O desenvolvimento da agricultura, no Brasil, tem sido fundamental para o incremento da produção e a respectiva elevação da renda econômica, mas também trouxe muitas mazelas, como o tratamento predador do meio ambiente, principalmente através do uso abusivo dos recursos naturais e da utilização indiscriminada de produtos químicos.
A Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) trouxe para Livramento de Nossa Senhora, através do escritório local, o projeto ADAB na Escola-Formando Jovens Sanitaristas, que pode minimizar essas mazelas. O objetivo é discutir temas da saúde animal e vegetal, despertando os estudantes e as famílias para a adoção de hábitos saudáveis e seguros que levem à garantia da saúde e a consequente melhoria da qualidade de vida.
Os professores treinados e a equipe técnica da ADAB |
Como parte do projeto, técnicos da ADAB promoveram o treinamento de professores, dias 27 e 28 de março, no Centro Educacional David Mendes Pereira, distrito de Iguatemi, em parceria com a prefeitura. Os docentes vão trabalhar com alunos da 6a. Série. Foram abordados os seguintes temas:
O que é ADAB (Antônio Fidalgo), Projeto ADAB na Escola (Maria das Graças Gusmão e Heloisa Brandão), Brucelose e tuberculose (Gladys Teixeira Silva), Febre aftosa (Antônio Valentim Fidalgo), Mel (Rejane Peixoto Noronha), Raiva dos Herbívoros (Wanderley Lauria Junior), Agrotóxicos e Campo Limpo (Weber Aguiar), Defesa Sanitária Vegetal (Ricardo Falcão de Sá) e Métodos Pedagógicos Aplicáveis no Projeto ADAB na escola (Ivany Mendonça).
Raimundo Marinho
Jornalista
O portal Bahia Notícias, do meu amigo Samuel Celestino, em texto assinado por Evilásio Júnior, divulgou ontem o que seria “ato falho” do prefeito de Salvador ACM Neto, ao se referir ao secretario James Correia como “representante do governador Paulo Souto”, na posse da nova diretoria da Ademi (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).
Na interpretação do site, a “derrapada” do prefeito teria sido a antecipação inconsciente do anúncio, prometido para a semana que vem, de que Paulo Souto será o escolhido para encabeçar a chapa das oposições na eleição de governador deste ano, em detrimento do outro pretendente o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que minimizou o fato: Acho natural. Se eu estivesse lá, ele diria ‘o ministro Geddel Vieira Lima’ (A Tarde, 30.03.2014, p. B2).
Também não acredito que tenha havido “ato falho” no sentido que lhe fora atribuído pelo Bahia Notícias. Seria mais no sentido de coisa natural, como frisa Geddel, de se chamar Paulo Souto ainda de “governador”, por já ter ocupado o cargo. O constrangimento de Neto seria, portanto, por trocar as bolas, uma vez que o governador, na verdade, é Jaques Wagner.
Mas, isso à parte, arrisco a dizer que o escolhido por Neto será mesmo Paulo Souto, apesar do vasto currículo político e administrativo de Geddel Vieira Lima: deputado federal, cargos administrativos no governo estadual, vice-presidente da Caixa Econômica e ministro da República. Entretanto, a nosso ver, perde para o ex-governador em densidade eleitoral e no que, entendo, a maioria do eleitor tem como perfil ideal para ser governador do Estado.
As ponderações supostamente feitas são que a escolha é semelhante à de Sofia, haveria perdas dramáticas em qualquer situação. Mas seria apenas perdas políticas do grupo contrariado, que não alteram o ânimo do eleitor. E o que se espera é que Neto, pela experiência que acumula, não se pautará pela dramaticidade grupal e sim pelas perspectivas de resultado eleitoral.
Se a escolha recair sobre Paulo Souto, a tendência é o esperneio somente do grupo restrito de Geddel, mesmo assim não serão todos, que passaria a ser o melhor candidato ao Senado. Se o escolhido for o ex-ministro, a reação tende a contaminar o eleitorado que, aí sim, é o que conta, devido à densidade eleitoral do ex-governador, tida como maior que a do peemedebista.
Ou seja, a ponderação não é de humores de bastidores e sim da vastidão dos eleitores, do que ACM Neto é exímio conhecedor. Então, aposto que o escolhido será Paulo Souto, em nossa opinião, único capaz de ameaçar ou mesmo deter as pretensões do petista Rui Costa, ungido de Wagner.
Foto:futebolememoria.files.wordpress.com |
Jornalista
Na Copa, nosso país será mera acessão da Fédération Internationale de Football Association e poderia se chamar Itaipava Arena Brasil Fifa. Não proibimos a propaganda de bebidas alcoólicas, mas o Ministério da Saúde impõe seja colocado nos anúncios o alerta: “beba com moderação”. Isso significa nada num pais com alto índice de alcoolismo, que destroça tantas vidas e tantas famílias.
Porém, ao abrir as pernas para a cervejaria, está a dizer: “beba até cair”. A Lei da Copa (n. 12.663/2012) mostra a extensão da abertura de pernas, que leva tudo às entranhas dos brasileiros, sob aplausos políticos e midiáticos. Nos artigos 12 a 15, impõe total controle da imprensa e uso de imagens e informações, preservando os insaciáveis planos comerciais da FIFA.
Mas o absurdo maior da Lei nada tem a ver com a FIFA e sim com a safadeza brasileira. Está no art. 37 e seguintes que concedem a cada jogador titular ou reserva das equipes campeãs das copas de 1958, 1962 e 1970 um prêmio fixo de R$100 mil, à vista, sem encargos, e aposentadoria vitalícia pelo teto do INSS (R$4.390,24), chamada “auxílio especial mensal para jogadores sem recursos ou com recursos limitados”. Quando o beneficiário morrer, fica para os sucessores (viúva, filho menor de 21 anos ou inválido).
