Página Política | Raimundo Marinho

 

 

30.06.2008

Convenções definem candidatos

Se prevalecerem os resultados das convenções partidárias de ontem (29.06.2008), o município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, terá quatro candidatos a prefeito, nas próximas eleições. Não houve novidades e das alianças esperadas só ocorreu a do PC do B com o PSDB. O PT manteve-se irredutível na posição de ter candidato, mesmo com o risco de perder, e ficou isolado. No isolamento também continuou o DEM, que não abriu mão da cabeça de chapa. Pelo número de lideranças e outras pessoas presentes às convenções de cada um dos quatro grupos, o pleito de outubro próximo será polarizado entre o PMDB, do atual prefeito Carlos Batistas, e o PSDB, do ex-prefeito Emerson Leal.

Os quatro pré-candidatos a prefeito mostraram-se firmes nos pronunciamentos de ontem e é pouco provável que até o próximo dia 5, data limite para o registro de coligações, haja alteração no quadro que ontem se consolidou. Os dois grupos favoritos – PMDB e PSDB – não têm porque se mover e os dois restantes – PT, com Gerardo Júnior, e DEM, com Paulo Azevedo, foram categóricos em afirmar que não vão desistir nem aderir a ninguém. Nos últimos dias, fizemos aqui várias análises e projeções, procurando acompanhar a movimentação política local, que foram confirmadas em sua grande maioria. Dissemos, inclusive, que o cenário ideal, na nossa visão, seria de dois ou de quatro candidatos. Por enquanto, está dando quatro.

Os nomes confirmados nas convenções de ontem, foram:

 

DEM (Democratas) – Para prefeito: o médico Paulo Azevedo. Vice: Jucélio Pires, da Vila de Iguatemi.

PT (Partido dos Trabalhadores), coligado com PTB e PHS – Para prefeito: Gerardo Azevedo Júnior. Vice: José Ribeiro, da Vila de Iguatemi. Nome da coligação: “Um novo caminho para Livramento”.

PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), coligado PV, PSB e PDT: Para prefeito: Carlos Roberto Souto Batista, que busca a reeleição. Vice: Ricardo (“Ricardinho”) Ribeiro. Nome da coligação: “A Liberdade e o Progresso Continuam”.

PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), coligado com PP, PR, PSL, PRB e PC do B: Para prefeito: Lia Leal. Vice: João Cambuí.

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26.06.2008

Partidos fazem convenções

Até o dia 29 deste, próximo domingo, quando se realizarão as convenções municipais para definir e homologar candidaturas a prefeito e vereadores, nas eleições de outubro, os políticos e seus partidos estarão agitados e ansiosos como noivas em véspera do casamento. Em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, o quadro ainda se apresenta aparentemente mais estável para a situação, controlada pelo PMDB, em que o pré-candidato à reeleição, prefeito Carlos Batista, mantém-se ajustado ao favoritismo e desfrutando a comodidade de quem tem a máquina administrativa a seu favor, consciente das poucas chances de, nas atuais circunstâncias, atrair adesões, haja vista que se frustrou a possibilidade mais factível que havia, que era com o DEM do Dr. Paulo Azevedo. Entre os partidos de oposição, o PSDB ainda não conseguiu impor a liderança que sempre desejou ter sobre os demais, principalmente PT e PC do B, a despeito da maior densidade eleitoral que diz ter e do currículo do chefe Emerson Leal, que abdicou em favor da esposa Lia Leal, indicada em pesquisas internas como a de menor rejeição junto ao eleitorado.

Como já dito aqui, os pré-candidatos oposicionistas permanecem em seus altares à espera de um vice, assim como noivos esperam pelas noivas. O grande casamento, entretanto, a três dias apenas das convenções, poderá não ocorrer da forma desejada pelos pretendentes, podendo acontecer, no máximo, que a noiva – leia-se vice – chegue de última hora, apressada e sem maquiagem, mancando com um pé descalço e outro no salto alto. Isso equivale a dizer que não mais haverá alianças por aglutinação, que tenderiam a ser mais adequadas para grupos da mesma base do governo estadual, restando então a união, se houver, por justaposição. A disputa, então, se polarizará entre os que lutam para permanecer e os que querem retornar ao poder, significando que em nenhum dos prováveis eleitos se vislumbrará esperanças de um governo condizente com as graves e urgentes necessidades do município, há anos destroçado por administrações amadoras, sem técnica nem planejamento.

