido da vida e razão da trajetória do homem na Terra, conscientizando-se crianças e jovens sobre direitos, responsabilidades e consequências dos atos humanos, sempre realçando a carga repulsiva do ato criminoso.

O começo poderia ser a fusão dos princípios do Código Penal e do ECA, com os aperfeiçoamento exigidos, mas rompendo-se as fronteiras da idade penal, pela lógica de que a partir do crime praticado o indivíduo se habilita a responder por ele, independente de idade. Toda pena, mesmo as privativas de liberdade teriam função sócio-educativa.

Haveria, igualmente, a correspondente reformulação do sistema prisional, pois não é razoável se confinar alguém por 30 anos, nas atuais masmorras brasileiras, sem chance de recuperação, nem liberar latrocida de 15, 16 ou 17 anos, após três ou seis anos de submissão às eufemísticas medidas sócio-educativas.

Os argumentos contra a redução da idade penal expõem a falência do sistema como um todo. Ela não deve vir isolada, casuisticamente, mas integrar processo que inclua pleno acesso à educação e o enfrentamento da pobreza. A atuação penal repressiva deveria ter função apenas residual.

Pesquisa do IPEA mostra que o problema não é normativo nem etário e sim de gestão. Se efetivas as medidas sócio-educativas, o alargamento da sua duração, bem como a redução da menoridade seriam oportunas, pois distanciariam o menor por mais tempo do ambiente do crime, garantindo-lhe infância e adolescência saudáveis.

A medida sócio-educativa deveria se constituir na elaboração e execução de projeto de vida para o infrator, como faria uma família ajustada e socialmente incluída. Para êxito desse projeto, que pode se chamar “prisão-família” ou “prisão-escola”, deveria obrigar não só o Estado, mas também a família e a sociedade.

Faz-se necessário, também, recuperar e fazer funcionar os sistemas de segurança pública, policial, judicial e prisional. Aliás, o sistema prisional teria de ser substituído. Na declaração dos próprios menores abandonados e absorvidos pelo mundo do crime, eles têm vida de bicho, dizem que a vida deles não vale nada.

Aí está a prova do que lhes falta e o Estado tem recursos e tecnologia suficientes para sanar esse problema. O processo educacional deve incluir preparação dos pais para a criação adequada dos filhos.

A menoridade tem de perder o caráter de inculpabilidade, devendo apenas determinar a natureza da norma a ser aplicada. Diferente de países como os Estados Unidos, o direito brasileirão considera o menor incapaz, equiparando-o aos débeis mentais, o que é um absurdo.

O menor de 18 anos tem, sim, capacidade de entendimento e assim deveria ser responsabilizado. Até porque o “marco etário” é convencional, fictício, não sendo razoável e nem lógico conceber que possa haver diferença substancial, em termos de maturidade, um ano abaixo (17 anos) ou acima (19 anos) do marco oficial (18 anos).

Paralela à redução da atual idade penal ou sua eliminação, que preferimos, devem ser disponibilizados todos os meios que garantam a inclusão social. Sem isso, qualquer das soluções pode significar reforço à tendência de eliminação da faixa miserável da população considerada “inoportuna” e “inútil”.

Problemas delicados a resolver, na fixação do marco etário, seriam os extremos. Por exemplo, com 18 anos pode-se pegar até 30 anos de prisão, mas se tiver 17 anos, 11 meses e 29 dias, pegaria, pelo mesmo crime, no máximo seis anos.

Então, o mais sensato, nessa altura da discussão, seria retornar ao ponto, na família e na sociedade, onde começa a se formar o infrator. Não haveria inconstitucionalidade na alteração etária, dizem os juristas, pois, do contrário, o sistema legal estaria engessado.

 

Música – 20.10.2012

Guilherme Arantes canta no
show pelos 30 anos do Probo

O cantor paulistano Guilherme Arantes estará, finalmente, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, próximo dia 27, para um show que marcará o aniversário de 30 anos do Colégio Probo COC. O evento, inicialmente programado para 11 de agosto, mas adiado devido aos festejos da padroeira da cidade, será no Clube Tio Dedé, a partir das 22h, segundo informa Janete Meira Produções.

Guilherme Arantes tornou-se ídolo de várias gerações, principalmente no final dos anos 1970 e dos anos 1980, que ainda se mantém fiel a ele. Seu estilo romântico, porém, atrai, também a galera contemporânea, fazendo com que seus shows sejam muito concorridos. Por essa razão, sua apresentação em Livramento é aguardada com bastante expectativa.

Ele nasceu na capital paulista em 1953. Começou a cantar no grupo paulistano Brazilian Boys, mas o primeiro disco foi gravado pelo grupo Moto Perpétuo, em 1974. Dois anos depois, iniciou carreira solo, gravando um LP sem título, pela Som Livre, segundo dados da Enciclopédia da Música Brasileira.

