(Salvador: 28.06.1945 - São Paulo: 21.08.1989)
“Quero a certeza dos loucos que brilham.
Pois se o louco persistir, acabará sábio.”
Márcia Oliveira
Professora
Raul Seixas cantou “eu nasci, há dez mil anos atrás, e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais...”. Mas, na verdade, nasceu na Terra há 69 anos, em Salvador, e viria a ser o principal representante do rock brasileiro. Foi um cara adiante do seu tempo.
Irreverente, inquieto, místico, questionador, músico, compositor, cantor, um “filósofo” que buscava respostas até mesmo para o indizível, cantando os paradoxos e contradições da vida.
“Eu prefiro ser / Essa metamorfose ambulante / Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.../ Se hoje eu sou estrela / Amanhã já se apagou / Se hoje eu te odeio / Amanhã lhe tenho amor...”
Sua mãe queria que ele fosse presidente da República, o pai vivia questionando por que um menino nascido em berço de ouro agia de modo tão diferente. Nasceu no fim da segunda guerra mundial.
“Fui fruto de uma juventude pós-guerra. Usei jaqueta de couro, cabelos a James Dean, bebia cuba libre, o que espantava meus pais burgueses de classe média. Meu pai ouvia o Repórter Esso, minha mãe colecionava a Revista O Cruzeiro e eu metido em brigas nos bairros: lambreta e conduíte”.
Nesse conflito de gerações, tentava, alucinadamente, defender suas ideias, através de canções, muitas vezes difíceis de serem entendidas.
“Enquanto você se esforça pra ser / Um sujeito normal / E fazer tudo igual / Eu do meu lado aprendendo a ser louco / Um maluco total / Na loucura real / Controlando a minha maluquez / Misturada com minha lucidez/ Vou ficar/ Ficar com certeza/ Maluco beleza...”
Inteligente e leitor voraz, mas não gostava das aulas: “Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que eu sei devo ao mundo, à rua, à vivência e, principalmente, a mim mesmo. Repeti a segunda série cinco vezes. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la”.
A vasta biblioteca do seu pai era seu brinquedo favorito, por lá ficava horas devorando o “Livro dos Porquês” do “Tesouro da Juventude”. Queria ser escritor como Jorge Amado. Gostava de literatura, psicologia e filosofia. Ficava horas e horas pensando e se questionando, seu mundo interior era muito rico e intenso.
“Quando eu era guri lá na Bahia, música pra mim era coisa secundária. O que me preocupava mesmo eram os problemas da vida e da morte, o problema do homem, de onde eu vim, pra onde eu vou..”. Após muito tempo, é que descobriu que tudo isso era filosofia e não maluquice do seu mundo imaginário e enigmático.
“Às vezes, você me pergunta / Por que é que sou tão calado / Não falo de amor quase nada / Nem fico sorrindo ao seu lado...”
Deixou a escola e resolveu abraçar a música. Criou algumas bandas como Os Panteras. Fã do imortal Elvis Presley, Raul também acrescentou em seu rock ritmos da música nordestina, como baião, xaxado e música brega. Teve influência musical do próprio Elvis, além de Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Led Zeppelin, John Lennon, Bob Dylan, The Beatles, Frank Zappa e outros.
Estreitou laços com parceiros musicais como Caetano Veloso, Tom Zé, Marcelo Nova e Paulo Coelho.
“Num planto capim-guiné / Pro boi abaná rabo/ Tô virado no diabo / Tô retado cum você / Tá vendo tudo e fica aí parado cum cara de viado / Que viu caxinguelê...”
Teve muitos relacionamentos amorosos: Glória Vaquer, Tânia Barreto, Ângela Afonso (Kika Seixas), Lena Coutinho e Edith Wisner, esta a primeira esposa, filha de um pastor protestante americano, cuja resistência ao namoro o cantor teve de enfrentar.
Resolve terminar o segundo grau, faz cursinho pré-vestibular e passa em Direito, Filosofia e Psicologia. Casa-se com a americana, com quem teve a filha Simone, e desiste de estudar, ao aceitar o convite de Jerry Adriani para ir para o Rio de Janeiro.
Dos outros casamentos, nasceram Scarlet e Vívian. Raul, na verdade, tentou encontrar um amor que coubesse no seu universo de valores livres como a vida e amou várias vezes: “Só há amor quando não existe nenhuma autoridade”, cantou.
“É pena / que você pense que eu sou seu escravo / Dizendo que eu sou seu marido / E não posso partir / Como as pedras imóveis na praia / Eu fico ao teu lado sem saber / Dos amores que vida me trouxe / E não pude viver/ Porque quando eu jurei meu amor/ Eu traí a mim a mesmo/ Que ninguém/ Nesse mundo é feliz / Tendo amado uma vez...”
Quando chegou ao Rio de Janeiro, enfrentou dificuldades e passou a compor para cantores, como Renato e seus Blue Caps, Trio Ternura, Ed Wilson, Jerry Adriani, Diana e Balthazar.
Conhece Paulo Coelho (hoje o brasileiro mais traduzido no mundo, acima de Jorge Amado), com quem funda a Sociedade Alternativa, que os levou ao exílio, nos EUA, após serem presos e torturados pela ditadura militar, que achou ser a tal “sociedade” uma revolta armada contra o governo, mas era apenas um movimento esotérico.