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Governador na Chapada

O governador Jaques Wagner inaugurou, último dia 21, no distrito rio-contense de Marcolino Moura, a pavimentação asfáltica da rodovia BA 148, trecho Rio de Contas a Jussiape, no total de 44 quilômetros e que custou R$17 milhões, conforme projeto iniciado ainda no governo de Paulo Souto. Entretanto, a obra só terá significado no escoamento da produção e transporte de passageiros da região se for complementada até a BA 142, passando pela cidade de Abaira, para interligar o chamado “circuito do ouro” com o “circuito do diamante”, na Chapada Diamantina. Seria a abertura de um novo portal de entrada para o turismo local, vindo por Vitória da Conquista, Brumado, Livramento de Nossa Senhora e a histórica cidade de Rio de Contas. Encurtaria a viagem da região a Salvador em pelo menos 150 quilômetros.

Mas, durante a inauguração, o governador assegurou que a complementação será feita, por etapas. A primeira etapa, até Abaira, ele espera concluir já em 2009 e a segunda, até a BA 142, em 2010, “se Deus quiser”, disse. Dessa forma, o governador corrige afirmação anterior, recebida como um equívoco e com tristeza pela população, em que havia negado categoricamente qualquer compromisso nesse sentido, respondendo com sonoro “não”, pergunta sobre essa possibilidade do jornalista Mauri Castro, do jornal “Folha da Chapada”, durante a inauguração de uma escola estadual na cidade de Rio de Contas.

 

A festa da democracia

Em Marcolino Moura, o chefe do Executivo estadual frisou que aquele era um “palanque administrativo” e não um “palanque eleitoral”, mas pediu para que a próxima eleição fosse tratada como a festa da democracia, lembrando que “eu sempre digo que quem tomou sol e comeu sal com a gente nunca será esquecido” e que também “serão bem vindos os que se incorporaram ao grupo”. Antes, para dizer a mesma coisa, ele usava a expressão “quem comeu poeira comigo”. Sobre a disputa entre candidatos da sua base nos municípios, declarou que “minha vontade é ter a base unida, mas tem muitos lugares em que não é possível isso acontecer e vamos ter que administrar isso”, salientando que não vai estimular brigas entre as bandas “A”, “B” ou “C” .

No mesmo discurso, Jaques Wagner disse: “Acho que essa é a festa da democracia e não da ofensa, e não de lama”, acrescentando que “acho que a população tem que a cada dia rejeitar mais aqueles que tentam transformar a política em um mar de lama, de xingamentos, ao invés de ser um culto à vida, um sacerdócio, como a gente faz”. Segundo afirmou, “a crítica administrativa tem que ser feita, cada um tem que apresentar seu projeto para a população escolher, mas não tem porque se fazer política da cintura p’ra baixo”.

 

Substituição na 19ª Dires

A dentista Tânia Maria Rabello Matias (foto) tomou posse, dia 18 deste mês, na 19ª Diretoria Regional de Saúde-DIRES, órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, com sede na cidade de Brumado. Ela é esposa do vereador Ricardo Matias (PT), da Câmara de Livramento de Nossa Senhora, e substitui o Dr. Marlúcio, por indicação, segundo o vereador, das lideranças regionais do Partido dos Trabalhadores. Em seus agradecimentos “por esta conquista em nosso município”, Ricardo Matias, que é presidente do diretório municipal do PT, incluiu o deputado federal Guilherme Menezes, pré-candidato a prefeito de Vitória da Conquista, o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, e o governador Jaques Wagner.

