Raimundo Marinho
jornalista
A ação da Polícia Federal, que prendeu o vice-prefeito Emerson Meira, de Mirante-BA, dia 19, acende luz amarela na Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. A prisão foi por ordem da Justiça, na Operação Basura, comandada pelo Ministério Público, que investiga desvio de dinheiro público em municípios do sudoeste baiano, que já atinge R$21,5 milhões.
Foi constatado superfaturamento em contratos de compactação de lixo. Junto com Emerson Meira, foram presas mais quatro pessoas, entre elas, Raik Portugal Amaral, dono da empresa RP Amaral Transportes e Atividades de Saúde Ltda., que aluga uma frota de carros para a Prefeitura de Livramento.
O valor anual do contrato de aluguel é de R$3.473.282,00, assinado em janeiro deste ano, pelo prefeito Ricardo Ribeiro, que faz uso particular de um dos veículos, como nas viagens para suas fazendas, em Minas Gerais. O aluguel desse carro custa R$ 8.749,00 por mês. Daria para comprar o veículo!
Uma locação enviesada, pois esse carro, na verdade, é da empresa Araújo Alves Empreendimentos, que aluga máquinas pesadas para a prefeitura, em contrato de R$4 milhões ao ano. Vejo luz amarela acesa, porque o dono da RP Amaral foi preso por usar contratos com prefeituras, para desviar dinheiro público.
Faz isso, claro, em conluio com os gestores, como constatado pelo MP. Raik Portugal Amaral, inclusive, é chefe de gabinete do prefeito de Anagé, sede da sua empresa, que está na lista de investigados, alvos da operação da PF. O motivo da sua prisão anula sua idoneidade moral e empresarial.
Em consequência, exige esclarecimentos do prefeito Ricardo Ribeiro, para assegurar que as investigações não chegarão a Livramento. A lista de serviços que oferece, a maioria sem qualquer correlação entre si, indica que a empresa RP Amaral foi criada já visando contratos com prefeituras.
Ela declarou à Receita Federal mais de 40 atividades, sendo a principal a locação de mão de obra temporária, usada por prefeitos para driblar a obrigatoriedade do concurso público. Entre as outras, estão locação de carros, gravação de músicas, serviços de saúde, construção civil, manejo de lixo etc.
A estratégia para o desvio de recursos públicos, nos contratos com os municípios, costuma ser o superfaturamento, o que acaba tornando os contratos milionários, desproporcional às necessidades dos municípios. Em Livramento, pelo valor do aluguel, em pouco tempo, daria para comprar toda a frota alugada.
Raimundo Marinho
jornalista
A bancada do prefeito Ricardo Ribeiro, na Câmara de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, aprovou, dia 19, o orçamento de 2022. Como sempre, votaram sem ler, balançando a cabeça para o chefe do Executivo.
A oposição votou contra, por discordar da autorização para abertura de créditos adicionais, em até 80% da receita, o que praticamente anula os vínculos de gastos previstos como obrigatoriedade orçamentária.
Foram estimadas receitas e correspondentes despesas no montante de R$130.900.000,00, para o exercício. A proposta faz referência a programas e projetos que não existem no município, pois não há planejamento.
O texto de apresentação é uma notória adaptação de outro lugar e o orçamento em si não passa de mera peça contábil. Os 80% de créditos adicionais é um verdadeiro cheque em branco ao gestor.
Ele poderá aplicar os recursos arrecadados onde e como bem entender, dirigindo-os, por exemplo, para obras de faixada e ou que atenda a interesses eleitoreiros, inclusive a pedido dos seus vereadores.
Raimundo Marinho
jornalista
Vereadores da oposição, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, apresentaram requerimento à Mesa da Câmara, para o prefeito informar o valor da renovação do contrato com a Lig Lixo, empresa que faz a limpeza urbana, no município.