Segundo Vivi, filha caçula de Raul, Paulo Coelho nunca foi amigo do seu pai. Eram apenas parceiros na música, como declarou o próprio Coelho: “nós fomos inimigos íntimos”. Da parceira rompida só restou a Sociedade Alternativa, mas, para alguns críticos, o sucesso de Paulo Coelho na literatura, anos depois, deve-se ao eterno Maluco Beleza.
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“Viva, viva, viva a Sociedade alternativa / Se eu quero/ E você quer / Tomar banho de chapéu / Ou esperar Papai Noel/ Ou discutir Carlos Gardel...!.”
Gita, Trem das Sete, Tente outra vez, Metamorfose Ambulante, Medo da chuva, Carimbador Maluco, Eu nasci há dez mil anos atrás, Mosca na sopa, Cowboy Fora da Lei são músicas consagradas e mais pedidas nos shows que os covers de Raul fazem pelo Brasil, como Eli Pinto, da cidade vizinha de Rio de Contas.
Raul Seixas teve vida conturbada. Alcoolismo e drogas estiveram na contramão da sua existência, que não sabia muito para onde ir, mas tinha plena consciência de que o caminho se estreitava cada dia mais para chegar onde chegou.
A depressão o levou fundo na bebida, ocasionando recisão de contratos, fim de relacionamentos conjugais e vexames em shows, como em Caieiras (SP), quando tentou se apresentar embriagado, em estado deplorável, e a população não o reconheceu e quis linchá-lo, pensando ser um impostor.
Através da música, procurou alertar as pessoas a não sonharem sozinhas e sim juntas, para o sonho se realizar, que tivessem fé em Deus e na vida, porque a canção não estava perdida e que a cabeça não aguenta se a gente parar e... o cowboy fora da lei parou.
Parou de seguir o que escreveu, cantou e, de repente, perdeu o medo da chuva, mas naufragou nas nuvens negras do vício e contraiu pancreatite aguda, que o matou aos 44 anos. Tentou encontrar o certo por estradas tortuosas e abreviou uma vida que poderia ter sido tão ampla quanto sua genialidade.
. Sonho que se sonha só / É só um sonho que se sonha só / Mas sonho que se sonha junto é REALIDADE!
. Ninguém morre. As pessoas despertam do sonho da vida!
. Meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar!
. Há homens que nascem póstumos.
. A formiga é pequena, mas elas são um exército quando juntas.
. É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro.
. Quanto mais conheço a humanidade mais eu amo os meus cachorros.
. A saudade é um parafuso que, quando a rosca cai, só entra se for torcendo, batendo não vai. Mas, quando enferruja dentro, mesmo distorcendo não sai.
. Quero a certeza dos loucos que brilham. Pois se o louco persistir na sua loucura, acabará sábio.
. Deus é aquilo que me falta para compreender o que eu não compreendo.
(Para recordar e matar saudades, clique nos links e ouça “Tente Outra Vez”:
https://www.youtube.com/watch?v=vD_qEj-AIsY e "Maluco Beleza": https://www.youtube.com/watch?v=Rxo9o-Twz3I).
Raimundo Marinho
Jornalista
O Brasil, país da alegria do futebol, segue na Copa, na malemolência do ponto facultativo e no entorpecimento geral. Graças a Deus que ainda existe algo que nos move, as eleições, de dois em dois anos, e a Copa do Mundo, no torpor ou na dor.
Não importa o que tudo isso nos traz de bom e ou de ruim. Se o Brasil perder o campeonato, haveremos de encontrar um consolo. Ontem, nossas esperanças seguiram para as quartas de final. Só de pensar no verde-amarelo no gramado da final, também me emociono.
Os movimentos de rua do ano passado mostraram que estamos vivos também para outras coisas, inclusive ruins, mas foram só um ensaio. Eles mostraram que temos capacidade, como a de não deixar a imundície política descolorir o verde-amarelo nesta Copa.
Aqui na terra de Nossa Senhora o verde-amarelo parece brilhar mais que em qualquer outro lugar, no frescor do clima ameno e na beleza das decorações juninas, onde o povo parece viver em outro planeta. Somos um povo sem atitude, voltado para o egoísmo dos escaninhos pessoais.
Circunda-nos a perturbadora deterioração social e ambiental. Não vemos nem sentimos qualquer desconforto. Em ano de eleições, políticos são as vedetes da vez e mostram que não têm mesmo vergonha. Requebram-se na dança do ventre para lamber todos que postulam o governo estadual.
A única preocupação é posar abraçados ou pertos das “estrelas”. Ninguém, até agora, apresentou propostas aos candidatos a governantes com as necessidades da nossa Livramento. Pior, nenhum foi convidado a conhecer nossos problemas e assegurar que projetos têm para nós.
Entre nossos grandes problemas, além da pobreza endêmica, estão falta de esgotamento sanitário, precariedade do sistema de tratamento de água, hospital onde pessoas morrem à míngua, crescimento desordenado da cidade, estradas vicinais abandonadas.