Soubemos, por outro lado, que o cargo no qual a Dra. Tânia Matias foi empossada pertence politicamente à cota do deputado Nelson Leal (PR), conforme rateio entre políticos da base de Jaques Wagner, o que tem intrigado os meios políticos locais, uma vez que o parlamentar é filho de Lia Leal, pré-candidata do PSDB ao cargo de prefeito de Livramento nas próximas eleições, adversária, portanto, até aqui, do pré-candidato do PT, Gerardo Azevedo Júnior. Se de fato a indicação tiver sido tirada da cota do deputado, poderia ter sido barganhada pela ida do PT para a vice do PSDB, dado que não se espera inocência nem desprendimento em atos tipo esse às véspera de uma eleição.
Se assim for, e o PT não cumprir sua parte, a Dra. Tânia poderá nem esquentar a cadeira de chefe da 19ª Dires. Ou também poderá significar que o Partido dos Trabalhadores está mais forte do que se imagina, em Livramento, talvez o suficiente para se inverter a especulação, ou seja, D. Lia Leal como vice de Gerardo Júnior.

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19.06.2008

Política mia e faz “glu-glu”!

O processo eleitoral em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, cada vez mais se distancia do que deveria ser que é levar a sério o interesse público. Em um município onde o IBGE constatou que 88% da população vivem na pobreza e indigência, ainda há os que se arvoram a brincar de fazer política. A cidade está com aparência desgovernada e, na zona rural, há clamor por uma assistência mais efetiva da Administração. Os mais comezinhos princípios legais são desrespeitados, principalmente no tocante ao planejamento e execução orçamentária.

Nas relações sociais, inexistem lideranças confiáveis e desapegadas da glamouragem politiqueira, se é que se pode dizer assim, do mesmo modo que não há referências às quais possam recorrer os cidadãos laboriosos e os jovens que sonham com um futuro digno. Ainda assim, tempo e inteligência são gastos em conchavos visando uniões espúrias, para não dizer abjetas negociatas, que, se não duravam uma semana, agora se desfazem em menos de 24 horas.

Uns dizem que vão fazer e acontecer e outros respondem que estão fervendo, em um linguajar totalmente despropositado. A afirmação compromissada sobre a verdadeira razão de querer ser candidato é substituída por discursos passionais e até por paródias envolvendo animais, tendo cachorros, gatos, raposas, periquitos e perus como preferidos. Fazem lembrar as brincadeiras e gracinhas próprias da hora do recreio nas escolinhas maternais.

Quanta falta de compromisso com Deus e com o povo! Será que a este não é dado ter esperanças? No plano prático da sucessão local, continua anêmica a possibilidade de união das oposições, embora suas chefias demonstrem reconhecer que deva ser encarada com mais vigor, ante a absoluta falta de sentido das tentativas isoladas, salvo para facilitar a vida do oponente da situação.

O samba do crioulo doido em que se transformou o processo levou DEM e PMDB a um acordo, tendo Paulo Azevedo como vice de Carlos Batista. O casamento, entretanto, durou menos de 12 horas, perdeu até para o de Britney Spears e Jason Allen, anulado em menos de 48 horas. No confuso mundo oposicionista, entretanto, PT/PC do B e PSDB parecem ter pegado o buquet jogado pelos noivos PMDB/DEM, e esperam ansiosamente casar entre si. Nem se quer “ficaram” ou “namoraram” e muito menos “noivaram”, mas esperam um pelo outro em seus altares. Mas ninguém quer ser a noiva, ou seja, a vice.

Rebus sic stantibus, o melhor a desejar, para o pleito se tornar equilibrado, seria duas candidaturas (Carlos Batista contra o bloco de oposições) ou quatro candidaturas (todo mundo contra todo mundo). Qualquer outro cenário leva o osso aos mesmos. Em sendo assim, o eleitor que não quiser se transformar nos bichos da história – cachorros, gatos, raposas, periquitos ou perus – que fique atento e não deixe que debochem de suas emoções.

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Volta a 13 vereadores

Os vereadores de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em sessão extraordinária e em surdina, dia 19 último, decidiram elevar de nove para 13 o número de integrantes da Casa, composição que existia antes da redução feita por determinação do Tribunal Superior Eleitoral. O aumento tornou-se possível depois que o TSE voltou atrás e reconheceu que o assunto é da competência dos próprios municípios. O objetivo do corte de quatro vereadores seria a redução de custos, mas em muitos municípios, incluindo Livramento, isso de nada valeu, pois não houve qualquer ajuste na dotação orçamentária nesse sentido e as Câmaras continuaram recebendo o mesmo valor e não devolveram o que foi economizado. Pelo trabalho a fazer, nove estava de bom tamanho. Mas a dúvida, agora, é se a atual decisão dos edis locais já valerá para a eleição deste ano.

