Página Política | Raimundo Marinho

 

22.01.2008

Temos direito ao melhor

Um antigo dito popular diz que cada povo tem o governo que merece. Isto é, sobremaneira, pertinente numa democracia, onde os governos são eleitos pelo povo e para o povo. Não importa se os votos vencidos sejam em quantidade expressiva, englobando aqueles que discordaram do eleito. Seja como for, sempre vai existir esta parcela, que acaba atuando no sentido contrário. Então o governo acaba sendo dirigido aos detentores dos votos vitoriosos. É muito ruim, pois tanto é nociva a ação dos que apóiam, bajulando, incondicionalmente; quanto a dos que não apóiam, optando pela crítica, muitas vezes meramente revanchista. É assim no Brasil, na Bahia e em Livramento de Nossa Senhora.

Não obstante, não é plausível imaginar que pudesse ser diferente. Mas poderia sim. Desde que os vitoriosos pensassem no bem comum, na coisa pública, ao invés de defender interesses pessoais ou corporativos. Nessa condição, poderiam atuar como os críticos mais isentos, confiáveis, de modo a orientar, exigir e nunca se submeter ao gestor eleito. A isso se somaria a crítica oposicionista, que deveria ser igualmente despojada de revanche e da ânsia de quem deseja chegar ao poder. Ou seja, a chegada ao poder passaria a ser um processo natural, ao qual seriam alçados somente aqueles que, de fato, fossem convincentes quanto ao entendimento da necessidade do governo e do poder existirem para o povo e não apenas pelo povo.

Mas o Estado e o processo de suprimento das suas estruturas, via eleições, degeneraram-se e a estrutura governamental passou a ser fonte de locupletamento. E a peçonha que germina na alta cúpula espalha-se até as bases, onde pessoas humildes vivem e praticam o mesmo princípio de dominação e de obtenção de vantagens pessoais ou de grupos, sempre existindo os que querem levar a melhor, na proporção da parcela de poder que exercem, de algum modo, por mínima que seja. E tudo acaba ou acabou concentrando-se numa minoria, levando à conclusão de que as democracias, como no Brasil, são, na verdade, verdadeiras oligarquias, sob o manto de constituições ditas democráticas, mas onde, no fundo, tudo é decidido por uma minoria, a dos ricos.

Até aí já seria suficiente para se reconhecer um grande mal, cuja conseqüência mais perversa é o sufocamento das camadas que vivem à margem do poder, servindo-lhe apenas como fonte de votos e, consequentemente, de massa de manobra. Essa realidade é tão mais e melhor observada em comunidades pequenas, como os municípios, onde tudo gira em torno de um “coronel”, que domina as massas pelo temor ou pelo poder econômico. Em Livramento, por exemplo, é comum as pessoas absterem-se, acuadas, de reagir às injustiças e às ilegalidades ante o medo de serem perseguidas pela autoridade ou por alguém detentor de algum poder.

Entre tais medos, está o de perder o emprego ou cargo para o qual foi indicado por apadrinhamento político. Medo de ser perseguido na atividade que desenvolve, principalmente se atividade empresarial. Medo de reclamar o salário de R$100 reais que recebe, quando o correto seria o salário mínimo (R$380,00), e lhe ser tomado o pouco que ganha. O medo de o filho ser perseguido na escola. Na verdade, são medos de perder migalhas. Muitas vezes, não é medo. É covardia. Muitos desses medos são frutos do desconhecimento das leis e dos direitos pessoais e coletivos. Refletem a ignorância total da Constituição, a lei maior do país.

Enquanto isso, as práticas que destroem o futuro da comunidade, pelas administrações, vão sendo cada vez mais ousadas. Os roubos, as injustiças, a improbidade, a falta de ética. Livramento é uma cidade que está crescendo muito e vai crescer ainda mais. Mas não existe a menor preocupação, nesse sentido, por parte dos responsáveis pelos seu planejamento e sua preparação para o futuro. Uma cidade de quase 20 mil habitantes não possui um projeto de trânsito. Não há regras para circulação dos automóveis. Uma cidade com tantos jovens e sem um centro de cultura ou programas de esportes. Não há um cinema. Não há um restaurante à sua altura. Os visitantes são sempre convidados a irem para Rio de Contas.

