Página Política | Raimundo Marinho

 

29.08.2008

Carlão livre da impugnação

O juiz da 101ª Zona Eleitoral, João Lemos Rodrigues, de Tanque Novo, que substitui a juíza Ana Maria Santos Guimarães, deferiu o pedido de registro de candidatura a prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, feito por Carlos Roberto Souto Batista, que vai tentar a reeleição. O registro havia sido impugnado pelo Ministério Público, a partir de notícias de inelegibilidade apresentadas pelos eleitores Guto Tanajura e Hélio Cambuí, ambos advogados, sob a alegação de que o prefeito teve suas contas de 2006 rejeitadas, por irregularidades, pelo Tribunal de Contas dos Municípios. Carlos Batista está livre, pelo menos por ora, pois a Promotoria de Justiça deverá recorrer da decisão junto ao TRE.

Livre da impugnação, Carlão segue firme na campanha pela reeleição

Ao fundamentar sua sentença, o juiz João Lemos Rodrigues afirmou que “não procedem as impugnações baseadas na reprovação das contas do impugnado, pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, uma vez que ainda não houve julgamento dessas contas pelo Poder Legislativo, nem tampouco há prova de ter expirado o prazo atribuído a esse Poder sem apreciação das referidas contas”. O magistrado referiu-se à Câmara de Vereadores, que, entretanto, vem protelando a apreciação do parecer do TCM, ante as evidentes dificuldades, objetivas e de quorum legislativo, que teria para homologá-las.

A conclusão a que chegou o juiz eleitoral, nesse caso específico, baseou-se, principalmente, em tese jurisprudencial originária do Tribunal Superior Eleitoral, segundo a qual os tribunais de contas apresentam meros pareceres opinativos, que não ensejam a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, “G”, da Lei Complementar nº. 64/90, carecendo de julgamento do Legislativo. A esse entendimento, se junta o do Supremo Tribunal Federal, que descaracteriza a inelegibilidade com base na vida pregressa do candidato, facilitando a vida dos “fichas-sujas”. Sendo assim, só resta, agora, a “sentença” do eleitor, na hora de escolher e votar.

 

Governador fere lei e afronta PT

O juiz eleitoral da 101ª Zona determinou a suspensão do programa de rádio veiculado pela “Coligação a Liberdade e o Progresso Continuam” em que o governador da Bahia, Jaques Wagner, manifesta apoio ao candidato a prefeito Carlos Roberto Souto Batista. O magistrado atendeu pedido liminar feito em representação por irregularidade de propaganda eleitoral proposta pela “Coligação a Verdadeira Mudança”, liderada pelo Partido dos Trabalhadores. No programa, foi veiculado depoimento de Wagner, que é filiado ao PT, em claro apoio ao candidato Carlos Batista, de outro partido, o PMDB, o que é vedado pelo art. 54 da Lei nº. 9.504/97 e art. 37 da Resolução nº. 22.718/2008 do Tribunal Superior Eleitoral.

O mais grave é o conteúdo do depoimento, em que Jaques Wagner deixa cristalino que apóia Carlos Batista, não pelo quão benéfico isso possa ser para Livramento, mas em retribuição ao apoio que o prefeito deu a ele na eleição para governador. Parece uma “uma troca de figurinhas”, em que a mais alta autoridade do Estado fere a Lei e afronta a candidatura do seu próprio partido, o PT. Mas pode ser ainda pior, se for considerado que pagando dívidas entre si, com as quais a comunidade nada tem a ver, provavelmente Excelentíssimo Governador se sentirá desobrigado de dar o apoio à administração do prefeito, para o que realmente interessa, que são projetos de desenvolvimento no município.

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24.08.2008

Eleição e secura mental

Estamos em meio a um esgrima sonoro eleitoral, em que o sossego dos cidadãos, em casa ou no trabalho, não é respeitado. Músicas de gosto discutível e mensagens desprovidas de conteúdo programático soam pelas ruas da cidade, acima dos decibéis suportáveis. O que deveria ser a “festa da democracia” assume ares de inferno musical. De parta a parte, candidatos e eleitores contribuem para isso. Enquanto aqueles não divulgam uma linha se quer de plano de governo, os segundos não demonstram qualquer disposição em exigir a divulgação.