 

Luto oficial ignorado

O prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Carlos Roberto Souto Batista, decretou luto oficial de três dias e ponto facultativo nas repartições municipais, em 17 de junho último, pelo falecimento do ex-prefeito Fernando Ledo Santos Pereira. Agiu com a dignidade compatível com o alto cargo que ocupa. Mas a coordenação do Unicef, que veio à cidade realizar o “Fórum Comunitário para Avaliação de Gestões Públicas”, preferiu manter o evento, programado para aquela data, ignorando a consternação dos livramentenses. A repercussão foi altamente negativa, pois a decisão atendeu a conveniências perfeitamente adiáveis diante da força maior e do fato relevante. Afinal, tratava-se do falecimento de ex-dignatário do município, cujo corpo era velado com as honras merecidas, no saguão da própria Prefeitura, com as bandeiras a meio-pau, inclusive a da Câmara de Vereadores, onde se realizava a reunião do Unicef.

 

Diretrizes orçamentárias

Os vereadores de Livramento de Nossa Senhora optaram por aprovar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PL nº. 12/2008), em primeira votação, dia 16 de junho último, sem a devida discussão do assunto, como determina a legislação federal. Na audiência pública anteriormente realizada, não houve debates, devido à ausência de público, atribuída à falta de divulgação adequado do ato. As poucas pessoas que compareceram não puderam participar por desconhecer o texto da lei, que não foi distribuído e nem lido durante a sessão. Mais uma vez, o poder público descumpre determinação legal em favor da transparência e da proteção do interesse público. Foram negligentes tanto a Mesa Diretora do Legislativo quanto a comissão responsável pela apreciação e apresentação de parecer sobre o projeto.

 

Ausência de pré-candidatos

Nenhum dos quatro pré-candidatos à próxima eleição de prefeito e vereadores em Livramento de Nossa Senhora compareceu à audiência pública destinada a debater o “Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias nº. 12/2008”. Trata-se da lei que estabelece as bases em que o orçamento para 2009 deverá ser elaborado e é exatamente com ele que os eleitos vão trabalhar, ano que vem. Era, portanto, o momento indicado para discutir o assunto, fazer críticas e apresentar sugestões. A ausência, portanto, é mais uma demonstração que não sabem para que nem por que querem ser prefeito ou vereador. Com a indiferença, acabaram corroborando com a negligência da Câmara de Vereadores que sequer promoveu a divulgação que a questão merecia, apesar de gastar muito dinheiro em pagamentos fixos a veículos de comunicação com a finalidade de publicação de seus atos.

 

Tânia Matias na DIRES

A doutora Tânia Rabello Matias, cirurgiã-dentista de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, vai comandar a 19ª Diretoria Regional de Saúde - DIRES, órgão da Secretaria Estadual da Saúde, com sede em Brumado. Ela é esposa do vereador Ricardo Matias, da Câmara de Livramento, e foi indicada pelas lideranças do Partido dos Trabalhadores para substituir o Dr. Marlúcio, que se desincompatibilizou para candidatar-se a prefeito de Brumado. Considerada profissional experiente e competente, Dra. Tânia Matias terá sob sua gestão as questões estaduais de saúde de 13 municípios: Brumado, Livramento, Rio de Contas, Dom Basílio, Jussiape, Abaira, Aracatu, Barra da Estiva, Contendas do Sincorá, Ibicoara, Ituaçu, Malhada de Pedras e Tanhaçu.