Disseram agir em nome da transparência, pois o valor, que seria exagerado, foi omitido no aditivo que prorrogou o contrato, sem abrir concorrência, violando a lei de licitação e o princípio constitucional da publicidade.
O aditivo ultrapassa o limite legal de renovação de contrato público. Mas o requerimento da oposição foi rejeitado pelos vereadores do prefeito Ricardo Ribeiro, com alegações próximas da irresponsabilidade e falta de decoro.
Acabaram deixando claro que a omissão do valor, na publicação oficial, foi proposital, provavelmente para esconder o total contratado, em torno de R$4 milhões, muito além do volume de serviços prestados.
Clique aqui para conferir o Diário Oficial>>
Raimundo Marinho
jornalista
Houve debates acalorados, dia 24, na Assembleia Geral Ordinária (AGO) para prestação de contas e eleição da nova diretoria da Associação do Distrito de Irrigação do Brumado (ADIB), que gerencia o Perímetro Irrigado do DNOCS, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia.
Foi incluída também na pauta a prorrogação dos atuais mandatos, o que soa contraditório, pois ou uma coisa ou outra, já que não poderia haver eleição e prorrogação de mandatos ao mesmo tempo. Sem falar que o estatuto da entidade não prevê a prorrogação de mandatos.
Mesmo assim, a AGO prorrogou os atuais mandatos, por mais três anos, inclusive do presidente do Conselho, Rosivaldo Romão da Silva, ausente na reunião por motivo de saúde. Ele está no cargo há 28 anos e a decisão está sendo contestada pela chapa concorrente, formada por pequenos produtores.
Pelo estatuto, os pequenos produtores familiares tem participação obrigatória no Conselho Administrativo, mas o porta-voz do grupo, Valdir Sampaio dos Santos, da Barrinha, afirma que a chapa, regularmente inscrita, foi ignorada pela direção da ADIB, que organizou a eleição.
Disse que a votação foi irregular, repetindo eleições anteriores, prorrogando indevidamente os mandatos. Nem mesmo a reeleição seguida é permitida pelo estatuto. Na verdade, o perímetro irrigado do DNOCS foi dominado, há muitos anos, por estranhos ao projeto original.
Valdir Sampaio afirmou que houve pressão dos grandes produtores contra os pequenos, durante a AGO. Pela concepção original, o Projeto do DNOCS destinava-se, majoritariamente, a trabalhadores rurais. Mas, sem apoio governamental, foram cedendo os lotes para pessoas estranhas ao meio rural.
Hoje, os trabalhadores rurais não chegam a 5% dos ocupantes dos lotes, que foram “vendidos” sem o aval da União, que é a dona, por desapropriação, de todo o perímetro. As “vendas” não seguiram os ritos legais e os adquirentes não poderiam votar ou serem votados nas eleições de diretoria.
Valdir acrescenta que as votações são por aclamação, sem conferir se a pessoa está apta a votar. O advogado do grupo, Danilo Moreira, disse que vai recorrer à Justiça e que cabe até intervenção do Ministério Público, pela importância da entidade para a vida econômica e social de Livramento.
Raimundo Marinho
jornalista
O município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, realizou, dia 24, a IV Conferência da Educação, no meio virtual, pelo Youtube, com o tema "Em defesa da democracia, da diversidade e da educação pública com participação popular".
Infelizmente, o som ficou muito baixo, não se ouviu quase nada. Foi uma preparatória para as conferências regional, estadual e nacional. Tratou-se da melhoria do ensino e das condições de trabalho dos educadores.
A conferência, promovida pelo Conselho Municipal de Educação, não foi presencial devido à pandemia, segundo foi alegado, mas muito estranho, pois a Secretaria da Saúde, que define as medidas sanitárias, teve sua conferência presencial, há poucos dias.
Denota falta de sintonia entre os dois órgãos municipais, no tocante às medidas sanitárias, em que a Secretaria da Educação não segue as orientações da autoridade maior em Saúde, a Secretaria da Saúde.
