Administração – 31.10.2015

Indícios de favorecimento
em nomeações da prefeitura

 

Raimundo Marinho
Jornalista

O prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Paulo Cesar Cardoso de Azevedo, fez a segunda convocação (Edital nº 001/03.09.2015) de classificados no concurso público realizado em 2013, para preenchimento de vagas nos quadros da Secretaria da Educação.

Mas as nomeações estão gerando críticas, insatisfações e até ação judicial. Entre os questionamentos feitos está o do núcleo regional da APLB-Sindicato, que congrega servidores estaduais e municipais da Educação. Para a entidade, há indícios de favorecimento no processo de nomeações.

Cita o exemplo dos candidatos classificados para o cargo de Professor Nível I, aos quais teria sido dito que não havia vagas na sede municipal e eles tiveram que aceitar nomeação para a periferia ou zona rural.

Posteriormente, a prefeitura teria convocado “excedentes” para vagas que antes dissera não existir. Ou de fato não existem e essas nomeações foram irregulares ou o prefeito enganou os primeiros colocados no concurso.

Os favorecidos seriam pessoas ligadas à cúpula da administração ou à família do chefe do Executivo. Entre elas, estaria uma ex-cozinheira do prefeito, uma cunhada da primeira dama e a esposa do chefe do setor de pessoal.

Como não se divulgou a criação de novas vagas e não havendo desistência de classificados, especula-se que os “excedentes” foram nomeados para vagas inexistentes ou criadas apenas para beneficiar apadrinhados.

Caso típico é o de Adriano Azevedo Farias, “excedente” nomeado Secretário Escolar, na Estocada, noturno, onde ele, um professor, um vice-diretor e o porteiro atendem a uma única turma, de apenas oito alunos.

Ele seria esposo da diretora do hospital, que hoje teria destacada influência na administração municipal, e já foi designado pelo prefeito para fazer parte da equipe de apoio do Pregoeiro Oficial (Dec. nº 143, de 21.10.2015).

 

Artigo – 31.10.2015

Os 113 anos de Drummond

Itabira (MG): 31.10.1902
Rio de Janeiro (RJ): 17.08.1987

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo!”

 

Márcia Oliveira

 

Hoje, um anjo torto, desses que vivem na saudade, disse-me: “Vai, Márcia, e escreva Alguma Poesia a Drummond, pela passagem dos seus 113 anos de nascimento”.

Senti uma ternura imensa percorrer as minhas veias de grande admiradora do “menino de Itabira”, daquela Cidadezinha Qualquer, o berço imortal do poeta.

Desvendei o Claro Enigma que foi o escritor e comecei a escrever palavras simples, que lembram todo Sentimento do mundo, registrado por ele em Versiprosa.

No meio do caminho nasceu o poeta, nasceu o poeta no meio do caminho!

Na Cadeira de Balanço, fechei meus olhos, embalei-me nos versos de uma melancolia tão dele e debrucei meus sonhos nas rimas de um lirismo doce, perto dessa Poesia Errante que nos acerta em cheio.

Amar se aprende amando e foi assim que aprendi a amar esse Menino Antigo, que se fez poeta, mesmo nos Contos de Aprendiz! E que aprendiz! Não quero me Esquecer para Lembrar de que sua Poesia até agora, é infinita e, assim, o eterniza dentro de mim!

No Avesso das coisas que se tornaram temas cotidianos e prosaicos, como Os dias lindos que fazem parte da minha história, da sua história, também está o Amor natural que surge em nossas vidas!

Só Drummond conseguiu registrar nas páginas, outrora em branco, tantas mensagens na vida passada a limpo... Lição das coisas que aprendeu e também nos ensinou - entre versos sentimentais, filosóficos e, outras vezes, irônicos – que, na verdade, somos fortes, pois Os ombros suportam o mundo!

“Gastei uma hora pensando num verso que a pena não quer escrever. No entanto, ele está cá dentro, inquieto, vivo...”, ele disse. E eu vou escrever:

E agora, Drummond? 113 anos! Quanto ainda escreveria O observador no escritório desse Mundo, vasto mundo? Mesmo eu não sendo aquela Moça deitada na grama, trago em mim O poder ultrajovem que você abordou em tudo aquilo que escreveu, porque esse meu poeta é Tempo, vida, poesia...

Mesmo que agora esteja no Brejo das Almas, escrevendo, nas alvas páginas das nuvens, as mais belas poesias bordadas de estrelas, estrela como você foi, um dia, em nossa literatura, e que, até hoje, brilha, em forma de saudade!

Mestre da poesia que não nos cansamos de ler! Mundo mundo, vasto mundo, mesmo não se chamando Raimundo, você mostrou-me que O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar/ o mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar/ o amor é grande e cabe no breve de beijar!” .

E você tanto viveu, tanto amou, escreveu tanto, inclusive As palavras que ninguém diz! Neste dia especial, quero oferecê-lo, como símbolo de uma saudade imensa, A rosa do povo, desse povo sofrido, esperançoso, choroso, feliz, exaltado em seus versos e que não sumiu, quando você indagou E agora José?

Nesse momento, de Mãos dadas, cantemos, em uníssono, para esse grande mensageiro da poesia que ficará Para sempre: Parabéns pra você, nesta data querida...!

Acesse https://youtu.be/yUo-decrEmo e ouça E agora, José?

(Poema de Drummond de Andrade, musicado por Paulo Diniz)

 

Alistamento – 30.10.2015

Campanha chama jovens
para tirar título de eleitor

 

Raimundo Marinho
Jornalista

O cartório da 101ª Zona Eleitoral, sediada em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, anunciou a realização, pela primeira vez, da Semana do Jovem Eleitor, de 16 a 20 de novembro próximo, conforme previsto no Ofício Circular nº 021/2015, da Corregedoria Geral da Justiça Eleitoral.

Explica que o objetivo é despertar os jovens que vão se alistar este ano a se anteciparem, a fim de evitar concentração, por exemplo, no final do prazo para os que desejam votar na eleição do próximo ano. Durante a campanha, o atendimento será muito mais tranquilo.

Fica aí, então, o chamamento à garotada que já atingiram ou vão atingir até novembro a idade eleitoral, que é voluntária de 16 aos 17 anos, mas obrigatória a partir dos 18 anos. E aqui lembramos que, como haverá eleições em 2016, quanto mais cidadãos aptos a votar melhor, e os jovens podem ajudar a melhorar as escolhas.

 

Mais água – 30.10.2015

Barreiros vão estocar água
no distrito de São Timóteo

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Feita mais uma promessa de mitigação da falta d’água no sertão de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Desta vez, será beneficiado o distrito de São Timóteo, a cerca de 40 quilômetros da sede.

Quem anuncia é a Asamil, garantindo construir 20 reservatórios de água denominados Barreiros Trincheira Familiar, naquela localidade, no chamado projeto Mais Água II.

Seu Altino Souza: "esse barreiro foi uma bênção"

Informa ser uma nova tecnologia, de formato mais profundo e menor superfície. Isso reduz a exposição do líquido e haverá menos evaporação, segundo o coordenador do projeto, Dilto Aguiar.