A oferta de serviços públicos é um deboche. O atendimento na área estadual e ou federal tem de ser buscado em outras cidades, como os demandados na Receita Federal, Detran, Medicina Legal, Identidade, Carteira de Motorista, Justiça Federal, Justiça do Trabalho etc.
E não tomamos qualquer atitude, quer estejamos no conforto de nossas casas luxuosas quer nas submoradias da periferia da cidade!
Desembargador Eserval Rocha |
Raimundo Marinho
Jornalista
Atendendo solicitação deste site, a Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça da Bahia nos enviou nota, também divulgada em seu portal, confirmando a Proposta de Resolução do órgão, desembargador Eserval Rocha, para desativação de 25 comarcas, entre elas a vizinha Rio de Contas, que se juntará à de Livramento de Nossa Senhora.
O Tribunal diz que não será “desativação” e sim “agregação”, pois, segundo explica, os fóruns das comarcas a serem agregadas continuarão funcionando normalmente, inclusive recebendo novos processos e os antigos não serão transferidos, nem haverá remanejamento de servidores.
Desembargadora Marielza Brandão |
Assegura que a medida visa “requalificar o atendimento judiciário em comarcas do interior”. Salienta que, de acordo com o projeto, 25 comarcas e igual número de varas judiciais, de entrância inicial, de até 200 km2, serão agregadas a comarcas vizinhas, dentro de critérios técnicos.
Outro critério, previsto na Lei de Organização Judiciária, que autoriza a agregação, seriam número de processos, igual ou menos de 50 por mês, no último triênio, ou, ainda, que não tenha juiz titular. É diferente de 2011, lembra a nota do TJ, quando houve desativação efetiva de 41 comarcas.
A notícia teve forte repercussão entre advogados, servidores, magistrados e, principalmente, nas comunidades afetadas. A presidente da Associação dos Magistrados da Bahia, juíza Marielza Brandão, por exemplo, disse não ser contra a medida, mas acha que o processo deveria ser democratizado.
Osvaldo Laranjeiras, OAB Brumado |
Admite que algumas comarcas devem, de fato, serem desativadas, por terem poucos processos, mas outras não. Para a diretoria do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud), a desativação das comarcas é um retrocesso da Justiça baiana.
Da mesma opinião é o presidente da Subseção da OAB de Brumado, Osvaldo Laranjeiras, com jurisdição em Rio de Contas, uma das que serão desativadas. Todas essas reações, porem, foram antes do TJ esclarecer que não haverá “desativação” e sim “agregação”, sem remanejamentos.
Raimundo Marinho
Jornalista
Embora corrompida, talvez no grau máximo, a Política é a forma pela qual a sociedade deve ser organizada. É triste ver que justamente num regime democrático ela tenha se tornado abrigo de tanta corrupção. Mas a esperança nunca deve ser perdida e que sejam afugentadas as tentações de desânimo.
Livramento de Nossa Senhora é o foco deste site. Temos duas lideranças fortes que nos representam, mas que não se comunicam, o que se torna fator de atraso de nossa comunidade. O objetivo, que deveria ser o interesse público, passa ser a disputa pelo poder e os interesses individuais dentro dos respectivos grupos.
Em quase oito anos de mandato, o governador do Estado não colocou os pés em nosso município, mesmo vindo várias vezes ao vizinho Rio de Contas, a cerca de nove quilômetros, onde o prefeito é do seu partido. Foge de Livramento, porque os dois líderes antagonista são de sua base política, comprovando que o povo não conta.
Em abril de 2012, em pré-campanha por aqui, o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, fez reuniões separadas, como nos velhos tempos de “Arena 1” e “Arena 2”, para não haver dispersão de apoios nem de votos. E o eleitor até acha isso excitante, quando, na verdade, em um descaso para com o interesse coletivo.
Não me canso de repetir que precisamos nos livrar do ranço da política colonial coronelista e evoluir para a política moderna, abrangente, ditada pelos princípios da Constituição Cidadã de 1988, que deu plena autonomia aos municípios, com total proteção aos cargos e mandatos públicos.
Esperava-se que os políticos contemporâneos de nosso município, apesar da falta de preocupação em melhorar o nível de instrução e de conhecimento das leis, fossem mais determinados e corajosos, mas continuam subservientes.
Os pré-candidatos já foram várias vezes aos vizinhos Brumado, Paramirim e Rio de Contas e estão ignorando Livramento, embora seja um reconhecido polo de desenvolvimento. Mas nossos políticos vão lá bater continência e posar para fotos, subservientemente.
Nada contra essa babação, desde que levassem projetos e reivindicações a serem cobrados dos ora candidatos, quando eleitos. Nem mesmo os convidam para vir à nossa cidade, para aqui serem sabatinados sobre os planos que têm para merecerem nossos votos.
Conveniência pessoal é o princípio norteador desses políticos. Sequazes do ex-prefeito Carlos Batista foram hipotecar apoio ao pré-candidato Paulo Souto, da oposição, em Rio de Contas, enquanto ele apareceu sem eles, na recepção ao pré-candidato Rui Costa, da situação, em Guanambi.