Foi dito que as escolas públicas municipais seguem sem aulas presenciais, este ano, selando o irrecuperável prejuízo para milhares de estudantes, a maioria de famílias pobres, com dois anos letivos perdidos.
Raimundo Marinho
jornalista
O prefeito Ricardo Ribeiro, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, enviou Projeto de Lei à Câmara Municipal, dando o nome do saudoso bancário Norberto Tanajura (foto), falecido em 2002, a uma rua em bairro da sede municipal.
Trata-se, mais precisamente, de uma rua paralela à estrada de acesso à histórica Vila do Recreio, a leste da cidade. A homenagem é justa, mas os textos anexados ao projeto são muito descuidados.
Inaceitável numa prefeitura do porte de Livramento. Vou citar apenas a referência à instituição bancária, onde Norberto trabalhou. É dito que o homenageado “trabalhou em um banco chamado Fomento”, inaugurado na cidade em 1963, que “passou a se chamar Baneb”, hoje “conhecido como Bradesco”.
Não houve o cuidado de pesquisar e fazer jus à grandeza das instituições citadas. O nome correto da instituição bancária referida era Banco de Fomento do Estado da Bahia, muito importante na época, cuja sigla era Banfeb.
O Banfeb evoluiu para Banco do Estado da Bahia, em 1937, cuja sigla era Baneb. E não é conhecido hoje como Bradesco, como diz o documento assinado pelo prefeito. O Baneb deixou de existir, foi vendido ao Banco Bradesco, em 1999.
Clique aqui e veja íntegra do Projeto de Lei>>
Raimundo Marinho
jornalista
O conhecido Clube Caiçara, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, está sendo executado pela Prefeitura Municipal, por dívida de IPTU, no valor de R$ 2.137,13, relativo aos anos de 2014 e 2015.
Esquecido pelos sócios e alvo de gestões muito criticadas, o Clube praticamente não funciona mais. Entre outras mazelas, está com os equipamentos e instalações completamente deteriorados.
Já perdeu parte de sua área, penhorada em ação trabalhista, e está prestes a perder mais, nessa execução fiscal. A área penhorada é de 300m² (clique e veja Proc. 8000063-02.2020.8.05.0153).
O lamentável e desavergonhado é que o presidente do Clube é o controlador geral da Prefeitura, Jânio Lima, e a diretora social é a vice-prefeita Joanina Sampaio, que não evitaram o calote no município.
Raimundo Marinho
jornalista
Há duas possibilidades plausíveis dos profissionais da Educação serem diretamente valorizados com os tais Fundef e Fundeb: a) divisão de eventuais sobras e b) através dos planos de carreira.
A lei atual prevê o mínimo de 70% para a remuneração dos educadores, evitando que sejam prejudicados, por exemplo, numa eventual insuficiência financeira de estados e municípios.
Cumprida essa determinação legal, poderá, então, haver sobras. E, na citada remuneração, pode ser incluída atualização dos planos de carreira, corrigindo distorções e reconhecendo direitos.
O governador Flávio Dino, do Maranhão, que já foi do PT, PC do B e agora é do PSB, está fazendo algo parecido, com elevação do piso e reajuste salarial dos trabalhadores do magistério.
Isso é claramente mais razoável do que ficar batendo na mesma tecla enferrujada de colocar diretamente no bolso os precatórios, para o que não existe previsão legal. Só serve para alimentar a politicagem.
A “valorização dos profissionais da educação escolar” e o “piso salarial profissional nacional” (R$2.886,24) são garantidos pela Constituição Federal, como princípios básicos do ensino público.
Os fundos asseguram recursos para isso! Mas, há gestores que ignoram as regras, como em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, onde o Plano de Carreira existe desde a gestão de Carlos Batista (2005-2012).
Aprovado após luta ferrenha do SPEL (Sindicato dos Profissionais da Educação de Livramento), o plano é considerado defasado e há uma proposta de reforma engavetada, pela administração municipal.