A iniciativa tem apoio do Ministério de Desenvolvimento Social e da Secretaria de Desenvolvimento Rural (BA) e trará segurança alimentar e nutricional às famílias, além de água para os rebanhos.

Um testemunho disso é dado por Altino Souza, da comunidade de Açoita Cavalo, em São Timóteo: “esse barreiro foi uma benção, meus animais agora têm água durante toda a seca”.

Como ocorreu último dia 20, na sede da Associação de Moradores de São Timóteo, a equipe da Asamil tem reunido a comunidade do sertão, para explicar os critérios de participação no projeto.

 

Urânio – 30.10.2015

Governador diz que INB
precisa interagir com BA

 

Raimundo Marinho
Jornalista

INB são as iniciais da empresa Indústrias Nucleares do Brasil, pertencente à União, que está contribuindo para um cenário de horror em Caetité, onde explora uma mina de urânio, e municípios vizinhos, inclusive Livramento de Nossa Senhora.

O desenho do horror já está se delineando, com o aumento preocupante de casos de câncer na região, supostamente causados pela contaminação do urânio.

Recentemente, foi detectada a presença do mineral, altamente radioativo, na água de um poço que abastece seres humanos, mas as autoridades fizeram ouvidos de mouco.

Na última quarta-feira (28), o governador Rui Costa disse, em Brasília, que está acompanhando de perto o monitoramento da água na região de Caetité e afirmou que "a INB precisa interagir mais com a comunidade e com o Estado da Bahia”.

Acrescentou que “ela é uma empresa distante, que só faz retirar o mineral e não tem nenhuma relação com o Estado da Bahia, nem com a sociedade local". Mas o governador não anunciou nenhuma medida contra os abusos, que já ameaçam a de saúde pública.

Rui Costa aproveitou para falar de obras para levar mais água aos moradores da região, como a Adutora do Algodão, que leva água do Rio São Francisco para Guanambi e será estendida até Caetité.

 

Educação – 29.10.2015

Rio de Contas garante
atualizar pagamentos

 

Raimundo Marinho

Jornalista

Assinatura do "Termo de Compromisso" foi aplaudida pelos professores

Conforme “Termo de Compromisso” firmado no último dia 26, a Prefeitura de Rio de Contas garantiu, junto à APLB-Sindicato, que vai encerrar 2015 quites com os servidores da Educação.

Secretário João Antônio informa a decisão do prefeito aos professores

Segundo a diretoria do Sindicato, a categoria vinha recebendo os vencimentos com até 20 dias de atraso e foi assegurado que a situação será normalizada já a partir da folha de outubro.

O pagamento do 13º salário, integral, ocorrerá em 20.12.2015, a folha de dezembro será antecipada para o dia 31 do mesmo mês e o 1/3 de férias vai ser creditado em 10.01.2016.

E, o mais esperado, a regularização do pagamento do piso salarial ocorrerá a partir de janeiro de 2016. Ficou definida, ainda, a formação da comissão que vai agilizar a reformulação do plano de carreira.

GESTÃO DO FUNDEB - O sindicato da categoria reivindicou ajustes na gestão do Fundeb, de uso exclusivo na Educação, inclusive para complemento do pagamento do piso salarial.

Prefeito Márcio Farias na sede da APLB

As propostas constam do “Termo de Compromisso” assinado e, segundo os sindicalistas, proporcionarão economia suficiente para a regularização do piso salarial dos professores.

O documento foi firmado pelos secretários municipais João Antônio Azevedo Farias (Governo) e Antônio Cotrim Correia (Finanças) e a coordenadora geral da Educação, Luciana Fernandes Pinto.

Pela APLB, assinaram o diretor regional Jânio Soares Lima e a representante local Carla Vanessa Nascimento Santos. Também firmaram o documento as representantes do Conselho Municipal do Fundeb, Sheila Santana Silva e Cleide de Lira Faria Silva.

As negociações começaram diretamente com o prefeito Márcio Farias, na APLB.  Com a viabilização do acordo, os servidores suspenderam as paralisações graduais, iniciadas na semana passada.

Com acordo firmado, servidores votam pela suspensão das paralisações

 

Érico Cardoso – 29.10.2015

Prefeito e servidores
voltam a se entender

 

Raimundo Marinho

Jornalista

Prefeito João Paulo Souza recebeu professores e os diretores da APLB

Graças à intermediação do núcleo regional da APLB-Sindicato, os trabalhadores da Educação do Município de Érico Cardoso (BA) puderam retomar o diálogo com o prefeito João Paulo Souza.

Com isso, as reivindicações da categoria voltam a ser discutidas, que incluem, entre outras coisas, o pagamento do piso salarial, elaboração do plano de carreira e a gestão do Fundeb.

O próprio prefeito admitiu que o município estava em falta com os professores. Mas a culpa pela ausência de diálogo, segundo ele, era a conotação política dada pela representação sindical anterior.

Ele demonstrou sensibilidade ante as propostas dos servidores, mas alguns ainda desconfiam. O diretor da ABLB, Jânio Soares Lima, colocou-se à disposição do prefeito para busca da melhor solução possível.

Na reunião, dia 26, o prefeito delegou a continuidade das negociações ao secretário municipal da Educação, professor José Roberto Cardoso Neves, que será auxiliado pela área técnica da prefeitura.

 

Filhas de Jó – 22.10.2015

Meninas em busca
do aperfeiçoamento

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Vinte de outubro é o Dia Municipal da Ordem das Filhas de Jó Internacional, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, e foi comemorado com ato público na Câmara de Vereadores.

Na ocasião, houve uma palestra sobre a evolução dos direitos da mulher, proferida pelo major Irlando Lino Guimarães, da 46ª Companhia Independente de Polícia Militar da Bahia.

Foi destacada a vulnerabilidade da mulher a ameaças e agressões, principalmente no ambiente doméstico. O palestrante entremeou sua fala com informes legais e fatos do cotidiano.

Lembrou a origem subalterna da mulher e as mudanças a seu favor ocorridas a partir da revolução francesa, passando pelo movimento feminista. No Brasil, mencionou a Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006) e à recente Lei do Feminicídio (nº 13.104/2015).

Citou que a emancipação da mulher consolidou-se a partir de vários instrumentos legais internacionais, incluindo convenções, acordos e tratados, que estabelecem a igualdade entre os sexos, sendo o mais famoso a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

No Brasil, destaca-se, sobretudo, o rol de direitos fundamentais, vetando qualquer tipo de discriminação entre os indivíduos, contidos no art. 5º da Constituição Federal de 1988.

O evento realizou-se sob o rigoroso ritual da ordem, que é ligada à Maçonaria, a começar pelo bonito traje das meninas, cuja idade varia de 10 a 20 anos, assistidas por um plenário lotado, na sede do Legislativo local.

A ordem Filhas de Jó, em nossa cidade denominada Bethel # 20 Livramentense, foi criada em 20 de outubro de 1920, em Omaha (Nebraska/EUA), por Ethel T. Wead Mick, ligada ao Templo Maçônico daquele cidade norte-americana.

Seu objetivo é “reunir meninas para um aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual”, com ações que contribuem para o exercício da liderança, organização, trabalho em equipe e a autoconfiança.