Raimundo Marinho
Jornalista
Os eleitores de Livramento de Nossa Senhora e região terão nova opção para votar em deputado estadual. O vice-prefeito livramentense Gerardo Azevedo Junior (PT) confirmou ontem (22) sua pré-candidatura nas eleições deste ano (foto do alto). Terá o apoio de ninguém menos que o ex-deputado federal e jornalista Emiliano José, um dos ícones da resistência e combate à ditadura militar, no Brasil, e do ex-governador da Bahia e atual vereador de Salvador Francisco Waldir Pires de Souza, ex-titular de importantes cargos na República, era consultor geral quando foi deflagrado o golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Eles estiveram em Livramento no lançamento da pré-candidatura de Júnior, que se coloca como uma promessa de mudança na representatividade política do sertão e disse que “nossa candidatura representa o anseio de nossa região”. Em recente entrevista a este site, ele falou de algumas de suas bandeiras e afirmou:
Júnior: candidatura é anseio da região |
A nossa pré-candidatura que está colocada vai no sentindo de contribuir para o desenvolvimento da nossa Bahia, da nossa região, especialmente da microrregião a que pertence também Livramento. Especificamente em relação à nossa terra, veja que estamos muito atrasados em relação a outros municípios. Em Caetité, vai ter hospital do câncer, onde também existe o maior parque de geração de energia eólica do Brasil, o segundo do mundo. Cândido Sales, um município de 28 mil habitantes, recebeu a ordem de serviço para construção de uma adutora de aproximadamente R$15 milhões, levando água para o sertão de lá. E em Livramento estamos lutando para colocar água na zona rural desde de 2006 (adutora Iguatemi).
Pedi ao governador o prolongamento da adutora do algodão, que já vai chegar a Lagoa Real, para os distritos de Iguatemi e São Timóteo. Cadê a pressurização do Bloco I? [Perímetro irrigado do DNOCS] Cadê o projeto de transposição do rio Taquari-Vereda que iria beneficiar toda a região? A Universidade da Chapada começa a ser discutida só agora. Estamos defendendo a interligação da BA 569 à BR 142, que vai de Itanagé, passando por São Timóteo, chegando até Maniacu, em Caetité, e também até o município de Lagoa Real.
Precisamos lutar para a construção de um grande hospital do câncer na Região Sudoeste e a construção de um grande hospital geral regional em Livramento, assim como tem Guanambi e contribuir para melhorar o sistema de saúde dos municípios, principalmente dos menores. Enfim, estes são alguns exemplos do que temos para defender em um eventual futuro mandato legislativo.
(http://mandacarudaserra.com.br/noticias/2014/junior.html)
Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944
“Mas você não sabe por que aquilo apareceu na tua cabeça. E você não vai sossegar enquanto não transformar em canção, em verso”
(Chico Buarque)
Márcia Oliveira
Professora
Hoje você é quem manda, falou tá falado, no alto dos seus 70 anos de vida e melodias. Verdadeiros hinos que deram vida e voz a figuras marcantes, anônimos tão conhecidos de todos nós como mulheres, malandros, amores, o Rio de Janeiro, fantasias, mas sem perder o viés da realidade que fala de política, censura, ditadura, opressão, temas de quem tem uma cabeça pensante e de quem é politicamente engajado. Através das suas músicas, dos seus sambas, ele nos presenteou com personagens como Geni, Carolina, Ângela, Terezinha, Pedro Pedreiro, Beatriz, mostrando-nos um Brasil cada vez mais perto de nós.
Francisco Buarque de Holanda ou simplesmente Chico Buarque, como é mais conhecido, é filho do historiador e jornalista Sérgio Buarque de Holanda e da pianista e pintora Maria Amélia Cesário Alvim. Músico, dramaturgo e escritor brasileiro, Chico Buarque é uma das maiores referencias da MPB, tendo adotado também gêneros musicais como Bossa Nova, Choro e Samba. Teve a influência musical de grandes nomes da nossa música, entre eles Noel Rosa, Cartola, Tom Jobim, Baden Powell, Ismael Silva e Vinícius de Moraes. Ganhou notoriedade quando venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a canção A Banda (1966).
Socialista declarado, Chico Buarque exilou-se na Itália (1969) devido à grande repressão do Regime Militar, no chamado Anos de Chumbo. Ao retornar ao Brasil, em 1970, tornou-se um dos artistas mais combativos contra a repressão política e ativos na luta pela redemocratização no país. Algumas de suas músicas foram censuradas, como “Roda Viva”, “Construção”, “Partido Alto”, “Cálice” e “Apesar de você”, esta, segundo ele, não foi uma crítica ao ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, mas uma referência à situação. Adotou o pseudônimo Julinho de Adelaide para driblar a censura, concedendo entrevistas e dando a ele cédula de identidade. Uma das canções que faz uma severa crítica política, em forma de carta, é Meu caro Amigo, homenagem a Augusto Boal, que vivia no exílio, na época da Ditadura Militar.