O prefeito diz não haver dinheiro. E onde são usados os recursos dos fundos educacionais (Fundef/Fundeb)? Um sindicato (SPEL) conseguiu elaborar e aprovar o plano, em paridade com a Prefeitura!
Hoje, dois sindicatos (SPEL e APLB) não conseguem a simples reforma do Plano! Talvez seja porque, diferente de antes, os dois órgãos de classe sejam, atualmente, apoiadores do prefeito, contra a categoria.
Raimundo Marinho
jornalista
O governador da Bahia, Rui Costa, publicou decreto, dia 17, que obriga quem trabalha no Estado a se vacinar contra a Covid-19, alegando que o objetivo é conter a disseminação do coronavírus.
Quem se recusar, sem justa causa, prevê o decreto, poderá ser punido por descumprir ordem superior. O servidor deve acessar o sistema de RH do Estado, para apresentar o cartão de vacinação.
Servidores e empregados públicos, e qualquer pessoa que trabalha para o Estado, até de empresa privada, que não se vacinarem, serão afastados. O governador frisa que o decreto é constitucional!
Mas ele viola a liberdade do indivíduo. Além do que a vacina e a prevenção pretendida, no decreto, não têm 100% de eficácia. Sem falar dos imprevisíveis efeitos colaterais dos imunizantes.
Raimundo Marinho
jornalista
Na audiência eleitoral, dia 10, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, surgiu uma controvérsia com a decisão da Justiça de retirar os nomes do prefeito Ricardo Ribeiro e da vice Joanina Sampaio da ação que investiga a compra de votos, na última eleição municipal.
No pedido de investigação, feito pelo PSD, foi alegado que os investigados distribuíram combustível, material de construção, cestas básicas, abriram poços artesianos, realizaram transporte de pessoas e até dinheiro vivo, que teriam favorecido a eleição da chapa do prefeito.
Mas, antes dessa ação, houve outra, movida pelo MPE (Ministério Público Eleitoral), somente sobre a distribuição de combustíveis. Essa ação, porém, foi indeferida, pela Justiça. E, com base nessa decisão, o juiz eleitoral mandou retirar o prefeito e a vice do processo movido pelo PSD.
Os advogados do partido argumentaram que há outras violações à Lei Eleitoral, devendo os gestores serem mantidos no atual processo, mas a ponderação foi rejeitada pelo juiz. E eles anunciam que, se assim for mantido, dizem que vão recorrer ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Assim, Ricardo Ribeiro e Joanina Sampaio ainda não estão livres desse processo. Foram juntados vários áudios e fotos com as tratativas gravadas, visando as negociações para entrega dos benefícios em troca dos votos, envolvendo, em alguns casos, famílias inteiras de eleitores.
Raimundo Marinho
jornalista
O bilionário fundo que seria para garantir a qualidade da Educação, no Brasil, virou tema de uma panaceia politiqueira, ante a qual o que menos tem sido levado em conta é, justamente, a valorização do ensino público.
O absurdo chegou tão alto que os profissionais do magistério foram induzidos a alimentarem a expectativa de recebimento direto desses recursos, sem previsão legal e nem garantia de reflexo positivo na Educação.
Os indutores de tal expectativa são políticos e lideranças sindicais, que grudaram no tema, como bandeiras de lutas e de suas sustentações, sem nenhum plano real para a efetiva melhoria da Educação e do ensino.
E as bandeiras receberam uma marca: Precatórios do Fundef, que são as diferenças que a União, por erro de cálculo, deixou de repassar a estados e municípios, que recorreram à Justiça e ganharam.
Pela lógica ginasiana e cristalina do Direito, tais precatórios devem seguir a destinação original do fundo, que é 60% para remuneração dos profissionais do magistério e 40% para outras ações na Educação.