O grupo elenca um rol de objetivos do qual consta, ainda, o sadio divertimento, a prática esportiva e a valorização do “respeito aos pais, aos mais velhos e a todas as pessoas, independente de raça, credo ou posição econômico-social”.

 

Sepultamento – 18.10.2015

Luto na Educação!

 

Márcia Oliveira

José Aparecido, quando defendia tese de Doutorado em Geografia (Foto: Blog FCT/UNESP)

Infelizmente, após mensagens acolhedoras sobre grandes mestres da Educação, tivemos um Dia do Professor, 15 de outubro, marcado pela tristeza, ao tomarmos conhecimento da trágica morte de um dos nossos colegas, o professor José Aparecido Lima Dourado.

Ele saiu deste sertão baiano para buscar mais conhecimentos, aprimorar seu currículo, na área da educação, chegando ao Doutorado (UNESP), recentemente concluído. Morreu no Amazonas, onde trabalhava.

O filho caçula de dona Edinar e do senhor Miguel (falecido em agosto de 2014) retornou para finalizar sua trajetória aqui na terra humilde em que nasceu, carregado pela mão nevada e fria da saudade.

Num clima de grande comoção, o querido colega foi sepultado no cemitério de Lagoa Nova, na manhã do dia 16 de outubro. Poucos colegas compareceram, pois outros tantos não foram dispensados para prestar a última homenagem a José Aparecido, principalmente os do Arrecife, onde ele lecionou por alguns anos, até partir em busca do seu aprimoramento.

Segundo sua sobrinha Naire, quando lhe perguntavam “como você conseguiu fazer o mestrado com inglês?”, ele respondia, com orgulho, “se esqueceu de que eu venho do Arrecife?”.  

Ainda conforme o testemunho de Naire, o tio era admirador do educador Paulo Freire e do geógrafo Milton Santos; e tinha ciúmes da sua coleção de livros.

Beto, também sobrinho dele, saiu daqui para estudar na mesma época do tio, incentivado por ele. Muito abalado, afirmou que em breve retornará à cidade onde o tio foi barbaramente assassinado, para acelerar as investigações. Ele foi uma pessoa incrível!

Nós, da APLB-Sindicato, na figura do diretor Jânio Lima, prestamos uma singela homenagem ao colega José Aparecido. Por ocasião das exéquias, lemos a letra da canção de Elomar Figueira: Incelença Para Um Poeta Morto.

A certeza é que nosso colega deixará como legado o exemplo de grande profissional, filho, irmão, tio, sobrinho e amigo.

José Aparecido, seu nome agora está registrado nas páginas da saudade, não só dos inúmeros artigos que você escreveu, mas, principalmente, na vida de todos aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-lo.

Chico, seu gato de estimação, também sentirá muitas saudades de você. Descanse na Paz de Cristo!

Ouça  “Incelença Para Um Poeta Morto”, com Elomar:

 

Entrevista – 16.10.2015

NO JARDIM DA INFÂNCIA Ana Timbó e Helena Lessa, pioneiras no ensino infantil, depois de D. Cremilda Tanajura, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, foram entrevistadas pela professora Márcia Oliveira, para  O Mandacaru. Apesar da idade, 89 e 83 anos, respectivamente, mostraram que ainda têm muito a ensinar. Da longa conversa com elas, tira-se a lição de que ser professor é uma profissão de dedicação e amor, que a tecnologia não serviu muito para melhorar a Educação, no Brasil, e as relações familiares do passado eram mais construtivas e prazerosas que hoje.

Clique aqui para ler as entrevistas>>

 

Dia do Professor – 15.10.2015

Aos mestres, uma
flor, com carinho!

 

Márcia Oliveira

Iniciando as comemorações pelo Dia do Professor (15 de outubro), este site, nos seus dez anos de sucesso e credibilidade, apresenta um dos capítulos memoráveis do livro O Meu Pé de Laranja Lima, do inesquecível escritor José Mauro de Vasconcelos, cuja temática é o amor e respeito do pequeno Zezé à sua mestra Dona Cecília Paim. Exemplo que deve ser mostrado aos estudantes da atualidade, para que possamos resgatar valores há muito desprezados no ambiente familiar e educacional.

Leia com os olhos do coração:

A escola. A flor. A flor. A escola.

Ninguém tinha levado uma flor sequer para minha professora D. Cecília Paim. Devia ser porque ela era feia. Se ela não tivesse uma pintinha no olho, não era tão feia. Mas era a única que dava um tostão pra mim para comprar sonho recheado no doceiro de vez em quando, quando chegava o recreio.

Comecei a reparar nas outras aulas e todos os copos sobre a mesa tinham flores. Só o copo da minha continuava vazio.

……Uma manhã apareci com uma flor para minha professora. Ela ficou muito emocionada e disse que eu era um cavalheiro. … …

E todos os dias fui tomando gosto pelas aulas e me aplicando cada vez mais. Nunca viera uma queixa contra mim de lá. … …

A escola. A flor. A flor. A escola…

Tudo ia muito bem quando Godofredo entrou na minha aula. Pediu licença e foi falar com D. Cecília Paim. Só sei que ele apontou a flor no copo. Depois saiu. Ela olhou para mim com tristeza.

Quando terminou a aula, me chamou.

- Quero falar uma coisa com você, Zezé. Espere um pouco.

Ficou arrumando a bolsa que não acabava mais. Se via que não estava com vontade nenhuma de me falar e procurava coragem entre as coisas. Afinal se decidiu.

- Godofredo me contou uma coisa muito feia de você, Zezé. É verdade?

Balancei a cabeça, afirmativamente.

- Da flor? É, sim senhora.

- Como é que você faz?

- Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só encostado, eu entro depressa e roubo uma flor. Mas lá tem tanta que nem faz falta.

- Sim, mas isso não é direito. Você não deve fazer mais isso. Isso não é um roubo, mas já é um “furtinho”.

- Não é não, D. Cecília. O mundo não é de Deus? Tudo que tem no mundo não é de Deus? Então as flores são de Deus também…

Ela ficou espantada com a minha lógica.

- Só assim que eu podia, professora. Lá em casa não tem jardim. Flor custa dinheiro… E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio.

Ela engoliu em seco.

- De vez em quando a senhora não me dá dinheiro para comprar um sonho recheado, não dá?

- Poderia lhe dar todos os dias. Mas você some…

- Eu não podia aceitar todos os dias…

- Por quê?

- Porque tem outros meninos pobres que também não trazem merenda.

Ela tirou o lenço da bolsa e passou disfarçadamente nos olhos.

- A senhora não vê a Corujinha?

- Quem é a Corujinha?

- Aquela pretinha do meu tamanho que a mãe enrola o cabelo dela em coquinhos e amarra com cordão.

- Sei. A Dorotília.

- É, sim, senhora. A Dorotília é mais pobre do que eu. E as outras meninas não gostam de brincar com ela porque é pretinha e pobre demais. Então ela fica no canto sempre. Eu divido o sonho que a senhora me dá, com ela.

Dessa vez ela ficou com o lenço parado no nariz muito tempo.

- A senhora de vez em quando, em vez de dar para mim, podia dar para ela. A mãe dela lava roupa e tem onze filhos. Todos pequenos ainda. Dindinha, minha avó, todo sábado dá um pouco de feijão e de arroz para ajudar eles. E eu divido o meu sonho porque mamãe ensinou que a gente deve dividir a pobreza da gente com quem é ainda mais pobre.

