Artigos – 23.08.2012

Artigo 01:

Financiamento de campanha e
partidarismo são o duto e o alicerce da corrupção política brasileira

José Rebeiro (*)

Está mais que evidente que o financiamento de campanha eleitoral é o duto por onde corre a grana proveniente da corrupção dos recursos públicos brasileiros e o partidarismo o alicerce que a sustenta. Num país que se quer e almeja justiça e lisura da coisa publica é inconcebível e impraticável abrigar tantos partidos no seu sistema político como é o caso do Brasil onde deva estar registrado mais de 30: PT, PDT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, PSTU, PPL, PPS, PMN, PCO, PCB, - PMDB, PSDB, DEM, PSD, PTB, PP, PRP, PMN, PPS, PRN, PSL, PRTB, PSC, PTC, PR, PHS, PSDC, PTN, PHS, PPL, PT do B.

O financiamento de campanha no Brasil funciona de duas formas, um oficial outro não, porem a Justiça Eleitoral e as autoridades fazem de conta que existe apenas o primeiro aquele que é declarado à mesma. Os recursos declarados a serem empregado nas campanhas eleitorais é absurdamente grandioso, para se ter uma ideia a estimativa de gastos para as eleições deste ano em todo o Brasil ultrapassará R$11.000.0000.000, que siguinifica R$ 100 por eleitor.

Porem os não declarados segundo estudos são três vezes maiores, estes vem de pessoas físicas e empresas que em muitas das vezes agem à margem da legalidade através do tráfico, da sonegação e da própria corrupção. Eles financiam campanhas eleitorais para depois recebê-los superfaturados através da prestação de serviços aos entes públicos, assim se fecha circulo da corrupção. Mas a verdade é que dificilmente se faz campanha sem entrar neste jogo. Por isto esta declaração é uma farsa, uma piada.

O partidarismo existente no Brasil tem como objetivo promover e facilitar as negociatas políticas, pois não passa de balcão de negócios e isto dificulta e impede governabilidade dos governos mesmo quando sério e comprometidos. O povo precisa entender que no Brasil não existem mais que duas correntes de pensamento ideológico partidário, que são os de centro esquerda, (progressistas) os de centro direita (conservadores) estas duas correntes é o que deveria fundamentar a constituição dos partidos, portanto no Brasil devia existir apenas dois partidos cada um abrigando no seu eixo programático central as varias tendências ideológicas, no centro esquerda os comunistas, os socialistas, os ambientalistas, os trabalhistas os anarquistas no centro direita os capitalistas, ruralistas e etc.

Assim não teria necessidade destas negociações inescrupulosas e imundas entre executivo Câmaras, Assembleias e Congresso, já que neste caso o partido vencedor tendem a eleger a maioria no legislativo. E quando isto não acontece as negociações se torna menos complicadas e onerosas, já que ao invés de o executivo ter que negociar com 20, 30 donos de partidos individualmente terá que negociar com apenas um.

As disputas de comando, de espaço político ocorreria dentro de cada partido entre os seus filiados, como Estados Unidos, Europa e no PT Brasil. Isto daria transparência e clareza aos propósitos dos partidos fortalecendo-os perante o eleitorado levando-o a confiar, respeitar e se identificar com aquele que esteja de acordo com os anseios e propósito de cada eleitor e este passaria a votar no partido e não no candidato como fazemos hoje, isso seria um grande avanço político, já que na democracia não é uma pessoa quem governa e sim um grupo de pessoas e o ideal é que estas pessoas pertença ao mesmo partido com afinidades proposital e ideologicamente, assim a governabilidade viabilizaria sem a nefasta e necessária compra de votos de parlamentares, já que inexistiria parlamentares e partidos incumbidos exclusivamente em defender os interesses de seus dirigentes ou de grupos.

Esta é a razão pela qual leis importantes que estão há anos no congresso nunca são votadas, como as reformas política, da previdência, trabalhista, tributaria e do código penal.