Entre seus sucessos, ao longo da carreira, estão: Meu mundo e nada mais, Planeta Água, Cheia de charme, Coisas do Brasil e Lindo balão azul. Também compôs para outros intérpretes, como: Labirinto (Sá e Guarabira e MPB-4), Amanhã (Caetano Veloso) e Brincar de viver (Maria Bethânia).

(Fotos copiadas da internet)



Cidade – 18.10.2012

Obstrução de “rua” depois
das eleições vira polêmica

Quando o poder público é omisso no planejamento e ordenamento da cidade, os moradores acabam suprindo a falha do jeito próprio, o que nem sempre resulta em solução definitiva, como é o caso de alguns exemplos em Livramento de Nossa Senhora, Bahia.

Três deles são pontuais: a ponte improvisada sobre o rio Taquari; o caminho de pedestre interligando os bairros Polivalente e Estocada; e o prolongamento de uma rua do loteamento, ainda sem nome, na chamada Baixa da Égua, às margens do Rio Brumado.

Este último se tornou tema de grande polêmica, na última semana. Começou como trilha de pedestre e ciclistas, virou rota de motociclistas e acabou em opção importante também para o tráfego de automóveis, como fuga do estrangulamento do centro da cidade.

São demandas importantes advindas com o crescimento de Livramento, nos últimos anos, mas negligenciadas pelos gestores municipais. A nova ponte sobre o Rio Taquari e a ligação Polivalente/Estocada foram bandeiras de candidatos na última eleição.

Mas ninguém se lembrou da ligação entre a Baixa da Égua e o final da Rua Marco Aurélio, onde funciona a igreja da Congregação Cristã no Brasil, talvez por ser recente. A via estava sendo usada há muito tempo, mesmo em situação precária, passando a ter intenso fluxo de veículos, nos últimos dois anos.

Na última segunda-feira, porém, o acesso foi fechado com enormes pedras, cascalhos e terra. O autor da interdição teria sido José Ricardo Assunção Ribeiro (Ricardinho), derrotado na eleição de prefeito do último dia 7, que seria dono do terreno, que é vizinho ao loteamento da Baixa da Égua, cuja área também lhe pertencia.

A pergunta que todos fazem é por que somente após as eleições ele resolveu tomar a medida antipática? Sendo dono do terreno, naturalmente ele pode dispor do mesmo como achar melhor, mas já existe um interesse social e coletivo a ser considerado, no caso.

A via ainda de chão tornou-se importante para circulação dentro da cidade e, forçosamente, terá de ser integrada à expansão urbana daquela região, cabendo às autoridades municipais a obrigação de tomar as providências exigidas.



Falecimento – 18.10.2012

Legião de Maria perde D. Laura

Foi sepultada na última segunda-feira (15), em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, a professora aposentada Laura do Livramento Queiroz, 82 anos, que faleceu em Salvador, onde se encontrava para tratamento contra o câncer.

Pessoa discreta, que transmitia muita calma, era devota de Nossa Senhora, fazendo parte da Legião de Maria. Participava fervorosamente da adoração da Santa, através do culto à Mãe Peregrina.

Sua dedicação à igreja foi destacada pelo pároco Ademário, na missa de corpo presente. Ele salientou que D. Laura foi um exemplo de vida cristã e de serviço a Deus que deveria ser seguido por todos os cristãos. Era viúva e deixa os filhos Laerte, Laurentino, Lertino e Laé, além de sete netos.

Presente ao enterro, nosso editor Raimundo Marinho disse ser testemunho do interesse de D. Laura também pela cultura. “Está em minha lembrança a sua presença, embora já idosa, nas festas de lançamento de dois livros que publiquei aqui em Livramento”, disse o jornalista.

 

          

AGRADECIMENTO!

Muito obrigado, de coração, a todas as 195 pessoas que me honraram com seus votos, nesta eleição de vereador. Foram votos conscientes e desinteressados, pois nada dei e nem prometi, a não ser exercer o mandato com dignidade, caso fosse eleito, e a ser um vereador de verdade. Ficaram muitas lições e a certeza de que Livramento é mesmo de Nossa Senhora!

Jornalista Raimundo Marinho

 

 

Emancipação – 13.10.2012

Eleição ofusca 6 de Outubro em
Livramento de Nossa Senhora

A eleição municipal do último dia 7 ofuscou o “6 de outubro”, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, data em que sempre foi comemorada, pomposamente, a emancipação político do município. Completou 91 anos do desmembramento de Rio de Contas.

A comemoração limitou-se ao tradicional hasteamento dos pavilhões nacional, da Bahia e de Livramento, no Paço Municipal, pelas autoridades, entre elas o prefeito Carlos Roberto Souto Batista, e uma missa em ação de graças, na Catedral, celebrada pelo padre Ademário Ledo Filho.