As lágrimas estavam descendo.

- Eu não queria fazer a senhora chorar. Eu prometo que não roubo mais flores e vou ser cada vez mais um aluno aplicado.

- Não é isso, Zezé. Venha cá.

Pegou as minhas mãos entre as dela.

- Você vai prometer uma coisa, porque você tem um coração maravilhoso, Zezé.

- Eu prometo, mas não quero enganar a senhora. Eu não tenho um coração maravilhoso. A senhora diz isso porque não me conhece em casa.

- Não tem importância. Pra mim você tem. De agora em diante não quero que você me traga mais flores. Só se você ganhar alguma. Você promete?

- Prometo, sim senhora. E o copo? Vai ficar sempre vazio?

- Nunca esse copo vai ficar vazio. Quando eu olhar para ele vou sempre enxergar a flor mais linda do mundo. E vou pensar: quem me deu esta flor foi o meu melhor aluno. Está bem?

Agora ela ria. Soltou minhas mãos e falou com doçura.

- Agora pode ir, coração de ouro!

(Imagens copiadas da internet)

 

Memória – 12.10.2015

16 anos sem Dona Lourdes!


Márcia Oliveira

Há 16 anos falecia minha mãe, aos 74 anos, vítima de infecção hospitalar, 18 dias após uma cirurgia para retirada de cálculos na vesícula. Foi justo no dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, 12 de outubro, que ela se despediu desse mundo de provas e expiações.

Meu pai, seu companheiro por 55 anos, pediu para que fosse colocada em seu corpo, como uma faixa, uma fita amarela gravado o nome dela, tal como cantado por Noel Rosa, na canção intitulada Fita Amarela.

Recentemente, minha ex-colega, Maristela Ribeiro, quando esteve em minha casa, fazendo o giro da bandeira, relativo à festa de Nossa Senhora do Livramento, emocionou-se ao recordar o fato.

Lembro-me do meu pai invocando: “Nossa Senhora Aparecida, hoje é o seu dia e você leva de presente o maior bem que a vida me deu: Lourdes. Cuide dela, por favor”.

No dia do sepultamento, quando o cortejo aproximava-se do cemitério, ele fez questão de ir à frente para tocar o sino da capela. E, cheio de dor e saudades, disse: “Lourdes, eu só preciso de pouco tempo por aqui, para ajeitar algumas coisas, mas breve, muito breve, irei ao seu encontro”.

Em seguida, recita o soneto À Carolina, escrito por Machado de Assis, num momento semelhante, quando o ilustre escritor perdeu a mulher amada. 

À Carolina

Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.

Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs o mundo inteiro.

Trago-te flores - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.

Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.

(Machado de Assis, 1906)

Na missa de sétimo dia da nossa mãe, foi distribuída uma mensagem especial, escrita pelo meu irmão Jorge, em homenagem a grande mulher que ela foi. Clique aqui para ler>>

 

Homenagem – 11.10.2015

À minha Professora,
com amor e carinho!

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Já escrevi para a Professora Márcia, escrevi bastante com ela, até já escrevi a doce mestra. Mas nunca escrevi sobre a bela criatura Márcia Oliveira. E resolvi começar nesta manhã ensolarada de domingo soteropolitano.

O capítulo de hoje é a homenagem que lhe prestou a Escola Municipal Rômulo Galvão, em Livramento. Aliás, esta e mais duas de nossas escolas merecem atenção, a de São Timóteo e a Felipe Neri Rego, no Taquari.

São Timóteo deu comovente aula de patriotismo na semana da Pátria. Felipe Neri Rego é campeã do Ideb. E a Rômulo Galvão vem plantando a semente da verdadeira Pedagogia, com o indispensável viés humano e cívico.

Deu mais uma demonstração nesse sentido como única escola a comemorar nossa Data Magna, 6 de outubro, com um Sarau Literário, exibindo composições dos próprios alunos, enaltecendo o Berço Nativo.

No evento, fez algo grandioso, porque justo, oportuno e com a afetividade dos que se identificam com quem respeita o que faz. Foi a homenagem à Professora Marcia Oliveira, um ícone atual da Educação, no município.

Saúdo, portanto, os dirigentes da Rômulo, na pessoa da diretora Raylma Meira e do coordenador João Neto, extensivos a todos integrantes do educandário, incluindo docentes, outros servidores  e alunos.

..Professora homenageada: Márcia Oliveira

No resumo curricular, enviado à Escola, a doce Mestra comoveu-me ao se reportar a quando me conheceu, há nove anos, definindo-me como “Alguém mais do que especial em minha vida. Um grande amor”.

Mas isso não me torna suspeito, pois falo sob testemunho de atuais e ex-alunos, muitos já profissionais, bem como de todas as pessoas que têm capacidade de enxergar grandeza e qualidade em quem de fato as tem.

A própria diretora Raylma disse ser Márcia “uma profissional da nossa sociedade que exerce com muito amor e dedicação a profissão de professora”. Daí, sua escolha  “para ser a homenageada do Sarau de Poesias deste ano”.

Também o testemunho de uma pessoa que lhe tem muito carinho e respeito, o secretario municipal da Educação e seu colega no CEJVB, Sebastião Fernandes (Professor Tiãozinho), que assim resumiu:

“Márcia, você merece toda essa homenagem, não vejo alguém que mereça mais do que você. Conheço o seu trabalho e sei da sua competência e da sua dedicação. Parabenizo a escola pela escolha, e a você também”.

Um dia, do qual já dista nove anos, eu lhe abri meu coração, já pisado por  antigos e inconstantes afetos, ao longo da vida, e perguntei-lhe: “o mulato aqui tem chance?”. Sua pronta resposta foi: “digamos que sim”.

Desde, então, ela ocupa, espaçosamente, o meu espírito, no já confessado grande amor, no qual eu resplandeço. Pude, assim, conhecer esse ser amoroso, essa mulher carinhosa e dedicada, essa Professora incansável! 

A conheci, na verdade, em tempos mais longínquos, caminhando pela calçada do então Grupo Escolar Lauro de Freitas, vestida como uma boneca, possivelmente aos 6 anos de idade, ao lado do irmão Beto.

Coleciono, no coração, seus sorrisos e gargalhadas, principalmente sua alegria de representar o imortal Carlitos Chaplin. Nunca vi alguém com tão versátil e extraordinária memória literária, quase mediúnica.

Ao final de uma apresentação sua, no CEJVB, quando a vi pela primeira vez, depois que cresceu, não me contive e corri para abraçá-la, dizendo-lhe: “não sabia que Livramento tinha uma coisa assim tão linda”.

Sempre teve paixão pelo ensino e a literatura. Tanto que diz dormir com Castro Alves, sonhar com Drummond e acordar com Mario Quintana, ao lado, cheio de ciúmes. Já discorreu sobre alguns deles aqui neste site.

Mas também coleciona e chora grandes perdas, como os irmãos Alfredo, Beto, Enésio e o sobrinho Matheus, além dos pais: D. Lourdes e Seu Celso. E eu acrescento o dia em que teve de se afastar do Colégio, onde sempre ensinou, após ser ofendida por um aluno.

