Polivalente – 22.09.2022

Sim, nada muda a história!

Raimundo Marinho
jornalista

Ainda na gestão do Estado, o projeto Escola Polivalente, em Livramento de Nossa Senhora e outras cidades da Bahia, foi totalmente degradado e desfigurado pelo descaso com a Educação! Em Livramento, com a municipalização do Ensino Fundamental, a Escola foi para o município (2016), quando descambou para o desaparecimento definitivo, ocorrido em 2021, sendo trocado de lugar com o Colégio Estadual João Vilas Boas, por exigência do Estado, dono dos imóveis, com o nome alterado para Escola Municipal Fernando Ledo Santos Pereira.

Professores e alunos que participaram da primeira aula, em 8 de setembro de 1972, portanto há 50 anos, conscientes de que Nada Muda a História, lema usado por eles, promoveram emocionante reencontro, dias 8, 9 e 10 deste mês, quando também lembraram os 100 anos do saudoso ex-prefeito José Maria Tanajura, que doou o terreno sem o qual a escola não teria vindo para Livramento, que estava na lista de 48 municípios escolhidos, em 1970, para receber os “ginásios orientados para o trabalho”. O Estado precisava da ajuda da Prefeitura, que incluía a viabilização de uma área onde a unidade escolar pudesse ser construída.

Mas, por problemas políticos, não conseguiu. Quando estava prestes a ser escolhido outro município, o então prefeito-eleito, de Livramento, Antônio Meira Vilas Boas, o Meirão 70, procurou o já então ex-prefeito José Maria Tanajura. Este, revelando grande desprendimento e elevado espírito público, fez a doação do espaçoso terreno, imediatamente, garantindo o Polivalente, em Livramento. Doação semelhante foi feita pelo seu pai, José de Aquino Tanajura (Zezinho Tanajura), do terreno onde foi construído o Ginásio de Livramento, na década de 1950, depois Colégio João Vilas Boas.

Morto projeto de 1º mundo

O ensino polivalente foi um projeto arrojado de Educação, na década de 1970, de conteúdo profissionalizante, que facilitava a escolha da área de formação superior e ou a inserção no mercado de trabalho. Foi viabilizado em convênio entre o Ministério da Educação e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Fez parte do convênio a criação do Programa de Melhoria do Ensino Médio, mais conhecido pela sigla PREMEM, que preparou professores e outros servidores, em cursos ministrados pela Universidade Federal da Bahia.

Devido à natureza do seu ensino, esses “ginásios” receberam o nome de escolas polivalentes. Coube ao governo estadual administrar e operar as escolas. Contudo, a má gestão e descaso acabaram com o projeto, em poucos anos, degradando uma proposta educacional de 1º mundo, até chegar à triste situação de ser apagada do mapa. Em Livramento, o golpe final foi assinado pelo prefeito José Ricardo Assunção Ricardo (2017-2020 e 2021-2024). Mas, como diz o lema do grupo: Nada Muda a História. Entre os que participaram da aula inaugural do Polivalente e tantos outros que fizeram parte dessa história, estão:

Cláudio Felippe Hoffman (diretor), Marlene Teixeira (coordenadora), Artur Oliveira da Silva (supervisor), os professores José Oliveira Silva, José Arnaldo Matias, Marineide Pessoa, Edi Novais Borges, Cleonice Cambuí Mesquita, Cleusa Cambuí Mesquita, Rosa Ferreira da Silva, Rafael Gilberto Tanajura, Damiana Gleide Portela Aguiar, Maria das Graças Simões Ramos, Maria Antonieta Tanajura Machado, Maria Bernadete Tanajura Dourado, Maria José Teixeira, Bernadete Abrantes e Silva, José Maria Aguiar de Castro, Graciema Alves Goldim, Maria do Carmo Santos Brito, Ailton Viana de Oliveira, Stênio Vieira Santos, Zélia Lessa Timbó, Renato Fernando Carvalho Benzano, José Sampaio, Jubervaldo Louzada e Sebastião Gomes Brito e a bibliotecária Coracy Chaves.

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