O fundo garante recursos para remuneração digna dos profissionais, independente das condições financeiras de estados e municípios. E o pagamento é via folha de pagamento, conforme o plano de carreira.
Não há previsão original de crédito direto, em separado, no bolso do trabalhador da educação, como está sendo tentado, no “jabuti” inserido no PL-10.880-B/2018, cuja finalidade seria dirimir duvidas sobre os 60%.
O art. 1º desse PL (que substitui o texto original aprovado na Comissão de Educação da Câmara) altera a Lei nº 14.113/2020 (nova lei do Fundeb), acrescentando o art. 47-A, que diz:
“Serão utilizados na mesma finalidade e de acordo com os mesmos critérios e condições estabelecidos para utilização do valor principal dos Fundos os recursos extraordinários recebidos pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios em decorrência de decisões judiciais relativas ao cálculo do valor anual por aluno para a distribuição dos recursos: (...)”. (clique aqui e leia a íntegra)
A finalidade citada é a remuneração dos profissionais do magistério (60%, na Lei do Fundef e 70%, na nova Lei do Fundeb). O restante (40%/30%) destina-se a ações de valorização e desenvolvimento da Educação.
Os § 1º e § 2º do mencionado art. 47-A, com seus incisos, fala de um rateio que o caput do artigo, acima transcrito, não prevê, pois a finalidade ali referida é a do art. 26 da nova Lei do Fundeb (Lei nº 14.113/2020). Confira:
Art. 26. Excluídos os recursos de que trata o inciso III do caput do art. 5º desta Lei, proporção não inferior a 70% (setenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos referidos no art. 1º desta Lei será destinada ao pagamento, em cada rede de ensino, da remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício. (clique aqui para ler a íntegra da lei)
Desse modo, a previsão de rateio, contida nos respectivos parágrafos e incisos, abaixo transcritos, a meu ver, conflita com o caput do art. 47-A, a ser acrescentado à Lei-14.113/2020. Confira:
§ 1º Terão direito ao rateio de que trata o caput deste artigo:
I - os profissionais do magistério da educação básica que estavam em cargo, emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, do Distrito Federal ou do Município, com vínculo estatutário, celetista ou temporário, desde que em efetivo exercício das funções na rede pública durante o período em que ocorreram os repasses a menor do Fundef 1997-2006 ou do Fundeb 2007-2020 a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo;
II - os profissionais da educação básica que estavam em cargo, emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, do Distrito Federal ou do Município, com vínculos estatutário, celetista ou temporário, desde que em efetivo exercício das funções na rede pública durante o período em que ocorreram os repasses a menor do Fundeb permanente a que se refere o inciso III do caput deste artigo;
III - os aposentados que comprovarem efetivo exercício nas redes públicas escolares, nos períodos dispostos nos incisos I e II do caput deste artigo, ainda que não tenham mais vínculo direto com a administração pública que os remuneravam, e os herdeiros, em caso de falecimento dos profissionais alcançados por este artigo.
§ 2º O valor a ser pago a cada profissional:
I – é proporcional à jornada de trabalho e aos meses de efetivo exercício no magistério e na educação básica, no caso dos demais profissionais da educação básica previstos no inciso III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996;
II - tem caráter indenizatório e não se incorpora à remuneração dos servidores ativos ou aos proventos dos inativos que fizerem parte do rateio definido no § 1º deste artigo.
Penso haver aí um “jabuti” (matéria estranha), criando uma contradição que não se sabe como será enfrentada na votação do PL no Senado Federal, que terá a palavra final, também em votação de dois turnos.
O lado bom do PL é sanar a dúvida criada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), para quem os Precatórios do Fundef são verbas extraordinárias e não se submetem aos 60%/70%, previstos na lei originária.
Outra questão que causou estranheza foi o anúncio da APLB-Sindicato, semana passada, dizendo que os destinatários dos precatórios terão de pagar advogados, para um eventual recebimento de valores.