O entojado “esgrima”, que estaria melhor definido como “bate-boca”, que se instalou pelos cantos da cidade, gira em torno da patética discussão sobre quem reúne mais engabelados em determinado lugar, como se isso fosse a coisa mais importante em uma eleição. É como se não importasse ter um plano de metas e dele, depois, fosse necessário prestar contas. Alguns aloprados, proporcionalmente estimulados pelo tanto que se beneficiam da coisa que deveria ser pública, em uma demonstração do quanto a democracia pode ser subjugada por mentalidades doidivanas, insurgiram-se contra comparativo, meramente ilustrativo, feito por este site.

Quiseram porque quiseram comparar alhos com bugalhos, arrotando a majestade de quem imagina ter sobrepujado Deus e reduzido as demais criaturas a seres invertebrados. Quem se preocupa e dispensa tanta atenção a tão pouco é porque muito teme. Só para ficar em Itaguaçu, ninguém questionou sobre o lixo tóxico que uma mineradora manuseia inadequadamente, para abrir pedra, ameaçando a fauna e as pessoas, ao pé da Serra da Almas. Também não houve reclamações contra as carretas da mesma mineradora, que abalam os prédios do pequeno povoado e quebraram uma ponte, que foi ridiculamente especada com um bloco de quartzito, obstruindo o rio.

Não se falou também das ameaças de destruição do magnífico eco-sistema de Itaguaçu, uma das mais belas paisagens de Livramento, onde, inclusive, pinturas rupestres estão se perdendo e a nascente de um rio, de água cristalina, já recebe os primeiros e perigosos sinais de degradação e poluição. Não se explica e também não se indaga onde o governo municipal gastou R$100 milhões, referentes às verbas orçamentárias, a partir de 2005. Nem pensar, também, discutir a histórica dívida administrativa, para com a população, pelo menos nos últimos 20 anos, como a que relegou a juventude e as escolas públicas ao abandono.

Por certo, falta interesse ou capacidade mental para tanto e tudo acaba se resumindo, como costumamos dizer, na patetice de dois números, leia-se “15” e “25”, nem mesmo importando se outrora foram inconciliáveis e hoje se uniram, sem nenhum pejo. Com isso, eliminou-se aquela possibilidade de discussões inúteis, mas outro número entrou em cena, o “45”. É de se envergonhar! Deveria haver a decência de se ter vergonha, se não se tem ainda obra portentosa para mostrar, ao invés de se alegrar ao ser carregado ou ovacionado. O eleitor, nesse caso, é feito de néscio, e aceita.

Quanto às possibilidades eleitorais, ensejadoras das angústias sobre quem reuniu mais gente, a injustificada indignação dos governistas, ante meras especulações, em que se ressalvou o teor especulativo e não oficial, está sendo vista como sinais da falta de auto-confiança. Sobre o principal grupo oposicionista, que tem Lia Leal na liderança, é natural que para lá vão os insatisfeitos com o governo de Carlos Batista. Sobre suas chances de vitória, a própria preocupação governista com os seus passos já responde.

De resto, a última esperança seria o eleitor, de cuja consciência sairão o próximo prefeito e os próximos vereadores do nosso município. Não para mudar o rumo dos fatos, pois o universo de escolha não lhes deixa opção. Mas no que se refere à necessidade dos candidatos exibirem um consistente plano de governo, tal como um município do porte de Livramento exige.

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“Fichas-sujas” salvos pelo STF

Obrigados que foram pela decisão vinculante do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual somente decisões criminais transitadas em julgado impedem o registro de candidaturas, a Promotoria de Justiça e a Justiça Eleitoral de Livramento de Nossa Senhora se viram obrigadas a deferir os pedidos de registro formulados pelos vereadores Everaldo Santos Gomes e Ilídio de Castro, considerados “fichas-sujas”, em razão de processos a que respondem na Vara Crime local. É aguardado com muita expectativa também o julgamento das ações de impugnação das candidaturas do prefeito Carlos Roberto Souto Batista, candidato à reeleição, e que teve contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios; e do seu vice, Paulo Azevedo Cardoso, acusado de coligar-se após o prazo previsto na lei eleitoral. O prazo para o julgamento findou-se em 16 de agosto, mas a juíza eleitoral, Ana Maria Santos Guimarães, saiu de licença, no período, e o juiz substituto, da Comarca de Rio de Contas, também não julgou os processos. É esperado, esta semana, na 101ª Zona Eleitoral, em Livramento, o juiz da Comarca de Tanque Novo, para assumir os julgamentos.