De certa forma, isso afronta os aposentados brasileiros, muitos dos quais não podem comprar nem mesmo os remédios de que necessitam na velhice, muito menos pagar um plano de saúde. Sem falar que, para se aposentar hoje no Brasil exigem-se 35 anos de contribuição, ou 30 se mulher, além de ter de cumprir outras exigências rigorosas, como idade, ágios etc.
Para ver a íntegra da Lei, acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Lei/L12663.htm
Raimundo Marinho
Jornalista
Na sessão especial, ontem, homenagem dos seus pares pela posse como presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, ocorrida último dia 13, o desembargador Lourival Almeida Trindade silenciou e levou a plateia à reflexão, com um discurso contundente, objetivo e lírico ao mesmo tempo, realista e emocionante, na classificação dos que o cumprimentavam.
Manejou com maestria citações de diversos autores, do poeta Thiago de Melo ao jurista Hermes Lima, de Lord Thomas Cochrane ao filósofo Michel Foucault, de Caetano Veloso ao poeta Fernando Pessoa, para espelhar a realidade socioeconômica, moral e político-eleitoral do país. E fez uma “convocação cívica” a jovens e mulheres para o voto nas eleições deste ano.
“Não estou envaidecido, mas comprometido com o cargo”, disse, frisando que não se apartará do “ético e do estético, no lirismo da vida”, unido aos servidores da casa, a cuja dedicação e qualificação fez menção por várias vezes. Pediu desculpas pelo que chamou de “lirismo de funcionário público”, modestamente qualificado por ele de “lirismo vagabundo”.
O TRE é a “casa da cidadania e da democracia, de que o voto é a representação”. Lembrou a utopia da juventude, como no seu tempo, cheia de arroubos, que impulsiona para o futuro, onde se saboreava o passar das horas, sem pressa, “o destino e a certeza eram o horizonte, havia capacidade de sonhar, mudar a vida e o mundo, o que se refletia na política”.
Hoje, “a juventude está desalentada com os políticos”, “vive-se o reinado do instante, do aqui e agora, do culto aos prazeres, de sonhos anulados, perda da capacidade de amar e acreditar no futuro”, “o desenvolvimento tecnológico levou ao subdesenvolvimento moral”. Mas não vê culpa nos jovens, pois “em meio à crise de motivação, todos somos vítimas e na sociedade de vítimas não se sabe quem é o culpado”.
Vê o “triunfo do cinismo”, em que “o certo e o errado, o justo e o injusto perderam o sentido”, que “a sociedade moderna é gerenciada pelo cinismo” e a globalização é o “fascismo branco do século 21”, que a nação virou um mercado e os cidadãos transformados em súditos, em mercadoria.
“A esfera pública perdeu sua natureza iluminativa”, em face do capitalismo selvagem, na convivência indigna do banquete festivo de poucos e a fome pelo mundo afora, no rigor da velha tese de “poucos com muito e muitos com muito pouco”.
Acredita ser temerária a difusão da ideia errônea de que o “absenteísmo na política é irrelevante”, frisando que a impunidade torna os corruptos ainda mais ousados. Condenou qualquer tipo de censura à imprensa, com a intenção de encobrir a onda de corrupção, qualificando esta como “erva daninha que se entranha no indivíduo e na sociedade”.
Apesar de tudo, disse que não perdeu a esperança nem a fé e ainda vê espaço para a “utopia esperançosa”, como nos idos da sua juventude. Manifestou certeza de que a fase ruim passará, “a primavera da esperança há de alvorecer, chega de desesperança e de descrédito” e tudo pode começar neste ano, com a eleição de representantes legítimos.
Ao encerrar, pediu a colaboração dos pares, dos funcionários, da comunidade e, com bastante ênfase, da imprensa, que considerou indispensável ao processo democrático e à construção de uma nova ordem, no seu papel vigilante e vasculhador da atividade pública.
A tônica dos oradores antecedentes, foi de elogios ao novo presidente, destacando, à unanimidade, sua notabilidade como juiz, defesa e cultivo de princípios éticos, morais e humanitários, cultura e erudição, bem como a lhaneza no trato humano. “Ganha o Tribunal, a Justiça e os jurisdicionados”, resumiu o juiz Saulo Casali Bahia.
Raimundo Marinho
Jornalista
Talvez só venha merecer uma singela mensagem em carro-de-som, mas o tradicional Colégio Estadual João Vilas Boas, de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, completa hoje, sem festa, 64 anos de fundado. Não é nenhuma data redonda, mas sempre emociona os que, como eu, por lá passaram e o tem como referencia educacional ou mesmo de vida.
Ele perdeu muito do que foi um dia, mas quem lá está, atualmente, garante que é feito o possível para preservá-lo. Sofre de mazelas preocupantes como a perda da qualidade do ensino, falta de professores, deficiências de gestão e até mesmo desrespeito aos mestres, combinado com o desinteresse dos estudantes em se preparar para a vida.
Mas, se não é mais o mesmo, o estabelecimento já passou por situação pior, como em 1994, quando esteve ameaçado de fechar, por conta da penhora de suas instalações, em razão do ajuizamento de uma ação para pagamento de dívida trabalhista, em processo que se deixou correr à revelia.