Sobre o fato, o diretor do Colégio Estadual Edivaldo Machado Boaventura, José Maria de Jesus, nos enviou, na data, a seguinte mensagem, com as fotos que ilustra este texto:

Livramento de Nossa Senhora fez 91 anos de emancipação política neste sábado [6 de outubro]. A BANDA MARCIAL BOAVENTURA, juntamente com filarmônica Lindembergue Cardoso e Projovem Adolescente fizeram uma apresentação na praça Dom Hélio Paschoal. Embora fizessem belas apresentações, foi um dia cinzento e com pouco público.

Depois de tantos dias com tanta gente cantando e exaltando seus candidatos, no dia 6 de outubro esqueceu-se de lembrar-se da cidade onde o prefeito eleito e os vereadores vão exercer seus mandatos de quatro anos.

No ano passado, foram tantas comemorações e este ano quase nada. São 91 anos, e Livramento já é uma cidade idosa, e está precisando de mentalidade jovem e progressista.

 

Artigo – 13.10.2012

E o futuro, já começou

Elis Regina Castro Araújo

Estudante

O tão esperado sete de outubro passou e trouxe com ele um novo prefeito para Livramento. Com 56,30% dos votos, Dr. Paulo Azevedo e Gerardo Júnior foram eleitos prefeito e vice, respectivamente, inundando a população com um desejo póstero de mudança. Os habitantes investiram seu voto de confiança nestes candidatos para que, por fim, Livramento possa se desenvolver, pois a cidade encontrava-se atrofiada e, deveras decrépita, comparando a suas cidades vizinhas.

A corrida eleitoral foi ácida, mas a população já parecia decidida antes mesmo do dia da votação. E nos próximos quatros anos poderão colher os frutos plantados neste domingo.

Partidarismo deixado de lado, é fundamental aceitar que já era passada a hora de uma nova frente política assumir a liderança por aqui. Até quando os livramentenses iam ficar esperando pelo incerto e acreditando em algo que não existe? No caso, seria a figura do prefeito, que estava meio ausente.

O que Livramento precisa mesmo é de autoconhecimento, como disse o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Joseph Von Schelling, considerado um dos mais importantes do Idealismo alemão pós-kantiano: “O único conhecimento possível é o que a consciência tem de si própria”. Ou seja, Livramento não precisa apenas de um novo prefeito, precisa de autocrítica, de pessoas renovadas capazes de perceber que a cidade pode muito mais.

As pessoas precisam tirar de Livramento o pensamento de que a cidade só pode ser uma grande produtora de manga e maracujá. Pois, sendo a agricultura uma atividade do setor primário da economia, esta está suscetível ao clima e a disponibilidade de recursos naturais, como a água. E em pleno contexto de seca, investir em outras atividades seria fundamental.

Enfim, que não só o prefeito seja mais social que pessoal, mas que os habitantes possam agir em conjunto com a nova administração, e que não precisem de submissão a ninguém, pois um novo tempo já começou nessa terra que é de Nossa Senhora.

 

Eleições – 11.10.2012

Eleito com 1.099 votos Huga
pode ter registro cancelado

A nova formação da Câmara de Vereadores de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, ainda pode mudar. Os primeiros resultados davam a maioria (7 a 6) de cadeiras para os eleitos da situação, com a eleição de Nego (Juscelino Bonfim de Souza), do PSD, mas isso foi alterado. A última listagem exclui Nego e acrescenta João de Amorim e Silva (PP), eleito por média, invertendo a maioria.

Huga: eleito com 1099 votos

Existe ainda a possibilidade de outra alteração importante, que é a exclusão de Huga (Uilton Nunes Dourado), da coligação Pra quem tem Livramento no coração, eleito com 1.099 votos, cujo registro de candidatura poderá ser cancelado, por dupla filiação. Se isso ocorrer, os eleitos pela oposição somarão pelos menos oito contra cinco da situação. Huga, que é filho do vereador Lafaiete Nunes Durado, concorreu subjudice, mas há risco de perder, no mérito, junto ao Tribunal Eleitoral.
Segundo o Processo Administrativo de Duplicidade de Filiação nº 84-59.2011.6.05.0101, que tramita no Juízo Eleitoral da 101ª, ele desfiliou-se do PMDB em setembro de 2011 e, no mês seguinte, filiou-se ao PSD. Essa mudança, entretanto, não obedeceu ao estipulado no art. 22, da Lei nº 9.096/1995, que prevê comunicação ao partido anterior e ao Juiz Eleitoral.
Diz o texto legal: “Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido e ao juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação; se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, fica configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos”.
No caso de Huga, o cancelamento ocorreu no Juízo de Primeiro Grau (101ª Zona), em 28 de agosto de 2012, mas ele recorreu e participou da eleição através de decisão liminar. Na sentença em que declarou nulas suas duas filiações, o juiz João Lemos Rodrigues, da 101ª Zona, salientou que Huga demonstrou a comunicação ao PMDB, mas não ao Juízo Eleitoral, configurando-se a duplicidade de filiação.
Além do disposto na lei, o juiz invocou também, para o caso, “entendimento já sufragado pelo Tribunal Superior Eleitoral”. Dessa forma, é praticamente certo que a decisão do primeiro grau seja mantida e o registro da candidatura do vereador eleito seja cancelado.
Se isso ocorrer, especula-se que a vaga irá para a oposição, elevando a maioria para oito cadeiras. Entre os cotados, estão Norberto Asevedo da Silva (PT), com 566 votos, da coligação Unidos para mudar Livramento, e Valdir Sampaio dos Santos (PDT), com 589 votos, da outra coligação proporcional Todos unidos por Livramento.