 

Os “15” de Dona Lia

A pré-candidata do PSDB à Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Lia Leal, na última reunião que fez na cidade, dia 13 de junho, confessou que tem especial carinho pelo número 15, que coleciona como datas especiais em sua vida. São elas: 15 de fevereiro, em que, no ano de 1969, ficou noiva do Dr. Emerson Leal, 15 de junho do mesmo ano, quando se casou e 15 de março, data em que nasceu seu filho e deputado Nelson Leal. Segundo ela, são todos “15” do bem. Agora, um novo “15” passará a fazer parte da história de sua vida, por ela considerado como o “15” do mau, que quer destruir na próxima eleição, referindo-se ao “15” do PMBB, partido do seu principal adversário político e atual prefeito Carlos Batista.

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11.06.2008

Fim de era caótico

Insisto na necessidade que o município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, tem de um plano de trabalho, devido pelos pretendentes à sua chefia, que corresponda à condição de pólo regional em que se transformou. Esse plano terá de vir através de planejamento administrativo-financeiro que contemple o interesse público, abrangendo necessidades coletivas básicas, e uma agenda de desenvolvimento. Qualquer projeto político sério tem de absorver essa idéia e nela colocar fortes pitadas futuristas, o que não tem sido visto nas discussões pré-eleitorais deste ano, embora se fizesse obrigatório.

É sinal de falta de compromisso dos pré-candidatos, corroborado pelo alheamento da população, mais atraída para o caráter festivo e contendedor do processo. As lideranças comunitárias, algumas constituídas em associações, persistem em desempenhar papel lamentosamente amorfo. Em épocas de eleições, costumam se perder na sordidez e venalidade da cabala de votos, conduzindo a massa de pouca instrução ao cadafalso de administrações incompetentes e aventureiras, que entravam o progresso do município e, por via de conseqüência, o bem-estar dos cidadãos.

Todo candidato discursa dizendo que vai gerar emprego e renda, que quer uma sociedade mais justa e igualitária, mas concretamente não menciona um item sequer da agenda de trabalho capaz de levar a esses objetivos. E, pela visão futebolística que o eleitor acaba tendo das eleições, candidatos desprovidos de qualquer condição se elegem anunciando planos patéticos, que a comunidade aceita, embora sejam de aceitação inimaginável. Contudo, não é privilégio de Livramento de Nossa Senhora, sendo, portanto, de difícil conserto em curto ou mesmo médio prazo. Um dia, porém, bandeiras de esperanças haverão de tremular diante de nós.

Pedem-me opinião sobre o processo eleitoral local. Posso dizer que foi simplificado o âmbito das análises e estamos vivenciando uma invertida volta ao passado. Carlos Batista, prefeito atual, cada vez mais se consolida na condição de favorito e a era Emerson Leal, ou “Priquitão”, se preferirem, chegou ao fim. Não acredito que a simpática Lia Leal leve adiante a pretensão de se candidatar. Os pretendentes do PT, Gerardo Júnior, recebido com alguma esperança, e do PC do B, João Cambuí, estarão apenas marcando posição, enquanto o DEM tende para a candidatura do PMDB, à qual o governador Wagner, ignorando 2010, teria declarado apoio, em retribuição pelo recebido em sua eleição.

O que não se pode perder de vista é que Livramento vive um caos, fruto da falta de planejamento com que foi administrado, na era carlista, aqui representada por Dr. Emerson Leal, e da falta de aptidão e, faça-se justiça, pelo pouco tempo da gestão atual, cujo grupo virou o jogo em 2004 e tomou o poder, mas que até aqui só tem feito pulverizar o orçamento, com pouco proveito público, ou seja, com resultados pífios. No mais, é bom acautelar-se contra informações e raciocínios futriqueiros, para que não se empanem a grandeza em que as discussões sobre os destinos do município devam se estabelecer.

Precisamos, por exemplo, zelar pelo dinheiro público, restaurar a educação, ampliar os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, ordenar e disciplinar o trânsito nas áreas urbanas, embelezar a cidade, combater o uso abusivo de agrotóxicos e a degradação ambiental. E, mais que tudo, necessitamos resgatar a dignidade dos livramentenses que vivem na pobreza e indigência, os quais, segundo o IBGE, somam 88%.