Teve a saúde seriamente abalada, mas está se recuperando e começa um período novo em sua vida, como sindicalista, à disposição do núcleo regional da APLB-Sindicato, sediado em Livramento.

Está, portanto, de sorriso novo! Deixou para traz até a dor de se afastar daquilo a que mais se dedicava, o Colégio João Vilas Boas, com os alunos e os colegas, que foram indiferentes às sórdidas agressões que sofreu.

Márcia, pena eu não ser escritor ou poeta, para escrever na amplitude dos sentimentos que você me desperta. Mas digo, nunca mais chore pelo que não vale a pena! Encare tudo como desafio da caminhada espiritual.

A tudo será dado o retorno merecido. Gosto muito de me encantar com os dentinhos falhados do seu sorriso! Nunca os esconda de mim! Beijos!

 

Reforma – 11.10.2015

Prefeitura faz meia-boca, mas
melhora residência estudantil

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Na roça, quando alguém fazia algo  de forma aligeirada e incompleta, dizia-se que sarobou. Não encontrei equivalente no dicionário, mas atualmente, quando isso ocorre, fala-se que fez meia-boca.

É o que a prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, fez na residência estudantil de Salvador, com uma reforma indigna de um município com orçamento anual de R$75 milhões.

Mesmo assim, não o fez por amor aos jovens, mas para desincumbir-se de compromisso assumido perante a Promotoria de Justiça, em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Sugere-se que o MP inspecione a obra.

Os residentes não estão satisfeitos, mas, ante o horror em que a casa se encontrava, confirmam que melhorou muito. A casa fica no Garcia e passou por pintura superficial e reparos nas instalações hidráulicas e elétricas.

De qualquer forma, foi uma vitória dos estudantes, que conseguiram evitar a transferência para o distante bairro da Pituba, onde, além de não caber todos os residentes, teriam aumentadas as despesas com transporte.

 

Falecimento – 11.10.2015

Raelson Ribeiro, pioneiro do
agronegócio em Livramento

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Raelson Ribeiro foi grande produtor de alho em Livramento de Nossa Senhora

Foi sepultado, domingo passado, dia 4, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, o empresário Raelson Ribeiro. Há muito tempo, vinha doente e já não mais circulava pela cidade. Consta que vivia numa cadeira de rodas.

Integrante de família de empreendedores em Livramento, liderada pelo seu pai, Florisvaldo Ribeiro, também já falecido, participou intensamente da vida política local, chegando a ser candidato a prefeito, em 1988.

Mas o principal legado de Raelson Ribeiro foi no campo da agricultura, demonstrando que, na caatinga livramentense, era possível implantar um processo produtivo em escala, com técnicas e irrigação adequadas.

Fez isso na propriedade que possuía às margens do Rio Brumado, a vazante da cidade, chamada Belo Sítio. Serviu de exemplo ao próprio DNOCS, cujo projeto ainda não havia sido inaugurado no município.

Quando começou, ainda não havia a febre da manga e nem do maracujá, aos quais só aderiu depois. O carro-chefe da produção agrícola de então era o alho, junto com a cebola.

Clique aqui para ler reportagem que publicamos em A Tarde, sobre o empreendimento de Raelson, extraída do livro TRAJETÓRIA (2009), de nossa autoria.

 

Sonho comunista – 10.10.2015

Jornalista no divã!
(Como quando Nietzsche chorou)

 

Raimundo Marinho
Jornalista

I had a dream! (Eu tive um sonho!).

O texto do psicólogo Zifaneto, publicado na seção E-mails recebidos, calou fundo na minha emoção. Perturbou-me o sono, na última noite. Salvo por um lapso de tempo, enquanto sonhei. Outros diriam que foi pesadelo!

Sonhei que estava em um divã, numa ampla sala vermelha. Tudo parecia muito bonito e ao mesmo tempo assustador. Lembrava os salões grenás da Gameleira e da Ladeira da Montanha, na Salvador dos anos 1970.

Meu Deus! Estou na Rússia, pensei! Veio-me à mente a imagem das filhas do sanguinário czar Nicolau II executadas pelos bolcheviques. Pensei na estátua de Lênin derrubada por manifestantes ucranianos, em Kharkiv.

Era um sonho, frisa-se, não um pesadelo. Porém, cheguei a pensar alto: “vão me matar, também!”. Todavia, vi que meu sono era profundo, pois no abismo do meu subjetivo, ecoou uma voz tranquilizadora, dizendo:

- Calma, você está no meu divã. Eu trouxe as figurinhas!

Era Zifaneto, sentado na cadeira do psicanalista. Foi uma surpresa vê-lo no meu sonho.

- Pode começar a falar, ele disse.

- Falar o que? Eu só estou tendo um sonho!, respondi.

E ele continuou:

- Olhe aqui essa figurinha!

Eu olhei, parecia a foto de Erasmo da Manga.

- Sim, e dai?, perguntei.

- Por que ele e não eu, e não o Jerry? Falamos tão bonito, na reunião!, respondeu.

Então, eu expliquei:

- Mas só ele disse “vou ser candidato”. Só ele teve coragem de posar junto ao cartaz da foice e do martelo, na mesa de um bar, na Praça Zezinho Tanajura. Só um comunista brasileiro autêntico faz isso.

E Zifa argumentou:

- Ele tem um “português difícil”. É da manga. Imagine se ele vai entender os camaradas João Amazonas, Francisco Julião, Gregório Bezerra, que dirá Marx, Engels, Istvan Mészáros, Hobsbawm. Nem Florestan Fernandes, ou mesmo seu pupilo Fernando Henrique Cardoso.

A conversa estava agradável, mas a menção a FHC me fez temer a transformação do sonho em pesadelo real. E, depois de breve e profundo silêncio, meu psicanalista onírico bradou:

- Por que não Jerry, sua fala foi tão bonita. Isso é sacanagem! Imagine, logo Erasmo!

Foi minha vez de pedir calma e explicar:

- Mas eu não tinha a fala nem a foto do Jerry. A foto que eu tinha dele ainda era verde. Achei que não pegava bem para o PC do B. Pois antes de se metamorfosear de vermelho, ele era verde, fazia dois anos!

Mas logo me recompus e me lembrei de que o paciente não deve contrariar o analista. Eles costumam se irritar e se exaltar. Mas Zifa foi tranquilo e ponderou:

- Todo mundo tem o direito de mudar de cor.

Asseverei que sim, até o arco-íris! E eu achei lindo quando soube que, em sua fala, o Jerry abriu os braços para receber todo mundo, sem qualquer distinção, nem de sexo. Só não foi mais bonito nem mais criativo do que quando divulgou nota, pelo Partido Verde, dizendo também “estar aberto ao diálogo com as demais forças políticas”. Mas a frase só durou dois anos!

Naquele momento do sonho, em que eu já me confundia com a realidade, Zifa fez um movimento brusco na minha direção e ordenou:

- Levanta desse divã. Eu quero deitar ai.

- Mas como?, perguntei. Eu é que sou o paciente!

- Não, não - ele disse – só quero falar uma coisa.

Eu aquiesci e pedi para ele ser breve, para eu não perder o fio da meada. Na verdade, eu tinha medo de acordar. E ele falou:

- Por favor, me explique, por que você fez isso. Com tanta gente no partido, por que logo Erasmo, ainda mais o da Manga?