A exigência foi rebatida, em vídeo nas redes sociais, por duas entidades de classe - Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia (AFPEB) e Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB).
Sugerem aos servidores que não assinem nenhuma procuração, sem consultar um advogado da confiança deles, pois os precatórios já resultam de decisões judiciais definitivas, e vão direto para estados e municípios.
Raimundo Marinho
jornalista
Foi realizada, último dia 5, a 8ª Conferência Municipal de Saúde, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, organizada pelo Conselho Municipal de Saúde, em cumprimento de Lei Federal. O tema foi o SUS–Sistema Único de Saúde, seus desafios e como melhorar o atendimento à população, principalmente diante da pandemia.
Houve reuniões prévias, em que se ouviu moradores dos distritos e da sede municipal, recolhendo sugestões sobre as necessidades da comunidade. As propostas vão para o Plano Municipal de Saúde e o Plano Plurianual de Administração (PPA). E estarão na pauta da conferência estadual e do planejamento nacional da Saúde.
A saúde pública é muito precária, como a pandemia escancarou, a começar pelo Serviço de Regulação, cuja demora tortura as pessoas. Há descaso dos governantes, sacrificando principalmente os pobres. “Precisamos de novo SUS”, admitiu o secretário municipal da Saúde, Gerardo Júnior, na abertura da conferência.
Segundo ele, a demanda é maior que a capacidade de atendimento. Só a UPA registrou 40 mil atendimentos no ano, disse. Para melhorar, acrescentou, é preciso ajuda dos governos federal e estadual.
O prefeito Ricardo Ribeiro destacou como feitos da sua gestão, na Sáude, a recuperação de lavanderias, que estavam depredadas, compra de um gerador de energia e a reforma física do hospital. Confessou que gostaria de ter adquirido uma UTI e um tomógrafo, mas alegou não ter sido possível.
As necessidades
A UTI, tudo bem, é mais complexa, mas um tomógrafo a prefeitura tem, sim, condições de comprar. Para atender à sua finalidade, o hospital também precisa, urgentemente, de laboratório de análises clínicas, maternidade, clínica de hemodiálise, ortopedia e outras especialidades médicas.
A principal palestrante do evento foi a enfermeira e sanitarista Alzira Stela Boa Sorte Moraes, secretária executiva da Comissão Intergestores Regional (Guanambi). Ela fez um panorama geral do tema, mas tropeçou em algumas referências. Por várias vezes, chamou de “Gérardi” o secretário da Saúde Gerardo Junior.
Referiu-se ao “Centenário de Emancipação Política”, completados este ano, como “Centenário de Fundação” de Livramento. Falou de ações de longo prazo, até numa possível reeleição do prefeito. Esqueceram de dizer a ela que o prefeito já está no segundo mandato. Culpou o governo federal por mortes, pela covid.
Por falta de vacina, diz ela, repetindo o que políticos de oposição falam. No geral, a conferência foi boa e mostrou que os servidores da Saúde são dedicados. Só faltam melhores condições de trabalho. Além de bela fachada, o Hospital precisa dos modernos recursos médicos para minimizar a aflição das pessoas!
Raimundo Marinho
jornalista
A Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, abriu licitação para comprar 30 mil litros de etanol, 320 mil litros de gasolina comum, 390 mil litros de óleo diesel comum S500 e 480 mil litros de óleo disel S10.
Estão previstos gastos de R$7,132 milhões. Nos dois mandatos do prefeito Ricardo Ribeiro, a prefeitura só comprou combustíveis no Posto Irmãos Ribeiro, de parentes próximos seus. Não será surpresa se continuar!
O Pregão Eletrônico nº 040/2021, com essa finalidade, está marcado agora para dia 11, às 9h, a ser decidido pelo menor preço. No aviso de licitação, consta que o combustível será para a frota de veículos do município.