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De cartilha na mão

O prefeito Carlos Batista, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, reuniu seu staff, na sede da Loja Maçônica local, último fim de semana, ao qual passou orientações sobre como os servidores devem se comportar doravante, em face do processo eleitoral. Houve quem especulasse, dizendo que ele teria aproveitado para lançar sua pré-candidatura, mas pessoas consultadas, que estiveram no encontro, confirmam que foi apenas um encontro entre chefe e subordinados. À saída, todos portavam uma “cartilha” contendo as instruções recebidas, conforme determina a lei eleitoral.

 

Apenas jogo de cena?

Nos bastidores da política, informa-se que o governador Jaques Wagner teria manifestado preferência por Emerson Leal na EBDA, ao invés de prefeito de Livramento de Nossa Senhora, e teria recusado proposta para Lia Leal assumir a empresa no lugar do marido. E também que, ao fazer os discursos veementes na casa do vereador Paulo Lessa e no Jardim América, Emerson Leal já não tinha intenção de deixar a comodidade da EBDA, o que foi confirmado por fonte credenciada do grupo, embora apaixonados seguidores estejam se recusando a acreditar.

 

Contenda perde graça

As eleições municipais deste ano é a primeira após o fim, definitivo, do chamado “carlismo”, designação usada para se referir à corrente política da Bahia liderada pelo falecido senador Antônio Carlos Magalhães. Isso parece ter deixado os políticos tontos. Em Salvador, capital do Estado, os entendimentos têm sido a fórceps. Em Livramento de Nossa Senhora, alto sertão da Bahia, os fatos têm apontado para o fim do segmento local que representava aquela corrente, aqui liderada pelo ex-prefeito Emerson Leal, perdendo o sentido e a graça da contenda “25” (PFL, hoje DEM) versus “15” (PMDB).

 

“JJ” ainda sem decolar

Se depender do vereador Ricardo Matias, presidente do diretório municipal do PT, a dupla JJ, formada pelo PT e PC do B, respectivamente com (Gerardo) Júnior e João (Cambuí), ou vice-versa, dificilmente decolará e tende a adernar. O casamento nasceu em um arroubo de paixão, durante o lançamento da pré-candidatura a prefeito, do atual vice, João Cambuí, quando Gerardo Junior reafirmou a aliança das duas legendas e que até cederia a cabeça da chapa, mas poderia ser também o inverso. Mas, nascida assim, no emocional, a união não foi do gosto do vereador Ricardo, que mantém a orientação petista de não ceder cabeça de chapa a ninguém, mesmo para o irmão siamês PC do B.

 

Wagner em Livramento

O governador Jaques Wagner nunca levou muito em conta o seu partido, o PT, em Livramento, como ficou claro nas nomeações de Emerson Leal (PSDB) para a EBDA e de Gerardo Júnior (PT) para o DNOCS. Quem acompanhou viu. Agora, ele está novamente com o dilema. Como já descartou Emerson Leal, está entre as candidaturas do PT (Gerardo Júnior), leia-se também PC do B (João Cambuí), e do PMDB (Carlos Batista). Ante as notícias de que seu apoio é para o PMDB de Geddel Vieira Lima, abrem-se as especulações sobre 2010, onde os dois vão se confrontar, de alguma forma, na disputa pelo governo do Estado. E não se espantem se a chapa de “Carlão” vier a ter Gerardo Júnior como vice, desfazendo-se a dupla “JJ”.

 

Pode ser um tiro no pé

O apoio do governador Jaques Wagner praticamente assegura a reeleição de Carlos Batista, em Livramento de Nossa Senhora, que só precisará se livrar do risco de impugnação da candidatura ou mesmo, eventualmente, da cassação do mandato, em razão de processos que poderão advir da rejeição, pelo TCM, das suas contas de 2006. Sendo eleito pelo PMDB, fará parte da cota que o ministro Geddel Vieira Lima pretende eleger para lhe apoiar na disputa ao governo do Estado, em 2010, em que poderá vir a concorrer com o atual governador. Com quem Carlão ficaria? É o que se pergunta, mas certamente será o tiro no pé de Jaques Wagner. Então, a turma do PT poderá sentir menos o incômodo da poeira comida no caminho, em 2006.