Mário do Carmo e João Vilas Boas (D) |
Mas a comunidade escolar mobilizou a sociedade, que fez sua parte, e contou com o inestimável apoio do advogado Jorge Soares Oliveira, um dos muitos egressos do colégio, que conseguiu evitar a execução judicial, conduzindo um acordo na Justiça para parcelar o débito, salvando a escola do fechamento.
Quem sabe a escola não esteja necessitando, hoje, de igual atenção e apoio da sociedade, para voltar a ser a fonte de saber e a escola respeitável que foi por muitos anos. Está a exigir a colaboração de todos para, junto com alunos, pais, mestres e gestores, se possa devolver-lhe o status de qualidade que já teve.
Em artigo repleto de emoção e importantes informações históricas – nome original, fundação, primeiros professores e alunos - a professora Maria Aparecida Alves Meira, lembra a data magna e parabeniza a instituição, da qual foi diretora e renomada professora.
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Raimundo Marinho
Jornalista
O professor Osvaldo Barreto Filho, secretário da Educação da Bahia, escreveu com muito otimismo artigo no jornal A Tarde, edição de 10.03.2014, p. A3, ao dar boas-vindas aos estudantes, em 2014, mostrando-se satisfeito com o que considera “momento importante para a educação pública estadual”.
Destacou os avanços alcançados pelo setor, coincidindo com sua gestão, exemplificando com Todos pela Educação, Pacto com Municípios pela Alfabetização, Gestão da Aprendizagem Escolar, Programa de Educação Integral e Ensino Médio com Intermediação Tecnológica.
E nomeou recursos: R$103,9 milhões para alimentação escolar, R$96,7 milhões para infraestrutura, R$20 milhões para fardamento e R$45,9 milhões para transporte. De fato, o Estado tem pensado a educação de forma correta, mas acho que ainda falta alguma coisa no planejamento.
Colocamos como sugestão, por exemplo, a revisão dos critérios de indicação e formação de gestores escolares e que seja dada mais atenção à qualificação dos professores, principalmente aqui no alto sertão, onde os pensares governamentais ainda não fazem efeito.
Faz-se urgente a fixação de metas de qualidade e sua rigorosa aferição, além de inspeção rotineira na gestão escolar. Há muito dinheiro em jogo, como em Livramento, onde as escolas estaduais receberam, de 2011 a 2013, juntas, R$2,9 milhões, para funcionamento e alimentação escolar.
Segundo o portal da transparência do Estado, elas não gastaram tudo, sobrando cerca de 60%. O mais contemplado, naquele período, foi o Colégio Estadual João Vilas Boas, com R$1.205.524,00, sendo R$535.428,00 para manutenção e R$670.096,00 para alimentação escolar.
Seguem-se Escola Polivalente, com R$705.366,00 (R$398.301,00 para manutenção e R$307.065,00 para alimentação escolar); Colégio Edivaldo Boaventura, com R$568.854,00 (R$387.136,00 para manutenção e R$181.718,00 para alimentação escolar); e Escola Dona Tina com R$457.833,00 (R$304.919,00 para manutenção e R$152.914,00 para alimentação escolar).
Verba de 2014: João Vilas Boas – R$253.112,00, sendo R$87.560,00 para funcionamento da unidade e R$165.552,00 para alimentação escolar; Polivalente – R$7.314,00 , dos quais R$4.008,00 para funcionamento e R$3.306,00 para alimentação escolar; Boaventura – R$22.757,00, com R$20.189,00 para funcionamento da unidade e R$2.568,00 para alimentação escolar; e Dona Tina – R$52.332,00, destes R$37.195,00 para funcionamento e R$15.137,00 para alimentação escolar.
As entidades de classe que representam os servidores públicos da Bahia veicularam comunicado na TV anunciando paralisação geral da categoria, próximo dia 28, sexta-feira, em protesto contra o parcelamento do reajuste linear de seus vencimentos imposto pelo governo estadual, à revelia do funcionalismo.
Em adesão ao movimento, a APLB-Sindicado, que representa os trabalhadores na educação pública, também distribuiu nota conclamando os servidores da área a cruzarem os braços na sexta-feira, em repúdio à decisão do governador de parcelar o reajuste.
O núcleo regional da entidade, com sede em Livramento, pelo seu diretor Jânio Soares Lima, também antecipa que haverá assembleia da categoria na primeira quinzena de abril, onde este e outros temas estarão em pauta.
O Dia Mundial da Água, que transcorre em 22 de março, foi comemorado pela Asamil com a realização do que chama capacitação em SISMA - Manejo de Sistema Simplificado de Água para Produção de Alimentos, envolvendo 42 famílias das comunidades quilombolas de Lagoinha e Olhos D’Água do Meio, no Distrito de Iguatemi, a cerca de 50km da sede do município de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia.
O evento foi orientado pelo coordenador do projeto Dilto Aguiar, os técnicos de campo João Aparecido e Romilson Oliveira, os instrutores David Borja e Ana Paula, além do representante dos agentes comunitários de saúde Vitório Rocha. Os moradores aprenderam como montar um canteiro econômico para produção de alimentos e utilização da água de maneira sustentável, sendo conscientizados sobre a preservação do meio ambiente.
Foi lembrados pelos dirigentes da Asamil que, devido à destruição da natureza e dos recursos naturais, que se registra mundo afora, a ONU afirma que em 2050 será impossível a prática da agricultura familiar, a produção de alimentos e até mesmo a sobrevivência em algumas regiões do semiárido brasileiro, que poderá se tornar deserta.