Radialistas são perseguidos

Prepostos da campanha pela reeleição do prefeito Carlos Batista, da “Coligação a Liberdade e o Progresso Continuam”, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, ligaram para duas emissoras de rádio locais, pressionando para que suas direções demitissem radialistas que estão trabalhando, emprestando suas vozes, para candidatos adversários. Um foi o popular “Delegado”, que comandava um programa sertanejo e atua na campanha do PT. Foi demitido. O outro é Naldo Ribeiro, da rádio Portal FM, única que rechaçou a pressão. O fato vem gerando intranqüilidade na categoria. Não há qualquer impedimento legal a que esses profissionais façam esse trabalho, o que lhes permite ter uma renda extra, nesse período eleitoral. Mera e proposital perseguição ou disfarce de ignorância jurídica?

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18.08.2008

Lia Leal inaugura comitê

Um público estimado em mais de 2.000 mil pessoas compereceu à inauguração

Se freqüência de público servir para medir intenções de voto e se a eleição fosse hoje, a candidata da coligação “Desenvolvimento com Justiça Social”, Lia Leal, do PSDB, seria eleita prefeita de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. O número de pessoas que compareceu à inauguração do seu comitê político, no início da noite de ontem (17.08.2008), foi bem superior ao que prestigiou o ato inaugural do comitê da coligação “A Liberdade do Povo Continua”, do seu principal adversário, Dr. Carlos Batista.

Os eleitores da candidata tucana se acotovelaram no trecho da Avenida Leônidas Cardoso entre a Praça Gentil Vilas Boas e o ponto próximo à Secretaria Municipal de Saúde, e foram calculados, pessimistamente, em duas mil pessoas, contra cerca de 500 pessoas dos adversários. Pelo que sabemos, não foi divulgada qualquer medição oficial, sendo aquelas, portanto, meras avaliações. Todavia, visualmente considerada, a diferença era inegavelmente significativa.

A inauguração deu-se na forma de comício, embora as maiores autoridades presentes no “palanque” (a sacada de um imóvel particular) fossem o presidente da EBDA, Emerson Leal, o deputado estadual Nelson Leal e o vice-prefeito de Livramento, João Cambuí. A sonorização foi modesta, mas a animação popular foi grande, tendo o evento sido antecedido de uma concentração na Praça Aloísio Short e de um desfile de motos pilotadas por moradores do bairro do Taquari, que na eleição passada teriam votado em Carlos Batista.

Surpresas, críticas e paz e amor

Uma das surpresas foi a presença de Jucélio Pires, da Vila de Iguatemi, que compôs, como vice, a primeira chapa do médico Paulo Azevedo, hoje vice de Carlos Batista. Em sua fala, Jucélio Pires denunciou que “eles (referindo aos adversários governistas) estão tentando comprar o povo com blocos e sacos de cimento”, em Iguatemi, e que lá falta água de qualidade e que, embora seja “o maior distrito de Livramento, não tem uma quadra de esportes para os jovens”.

O ex-prefeito Emerson Leal e seu filho, deputado Nelson Leal, fizeram acusações duras aos atuais ocupantes da administração. Sem citar nomes, usaram, mais uma vez, termos como “corruptos”, “gatunos”, “quadrilha”. O vice-prefeito João Cambuí, vice na chapa de Lia Leal, também criticou o grupo pelo qual fora eleito. Mas também falou de propostas para uma futura administração, como ampliação do “Bolsa Família”; divisão de parte da riqueza da manga entre os trabalhadores; apoio aos estudantes; e o fortalecimento dos empresários, como forma de gerar emprego renda.