 

Eleições – 10.10.2012

Minha experiência eleitoral

Raimundo Marinho
Jornalista

Desculpem-me os demais leitores, mas desejo, nesse texto, conversar um pouco com os 195 heróis que sufragaram meu nome nas urnas, para vereador. Não foram 197 como divulgado anteriormente. Eles confirmaram que é possível fazer política com as mãos limpas, sem se aproveitar da pobreza do nosso povo.
Como já destaquei na mensagem de agradecimento acima, foram votos conscientes e desinteressados, pois nada dei e nem prometi, a não ser exercer o mandato com dignidade e ser um vereador de verdade. Como bem disse minha filha Samantha: “você entrou de mãos limpas e saiu com elas mais limpas ainda”.
Nossos apelos por uma Câmara sem submissão, sem jegues de presépio - que só dizem amém - e com gente preparada encontraram eco nos meus 195 heróis. E se não mais voltar a disputar uma eleição, por eles já valeu a pena o tanto que já dediquei, como jornalista, a Livramento de Nossa Senhora.
Fico a imaginá-los diante da urna, lembrando-se das mensagens da Hora do Ângelus, reunidas em Pensares para Rezar, da história do nosso município contada nos livros Trajetória e Livramento é de Nossa Senhora. É um capítulo importante da minha vida se conclui.
De tudo, ficará a visão marcante e dolorida de tudo que vi e testemunhei nessa caminhada eleitoral. A pobreza e a miséria vistas a partir das estatísticas do IBGE são acabrunhantes, mas sua visão real dilacera o coração. Foi o que vi e testemunhei!
Gente vivendo na era da TV preto e branco. Gente sem teto, sem piso, sem uma cadeira e muito menos um sofá para se sentar, sem cama para dormir! Sem o que comer! Gente sem futuro, sem vida, em plena área urbana de Livramento.
Enquanto reclamamos do trânsito, onde circularmos com nossos automóveis, enquanto pedimos asfalto em nossas ruas, enquanto reclamamos da feiura da nossa cidade, trazida pelo abandono, aqueles clamam por um frasco de remédio, pelo que comer, pelo que vestir!
Isso fazia parte do meu combate como vereador e continuará fazendo como jornalista, agora ainda com mais fervor. Não podemos conceber uma comunidade cristã com tanta desigualdade, com tanto desamor, com tanto descaso para com o sofrimento humano.
É depressivo testemunhar o quanto essa realidade cruel transmuda o ser humano. O que era apenas pobre e miserável no sentido material passa a ser também no caráter, na moral, ao se dispor a vender o voto. É o único momento em que pode arrancar dos ricos o piso que falta, o sanitário que falta, a cama que falta, a cadeira que falta.
De pobre e miserável transmuda-se em bandido, tal qual os políticos bandidos, confundindo-se com estes. Perdi a eleição porque acreditei que isso não existia, mas existe! Que os que perderam, assim como eu, com as mãos limpas, não se envergonhem da derrota.
Então, meus 195 companheiros, não fiquem tristes por não termos conseguido. Estarão sempre no meu coração, ainda que muitos eu nem conheço pessoalmente. O fato de terem acreditado em mim traz-me a certeza de que não estou só na crença de que os que estão no plano de Deus nunca saem derrotados.
Portanto, meu abraço aos que votaram em mim nas urnas de: Colégio João Vilas Boas (49), Rômulo Galvão (40), Polivalente (28), Associação dos Amigos de Livramento (10), Estocada (10), Prefeitura (07), Monte Oliveira (07), Taquari (07), D. Tina (06), Barrinha (06), Rua do Areião (05), Várzea (03), São Timóteo (03), Itaguassu (03), Benito Gama (03), Itanajé (02), Tabuleiro (01), Iguatemi (01), Patos (01), Rio Abaixo (01), Matinha (01) e Lagoa Daniel (01).