As famílias são beneficiárias do Projeto Mais Água, executado pela ASAMIL (Associação do Semiárido da Microrregião de Livramento), através do convênio 266/2012, com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza – SEDES do Estado da Bahia. (Texto, corrigido, enviado pela assessoria da Asamil)
(MAIOR BEM DE NOSSA TERRA ESTÁ ACABANDO.
COMO SERÁ NOSSO FUTURO?)
José Maria de Jesus
Professor
Só percebemos o valor da água
depois que a fonte seca.
Em alguns países, a poluição esta contaminando as fontes naturais de água potável. Segundo a revista Despertai 01/2009, (www.jw.org) todos os anos, cerca de dois milhões de pessoas morrem por causa de água contaminada e condições precárias de saneamento, 90% das vitimas são crianças. A verdade é que a crise da água e do saneamento básico afeta severamente mais de um terço da população mundial.
O problema é grave, principalmente na África, onde 6 de cada 10 pessoas não tem nem sequer banheiro apropriado - um fato que, de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde, favorece “a contaminação de fontes de água, de alimentos e do solo, por bactérias, vírus e parasitas encontrados em excrementos humanos”.
A água tem sido chamada de ouro líquido, o petróleo do século 21. Mesmo assim, as nações estão desperdiçando esse precioso bem, de tal maneira que não sobra quase nada em seus principais rios para escoar no mar.
Em nossa região, não é diferente. Em Livramento de Nossa Senhora-Bahia, temos dois rios: Brumado e Taquari, que, anos atrás, passavam fluentemente por baixo da ponte da cidade de Dom Basílio e hoje nem chegam até lá. Suas águas eram subtraídas por bombas enormes que armazenadas em tanques particulares, para irrigação e o restante evaporava-se naturalmente.
A água que bebemos não é boa, vem do pé da cachoeira e é captada pela EMBASA depois de receber esgoto da cidade de Rio de Contas. Tem sabor ruim, devido ao alto índice de produtos químicos para descontaminá-la. Antigamente, a água era doce, a melhor da região, hoje deixa muito a desejar, mesmo tratada não é boa.
Temos uma barragem em rio de Contas, construída exclusivamente para consumo humano e servir aos agricultores do município de Livramento, mas hoje serve também aos agricultores de Dom Basílio. Sendo assim, houve um aumento de usuários em mais de 500%, provocando evasão muito rápida. Vemos, também, um gasto/desperdício indiscriminado: na agricultura, nas residências, nas lojas, construções, postos de lavagens de automóveis e outros.
A barragem Luiz Vieira foi construída para armazenar cerca de 105 milhões de metros cúbicos e está com aproximadamente 25 milhões, está secando. Se não chover o suficiente para aumentar a quantidade d’água, nossa região passará por uma crise sem controle. Diante de todos esses problemas, é preciso sensibilizar a comunidade sobre esse risco iminente.
Não podemos fechar os olhos ao futuro, que poderá ser catastrófico. Todos precisam abrir os olhos e não pensar como muitos talvez pensem e até digam: “ISSO JAMAIS ACONTECERÁ EM NOSSA CIDADE, DEUS É GRANDE.”
Deus nos deu água limpa, quem sujou?
Deus nos deu as matas, quem desmatou?
Deus nos deu a inteligência, quem sabe usá-la?
Vamos usar nossa inteligência para salvar a nós, nossos descendentes e aos outros.
“SE ACABAR A ÁGUA, ACABARÁ A VIDA”
Provérbio do Uzbequistão
Raimundo Marinho
Jornalista
Existe certa polêmica, para mim, inútil, sobre a relação matrimonial de Maria com o carpinteiro José, em razão do dogma da virgindade da mãe de Jesus. Há quem defenda que José e Maria formaram um casal normal e que Jesus foi concebido como toda criança vinda a este mundo.
Mas, para a Igreja Católica, ela foi engravidada pelo poder do Espírito Santo, dando à luz o Menino Jesus. José seria apenas o pai adotivo do Messias, convocado por Deus para apoiar Maria, que lhe era prometida como esposa, protegendo-a contra o costume de se execrar as mães solteiras.
Assim, o zeloso obreiro ganhou notoriedade nos relatos bíblicos. Tornado santo, é reverenciado em 19 de março, sendo cultuado nas igrejas Ortodoxa, Anglicana e Católica. Em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, tem um bairro em seu nome, onde está sendo erguida uma igreja em seu louvor.
Os festejos, no local, encerraram-se ontem, culminando com missa campal, rezada por Dom José Armando Bucciol, que atraiu pessoas de várias partes da cidade. O bispo destacou o zelo de José para com Maria e seu filho Jesus.
Descreveu traços especiais da vida e personalidade de José, que deveriam ser imitados hoje, como união da família pelo amor e os cuidados recíprocos no seio do casal que se ama, incluindo a prole gerada.
Transmitiu a recomendação do Papa Francisco para se cuidar dos mais frágeis da Terra, como idosos, os pobres, povos indígenas, dependentes químicos e demais espécies vivas da natureza, alvos constantes de objetivos econômicos.
São também preocupações pontifícias a cumplicidade cômoda e silenciosa diante dessa realidade, principalmente a matança dos nascituros, perigosa cultura do descartável, que coloca a própria existência humana em risco.
Dom Armando confrontou tais preocupações com a figura zelosa de José, diferente da realidade de hoje, em que há ausência total de disponibilidade para se viver conforme o Plano de Deus, afrontado pelo projeto egoísta do homem.
Sugeriu que os devotos seguissem o herdeiro da descendência do Rei Davi. Convidou a todos para fazer dos domingos dia da verdadeira festa dos cristãos, na prática religiosa constante, exercendo o amor que São José inspira e ensina.