Como escritor, recebeu o Prêmio Jabuti pelas obras Estorvo, melhor romance (1992), Budapeste (2004) e Leite derramado (2009). Outras obras literárias: Fazenda Modelo, Chapeuzinho Amarelo, A bordo da realidade, Rui Barbosa e o livro Benjamim (1966). É autor de muitas peças teatrais: Morte e vida Severina (baseada no poema de João Cabral de Melo Neto), A ópera do malandro, Roda Viva, Calabar (coautoria de Rui Guerra), Gota D’Agua e O grande Circo Místico. Para o cinema: Quando o carnaval chegar (coautor), Certas palavras, Para viver um grande amor (coautor), Ópera do Malandro e O Mandarim (ator).
Teve como grandes parceiros Edu Lobo, Francis Hime, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Rui Guerra. Muitos também interpretaram suas memoráveis canções, como Elis Regina, Maria Bethânia, Cauby Peixoto, Nara Leão, Ângela Maria, Gal Costa, Ney Matogrosso, Simone e outros. Na Itália, tornou-se amigo de Dalla e fez a versão, para o português, da inesquecível música Minha História, cujo título original é Gesú Bambino, de autoria de Lúcio Dalla e Paola Palotino.
No vasto mundo criador de Chico Buarque, onde há espaço absoluto para cantar o amor, a saudade, a beleza, a mulher, infelizmente, há lugar de sobra para tristeza, desigualdade, abandono e a violência, presentes nas ruas e favelas do Brasil, quando crianças desafortunadas protagonizam histórias com desfechos trágicos como nos mostra a canção O meu guri.
“Quando, seu moço, nasceu meu rebento, não era o momento dele rebentar/Já foi nascendo com cara de fome/E eu não tinha nome para lhe dar/Olha aí, olha o meu guri, olha aí. É o meu guri...”
Foi casado com a atriz Marieta Severo (a Dona Nenê, de A Grande Família), por 33 anos (1966 a 1999) e tiveram três filhas: Sílvia Buarque (atriz), Helena e Luiza. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Holanda e Cristina. O renomado autor do dicionário Aurélio Buarque de Holanda era primo distante do pai de Chico Buarque.
Chico Buarque, sensibilizado e encantado com o universo de beleza e grandeza da mulher, adotou um eu-feminino para cantar o amor, a poesia e a realidade desse ser, aparentemente frágil, nas canções Terezinha, Olhos nos olhos, Atrás da porta, Folhetim, Com açúcar e com afeto, esta escrita para Nara Leão. Em Mulheres de Atenas, longe de ser machista, Chico faz uso de metáforas e antíteses para alertar as mulheres, quando canta “Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas...” Ele quis dizer: Mirem-se no exemplo delas, mulheres, que vocês irão ver no que vai dar. A canção é um verdadeiro hino contra a submissão feminina nos modelos da sociedade patriarcal.
Chico, apesar de ser adepto de futebol, em plena época de Copa do Mundo, resolveu ir para Paris terminar o seu mais novo romance, que pretende lançar ainda este ano. E, lá, também está comemorando seus 70 anos, ao lado da namorada, a cantora Thaís Gullin.
Parabéns, a esse extraordinário dono de uma voz calma, ao moço tímido, cujos olhos azuis brilhantes escondem tantos segredos, que aos poucos são revelados de forma sutil ao cantar o amor na sua forma mais singela e sincera, como nos mostra em “Olhos nos olhos, quero ver o que você diz/quero ver como suporta me ver tão feliz...” ou ainda em “O meu amor tem um jeito manso que é só seu/E que me deixa louca/Quando me beija a boca/Minha pele toda fica arrepiada/E me beija com calma e fundo/Até minh’alma se sentir beijada. Eu sou sua menina, viu?/E ele é o meu rapaz/Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz...”.
São inúmeras canções de arrepiar o coração. Músicas que nos levam à reflexão. São 70 anos de história, grande Chico, por trás de cada canção!
PENSAMENTOS DO ARTISTA:
A felicidade morava tão vizinha que, de tolo, pensei que fosse minha.
Se você soubesse como gosto de suas cheganças, você chegaria correndo, todo dia.
Veja a multidão fechando todos os meus caminhos, mas a realidade é que sou eu o incômodo no caminho da multidão.
A saudade é o pior tormento. É pior do que o esquecimento.
Eu sempre desconfiei, desde garotinho, que eu iria ficar velho.
As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.
Ás vezes o que a gente procura, não é o que a gente procura. É o que a gente encontra.
Você que inventou a tristeza, ora, tenha a fineza de desinventar.
Era televisão e futebol. Construíram estádios e essa rede impressionante de telecomunicações por todo o Brasil, e ao mesmo tempo uma degradação crescente em termos de educação e saúde. Tudo isso foi descuidado.
http://www.youtube.com/watch?v=PizNex3ldmU
http://www.youtube.com/watch?v=66For4DyLOc
Usina de asfalto em Livramento (foto adaptada de livramentodiário.com.br) |
Raimundo Marinho
Jornalista
O prefeito Paulo Azevedo, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, revela gosto especial pelo espetacular. E deu o primeiro sinal disso já no ato de posse, quando, referindo-se à gestão do seu antecessor, Carlos Batista, afirmou que “um tsunami dura cerca de oito minutos, mas em Livramento ele durou oito anos”.
Realizou o “festival das sucatas”, com veículos imprestáveis da Prefeitura, mas não divulgou as providências tomadas. Posou na cabine de uma retroescavadeira, mas os melhores espetáculos foram as ligações Polivalente-Estocada e Av. Nelson Leal-Taquari, maiores intervenções urbanas dos últimos 20 anos, na cidade.