 

Eleições – 07.10.2012

Dr. Paulo derrota Ricardinho
com 3.197 votos de frente

O médico Paulo Cesar Cardoso Azevedo (Dr. Paulo), da oposição, venceu a eleição para prefeito em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, com 14.286 votos (56,3%), contra 11.089 (43,7%) do candidato da situação José Ricardo Assunção Ribeiro (Ricardinho), apoiado pelo prefeito Carlos Roberto Souto Batista. O vice do prefeito eleito é Gerardo Azevedo Júnior.

Para a Câmara de Vereadores, foram eleitos, na ordem crescente das respectivas votações: Cidão Aracatu - 2.031 votos; Paulo Lessa – 1.438; José Araújo – 1.312; Quinquinha – 1.284; Batata – 1.153; Huga – 1.099; Marilho – 920; Tõe Luiz – 812; Kinka – 801; Alan de Gonçalinho – 769; Zé de Vital - 792; Caiau – 763; e Nego – 734.
A situação perdeu para prefeito, mas fez maioria no Legislativo, passando à oposição com Cidão Aracatu, José Araujo, Huga, Marilho, Caiau, Kinka e Nego. Candidatos reeleitos: Cidão, Paulo Lessa, José Araujo e Marilho. A nova composição da Câmara será de 13 vereadores, quatro reeleitos, oito estreantes e a volta de Caiau (Jorge Lessa Pereira).
A Justiça Eleitoral de Livramento, representada pela 101ª Zona, foi uma das primeiras, em todo Brasil, a divulgar o resultado da eleição para prefeito.
(Informações mais detalhadas podem ser obtidas no site do TSE)

 

Artigo – 06.10.2012

Ambiguidade transparente

Andressa Santos Viana
Estudante

É muito simples subir em um palco e dizer o que pensa da forma que quiser, afinal de contas, contando com uma “multidão” alienada que adere às informações facilmente, tudo fica bem mais fácil. Essa é uma marca da nossa sociedade consumista, que nunca soube de verdade fazer política e usa da ignorância e submissão do povo para impor seus valores.
Pior que isso é utilizar do seu despreparo como cidadão para dominar uma massa que simplesmente grita, se manifesta, louva e se esquece de analisar a verdadeira proposta que os levou até ali: a de escolher melhor o candidato que representará sua cidade e os consequentes progressos ou regressos dela.
Infelizmente, é disso que estamos falando e essa política partidária da qual estamos sendo vítimas vem alimentando uma sede de dois grupos oligárquicos que vem se renovando a cada eleição e acabando por enterrar as esperanças de um futuro próspero e gratificante para a cidade e para o povo que vive nela.
O cruel é saber que os principais protagonistas desse grande circo são os próprios eleitores, que jogam o bem comum para segundo plano e agem por interesses individuais e irrisórios, visto que o bem coletivo os afetaria muito mais. É triste ver as pessoas vendendo seu voto, se sacrificando por quem não vale à pena, se deixando levar fácil pelas aparências e se preocupando muito pouco com o que poderia ser feito para que a cidade atendesse ao menos as necessidades básicas da sua população.
É desestimulante você parar para assistir a uma reunião política e se deparar com uma comissão de candidatos, desde prefeito a vereadores, que não se preocupam nem mesmo com as aparências, que pelo menos, até então importava. Você ouvir de alguém que lhe impõe respeito, pessoas de confiança, que vão representar a cidade, que estão ali organizando uma “campanha eleitoreira” é no mínimo, preocupante.
Se deparar com um indivíduo que afirma estar levando a cidade para “tomar um banho de mar de água doce”, é triste, mesmo sabendo que a correção se deu por intermédio de terceiros que o alertaram. É também muito desgastante ouvir diversas vezes os candidatos fazendo referências: “vou pegar ela”, “vou melhorar ela”, e utilizando do seu modesto português para dialogar com o povo, como se este não merecesse ao menos o respeito que lhes assegura a não violação da nossa língua.
Ouvir diversos erros semânticos e morfológicos gera uma contradição muito grande, porque uma coisa é registrar alguns erros, outra totalmente diferente é você se deslocar de sua casa para ouvir de pessoas despreparadas um discurso recheado de limitações que prova até mesmo sua falta de interesse pela própria campanha.
Não cobro nenhuma genialidade sobrenatural, apenas um compromisso com a língua e com o diálogo com o povo, que precisa de respeito e confiabilidade. Ou eles acham que o povo é burro e não precisam se preocupar com os discursos cheios de antíteses e erros, ou eles mesmos não estão capacitados para conseguir o cargo que almejam.
O povo merece ser tratado bem, somos cidadãos, temos direitos, e cobramos um mínimo de decência da parte de quem se sujeita a falar com a população da cidade. Desculpem, sou estudante e ainda sonho com uma era que se trate melhor as pessoas e se trate com seriedade o ofício de defender os interesses delas.