Pensei que ele fosse insistir em alegar subjetividade no que publiquei no O Mandacaru, referindo-me à candidatura de Erasmo. Mas ele foi objetivo e direto sobre o coitado. Insistiu  em querer saber quais eram minhas reais intenções. Se eu também não estava querendo  me promover politicamente. Ai, eu me lembrei que tudo era apenas um sonho. Na vida real, Zifa é um moço inteligente, não pensaria isso de mim. E reagi:

- Zifa, esse negócio de analista trocar de lugar com paciente é muito estranho. Ao que me consta, na vida real, isso só teria ocorrido entre Sigmund Freud e Friedrich Nietzsche. Eu tenho receio do que você possa dizer. Acho melhor a gente voltar para as figurinhas, vai ser o máximo. Trocar figurinha tem um sentido novo por ai. Atenção, não é desse que estou falando.

Nessa hora, senti o sonho se desvanecendo. Tudo parecia que estava ficando verde. E acordei chorando! Pena que os sonhos nem mesmo chegam a ser uma mera coincidência com os fatos da vida real!

 

Imprensa – 10.10.2015

Os 85 anos da ABI em
defesa das liberdades

(Texto baseado em reportagem de Joseanne Guedes, do site http://www.abi-bahia.org.br/) 

 

Os 85  anos da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), completados em 17.08.2015, foram lembrados em sessão especial da Assembleia Legislativa da Bahia, ultimo dia 8, conduzida pelo presidente da Casa, Marcelo Nilo.

Vários oradores destacaram a atuação da entidade na defesa da liberdade de imprensa e de expressão, e também a importância da atividade jornalística para a manutenção da democracia.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, ao destacar a missão da entidade, disse que era uma honra para todos da Casa “ter a chance de completar 85 anos sendo homenageada pelo Poder Legislativo”.

Lembrou a necessidade de se alimentar sempre “a consciência de que sem imprensa não há democracia”. Salientou a ação decisive dos jornalistas para a transparência, como nos recentes casos de corrupção, no Brasil.

Afirmou que o aniversário de 85 anos da ABI é uma data importante, tanto para a entidade, da qual faz parte desde 1986, como também para toda a sociedade.

“A ABI está atenta ao atual cenário brasileiro, com a esperança e o otimismo de acreditar nas potencialidades do país”, disse. E reafirmou o compromisso de combater qualquer ameaça ao livre exercício do jornalismo

INICIATIVA DE FABÍOLA MANSUR

A homenagem foi proposta e articulada pela deputada Fabíola Mansur, neta de Demócrito Gomes de Carvalho, ex-dirigente da Associação Tipográphica da Bahia, tida como precursora da atual ABI.

A parlamentar parabenizou a entidade, lembrando que a mesma se manteve atuante, mesmo quando o direito à informação esteve na mira do poder econômico ou político.

“Sem imprensa livre, muitos problemas da sociedade seriam invisíveis. Quando, muitas vezes, o Estado não chega, o jornalista está lá”, disse. Ela considerou um gesto de grandeza da ABI a retratação pública que fez, em 2014, quando do cinquentenário do Golpe Militar.

O jornalista e pesquisador Nelson Varón Cadena reconstituiu a linha do tempo da ABI, a partir de pesquisa que fez sobre a instituição, tendo entre as  fontes as próprias atas de reuniões da diretoria.

Disse que a ABI não foi mais atuante no enfrentamento dos regimes ditatoriais porque as circunstâncias não permitiam, ressaltando que a entidade atuou de forma protocolar, como as demais congeneres do país.

Diretores da ABI recepcionados na Assembleia Legislativa (foto: Joseanne Guedes)

 

Política – 07.10.2015

Erasmo diz “vou ser candidato”

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Antes, faço uma correção, a pedido. O vereador Ronilton Carneiro Alves (Batata) afirma que não esteve na reunião com o deputado Marquinhos Viana (PV), como mencionado em nosso texto “Abundam pretendentes, mas sem planos para Livramento” (19.09.2015).

Não quis esquivar-se de nada, apenas não fez parte do grupo formado por Paulo Lessa, José Roberto Souza Caires (Zé de Vital), Joaquim da Silva e João Amorim. Uma semana depois, Dr. Emerson Leal acalmou os dissidentes.

Na reunião do PC do B, último dia 4, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, houve sinal claro de que o município pode ter ido, politicamente, ao fundo do poço e marcha para a pior eleição de todos os tempos.

A ponto de necessitar que um bem sucedido empresário do agronegócio saísse dos seus cuidados capitalistas para se proclamar pré-candidato a prefeito. Seu nome é Erasmo Carlos Caires Conceição, Erasmo da Manga.

Consta que ele tem origem simples, na roça, e bem poderia ter integrado, se tivesse idade, as Ligas Camponesas do PCB dos lendários Gregório Bezerra e Francisco Julião. Então, não surpreende que hoje integre o PC do B.

PC do B que, em Livramento, foi criado e mantido, durante 21 anos, por outro João, o Cambuí, há pouco defenestrado da legenda. Ainda ressentido, ele afirma que, diferente do seu tempo, a reunião foi um fiasco.

Após lembrar que sempre trabalhou em campanha dos outros, Erasmo disse “vou, sim, ser candidato a prefeito de Livramento, se o grupo me aceitar, para mostrar ao povo, que ainda não teve prefeito eficiente para trabalhar o tanto que nossa cidade merece”.

Avante, Erasmo! Livramento merece!

 

Data Magna – 06.10.2015

Livramento faz 300 anos e
94 de emancipação política

 

Raimundo Marinho

Jornalista

Hoje, 6 de outubro, é a data magna do município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em que faz 94 anos de emancipação política. Neste ano, também completa 300 anos de existência.

Segundo os registros históricos, o primeiro núcleo habitacional que deu origem à sede municipal surgiu em 1715, com a chegada dos bandeirantes paulistas, juntos com uma missão jesuítica.

Assim, o início tem como marco a entronização da imagem de Nossa Senhora do Livramento, numa capela feita possivelmente de taipa, onde a santa foi elevada à condição de padroeira da nova comunidade.

A então Vila de Nossa Senhora do Livramento de Minas do Rio de Contas, por onde começou a exploração mineral da região, acabou sendo transferida para o Arraial dos Creolos, hoje a cidade de Rio de Contas.

E a antiga Vila de Nossa Senhora passou a se chamar “Vila Velha”, que só se desmembrou do Arraial dos Creolos, já Rio de Contas, em 6 de outubro de 1921.  Em 1926, ganha foro de cidade, já com o nome de Livramento.

Em 1943, passa a denominar-se Livramento do Brumado, por causa do Rio Brumado (cheio de brumas). A partir da Lei Estadual no 2.325, de 14 de maio de 1966, recebe a atual denominação de Livramento de Nossa Senhora.

Esse marco histórico de três séculos vem sendo tratado com eloquente desprezo pelas autoridades municipais. Hoje, por exemplo, houve apenas um displicente hasteamento de bandeiras, no Paço Municipal.