Raimundo Marinho
Jornalista
Hoje é dia de São José, uma das figuras bíblicas mais citadas pelos cristão, na condição de esposo de Maria, a mãe de Jesus. É padroeiro de Morrinhos, Rocinha e bairro São José, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, onde haverá missa solene, às 19h30, por Dom Armando Bucciol, na igreja ainda em construção.
Na última novena, ontem, o padre Ademário, vigário da paróquia de Nossa Senhora do Livramento, convocou os devotos de São José para o exercício da solidariedade e a verdadeira vivência comunitária, como estavam ali a demonstrar a multidão de fiéis, lotando o templo ainda inacabado.
Elogiou e agradeceu a todos por deixarem o conforto da individualidade de seus lares para a união em torno da devoção ao santo, o que considerou um grande sinal de Deus, seguindo o exemplo de São José, que acatou a convocação divina para amparar Maria na missão de ser a mãe do Cristo Redentor.
Pediu que a mesma disponibilidade existisse, na prática, entre os casais de hoje, com esposo e esposa contribuindo para a realização um do outro, construindo a verdadeira família, tal como a família sagrada, formada por José e Maria.
Disse que essa é a simbologia da misericórdia, que consiste, na verdade, em colocar o “seu coração na miséria e na desgraça do outro”, como foi o exemplo de Jesus, no milagre da multiplicação dos pães, tema da liturgia da missa.
Lembrou que, quando nos colocamos no lugar do outro, o milagre acontece. Condenou a injustiça de poucos reterem muito, enquanto muitos passam necessidade, aniquilando o mandamento cristão da solidariedade e do amor.
Ensinou que a solidariedade também pode estar em gestos simples, como um sorriso para o outro, no amor, no abraço, no aperto de mão, no colocar-se no lugar do outro para avaliar e socorrê-lo em seu sofrimento, frisando que “a festa de São José é a festa do encontro e da solidariedade”.
Raimundo Marinho
Jornalista
Nestes tempos da cultura oca do Lepo Lepo e do culto a ídolos sem causa como Bell Marques, cujo recente slogan “Um jeito novo de caminhar”, seria plágio do verso “Não, não tenho caminho novo. O que tenho de novo é o jeito de caminhar” (A vida verdadeira), do poeta amazonense Thiago de Melo, rememorar o passado, ainda que na inspiração estática de uma foto, pode ser consolador.
É o que nos proporciona a foto acima, do arquivo de Jorge de Irene (Jorge de Jesus Viana Martins), postada no face book e reproduzida em blogs da cidade. Mostra “formandos” da 4ª série ginasial do Colégio João Vilas Boas, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em 1964. Verdadeiro emblema, que nos conduz a gratificante passeio pelo tempo, pela história e pela consciência.
O país vivia o tremor do golpe militar que, no próximo dia 31, completará meio século, a que se seguiram os chamados “anos de chumbo” da ditadura militar brasileira, com a qual teriam colaborado os gabinetes do Pentágono e da Casa Branca (EUA), que queriam submeter a América Latina ao poder do Tio Sam.
Eu estava na 1ª série ginasial e, para mim, aquilo tudo era muito confuso. Mas ainda me lembro de figuras marcantes do episódio, como Jango, Brizola e, por que não dizer, Humberto de Alencar Castelo Branco, o qual, sob o engodo de salvar o país do comunismo, o fez mergulhar em tenebroso regime totalitário.
Sam Cooke encantava com A Change is Gonna Come, The Temptations ia de My Girl, Elvis Presley dava Viva Las Vegas, Frank Sinatra embalava sua Fly Me to the Moon, Barbara Streisand com People e o vozeirão de Louis Armstrong bradava Hello, Dolly, entre tantos outros sucessos musicais internacionais.
No Brasil, lembramos: Roberto Carlos (Parei na Contramão), Altemar Dutra (Que Queres Tu de Mim), Jair Rodrigues (Deixa Isso Pra Lá), Silvana (Pombinha Branca), Dalva de Oliveira (Rancho da Praça XI), Waldik Soriano (A Carta), Jorge Goulart (Cabeleira do Zezé), Wilson Simonal (Nanã), Claudette Soares (Tristeza de Nós Dois), Adilson Ramos (El Reloj).
Mas, voltemos ao “João Vilas Boas”. Tínhamos um colégio de verdade. A postura dos estudantes e a impecabilidade do fardamento, na foto, mostram a qualidade do ambiente vivido na instituição, hoje deformado até por agressões a professores e violação das leis. Era melhor do que muitas faculdades de hoje e se encontra nivelado ao baixo nível da educação brasileira.
Está sob o domínio do deboche, da falta de postura e decoro, da indisciplina, do sem noção, da má gestão, do Deus dará, sob o olhar complacente das autoridades educacionais e da própria sociedade. A desculpa é a mesma: “Não é só em Livramento!”. Os projetos governamentais até que são bons e atualizados, mas se deturpam na ponta, por falta de qualificação dos executores.
Os governos civis pouco fizeram para remover os destroços da administração militar, mantendo a juventude na ignorância. Lembro-me do slogan atribuído a professores do ensino público (anos 1980): “O governo finge que paga, fingimos que ensinamos e os alunos fingem que aprendem”. Acrescentei, recentemente: “pais fingem que não veem!”. Então, chegamos ao que é hoje!