Agora, divulga outra notícia espetacular, liberação de usina processadora de asfalto, para pavimentar, inicialmente, a pista, hoje em paralelepípedos, da ponte do Taquari ao Primeiro Gole, zona norte da cidade, compreendendo as avenidas Leônidas Cardoso, Edilson Pontes e Presidente Vargas.
Outra vez, faz história, ao trazer pavimentação asfáltica para a sede municipal. Mas, talvez, haja equívoco na escolha da área a ser beneficiada. Deveriam ser as áreas novas citadas (Polivalente-Estocada/Nelson Leal-Taquari). Sem falar que a Presidente Vargas asfaltada será um perigo. Ficam o alerta e nossa sugestão!
Raimundo Marinho
Jornalista
O promotor Millen Castro Medeiros de Moura (foto), da 101ª Zona Eleitoral, que abrange os municípios de Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio, Rio de Contas e Jussiape, na Bahia, instaurou procedimento administrativo para fiscalizar a atuação dos gestores municipais neste ano de eleições. O objetivo é monitorar a realização de festejos financiados com recursos públicos, a fim de evitar que os mesmos sejam utilizados para favorecer candidatos às próximas eleições.
O procedimento foi instaurado através da Portaria número 7030112109/2014, datada de 13.06.2014, baixada com base na legislação eleitoral, tendo como finalidade coibir o abuso de poder, assegurando a igualdade de condições entre os candidatos. Visa, também, preservar o princípio da moralidade e proteger os interesses sociais.
A lei, por exemplo, proíbe shows em comícios e veda a presença e que se faça referência a candidatos em inaugurações de obras públicas. Segundo a portaria do promotor eleitoral, a desobediência às recomendações da citada portaria caracterizará infração à lei eleitoral, por configurar propaganda irregular, e os infratores serão responsabilizados.
Veja íntegra das recomendações do Ministério Público Eleitoral>>
Márcia Oliveira
Professora
Você já preparou a mensagem para a pessoa amada?
Não me refiro a presentes materiais, mas às manifestações de carinho, através de gestos singelos, como andar de mãos dadas, ouvir uma canção de amor, preparar juntos um jantar romântico, ficar em silêncio e ouvir o coração um do outro, dançar de rostinho colado, recordar o dia em que se conheceram, coisas assim.
Para muitos, podem parecer bobagens, mas para outros tantos são de extremo valor. Que tal tirar um retrato, juntinhos, como os casais das fotos que ilustram este texto, ou mesmo fazer uma self photo?
Tudo tem que ser bonito! Enamorar-se de alguém é fantástico, manter esse sentimento é divino! Quantos conseguem, satisfatoriamente, mantê-lo, sem cobranças? Amar livremente é dizer que “faria tudo novamente ao seu lado”.
Tem de poder afirmar que “todos os dias, junto a você, são maravilhosos, que valeu a pena enfrentar tudo, construir nosso lar, criar nossos filhos...”. Tudo isso e muito mais, como tomar a sopa que ela fez, com tanto carinho, mas que estava horrível, só para agradá-la. Dizer que o cabelo dele estava legal, mesmo sendo raros fios sobre sua cabeça brilhante! É preciso valer a pena, senão não é enamorar-se, não é amar! É preciso estar um no outro, mesmo quando distantes, mas sem perder a sintonia.
Muitos casais conseguem fazer com que cada dia seja Dia dos Namorados, até mesmo quando “discutem a relação”. O segredo é não irem brigados para a cama, porque cama não é trincheira nem esconderijo, e deve sempre ser cenário para o amor, not for war.
No outro dia, podem até se perguntarem: “onde foi mesmo que paramos nossa discussão, ontem?” Ou ele, simplesmente, olhar para ela e perguntar: “Na paz?”. O amor é realmente lindo e deve ser como escreveu o inesquecível poetinha Vinícius de Morais, em
Soneto de Fidelidade
(Vinicius de Moraes)
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Clique em https://www.youtube.com/watch?v=ly-Gzbd1eI0 e ouça a canção de Vinicius de Moraes, com Maria Creuza
Fundo fora da lei Numa reunião para examinar a prestação de contas do Fundeb de 2013, em 8 de abril deste ano, compareceram apenas quatro dos 11 membros do Conselho do Fundeb de Livramento, responsável pelo acompanhamento e controle da movimentação de recursos, cujo valor supera o próprio orçamento da Educação. A denúncia que a vice-presidente do Conselho, Eliane de Souza Bomfim Santos, protocolou no Ministério Público Federal merece mais reflexão. Clique e veja nova matéria>>
Rui Costa ladeado pelo casal Paulo Azevedo e D. Helinete |
Raimundo Marinho
Jornalista
A assessoria do pré-candidato Rui Costa, da situação, distribuiu release hoje comunicando o apoio à sua candidatura ao governo da Bahia do prefeito Paulo César Cardoso Azevedo, de Livramento de Nossa Senhora, oficializado durante encontro na vizinha cidade de Paramirim. A mensagem fez questão de mencionar que o apoio também era da primeira dama do município, Helinete Azevedo.