Por conta própria e sem qualquer ajuda oficial, a Filarmônica Lindembergue Cardoso, uma entidade cultural, desfilou pelas ruas da cidade, correndo risco entre os automóveis, em homenagem à data magna do município.

Clique aqui para ler mais>>

 

 

Sarau de Poesias – 06.10.2015

“A Minha Cidade em Versos”

 

Raimundo Marinho

Jornalista

Os versos vem da sensibilidade dos alunos do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Rômulo Galvão, orientados por diretores e professores, que escolheram uma forma criativa e inteligente para homenagear Livramento.

Ocorreu no dia 1o de outubro e constou do “Sarau de Poesias – A Minha Cidade em Versos”, realizado pela segunda vez, agora para marcar o 94o aniversário de emancipação política do município, transcorrido hoje.

Começou com o Hino Nacional, seguido da leitura de um poema relativo ao “Ser Mestre”, pela professora Tatiana Assis; apresentação de breve histórico dos 300 anos de Livramento, pela professora Luciene Lima; e leitura do poema Convite, de José Paes Leme, pela professora Marilúcia Marques.

Os poemas escritos pelos alunos, em sala de aula, foram reunidos em pequeno livro e lidos pelos autores, durante o Sarau. Foram destacados, por exemplo, a rua onde mora, o amor à cidade, a fé, a cultura e as belezas de Livramento.

HOMENAGEM - O evento previa uma homenagem a alguém de destaque na comunidade. A escolhida foi a professora Márcia Oliveira, “pelos serviços prestados à educação, com dedicação e amor”, como afirmou a diretora Raylma Meira.

Simbolizando o gesto, a aluna Miriam Ester entregou um ramalhete de flores à homenageada, que cantou e recitou poesias para os meninos-poetas, na verdade, segundo ela, “os grandes destaques da festa”.  

Ao falar da importância dos pais na educação dos filhos, ela pediu que ensinem as crianças a valorizar os mestres, oferecer flores, para que as escolas não virem um lugar de violência, como têm ocorrido Brasil a fora.

Disse que já foi vitima de agressão numa sala de aula, mas que ainda acredita na Educação “como base da formação do ser, desde que bem dirigida, pois, do contrário, sobrevirá o caos total”.

Parabenizou os alunos e enfatizou que “seria tão bom se tudo na vida fosse visto sob o olhar de uma criança, como eles mostraram ao escrever sobre a cidade em que moram, viram beleza e grandeza em tudo”.

Ela agradeceu a todos da Escola pela homenagem e disse que a Rômulo Galvão mostra que tem uma equipe comprometida com a educação, reunindo direção, coordenação, professores e demais funcionários.

AS BOAS VINDAS - Fez parte, ainda, do Sarau de Poesias exposição de maquetes feitas por alunos do 5º ano, destacando pontos da cidade, como cachoeira, igrejinha do Passa Quatro, casarão dos Alcântara, torre do Bom Jesus e a catedral.

Chamou a atenção o cartaz de boas vindas feito pelo aluno Kayan Fhillip, 11 anos, 5º ano, filho de Cássia e Austin Souza, que desenha desde os 4 anos. Carinhoso e talentoso, disse que gosta de matemática e quer ser desenhista.

Aliás, talento não falta na escola. Lá estavam, também, Felipe e Geiane, cantando, juntos, a Oração pela Família. Depois ele cantou com o pai Deus e eu no sertão. E ela encerrou, com muita emoção, cantando Meu barquinho.

O evento, que teve a presença do secretario municipal da Educação, Sebastião Fernandes, foi coordenado pela diretora Raylma Meira e o coordenador João Neto, e colaboraram as professoras Tatiana, Luciene e Marilúcia.

 

 

Mensagem – 04.10.2015

Carta ao meu amigo
Edval Borges

 

Márcia Oliveira                                 

Querido Di!

Quantas saudades! As nuvens do domingo primaveril anunciaram que há um ano sua jornada  terrena tomou uma nova rota. Assim é o ciclo das nossas vidas. E eu fui feliz por tê-lo como amigo, algo raro hoje em dia.

Escrevo-lhe esta singela cartinha, em mal traçadas linhas, para lhe dizer que você foi uma pessoa incrível, meu companheiro de conversas e canções e está fazendo muita falta.

Na última vez que nos encontramos, confesso que me deu um aperto no coração quando você me disse: “Está sumida. Venha me ver mais vezes. Sua presença me deixa muito feliz”.  Foram suas últimas palavras para mim. Palavras de um verdadeiro amigo que tive e que eu não pude estar ao seu lado quando partiu.

Isso dói em mim, mas também me dá a certeza de que eu não estava sozinha nessa amizade que nos uniu por toda a eternidade. Sim, você se foi, mas se deixou ficar em minha vida da forma mais encantadora possível: nas lembranças dos dias vividos e sentidos ao seu lado e na saudade que em mim deixou. Di, eu tive um Amigo: Você!

Abrindo o arquivo de recordações, lá estão os casos que você contava dos tempos de menino, a juventude, as festas de antigamente, as anedotas e pessoas que marcaram a sua vida, como vovô Alfredo Soares - a eterna gratidão a ele, sempre presente na sua história.

Inegável que sinto sua presença, porque não se apagou a sua voz serena me pedindo pra que recitasse A canção do Africano, do poeta Castro Alves, que eu cantasse alguma música, principalmente Meu querido, meu velho, meu amigo.

E eu cantava, eu recitava com muito carinho, carinho que só aqueles que comungam afeição sabem fazer. Outras vezes cantávamos juntos. Trechos de Navio Negreiro você sabia de cor. Fechava os olhos e viajava nos versos. Eu viajava com você em cada estrofe e achava lindo.

Quanto havia de meu pai em você! Quanto de você havia em meu pai! O gosto pela boa música, a retidão de caráter, o respeito por Deus e por suas criaturas, dedicação à família, dois conhecedores de poesia, donos de um vocabulário privilegiado, apesar dos poucos anos de estudo, sábios pensadores a respeito da existência e suas leis. Companheiros fieis na lida e na vida!

De repente, todas as coisas simples que vivemos vêm em forma de ternas recordações! Em tudo aquilo que só um amigo pode e sabe ofertar: nos gestos de carinho, nas conversas sobre assuntos que, na maioria das vezes, interessavam somente a um, mas o outro participava, mesmo que fosse para alegrá-lo. Está nos versos de uma poesia, na canção de um tempo que, mesmo um dos dois não tendo vivido, deixava-se envolver e aprendia a cantá-la para ver o outro feliz! Assim aconteceu comigo, aconteceu com você.

Está em mim toda a gratidão pela generosidade, atenção e ternura que você dispensou à minha pessoa, principalmente nos momentos em que a alegria fugia dos limites da minha vida, e somente um amigo podia amenizar a dor.

Quando perdi meu pai, você me disse: “Seu pai se foi, mas eu estou aqui para fazer as vezes dele. Você não está só, será mais uma filha pra mim.” Jamais me esquecerei disso. Não precisei perdê-lo para reconhecer a pessoa incrível que habitou em você. Descobri isso enquanto caminhávamos juntos.

Era comum vê-lo na calçada da escola, olhando pra minha casa e dizia: “Ela está lá sozinha, Tuda! Fico preocupado. O que é que eu faço?”. Como não sentir saudades de você, meu amigo Di?