O que é preocupante e inaceitável é o comportamento da mídia brasileira no que se refere a este tema, pois reporta de maneira superficial, pretensiosa e leviana, pois abordam exaustivamente as consequências, os efeitos e nunca as causas. Isto demonstra a falta de compromisso com a nação já que é o maior instrumento de formação de opinião e de conscientização, por isto deveria trazer para seu espaço nobre (manchete principal, horário nobre) este debate, a fim de trazer à tona a verdadeira causa da corrupção política brasileira, a fim de mostrar aos cidadãos mais humildes e desinformados a importância da reforma política, do financiamento publico e exclusivo de campanha, do fim das coligações proporcionais, da eliminação dos partidos nanicos e de aluguel, como forma de minimizar a corrupção da política brasileira. Mas o que a gente vê é a mídia desqualificar repudiar alegando que não é justo gastar o dinheiro do povo em campanha política, fazendo de conta que estes recursos não saem dos cofres públicos.

Quando um candidato a prefeito de um pequeno município declara gastar R$ 500.000, 1.000.000 aí eu pergunto quem pagará esta conta se o seu salários durante os quatro anos não somará estas cifras. Isto deixa claro que estes recursos são retirados dos cofres públicos, visto que ninguém financia campanha a troco de nada, sabendo-se que as campanhas eleitorais absurdamente caras. Isto deixa claro que este sistema que aí está interessa e muito dos grandes veículos de comunicação do nosso Brasil este pais lindo e maravilhoso abençoada pela força da natureza.

(*) Caxião de Lagoa Real (caxiao.ribeiro@gmail.com)


Artigo 02:

Sobre as eleições em
Livramento: farra x política

Mauri Castro (*)

As eleições 2012 prosseguem a todo vapor com vários candidatos buscando garantir vaga para o legislativo e outros dois para comandar os destinos da querida Livramento de Nossa Senhora. O processo eleitoral é um momento importante para o confronto de ideias e projetos, mas é inegável não apontar para a população o limite da disputa eleitoral para a efetivação das mudanças estruturais que Livramento clama há muitos anos.

Tornar o município um lugar agradável para se viver, que volte a ser a pacata Livramento de Nossa Senhora em que as pessoas sentavam-se nos bancos à porta de suas casas com tranquilidade para conversar com vizinhos e que ao mesmo tempo cresça e se desenvolva com distribuição de renda também perpassa pelo processo eleitoral. E furtar em debater o momento com a seriedade que o assunto requer tem sido recorrente por parte da população livramentense. Ao invés disso, se embebedam e arriscam as suas vidas para fazer algazarra, como se a política fosse a disputa de quem bagunçar mais manda mais. Essa pratica não se iniciou neste ano e somente se acabará quando cada um dos livramentenses acordar e enxergar o real sentido da política. E a juventude tem papel fundamental neste processo de ruptura.

Neste cenário os dois principais grupos políticos têm as suas responsabilidades pelo comportamento do eleitor que o acompanha, cabendo, portanto, às “lideranças” acalmarem as “massas” a fim de evitar o confronto físico. Não obstante, recaímos em outro problema recorrente em Livramento: a disputa eleitoral gira em torno de projeto de poder e não em projeto de governo, por isso não há interesse em dar fim a esta pratica nefasta e nojenta, pois, enquanto os eleitores estiverem inebriados, o interesse será por qual número colocará mais pessoas em determinada praça ou quem colocará mais veículos nas ruas em uma carreata. O interesse do eleitor sóbrio deve ser por quem apresente propostas condizentes com a realidade do município e dignas para a população.

Por falar em propostas, Livramento necessita se inserir na era da modernidade e o futuro gestor municipal terá a missão de trabalhar cotidianamente para isso. Se neste momento se disponibiliza enquanto candidato, após eleito, nos próximos quatro anos, terá que se doar completamente para implementar um governo que combata as mazelas e as desigualdades sociais que assolam o município garantindo saúde e educação pública de qualidade no que compete ao município, que gere emprego, que promova a cultura, que valorize e preserve a cultura local, que abrace e coloque em prática a defesa do meio-ambiente, que entre em sintonia com os governos Estadual e Federal para aplicar de forma incisiva os programas e projetos e assim movimentar e dinamizar a economia local e finalmente que no conjunto dessas ações nos traga de volta a querida Livramento de Nossa Senhora.

Portanto, a população deve aproveitar o momento para ir além da politicagem e romper com a lógica da centralidade eleitoral. Independentemente do resultado das urnas será preciso fazer a política cotidianamente e cada um deverá assumir o papel de agente fiscalizador, afinal a política pertence aos cidadãos.

(*) Mauri de Castro Azevedo é jornalista (maurijornalista@gmail.com)