 

Eleições – 03.10.2012

O incidente de Itanajé e
a segurança da população

O incidente de Itanajé, no comício da situação, dia 30, revelou que a barbárie nessa campanha política em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, não se limitou ao episódio de 19 de agosto, no bairro do Taquari. Nos dois eventos, registraram-se choques entre a força policial e militantes da mesma coligação partidária.

Houve quem se aproveitasse do calor dos desdobramentos para lançar dúvidas na mente da população sobre o ocorrido, com insinuações recíprocas de ter sido uma “armação”. A falta de esclarecimentos oficiais ajudou a amplificar as ilações desairosas.

Um boato deu conta de que a organização do evento político teria estimulado o incidente para comover a população, atribuindo a culpa aos adversários. Outro, colocou a culpa na oposição, acusada de querer enfraquecer a reunião da facção contrária.

São hipóteses inadmissíveis, destituídas de lógica e de inteligência, a não ser que todos fossem loucos. No primeiro caso, equivaleria a um tiro no próprio pé e, no segundo, seria admitir um poder informal, paralelo, sobre a Polícia Militar, o que não parece razoável.

Resta, então, a PM explicar sobre a dita ordem de prisão, tida como executada no lugar errado e na hora errada. Essa falta de explicação, sobretudo com relação à legalidade da ação, vem contribuindo para aumentar as dúvidas sobre o que efetivamente acontecera.

O que se pode concluir é que os policiais, aparentemente, pretendiam concretizar um flagrante relacionado a drogas, julgando que o ambiente era apropriado, sem atentar para o grande risco em que ficaram expostas as milhares de pessoas que estavam no local.

Em tais circunstâncias, não seria razoável exigir que os populares que reagiram tivessem a sensatez que a autoridade não teve, principalmente disparando armas de fogo, em um ambiente inflamado pelas paixões e emoções inerentes a um comício político.

De tudo, porém, o mais temerário e inaceitável foi a atitude da autoridade maior do município, o prefeito municipal, de aliar-se e tentar proteger, inclusive pessoalmente, como foi divulgado, a pessoa visada pela ação policial.

O coronel Souza Neto, que assumiu o comando operacional da 46ª Companhia Independente de Polícia Militar e deu entrevista à Rádio Portal FM, de Livramento, parece ter chegado para por ordem nas coisas e garantir a segurança da população nos eventos finais da campanha eleitoral e no dia do pleito.

Segundo ele, “aconteceu uma reunião entre a PM e presidentes de partidos políticos e coligações” e que “a eleição é um momento oportuno para que o cidadão manifeste a sua vontade, o seu voto de forma livre e soberana”.

Garantiu que o trabalho da polícia será feito com independência e imparcialidade e “que a Polícia Militar é uma instituição de Estado, e não uma instituição partidária”, dizendo esperar “contar com o apoio dos homens de bem de Livramento”.

Disse, também, ter sugerido “ao Major Macedo que seja instaurado um processo investigatório interno para que, depois de solucionado, não paire qualquer dúvida sobre a verdade que aconteceu no domingo”, em Itanajé.

 

Artigo – 03.10.2012

A Guerra Fria nas eleições 2012

Elis Regina Castro Araújo (*)

A menos de uma semana para as eleições para prefeito, as disputas eleitoreiras se mantêm acidamente acirradas. É explícito o interesse da população em decidir o próximo governante, embora marolinhas (ou ondas) de baderna inundam a cidade nesta reta final.

Durante toda a campanha, os habitantes de Livramento puderam acompanhar as trocas de farpas entre os candidatos e até mesmo entre a população que, por vezes, tomava as dores dos seus candidatos e iam aos campos de batalha, enquanto os próprios candidatos preferiam a batalha no campo ideológico, onde seu arsenal bélico era composto de frases, muitas vezes já prontas e incansavelmente repetidas, como alusão ao passado de um candidato, naturalidade e profissão de outro. E que desviaram o propósito e o foco da campanha. 

Ao desenrolar dos meses que envolveram essa campanha, diversos atos de violência entre os eleitores assustaram a cidade, porém, nenhuma chega perto do amedrontador ataque “terrorista” durante o comício da situação em Itanagé neste domingo (30/09). A confusão aconteceu após um desentendimento entre a polícia e um homem, que foi acusado de estar com entorpecentes no local, que acabou gerando um efeito dominó.

Muitas pessoas apoiadoras do candidato da situação, Ricardo Ribeiro, passaram a afirmar que o culpado de tudo foi o ex- prefeito, Dr. Emerson Leal (o Periquitão), apoiador do candidato da oposição, Dr. Paulo Azevedo. Antes de defender qualquer partido político, devem-se averiguar os fatos para que informações não circulem erroneamente antes que sejam apresentadas provas concretas que assegurem a veracidade do fato. 