 

Quando as idéias brigam

No uso livre da palavra, sessão de 7 de junho da Câmara de Livramento de Nossa Senhora, o vereador Ricardo Matias, presidente do PT, informou que a aliança com o PC do B foi confirmada na reunião do partido, realizada no dia anterior, e que permanecem as duas pré-candidaturas – Gerardo Júnior (PT) e João Cambuí (PC do B). Evitou, porém, tocar em composição de chapas. Depois de discursos inflamados e até ações na Justiça contra o ex-prefeito, Ricardo agora está lado a lado de Emerson Leal, que esteve presente à reunião. Sobre isso, justificou: “A gente não briga, as pessoas não brigam, quem briga são as idéias. Quem mudou não foi o vereador Ricardo. Ele (Emerson) agora trabalha para o governo Wagner”.

 

Candidaturas indecisas

Nas contas do vereador Ricardo Matias, da Câmara de Livramento, 50% dos eleitores do município ainda estão indecisos. Ao arrumar essa contabilidade, ele quis dizer que qualquer candidatura a prefeito, no momento, é viável, inclusive a da coligação PT-PC do B. O vereador, porém, esqueceu da matemática mais importante desse processo eleitoral. Não são os eleitores que estão indecisos, até porque uma indecisão de 50% seria irracional. Os pré-candidatos é que não se decidiram. Na verdade, não há candidatura posta em definitivo. O máximo que as atuais pesquisas podem indicar são as possibilidades para pretendentes se colocarem ou não à disposição de seus partidos.

 

Banco é homenageado

A Câmara de Livramento de Nossa Senhora aprovou, dia 9 de junho, moção proposta pelo vereador Everaldo Gomes, parabenizando pelos 200 anos do Banco do Brasil e os 30 da sua agência no município. Everaldo e o vereador Paulo Lessa falaram sobre a importância da instituição para o desenvolvimento da região. Foram seguidos pelo presidente da Casa, Marilho Matias, que ressaltou a atenção recebida do gerente da unidade, Marco Túlio Lacerda Ramos, e seu empenho à frente da unidade. Só falta, agora, ser providenciado o aumento do número de funcionários, principalmente caixas, para amenizar a tortura a que são submetidos diariamente clientes e usuários que demandam os serviços do banco, na cidade.

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05.06.2008

Emerson desiste
e Lia Leal assume

Dr. Emerson cede lugar na chapa para Lia Leal

 

O ex-prefeito Emerson Leal (PSDB) surpreendeu seus eleitores ao desistir da candidatura a prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, cargo que já exerceu por quatro vezes. Em seu lugar de pré-candidato assume sua esposa Lia Leal, que já havia sido lançada pré-candidata a vereadora, pelo mesmo partido. As informações foram confirmadas, ontem, 4 de junho, pelo vereador Paulo Roberto Lessa Pereira, um dos que coordenaram o trabalho político pela volta do ex-prefeito. Mas, segundo ele, a decisão não altera o processo de negociação visando a união das oposições, buscando a formação de uma chapa capaz de evitar a reeleição do atual prefeito, Carlos Roberto Souto Batista.

É possível que o Dr. Emerson Leal, cuja desincompatibilização da EBDA já havia sido anunciada, tenha reconhecido a inviabilidade de sair sozinho, sem alianças, para a disputa e se considerado um entrave no processo de busca das composições. Se assim considerou, deve ter igualmente entendido que com D. Lia as resistências seriam quebradas e poderia atrair PT, PC do B e, quem sabe, DEM, para a chapa do PSDB, agora encabeçada pela ex-primeira dama. Ai se teria encontrado a chave do enigma não fosse a circunstância daqueles partidos estarem pensando do mesmo modo, ou seja, que será mais fácil convencer D. Lia a ser, digamos, vice em uma provável chapa de consenso, com o marido de fora, claro.