Segundo o IBGE, 88% da sua população vive na indigência e na pobreza. Tudo isso é visto com indiferença. Há até os que discordam das críticas e argumentam que a cidade, o município, é rico em belezas naturais. De fato é. Mas isso não deve ser razão para se permitir a leniência e descaso dos governos. Pois, um dia, até as belezas serão sufocadas pelas más administrações. Temos tantas belezas, mas hoje nosso ponto turístico mais importante é Rio de Contas, para onde os visitantes costumam ser levados. Nas épocas de eleições, alguns aceitam trocar o voto por uma caridade, como um saco de cimento, uma cesta básica, uma carona para o parente doente. É necessário que compreendam que isso é direito do cidadão, do ser humano, não é favor de governantes. Devem ser distribuídos à população em caráter contínuo, através de programas habitacionais, de saúde, de transporte etc.

Está na Constituição! Na lei! É só se esforçar para eleger o governante certo. É hora de pensar e saber que merecemos e temos direito ao melhor!

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Novo desembargador

O advogado Lourival Almeida Trindade, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, foi o escolhido pelo Tribunal de Justiça e nomeado pelo governador do Estado, para a vaga de desembargador, pelo quinto constitucional, cota da Ordem dos Advogados do Brasil, no caso, seção da Bahia. No TJ, que escolheu três, da lista sêxtupla enviada pela OAB-Ba, Lourival foi o mais votado. O bacharel, agora magistrado, tem larga experiência política e advocatícia e, ultimamente, além da banca que mantinha na cidade, prestava assessoria jurídica ao município. (Aguarde entrevista do novo desembargador ao “O Mandacaru”).

 

Medo de novo apagão

O Brasil está diante de nova crise energética. O medo do apagão e do reajuste das tarifas começa a tomar conta dos brasileiros. O governo vem negando com veemência essas possibilidades. Mas são amargas as lembranças do apagão anterior, em que a população adquiriu o saudável hábito de racionar e ganhar com redução dos gastos de energia e foi premiada pelo governo com o reajuste da tarifa, para, imagine, compensar as perdas das concessionárias do setor.  Não acreditem nas negativas das autoridades governamentais. É sinal de que o que negam vai acontecer.

 

Ao dispor do cidadão

Quem desejar saber e acompanhar os gastos dos municípios e as obras por eles realizados, com recursos que recebem dos governos estaduais e federal, é só acessar os sites do Tribunal de Contas dos Municípios, na Bahia, e da Corregedoria Geral da União. É acessível a qualquer cidadão. No caso do TCM, por exemplo, basta clicar em http://www.tcm.ba.gov.br/app/sistemas/sicob/consulta.asp. Os processos no TCM, referente aos municípios, são públicos, principalmente os relativos ao julgamento de contas ou de denúncias contra gestores.

 

Pensando na sede

Ao comentar, a pedido de “O Mandacaru”, os projetos de adução de água para os distritos de Iguatemi e Itanajé, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, o ex-secretário municipal da Saúde e ex-coordenador estadual do DNOCS, Gerardo Azevedo Júnior, evitou críticas diretas ao prefeito Carlos Batista, que praticamente engavetou o projeto encaminhado pelo seu ex-auxiliar. Segundo Júnior, “esse projeto é daquelas pessoas que acordam e dormem sem nem ter água para beber. Fico frustrado com isso, mas não vou desistir desta luta, desta água, dos direitos humanos, independente de política”.

 

Assessor da Câmara

O ex-prefeito Ulisses Cambuí Lima é o mais novo assessor contratado pela Câmara de Vereadores de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Leva para a casa a experiência de quem já governou o município por duas vezes, um dos mandatos de cinco anos e nove meses (07.04.1967 a 19.01.1971 e 13.03.1983 a 31.12.1988). Entre adversários fortes, teve o falecido senador Antônio Carlos Magalhães, então governador do Estado. “Lega”, como é conhecido e assim também chamava seus eleitores e hoje chama seus amigos, é considerado como um dos bons prefeitos que Livramento já teve.

 

Morre Pedro Matias

Foi sepultado dia 17 deste mês de janeiro de 2008, o agricultor aposentado Pedro Matias da Silva, 90 anos, pai do presidente da Câmara de Livramento de Nossa Senhora, vereador Marilho Machado Matias, e do prefeito do município de Dom Basílio, Alfredo Machado Matias.

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