Na 1ª série, 14 anos, eu olhava admirado para aquela turma mais adiantada: (esq. para dir.) João, Analice, Cleonice, Regina, Maria Terezinha, Altamirando, Marlene, Carmem, Valdo, Edilson, Carlito, Romilson, Celina, Sônia, Leda, Zélia, Maria Batista, Terezinha, Fátima, Zulmira, Célia, Gilda, Gracinha, Lourão e Raimundo Meira. No centro deles, D. Corina e Raimundo Tanajura (professores).
Quem poderia salvar nosso “João Vilas Boas” e fazê-lo voltar aos bons tempos de respeito, postura, de trajes adequados, de qualidade, de alunos disciplinados, aplicados e estudiosos, de professores respeitados e respeitáveis, de diretores preparados e eficientes? Enfim, aos tempos em que era, de fato, um Colégio!
Raimundo Marinho
Jornalista
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) convocou a categoria para uma greve geral, em todo o Brasil, dias 17, 18 e 19 deste mês, para exigir dos governos pagamento do piso salarial, plano de carreira, investimento dos recursos provenientes de royalties do petróleo na valorização dos educadores, votação imediata do Plano Nacional de Educação e destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação pública.
O órgão de classe nacional é contra a atualização do piso salarial em 8,32% anunciada pelo governo, calculados a partir da estimativa de custo por aluno do Fundeb, baseada em dados de 2013. A entidade sustenta que o reajuste deveria ser de no mínimo 15%, mas o governo federal, através do Ministério da Educação, teria alterado o critério para atender reivindicações de prefeitos e governadores, que alegam falta recursos para pagamento do piso.
Na paralisação, o núcleo regional do APLB/Sindicato, com sede em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, programou continuidade das visitas, iniciadas no último dia 10, de diretores sindicais às escolas da rede municipal, dias 17 e 18, e uma reunião plenária para o dia 19, das 8h às 10h, no Centro Pastoral Paroquial. Na pauta, plano de carreira, aposentadoria, piso salarial e plano nacional de educação. A paralisação na rede municipal só deverá ocorrer no dia 19.
Seria, também, um bom momento para os servidores da educação, através dos seus órgão representativos, cuidarem do que talvez seja o mais tormentoso problema do seu dia-a-dia: a segurança no próprio ambiente de trabalho, diante do crescimento de ameaças e agressões a professores por parte dos próprios alunos. Casos graves avolumam-se por todo o país, inclusive em nossa Livramento, sem que as entidades de classe tomem qualquer posição.
Raimundo Marinho
Jornalista
As manchetes de alguns blogs de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, sobre ocorrências policiais, estão preocupando o comandante da 46ª Companhia Independente da Polícia Militar, major Luiz Afrânio (foto). Exemplificou com o título de um deles que, referindo-se a único fato, disse haver onda de assaltos na cidade.
Convidou, ontem, editores dos portais para falar sobre o assunto, na sede do comando, quando solicitou colaboração dos comunicadores para apurar melhor os fatos e evitar generalizações. Estas, segundo ele, transmitem a falsa ideia de ineficiência policial e podem levar as pessoas ao pânico ou até mesmo atrair malfeitores, com a ilusão de vida mais fácil, por aqui, para bandidos.
O major afirmou que manterá, enquanto for o comandante, o rigor das ações, inicialmente qualificadas de “tolerância zero”. Questionando sobre se teria havido um “esfriamento” nessas ações, respondeu que essa sensação que as pessoas, às vezes, têm é por conta da grande redução das irregularidades.
Disse que não houve óbitos por acidentes de moto, nos oito meses em que está no comando. Informou que foram apreendidas e estão retidas com a Polícia mais de 400 motocicletas, 80% das quais das chamadas “Pokémon”, nome do personagem de um jogo eletrônico, de fabricação japonesa.
São veículos adquiridos, através de um golpe, via financiamento, por pessoas que não se importam em ter seus nomes sujos ou usam documentos falsos. O golpe consiste em obter o crédito, receber o veículo e não pagar as prestações, transferindo as motos e ou carros para serem vendidos, a preços irrisórios, em regiões onde não há fiscalização e nunca são encontrados pelos financiadores.
Em Livramento, esses veículos eram usados até por comerciantes, que chegaram a reagir em massa contra a ação policial. O major disse que praticamente desbaratou esse mercado de motos irregulares na região, não só em Livramento, e garante que não arredará um milímetro do rigoroso cumprimento da lei.
Questionado sobre queixas de pessoas que teriam sido abordadas de forma agressiva por policiais sob seu comando, afirmou que “na linha de trabalho que adoto não permito que o policial trate mal o cidadão”. Mas admitiu não ser isso impossível, como nos casos de reação às abordagens. Disse que nunca recebeu reclamações sobre isso. Todavia, dizemos nós, as pessoas evitam reclamar por temerem represálias do agente denunciado.
Dr. Lourival Trindade vai para o TRE (Foto: Nei Pinto/Ascom-TJBa) |
Raimundo Marinho
Jornalista
O advogado Lourival Almeida Trindade, desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi eleito hoje, com 24 votos, para ocupar uma das vagas destinadas à corte no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), tendo concorrido com as desembargadoras Ivete Caldas Silva Freitas Muniz e Heloísa Pinto de Freitas Vieira Graddi.
Nascido em Água Quente, hoje Érico Cardoso (BA), mas dizendo-se livramentense por emoção, de onde tem o “Título de Cidadão”, ele tem uma longa militância jurídica, considerado um dos mais brilhantes advogados do sertão. Também já militou na política e foi candidato a prefeito de Livramento de Nossa Senhora por três vezes (1988/1992/1996) e a deputado estadual (1994), embora sem lograr êxito.