Encerrando o evento, a candidata a prefeita Lia Leal fez um pronunciamento suave, na base do “paz-e-amor”. Soube adoçar a platéia, dizendo, por exemplo, “minha força vem de vocês”, “é para vocês que vamos ganhar”, “eu amo e quem ama conhece”, “quando a mãe conhece o filho, sabe como atendê-lo”, “vamos fazer uma corrente forte pela paz, pela união dos livramentenses”. Prometeu progresso, “para dar uma vida feliz ao nosso povo” e disse que vai calçar as ruas “para que as pessoas tenham orgulho de morar nelas, as crianças possam brincar e os idosos passear com segurança”. Foi a única que, ao final, se lembrou de agradecer a Deus.

D. Lia Leal e Dr. Emerson Leal acenam para o público na Av. Leônidas Cardoso

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13.08.2008

O que planejam fazer?

Atendendo ao anseio dos eleitores para conhecer as propostas de trabalho, ao mesmo tempo em que é aberta a oportunidade para sua divulgação, “O Mandacaru” está propondo uma entrevista com os três candidatos a prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia - Carlos Batista (PMDB), Gerardo Júnior (PT) e Lia Leal (PSDB). A publicação será simultânea.

Procuramos abranger o maior universo possível de temas, interpretando o que seriam as principais necessidades do município, levando-se em conta o que se ouve e vem sendo debatido entre a comunidade. Não se trata de um debate entre os postulantes, mas da exposição objetiva do que conteria o plano de governo de cada um deles, em razão do que estabelecemos os critérios abaixo transcritos.

Os tópicos a serem respondidos já foram entregues. Estamos aguardando a resposta dos candidatos que desejarem se manifestar, dando conhecimentos dos seus planos ao eleitorado. Veja abaixo o roteiro enviado aos três candidatos:

 

ELEIÇÕES MUNICIPAIS – 2008
Livramento de Nossa Senhora – Ba

Entrevista aos candidatos a Prefeito:
- Carlos Batista (PMDB)
- Gerardo Júnior (PT)
- Lia Leal (PSDB)

(As respostas serão publicadas, com exclusividade, no jornal on line “O Mandacaru”, veiculado no site www.mandacarudaserra.com.br)

Critérios estabelecidos pelo editor:

- Os tópicos são iguais para todos, com o mesmo prazo para entrega das
   respostas, que é de três dias.
 
- Recomenda-se que as respostas sejam completas, mas objetivas e sucintas,
  pois assim agrada mais aos leitores.

- Não será admitida, nas respostas, qualquer referência a outro candidato, sob
  pena de ser suprimida pelo editor.

- Poderá, no entanto, haver comentários objetivos sobre fatos referentes à
  realidade do município, mas sem ofensas pessoais.

- Como não se trata de debate, será suprimida da resposta qualquer referência de
  conotação pessoal que possa dar direito de resposta a outro candidato.
 
- No caso de necessitar referir-se a fato de determinada administração, a
  expressão “administração passada” ou “administração atual” deve ser substituída
  por “administração municipal, no período tal ou no ano tal”, nunca utilizar o nome
  do gestor, pois pode ensejar direito de resposta.

- A ordem de aparecimento das entrevistas na página do site poderá ser,
  alternativamente e a critério do editor, uma das seguintes: ordem de chegada
  das respostas, ordem alfabética ou a ordem em que aparecem no site do TSE.

OS TÓPICOS

Prefeitura

Porque o senhor ou a senhora quer ser prefeito ou prefeita de Livramento de Nossa Senhora?

Política

Que pretende fazer para inserir o município no MAPA POLÍTICO do Estado, participando da gestão deste e sendo mais bem atendido na distribuição de políticas públicas comunitárias?

Desenvolvimento

Livramento necessita de uma “Agenda de Desenvolvimento” própria, bem como de ser inserido na agenda de desenvolvimento estadual. São, portanto, duas agendas. O que o senhor ou senhora pretende incluir nessas agendas e de que maneira?

Orçamento

O valor do orçamento médio anual do município, nesses últimos quatro anos, foi da ordem de R$25 milhões, ou seja, pouco mais de R$2 milhões por mês. O que daria para se fazer com esses recursos? E o que ficaria sem ser feito, caso sejam insuficientes?

Economia

Sob a influência da fruticultura, principalmente, a produção econômica de Livramento é estimada entre R$400 milhões e R$500 milhões por ano. Como seu plano de governo pretende fazer com essa riqueza tenha impacto positivo na melhoria das condições de vida da população?