Com os dois lados querendo a mesma coisa, o consenso nunca virá e, mantendo-se as coisas como estão, pode-se considerar Carlos Batista reeleito, salvo uma eventual derrapada, pois se estima que detém mais de dois terços das intenções de voto, pelo que, quanto mais dividida estiver a oposição melhor será para ele. PT e PC do B, que juraram fidelidade até as eleições, lutam agora pela liderança das oposições, mas não podem desprezar o fato de terem do outro lado pretendentes à cabeça de chapa com maior densidade de votos, como Lia Leal e Paulo Azevedo. Entretanto, pela ordem natural das coisas, levando-se em conta apenas a matemática eleitoral, a convergência tende a ser para Lia Leal, que tem índice de rejeição bem pequeno e é a maior herdeira dos votos de Emerson Leal.

Resumindo, a oposição tem, agora, no páreo, João Cambuí (PC do B), Gerardo Júnior (PT), Paulo Azevedo (DEM) e Lia Leal (PSDB), entre os quais, persistindo a busca pelas alianças, será travada a luta pela cabeça de chapa do grupo. Definida esta, outra disputa ferrenha se dará pela vice. Os demais terão de se contentar, quem sabe, com a promessa de cargos na futura administração ou até mesmo de cargos atuais da administração estadual. Levemos tudo isso em conta, mas sem esquecer que a volta do “Priquitão” ao tabuleiro, pelo menos enquanto houver prazo, não está descartada, assim como não foi definitiva sua pré-candidatura, apesar dos discursos contundentes na casa do vereador Paulo Lessa, em 9 de maio, e no Clube Jardim América, em 21 de maio.

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DEM anuncia vice

Em pleno processo de negociação das oposições, o pré-candidato do DEM às eleições municipais de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Paulo Azevedo anunciou que o vice da sua chapa será Jucélio Pires, da Vila de Iguatemi, um dos mais cobiçados currais eleitorais do município. Andam dizendo nos meios políticos que o DEM foi eleito pelo governador Jaques Wagner como seu inconciliável adversário político, o que vem deixando o partido isolado na maioria dos municípios. Não sendo diferente em Livramento, isso leva à natural especulação de que Paulo Azevedo ou vai sozinho para a disputa ou fará alianças com o PMDB do prefeito Carlos Batista, pois na oposição teria apenas papel de coadjuvante.

 

Não teve audiência

Não chegou a 20 o número de pessoas que compareceram à “Audiência Pública” convocada pela Câmara Municipal de Livramento de Nossa Senhora, dia 2 deste mês de junho, para apresentação e debates sobre o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2009, enviado pelo Poder Executivo. O salão vazio constrangeu os próprios vereadores, o que levou o presidente Marilho Matias a pedir desculpas pela falta de divulgação adequada, admitindo a possibilidade de, após parecer da Comissão de Orçamento da casa, ser realizado outro encontro. A audiência é determinada por lei, mas é evidente o desinteresse do Poder Público no comparecimento da comunidade.

 

Mulheres no páreo

O que caminhava para um páreo interessante entre duas mulheres fortes e determinadas, a disputa por uma vaga na Câmara de Vereadores de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, arrefeceu-se. Seria entre a presidente da Associação das Mulheres Atuantes de Livramento, Ana Rodrigues, e a ex-primeira dama do município, Lia Leal, mas esta mudou de posição na chapa do PSDB, passando de pré-candidata a vereadora para pré-candidata a prefeita. Ana Rodrigues, que é diretora do jornal “Folha Regional”, chegou a encomendar uma pesquisa, que tinha entre os quesitos pergunta sobre em quais das duas o entrevistado votaria para vereadora, nas eleições deste ano.

 

Concorrente temida

Há quem diga que a decisão de Lia Leal em aceitar ser pré-candidata a prefeita não foi obtida facilmente. Apesar de se dizer motivada, segundo fontes do partido, ela resistiu muito. Embora fosse previsível, sua pré-candidatura não só mudou o cenário do processo sucessório em Livramento de Nossa Senhora, mas trouxe alívio para muitos pré-candidatos a vereador, principalmente do seu próprio grupo, pois havia a crença de que ela tiraria votos de muita gente. Algumas famílias fiéis ao grupo já estavam buscando acomodar a situação. Quem, por exemplo, deu quatro votos a um candidato na última eleição, já havia definido que este só teria dois, este ano. Os outros dois seriam da ex-primeira dama.

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