O prefeito teria dito “que o apoio a Rui vai garantir o avanço e aprofundamento dos novos vetores de desenvolvimento para a Bahia”, pois incluiriam outros municípios da região, como Caetité, Guanambi, Érico Cardoso e Brumado. A decisão de Paulo Azevedo só surpreende por contrariar os padrinhos Geddel Vieira Lima e Lúcio Vieira Lima, que o apoiaram na eleição de prefeito.
Pode ser vista também como um aviso de independência em relação ao ex-prefeito Emerson Leal, que ainda não veio a público dizer a quem apoia e não será nenhuma surpresa se, ao lado do filho deputado Nelson Leal, vir a apoiar a chapa oposicionista, encabeçada pelo ex-governador Paulo Souto, que pontuou na frente da última pesquisa divulgada.
Vale lembrar que o apoio do prefeito ao pré-candidato governista é gratuito ou tem motivações pessoais, pois, em quase oito anos seguidos de mandato, o governador Jaques Wagner, que indicou Rui Costa, nunca visitou Livramento, nem Dom Basílio, e não realizou qualquer obra importante no município.
Raimundo Marinho
Jornalista
Vida de estudante pobre sempre foi dura, penosa, às vezes humilhante. Já passei por isso e experimentei o quanto é sofrido. Mas não precisa, não pode e não deve ser degradante, principalmente no Brasil de hoje. Todavia, a Residência dos Estudantes de Livramento de Nossa Senhora (REL), em Salvador, está na contramão desse “Brasil de hoje”.
Visitamos o local, esta semana, e constatamos o caos. O ambiente é insalubre e inseguro, expondo os estudantes a doenças e ao risco de acidentes, devido às péssimas condições das instalações, principalmente as partes elétrica e hidráulica. Janelas quebradas, vazamentos, banheiros infectos, chuveiros frios, pisos soltos, janelas podres e sem tranca, desarrumação total.
Fica num prédio com térreo e primeiro andar, no bairro do Garcia, onde meninos e meninas se viram como podem e são unânimes em dizer: “Se tivesse condições sairia daqui”. São, atualmente, 28 ocupantes, vivendo em meio a ácaros, mofo e expostos ao perigo. Suportam tudo para poder estudar.
A Prefeitura paga aluguel mensal de R$10 mil e cerca de R$1.500,00 de água e luz, mas não exige manutenção, pelo proprietário, conforme reza o contrato. Os estudantes cobrem o resto, inclusive consertos emergenciais improvisados e afirmam que a última reforma, tipo “tapa buraco”, ocorreu em 2009.
O prefeito Paulo Azevedo, que não atendia as solicitações dos estudantes, segundo se queixam, ligou pessoalmente para saber quem fez as denúncias e teria solicitado a expulsão dos responsáveis. O secretário da Educação, Rafael Tanajura, visitou o local, ouviu queixas e pedidos e, depois, sumiu.
A isso junta-se a passividade dos estudantes, das famílias e da sociedade livramentense como um todo. Existem 35 vagas na casa e o prefeito teria ameaçado reduzir para 16, despejando 12 dos atuais ocupantes, incluindo os que denunciaram a degradação da residência.
Tentamos cinco telefones celulares do prefeito (9954-2290, 9837-6719, 8875-2549, 8835-5999, 8868-9515) e em seu gabinete (3444-2900), para falar sobre o assunto, e não conseguimos contato.
Raimundo Marinho
Jornalista
No segundo encontro com pré-candidatos ao governo Bahia, ontem, na Associação Bahiana de Imprensa, o ex-governador e ex-senador Paulo Ganem Souto apontou como grandes preocupações suas o endividamento crônico do Estado e a degradação de serviços públicos essenciais, como segurança pública, educação e saúde.
Não abriu os números da divida estadual, mas se sabe que ela cresceu 72% entre 2012 e 2013 e estaria em torno de R$40 bilhões. Referindo-se claramente ao PT, mas sem citar a sigla, Paulo Souto disse ser “inadmissível sobrepor-se os interesses partidários aos do Estado”.
Paulo Souto: o Estado está acima dos partidos |
Justificou a candidatura como convergência das oposições, junto com a opinião pública, pela necessidade de um caminho novo na gestão estadual, segundo ele, alvo de intensa insatisfação popular. “A confiança em meu nome aumentou minha disposição de enfrentar o processo eleitoral”, disse.
Sobre o que teria dado errado em 2006, quando era franco favorito e perdeu, no 1o turno, para Jaques Wagner, opinou que a população teria se influenciado muito pela maciça presença do governo federal, que tinha um forte candidato à Presidência da República, à época.
Sobre as críticas do pré-candidato da situação, que se auto intitulou o melhor, Paulo Souto responde que está preparado para atender à população e que “quem dirá quem é o melhor é o eleitorado”, que Rui Costa “representa a continuidade do que está ai, então cabe à população escolher se deseja ou não essa continuidade”.
Brincou, dizendo que o candidato da situação “me conhece em detalhes, acho que um dia ele foi meu eleitor”. Criticou as comparações que o opositor faz e omite que tiveram a oportunidade que nenhum outro grupo teve de governar por oito anos seguidos.