Devem-se também, averiguar diversas outras coisas antes de votar: investigar, pesquisar e compreender as propostas dos candidatos e não se deixar persuadir com conversas sem fundamentos do tipo “se certo candidato for eleito, a ditadura em Livramento irá voltar por causa o ex-prefeito que o apóia”. Claro que o ex-prefeito a qual a população que alega que foi um ditador teve seus deslizes, mas afirmar que foi um “ditador” demonstra certo equívoco, pois numa ditadura, o povo não é livre e deve ser subordinado, sem seus interesses pessoais respeitados por um tirano. Situação que nesse contexto não se encaixa Livramento, pois nunca sofreu duramente as dores de uma ditadura. Lembrem-se também da necessidade de pensar no social. Não votem em certos candidatos por troca de favores. Deixem de “umbiguismo” e votem pelo “corpo inteiro”. 

Enfim, as eleições se aproximam e a Guerra Fria prossegue. Não só fria de como quando o mundo viu-se dividido em duas frentes políticas (comunismo e capitalismo), amedrontados temendo um ataque em campos de batalha. Mas também do modo como as duas frentes políticas se relacionarem, muitas vezes sarcasticamente, preocupados em criticar antigos governos que em conter seus eleitores, movidos pelo desejo de vitória. 

(*) Elis Regina Castro Araújo é estudante do Colégio Estadual João Vilas Boas, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia.

 

Artigo – 03.10.2012

Políticos corruptos
e integridade moral

Luis Carlos Meira Silva (*)

Nas eleições municipais deste pleito eleitoral, existem muitos políticos corruptos, incompetentes, mercenários do voto, desonestos, oportunistas, enganadores, mentirosos, manipuladores e sem caráter. Porém existem também os políticos dedicados, honestos e de caráter íntegro. Devemos nos perguntar: Quantos, dentre estes políticos que estão ai podem ser considerados honestos e de passado limpo? Em ano de eleição já se sabe o que muitos candidatos são capazes de fazer para conquistar atenção, a confiança e o voto dos eleitores, devemos estar alertas, pois muitos candidatos estão tentando fraudar o processo democrático através do mecanismo inescrupuloso, que é a compra de votos. Em nosso município essa compra de votos é descomunal e a maracutaia não ocorre às escuras, ocorre à luz do dia, todo mundo sabe, todo mundo vê, porem muitos se calam. É necessário que a sociedade acorde. Eu acredito na justiça, porém, é necessário que nos unamos e não tenhamos medo de denunciar.

Devemos repudiar, nesta eleição e em todas daqui por diante, os compradores de votos, os flibusteiros da política, pois se já tentam se eleger dentro da ilegalidade imagine o que vão fazer se forem eleitos e assumindo o cargo? Se eleitos forem passarão os anos de mandato refestelando-se nos divãs do poder, usando de nepotismo descarado, em conchavos por cargos, com ausência de uma ética política, corrompendo, roubando e trapaceando sem nenhum pudor ou decência, fortunas surgirão do nada, perpetuando no poder aqueles que compactuam da safadeza e usufruindo da corrupção, um bando de oportunistas, estelionatários das urnas que querem se aproveitar do poder em interesse próprio, usando a prefeitura como meio de sobrevivência, tratando a coisa pública como propriedade privada, ironizando a miséria do cidadão, ficando o município quatro, oito anos estagnado. 

Para aqueles que se elegem “comprando” votos, torna-se distante o comprometimento com a realidade de miséria do povo e, por sua vez, tenderão a defender os interesses dos que patrocinaram a sua campanha eleitoral. A compra de votos não existe apenas porque existem políticos corruptos, mas também porque existem os eleitores corruptos. Quem vende seu voto é tão criminoso quanto quem compra. Não devemos nos vender, temos que ter integridade para poder falar com o moral elevado: “eu votei porque acreditei e não porque fui beneficiado de alguma forma”. 

Uma das coisas que me deixa revoltado e indignado com certos “políticos” é que neste ano de eleição alguns parecem viver entre anjos e querubins das cortes celestiais, falando e se apresentando em defesa dos mais fracos e dos mais humildes, comprometendo-se com tudo e com todos. Quanta falsidade, quanta hipocrisia!

Nós eleitores, temos a única arma para determinar o nosso futuro, o futuro de nossa cidade. Valorize o voto, esta na hora de abrirmos os olhos. Temos um poder enorme nas mãos, contudo devemos saber usá-lo para o nosso próprio bem e o da coletividade. O voto deve ser usado com critério e responsabilidade. A hora de votar é um momento em que a opinião de todo mundo vale exatamente a mesma coisa, não há ricos ou pobres. Analisar a qualidade do candidato é indispensável, a sua estrutura moral, o seu caráter, a sua personalidade, o seu passado em todos os sentidos, seu comportamento como cidadão, estes devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendado pela honestidade, competência, atitude, transparência, capacidade administrativa e vontade de servir ao bem comum. 