Tem destacada atuação na corte estadual, onde tomou posse como desembargador, em 23.01.2008, pelo chamado “quinto constitucional”, cota da Ordem dos Advogados do
Solenidade de posse do Dr. Lourival no TJ da Bahia, |
Brasil, seção Bahia. Na época, disputou a lista sêxtupla com 22 colegas. No TJ, foi o mais votado, com 17 votos, para a lista tríplice enviada ao governador.
Agora, tudo indica que será o presidente da corte eleitoral regional, já com a difícil e trabalhosa missão de comandar o processo eleitoral de 2014. Sua eleição para presidir aquele tribunal é dada como certa e vista com boas expectativas tanto nos meios jurídicos como políticos da Bahia.
Clique aqui e releia entrevista exclusiva ao O Mandacaru, pelo desembargador, em 2008
Em longa entrevista, o jornalista Raimundo Marinho sabatinou o vice-prefeito Gerardo Azevedo Júnior, do Partido dos Trabalhadores, que fez um balanço interessante sobre o município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, envolvendo, principalmente, economia, política e gestão pública. Clique aqui para ler>>
Raimundo Marinho
Jornalista
Não há como pensar ou falar da mulher sem lembrar, citar ou mesmo parodiar o inesquecível Vinicius de Morais. Disse o poeta: Uma mulher que é como a própria Lua/: Tão linda que só espalha sofrimento/Tão cheia de pudor que vive nua/. Poetando, ainda que de longe, dizemos: Da luta por melhores condições de trabalho, fez-se a perseguição, desta veio o pior, trancadas e mortas queimadas na fábrica, 1857 e ou 1911, nos EUA. Da tragédia fez-se a homenagem. Da homenagem fez-se a festa e desta operou-se o esquecimento, das dores trabalhistas e dos padecimentos, nas duras condições de vida. O mundo civilizou-se, em oito horas de jornada. Ainda há dores, mas podemos dizer que delas restaram a poesia, o carinho, a alegria, a paixão e o amor. E delas se encantam cada vez mais os nossos pensamentos. E são tantas as mulheres: a tristes, as alegres, as bonitas, as nem tanto, as feias, as que são, as que não são! Mulheres mães, mulheres pais, mulheres mulheres, mulheres macho, mulheres ricas, mulheres pobres, mulheres humildes, mulheres nobres, mulheres boas, mulheres más. Mulheres de lá, mulheres de cá, mulheres que vão, mulheres que voltam, mulheres que riem, mulheres que choram, mulheres amantes, mulheres pedantes, mulheres caídas, mulheres de depois, mulheres de antes. Mulheres sofridas, mulheres doidas, mulheres da paz, mulheres do canhão, mulheres motoristas, mulheres professoras, mulheres que varrem, mulheres que lavam, mulheres que penteiam, mulheres que cuidam, mulheres que condenam, mulheres que salvam. Mas o melhor a dizer, no dia delas, é indagar: se não fosse elas, o que seria de nós? Elas são os nossos amores!
Leia texto de Itamar Gracia Gomes Pereira em nossa página "E-mails recebidos"
Raimundo Marinho
Jornalista
A sinalização de trânsito que a prefeitura iniciou, este ano, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, está sendo alvo de muitas críticas. Praticamente, resume-se na indicação e ou proibição de sentido de tráfego: em frente, à direita ou à esquerda. Os semáforos instalados ainda não estão ligados.
Foram construídas faixas de pedestres sob os semáforos no formato quebra-molas. Na avenida Dr. Edilson Pontes, uma das mais movimentadas e perigosas do centro da cidade, não há travessias seguras para pedestres, que ficam à mercê dos motoristas.
Espaços de estacionamento e ou para carga e descarga não foram disciplinadas. Faltam placas de orientação de transeuntes, motos e bicicletas. Para piorar, os condutores de veículos não colaboram e aproveita a ausência de policiamento para violar as leis do trânsito.
Exemplo de falhas graves é a praça Francisco Guimarães Tanajura de Cássia, onde, ao invés de semáforo seria melhor uma rotatória. O acesso ao Estádio Municipal foi bloqueado e, para chegar ao local, o motorista é obrigado a fazer uma viagem pelo bairro Polivalente.
A pequena rua que ladeia a praça, formando uma travessa à esquerda da Avenida Nelson Leal, sentido centro, virou um retorno inútil, forçando os condutores a voltarem para o mesmo lugar, pois o tráfego vindo da Praça Zezinho Tanajura virou mão única.
Quem entra em qualquer transversal, principalmente as da Avenida Presidente Vargas, e não precisa ir até o seu final, fica sem saber se pode retornar ou não por onde entrou, pois não há sinalização permitindo ou proibindo a mão dupla. Tem gerado dúvidas e transgressões!
Para piorar o caos, o Código de Postura (Lei Municipal nº 868/1994) continua sendo ignorado, com materiais de construção e obras obstruindo os espaços de circulação. Uma das obras, na Avenida Presidente Vargas, é da família do próprio secretário da Administração, Ginaldo Matias Luz, responsável pela fiscalização.
Segundo a lei, "É proibido embaraçar ou impedir por qualquer meio o livre trânsito nas ruas, praças e demais logradouros públicos da cidade, vilas e povoados, bem como, nas estradas e caminhos públicos" (art. 116, caput) e que "Compreende-se, também, na proibição deste artigo o depósito de quaisquer materiais, inclusive de construção nas vias públicas" (art. 116, parágrafo único).