Deus, em Sua infinita bondade, colocou em meu caminho alguém que não veio por acaso, porque havia uma simbiose de almas entre nós, era tudo tão singelo que a música fluía, com ela a poesia e tudo se transformava. A tristeza ia embora e o tempo não tinha pressa de passar. Pessoas, lugares, coisas iam tomando espaço em nossas conversas, no quintal da sua casa.

Quantas saudades há nisso tudo!

Querido, Di, você viveu sabendo o porquê vivia, filosofava e não ignorava a natureza e seus seres. E sabia, mais do que eu, que a morte não existe – é só uma transformação, que começa desde que nascemos. E você se transformou, mas deixou a marca da saudade!

 O grande consolo é que a distância não separa os seres que se querem bem – eles se ligam pelos laços da esperança de um breve reencontro.

Amigo querido, descansa sua alma na paz de Deus e, daqui, peço ao Jesus Menino que tome conta de você!

O que sinto está verdadeiramente escrito nas canções que, cheia de saudades, eu dedico a você.

Abraços, desta que teve a felicidade de participar um pouquinho da sua vida, Márcia!

 

Artigo – 03.10.2015

Cantor das Multidões Assim, tornou-se conhecido o cantor Orlando Silva, que faria hoje 100 anos de idade, mas que faleceu em 1978. Cantou para diversas matizes de emoções, encantando até presidentes do Brasil. A pessoa do artista, do menino pobre que entregava marmita, que quebrou o pé ao saltar do bonde, que amou, que despertou emoções, que influenciou gerações, seus 100 anos, enfim um pouco da sua vida, são lembrados pela professora Márcia Oliveira, em delicioso artigo, recheado de informações sobre esse personagem histórico de nosso cancioneiro e sobre a música popular brasileira. Sinta, também, a emoção compartilhada pela própria articulista, que  resumiu: “Em mim, particularmente, suas canções ainda ecoam, vivas, fazendo fluir doces recordações de um tempo que era tão bom, que eu nem sequer imaginava se transformaria em tantas saudades!”. Clique aqui e siga lendo!

 

Câncer em Caetité – 03.10.2015

Governo anuncia tratamento
mas nada fala sobre prevenir

 

Raimundo Marinho
Jornalista

Uma notícia que poderia ser alvissareira, se não fosse insólita. O secretário estadual da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, anunciou, em Caetité, semana passada, que o governo estadual vai implantar um centro especializado e de alta complexidade para tratamento de câncer naquele município.

O motivo seria o grande número de casos da doença surgidos na região, nos últimos anos. A possível causa todo mundo já desconfia seria a presença do urânio na região, onde uma mina é explorada pela empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

O insólito está no fato do governo estadual não fazer qualquer menção a providências para se verificar se existe ou não relação entre a exacerbação da doença e a extração do urânio. A empresa nega e baseia-se em estudos da Fundação Osvaldo Cruz, por ela mesma contratada.

O ponto onde recentemente foi detectado alto teor de urânio na água de um poço, no município de Lagoa Real, fica a apenas 20 km da  mineração de urânio. Parte do município de Livramento de Nossa Senhora (povoados de São Timóteo e Mocambo) está na faixa de abrangência dos efeitos da mina.

É eloquente o descaso das autoridades para com problema tão grave. Há exatamente um ano, a INB promoveu um evento na Câmara de Vereadores de Livramento para apresentar resultados de um estudo epidemiológico sobre a incidência da doença em nossa região. Mas tudo terminou em evasivas.

Releia nossa matéria a respeito em http://www.mandacarudaserra.com.br/arquivo/2014/outubro.html

 

 

Maçonaria – 03.10.2015

Filhas de Jó reúnem 80
idosos em chá beneficente

 

Raimundo Marinho
Jornalista

O Conselho Guardião da Loja Maçônica de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, realizou, no final de setembro, mais um chá beneficente, para cerca de 80 idosos, chegando à oitava edição do evento.

O grupo é formado por voluntários da ordem, que incluem as mães das
Filhas de Jó, assim chamadas as meninas e jovens, de 10 a 20 anos, que atuam em projetos sociais, filantrópicos e recreação.

A expressão Filhas de Jó vem do próprio Livro de Jó, um dos mais antigos da Bíblia. No capítulo 42, versículo 15, consta:  "Em toda terra não houve mulheres tão justas como as filhas de Jó e seu pai lhes deu sua herança entre seus irmãos."

Mas há outra tradução que diz: “E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos”.

Segundo Helena Tanajura, “durante o ano, as Filhas de Jó realizam reuniões, encontros, campanhas, festas, eventos filantrópicos, viagens, ajuda ao próximo e desenvolvem projetos sociais” e muito aprendem para a vida, exercitam a liderança e praticam a cidadania.

Ela é uma das integrantes do Conselho e frisa que “o chá dos idosos faz parte das atividades, pelo qual se cria vínculos afetivos com eles, tornando-se momento singular de troca de experiências, abraços, sorrisos e outros gestos de carinho e amor”.

 

Justiça – 02.10.2015

Dr. Alfredo disse que não
houve dolo e vai recorrer

 

Dr. Alfredo Machado Matias

Raimundo Marinho
Jornalista

O ex-prefeito de Dom Basílio (BA), Dr. Alfredo Machado Matias, disse que vai recorrer da decisão proferida pelo juiz da Segunda Vara da Justiça Federal, Subseção Judiciária  de Vitória da Conquista, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (Processo no 5775-47.2013.4.01.3307).

A ação, em que ele foi condenado a ressarcir o erário em R$12 mil, baseou-se em relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que registrou indícios de irregularidades licitatórias consideradas pelo MPF como caracterizadoras de improbidade administrativa. Mas o ex-prefeito acha que recebeu “tratamento muito rigoroso, acima da relevância dos fatos”.

Segundo o MPF, teria havido simulação em um processo licitatório; cobrança de valor excessivo para fornecimento de edital em outro, todos na modalidade “carta convite”, para aquisição de medicamentos; e omissão de documentos relativos ao controle de remédios da Assistência Farmacêutica Básica.

A sentença judicial explicitou que a responsabilidade do então prefeito, na condição de gestor municipal, seria por ter homologado as licitações com tais indícios de irregularidades, que teria causado um prejuízo ao erário de R$12 mil, determinando o ressarcimento por parte do ex-prefeito. 

Mas o juiz ponderou que não cabia a pena cumulativa de perda da função pública e muito menos a suspensão dos direitos políticos, o que pode ser entendido como um reconhecimento da Justiça quanto à baixa gravidade dos fatos elencados na mencionada ação civil pública.

Alfredo Matias disse que respeita a decisão da Justiça, como é dever de todo cidadão, mas vai exercer o direito ao recurso, “acima de tudo para melhor demonstrar que não houve ilegalidades e nem dolo da minha parte em relação aos fotos apontados, de pouca relevância, como ficou evidente no próprio processo”.

Acrescenta que “o acionamento da CGU, para a fiscalização, teve o empenho de conhecido e suspeito adversário político, buscando uma condenação judicial, não por amor ao município, mas para me tornar inelegível e tentar se livrar de mim em futuras disputas eleitorais, mas não conseguiu”