Precisamos da política e podemos agir mudar, transformar, fazer valer nossos direitos. Não devemos simplesmente aceitar as coisas. A liberdade democrática nos permite questionar, criticar, se posicionar e exigir. Vamos fazer uma política independente, livre e contra a corrupção. 

Não podemos mais levar ao poder a arrogância, a prepotência, a hipocrisia, a soberba, a ignorância, a corrupção, os oportunistas, e os dissimulados, e os sem caráter. Não podemos mais cometer o suicídio político eleitoral. Temos que banir da política os candidatos desonestos e hipócritas. E digo mais, devemos assumir a nossa posição como verdadeiros detentores do poder público. 

Tenho a plena convicção que o povo está tomando consciência dos seus direitos e já não mais se engana como antes. Portanto vamos votar em quem tem caráter, em quem tem princípios, em gente ética e de passado limpo, e que tenha o sincero propósito de cuidar das pessoas, que faça uma administração com transparência, que saiba separar os recursos públicos dos interesses familiares, dos amigos, de empresas e de alguns “empresários” burgueses agiotas, sanguessugas, criminosos eleitorais.

Este é o meu recado a todos os Livramentenses de bem, aqueles que não se dobram a conchavos e a armações, e que desejam o verdadeiro progresso de nosso tão querido Livramento de Nossa Senhora. 

(*) Luis Carlos Meira Silva, maçom, email: luiscarlosmeira@gmail.com, fone: 77 9979-5699.
(publicação simultânea em outro site)

 

Eleições – 02.10.2012

Pesquisa consolida Dr. Paulo
como favorito em Livramento

(Dr. Paulo: 56,9% e Ricardinho: 34,8%)

Com base na pesquisa feita pelo Instituto Gasparetto Pesquisas e Estatísticas, registrada no TSE sob numero BA-00318/2012, e divulgada hoje pelo site www.brumadoagora.com.br, o favoritismo do candidato da oposição Paulo Cesar Cardoso Azevedo (Dr. Paulo) a prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, estaria consolidado.

(Fonte: www.brumadoagora.com.br)

Na pergunta estimulada, em que os dois candidatos são colocados, Dr. Paulo aparece em 1º lugar, com 56,9%, e Ricardinho em 2º, com 34,8%. A intenção de votar nulo ou em branco aparece com 0,7% e 7,6% não responderam. Não mudariam o voto: 87,5%, não sabem se mudariam: 8,3 e mudariam: 4,2%.

A rejeição de Ricardinho seria de 53,5% e a Dr. Paulo 28,6%. Perguntado sobre quem ganharia a eleição: Dr. Paulo (50,7%), Ricardinho (29,5%) e não responderam (19,8%). Foram ouvidas 600 pessoas, nos dias 27 e 28 de setembro.

Já foram divulgados sete pesquisas, com registro no TSE, e os dados vêm se mantendo numa constante. Em cinco deles, Dr. Paulo aparece na liderança, com as seguintes vantagens: 18% (8 a 12 de maio), 34% (19 a 23 de junho), 22% (25 a 30 de agosto), 12% (23 e 24 de setembro) e 22% (27 e 28 de setembro). As frentes de Ricardinho: 4% (10 a 12 de junho) e 4% (6 a 8 de julho).

Veja a constante dos candidatos nas pesquisas de intenções de votos:
Dr.Paulo - 53%-35%-64%-40%-57%-50%-56,9%
Ricardinho – 35%-39%-30%-44%-35%-38%-34,8%
Indecisos – 12%-24%-4%-6%-6%-12%-7,6%.

Se as intenções forem confirmadas nas urnas, a frente do candidato da oposição poderá ficar em torno de quatro mil votos.

O Instituto Gasparetto Pesquisas e Estatísticas goza de credibilidade tanto junto à oposição quanto à situação. Foi dele a amostragem realizada nos dias 10 a 12 de junho, a pedido do jornal Tribuna do Sertão, dando, naquela época, 4% de frente para Ricardinho.

Quando divulgou os resultados (Ricardinho: 39,1% e Dr. Paulo: 35%), às vésperas das convenções municipais, o grupo da situação atestou a idoneidade do Gasparetto, dizendo:

Saiu a primeira pesquisa feita por um instituto de verdade, com respaldo em todo o estado, e publicada em um dos jornais de maior credibilidade do sudoeste baiano. O Instituto Gasparetto Pesquisas e Estatísticas e o jornal Tribuna do Sertão mostram os números verdadeiras da eleição em Livramento”.