O tema é recorrente em O Mandacaru que, em 29.04.2011, gestão do então prefeito Carlos Batista, publicou: “Mas a prefeitura se omite na fiscalização e as pessoas fazem o que bem quer, desrespeitando o direito de se transitar livremente pela cidade, causando aborrecimentos e insegurança, principalmente para crianças e idosos”.
Raimundo Marinho
Jornalista
A tarde de ontem, terça-feira de carnaval, em Rio de Contas (BA), foi de alegria, tranquilidade e muito agradável, com a festa dos mascarados. O concurso para escolher a melhor caricatura não foi muito organizado, mas relembrou os bons tempos da cultura carnavalesca rio-contense. As que mais chamaram a atenção e classificadas em primeiro lugar, em suas respectivas categorias, foram: “Cristo” (categoria bonecão), “Joaquim Barbosa” (categoria cabeção) e “Caçador” (categoria bonecão sem movimento).
A locução do evento não divulgou os nomes dos artistas plásticos que produziram os trabalhos, mas o “Cristo” é de autoria de Luiz Fernando; a máscara de “Joaquim Barbosa” é do artista Humberto Cotrim e foi sustentada pela sua filha Alexandra; e o “Caçador” é de autoria de Ailton Souza Araújo e seus irmãos. Todos ficaram várias horas dentro das esculturas, aguardando o resultado da seleção feita pelos jurados.
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Raimundo Marinho
Jornalista
Começa hoje o principal período de sacrifícios e meditação dos católicos, a Quaresma, que, após 40 dias, culminará com a Semana Santa, que relembra a prisão, pelo governo romano, a tortura, crucificação e morte de Jesus Cristo, a figura religiosa mais importante da humanidade, há mais de dois mil anos.
Estão sendo rezadas missas e os sacerdotes fazem a imposição das cinzas nos fiéis, para lembrar o caráter passageiro da vida, conforme dito no Livro do Gênesis (3: 19): “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lançou a Campanha da Fraternidade 2014, com o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). O objetivo é chamar a atenção e combater essa forma de escravidão do mundo moderno, que agride os princípios cristãos.
A CNBB colocou à disposição vasto leque de materiais, incluindo o texto básico da campanha, cujo conteúdo pode ser trabalhado nas escolas e outros espaços socioculturais. Há material específico voltado aos jovens do ensino fundamental e médio, além de encontros catequéticos para crianças e adolescentes.
Raimundo Marinho
Jornalista
Termina hoje a folia, em Rio de Contas e no resto do país, finda o burlesco reinado de Momo, onde muitos extravasam tudo que lhes é proibido nos demais dias do ano, fruto da angustiada e sempre insatisfeita natureza humana. A festa é caricata, mas sedutora, onde o lado pecaminoso parece ser a libertação.
Gosto do carnaval, mas não o frequento mais, apesar de terem me ensinado como sendo coisa do diabo. Do meio dos arrozais da Bicuda, onde menino eu trabalhava, ouvia seus acordes vindos dos salões da Associação dos Amigos de Livramento. Imaginava como seria ficar junto ao Coisa Ruim, numa festa.
Depois, já em meus tempos de jornal A Tarde, em Salvador, mudei o conceito. O Diabo, na verdade, era o Rei Momo, que assumia as chaves da cidade, na quinta e só as largava à meia noite da terça-feira seguinte.
Era rigoroso, não havia sequer um segundo de invasão na quarta-feira de cinzas, até que o caricato dos caricatos chamado Brow quebrou a regra santa, com seu arrastão pela orla do Bairro de Ondina, na capital.
Estreei-me na folia como repórter de A Tarde, cobrindo as ruas e os bailes nos clubes de luxo. Tudo me parecia deslumbrante, tanto a populacho das ruas quanto a finesse dos então famosos clubes soteropolitanos, como Baiano de Tênis, Português e Yatch Clube da Bahia.
Lá estava a high society soteropolitana, de senador a governador. Eles adoravam me paparicar, não o zé ninguém e reles jornalista, mas o “repórter de A Tarde”, na esperança de verem seus nomes citados nas matérias que escreveria depois.
Mesmo depois do jornal, segui curtindo o carnaval da capital, até o dia em que meu irmão menor, que levei para conhecer a festa, levou um soco no rosto, por um folião pipoca marginal. Eu, também, em outra ocasião, na Praça Castro Alves, sofri um murro na barriga.
Hoje em dia, além de violento, a festa de Momo virou uma indústria, de pouca diversão para nós, mortais comuns, e muito dinheiro para cantores medíocres, como timbaleiros e cantadores da axé music, sob o comando das cervejarias.
Até Rio de Contas curvou-se à essa indústria, matando o carnaval das marchinhas e dos caretas, tão gostoso de se ver e se ouvir. Mas é, sem dúvida, uma grande festa, mesmo sem o Arlequim e a Columbina.
O carnaval é uma festa de origem católica. Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, ele surgiu na Grécia (600 a 520 a.C.), festa em que os gregos agradeciam aos deuses pela fertilidade e produção do solo.
Em 590 d.C., foi adotada pela Igreja Católica, em que as pessoas se preparavam para o longo período de jejum e se deleitavam com os prazeres da carne ou "carnis valles", que veio a formar a palavra “carnaval”, que Caetano Veloso e Gilberto Gil dizem ser a “festa do Diabo que Deus abençoou”.
Nada melhor para voltar ao passado, sem saudosismo, mas com poesia, do que reler a letra da lendária “Máscara Negra”, de Zé Kéti:
Quanto riso, ah, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
O Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Ta fazendo um ano
Foi o carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrot
Que te abraçou e te beijou meu amor
A mesma máscara negra que esconde seu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal,
Hoje é carnaval.