Outro contrato milionário da prefeitura, cerca de R$4 milhões, é com a empresa L & M Serviços de Limpeza Ltda, popularmente conhecida como Lig Lixo, que foi renovado, através de aditivo, em 29.10.2021
O contrato é para a realização, até agosto de 2022, de serviços de manutenção, conservação e limpeza de áreas públicas, incluindo varrição, coleta de resíduos sólidos, poda de árvores, pinturas de meios-fios e capinanagem.
O primeiro contrato é de 2013, ainda na gestão do então prefeito Paulo Azevedo, e vem sendo prorrogado, através de aditivos, em flagrente violação da Lei das Licitações (8.666/1993), que limita a prorrogação a 60 meses.
Raimundo Marinho
jornalista
Está marcada para dia 10 próximo, às 9h, audiência virtual, na Ação de Ivestigação que tramita na 101ª Zona Eleitoral, contra 11 investigados, entre eles o prefeito Ricardo Ribeiro e a vice Joanina Sampaio, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia.
O autor da ação (AIJE nº 0600524-88.2020.6.05.0101) é o Partido Social Democrático (PSD), que alega prática de abuso do poder político, econômico e captação ilícita de sufrágio (compra de votos), na eleição municipal de 2020.
Acrescenta que, para tanto, os investigados criaram e conduziram ampla estrutura pretendendo obter vantagens eleitorais diante dos demais candidatos, “vilipendiando a normalidade democrática e o equilíbrio do pleito de 2020”.
Subscrevem a ação os advogados Mário Herrison Spínola Souto, Danilo Moreira Rocha, Kawana Cambuí Gomes, Mona Lisa Trindade e Maíza Cristina Rego Sousa. Se julgada procedente, haverá cancelamento de candidaturas e outras cominações legais.
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Raimundo Marinho
jornalista
Foi sepultado, dia 30, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, o servidor público municipal, aposentado, Catarino Andrade, 79 anos, conhecido como Baeco, celebrado seresteiro livramentense.
Teve covid, mas já estava recuperado do vírus. Filho de Higino Andrade e D. Maria Anézia, cuja familia é conhecida pelos pendores musicais. Baeco e o irmão Marino (morto em 2010) se destacavam.
Baeco eixa viúva D. Vilma Dantas, a filha Catharine, casada com Everton, o neto Pablo e Evellyn (sobrinha da sua filha), que ele tinha como neta. E os irmãos Rosália, Antônio (Tõe Zoião) Carlos (Báu), Mermilia (Bila) e Maria (de Zente).
Segundo familiares, Baeco começou a tocar violão aos 12 anos, tendo aprendido com Zé da Bicuda e com o próprio irmão João Flores Andrade. Depois, aprendeu a tocar trompa com o cunhado Arlindo.
Tocava, ainda, cavaquinho, sanfona e instrumentos de percussão. Fez parte da banda de jazz da cidade. Era multifacetado até no próprio nome: Florisvaldo, de batismo, e Catarino, no registro civil.
O apelido surgiu de forma engraçada! Diz a lenda que os amigos o procuravam em casa, ora perguntando por Florisvaldo ora por Catarino. Sua mãe, D. Anézia, dizia: “ó, escuta aí..., tá no bar, oia o eco”.
Era ele cantando, com seu vozeirão, no bar de Seu Ferreira, perto do mercadão! Assim, D. Anézia ficava sabendo onde o filho estava. E os amigos passaram a chamá-lo de “bar eco”, que virou Baeco.
No velório, houve homenagens musicais comoventes, prestadas pelos irmãos (Báu e Tõe Zoião), o sobrinho Nelson (Maxixe) e ex-companheiros de serenatas, entre eles, o conhecido Joaquim Gonçalves.
Entre as músicas cantadas, estavam Tema de Lara, Nossa Senhora, Lembranças, Amigos para Sempre. Sem dúvida, um velório à altura do cantador. Só não foi alegre porque velório é velório, como sempre, triste!
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