Pede “cuidado com candidato novo”, lembrando que “sempre inovei e estou antenado a isso”, citando como exemplos o Serviço de Atendimento Móvel (SAC), a lei das organizações sociais, o Planserv e o plano habitacional do servidor. “Nunca deixei de inovar, de lançar desafios novos”, lembrou.
Paulo Souto (terno escuro) entre os jornalistas Aloisio Franca Rocha (mediador), Walter Pinheiro e Raimundo Marinho |
Ainda respondendo a Rui Costa, Paulo Souto citou algumas de suas realizações, como Bahia Azul (saneamento básico), recuperação de encostas, avenidas Gal Costa e Assis Valente, Maternidade José Maria Magalhães, Instituto do Coração e recuperação da área do antigo Clube Costa Azul.
Afirmou que Salvador, além de novos eixos viários, precisa de alternativas novas, como ciclovias, e de programas que tragam autossuficiência de serviços nos bairros, evitando os deslocamentos que tanto congestionam o trânsito e a consequente dificuldade de mobilidade urbana.
O pré-candidato da oposição prometeu debruçar sobre questões como quantidade de órgãos da administração, hoje com 32 secretarias, e funcionalismo, inclusive a Polícia Militar, para melhorar a relação de confiança, ter diálogo e transparência, evitando transtornos à população.
Vai rever projetos como ponte Salvador-Itaparica, que seria com recursos privados, mas já tem R$5 bilhões de recursos públicos; projetos culturais, que estariam abandonados; centro de convenções, que está degradado; obras interrompidas da barragem do Colônia; projetos de mineração, também privados; e tornar produtivos os assentamentos de reforma agrária.
Raimundo Marinho
Jornalista
A vice-presidente do Conselho do Fundeb (Fundo para Desenvolvimento da Educação Básica) de Livramento de Nossa Senhora (BA), Eliane de Souza Bomfim Santos, professora da rede municipal de ensino, protocolou no Ministério Público Federal, Salvador, em 24.04.2014, pedido de investigação da conduta daquele colegiado, conforme processo PR-BA-00017208/2014.
Segundo o documento, “a educação municipal de Livramento vem sofrendo graves problemas referentes aos recursos vindo do Fundeb e o Conselho não está cumprindo com suas atribuições legais com reuniões mensais, em local público e divulgada nos meios de comunicação”. Acrescentou que, em 2013, das 12 reuniões obrigatórias só foram realizadas duas.
A denúncia cita o vereador Paulo Roberto Lessa Pereira, que a denunciante diz ter conduzido a assinatura do parecer sobre a prestação de contas do Fundo, referente a 2013, feito em papel timbrado da Prefeitura, exercício em que o vereador foi gestor dos recursos, como secretário da Educação.
Consultado, Paulo Lessa disse que “não existem irregularidades, apenas picuinhas politicas, que a mesma denúncia foi feita ao Tribunal de Contas dos Municípios e foi indeferida”, que foi “convidado, já como vereador, para participar da reunião”, em 08.04.2014, quando o tal parecer foi aprovado, aberta a quem quis comparecer, não vendo qualquer anormalidade nisso.
Clique e veja os LINKs:
1. Denúncia ao MP Federal
2. Parecer do Conselho do FUNDEB
3. Parecer do TCM
Raimundo Marinho
Jornalista
Com preocupante índice de pobreza, Livramento de Nossa Senhora, Bahia, é um município cujo desenvolvimento socioeconômico deixa a desejar. Está na 4003ª posição nacional e 71ª estadual, com 0,55 pontos, numa escala em que o mínimo é 0 e o máximo é 1, segundo dados oficiais de 2011.
A constatação é do IFDM (Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal) divulgado, esta semana, pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), após levantamento feito nos mais de cinco mil municípios brasileiros, abrangendo emprego, renda, saúde e educação.
No quesito educação, é o 4257º do país e o 76º na Bahia. Na saúde, também é um dos últimos do país, na 4089ª posição, e o 101º entre os 417 municípios baianos. É um município economicamente rico, mas socialmente pobre, com elevado grau de miséria.
Raimundo Marinho
Jornalista
Segundo a diretoria do SPEL (Sindicado dos Profissionais da Educação de Livramento de Nossa Senhora, Bahia) o prefeito Paulo Azevedo informou que não fará o pagamento da diferença do piso salarial, conforme determinado pela juíza da comarca local. A alegação é de falta de recursos e já teria recorrido da decisão.
Com isso, o passivo trabalhista do município sobe para as alturas, pois já deve aos docentes mais de R$12,5 milhões, relativos a outra ação judicial, também herdada da gestão de Carlos Roberto Souto Batista.
Para piorar, a categoria vive uma crise de representação e com certo sentimento de orfandade, pois o antes aguerrido SPEL teve seus fundadores cooptados com cargos em comissão na própria Secretaria da Educação, que antes combatia, e depôs as bandeiras de luta.
O grupo que atormentou os secretários da Educação, na gestão passada, vivem hoje no mais absoluto silêncio, incluindo o vereador Paulo Roberto Lessa Pereira. Alguns filiados do SPEL estão debandando para a APLB-Sindicato, que congrega docentes estaduais e municipais.