Realidade social

O último levantamento divulgado pelo IGBE registra que, somados, os índices de pobreza e de indigência, em Livramento, chegam a 88%, o que nunca foi contestado pelas autoridades municipais. Qual a repercussão dessa realidade nos planos da administração municipal e como o senhor ou senhora planeja reverter essa situação?

Saúde

Apesar de ter sido administrado predominantemente por médicos, nos últimos 20 anos, o Município de Livramento não oferece um atendimento de referência na área de saúde, não obstante, também, ser um pólo regional de demanda. Tem apenas cerca de metade da cobertura dos postos de saúde na família e seu hospital tem estrutura de 50 anos atrás, faltando equipamentos básicos, principalmente de pronto-socorro, como UTI, banco de sangue, maternidade etc. Que projetos emergenciais e de longo prazo o candidato ou candidata tem para enfrentar e melhorar a situação da saúde em Livramento?

Educação

É tido como voz corrente que se ensina mal e, consequentemente, pouco se aprende nas escolas públicas brasileiras. Em Livramento, portanto, não é diferente. Como o senhor ou a senhora avalia o ensino na rede municipal, onde o IDEB está abaixo de cinco, em uma escala que vai até 10? Qual o grau de prioridade que dará à Educação e que ações concretas implementará para enfrentar o problema?

A cidade

A cidade de Livramento cada vez mais se consolida como pólo regional. No entanto, vem crescendo desordenadamente, sem qualquer planejamento. Falta disciplinamento do trânsito e do tráfego e as regras de utilização do espaço público não são respeitadas. Tem um PDU (Plano de Desenvolvimento Urbano) aprovado e na gaveta. As projeções indicam que, em 20 ou 30 anos, terá porte de cidade média. Caso eleito ou eleita, quais seus projetos para resgatar a estética urbana da cidade, organizá-la, dotá-la da estrutura exigida de um pólo regional e prepará-la para aquele futuro de cidade média?

O campo

Como pretende melhorar as condições de vida na zona rural, onde se concentra os maiores índices de pobreza e indigência do município, ainda segundo o IBGE?

A água

Como planeja contribuir para a eficácia e racionalidade do uso e gestão da água, nos projetos de irrigação do município? E o que fará para garantir o suprimento de água para o abastecimento residencial, cujo sistema encontra-se, sabidamente, defasado e insuficiente?

Os jovens

O que planeja para eles?

Espiritualidade

Poderia detalhar como Deus fará parte de sua administração, caso seja eleito ou eleita? E o que diria para a população sobre Ele? O senhor ou a senhora poderia fazer cinco promessa a Deus, na qualidade de candidato ou candidata?

 

 

03.08.2008

Diocese orienta eleitores

Apesar da Constituição da República Federativa do Brasil ter sido promulgada “sob a proteção de Deus”, Ele tem sido pouco levado em conta nas ações dos políticos brasileiros, como pode ser inferido das tantas notícias sobre atos desabonadores seus, veiculados pelos meios de comunicação. Aliás, o ser humano de modo geral só costuma invocar Deus para solicitar algum benefício, mas, em sua maioria, não seguem os cânones divinos, principalmente o que ensinou Jesus Cristo.

Deus, porém, não descuida dos seus filhos e dedica atenção especial aos desamparados, aos oprimidos e enganados pelos mais espertos. Nunca pense que ele está ausente. Suas orientações, seus alertas, vêm através dos que Ele escolheu para serem portadores da sua mensagem, não importa quem seja e nem tentem intimidar os seus soldados.

A esse propósito, reproduzimos, a seguir, a “Carta Aberta aos Cristãos Católicos e a Todos os Cidadãos de Boa Vontade”, distribuída pela Coordenação Diocesana de Pastoral da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, contendo reflexões e orientações a respeito do processo eleitoral em curso:

Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA)

TODOS NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS

CARTA ABERTA AOS CRISTÃOS CATÓLICOS E A TODOS OS CIDADÃOS DE BOA VONTADE

Queridos irmãos e irmãs - Prezados cidadãos e cidadãs:

No próximo mês de Outubro, mais uma vez, poderemos eleger Prefeitos e Vereadores. Escolher os Administradores de nossos Municípios é uma oportunidade preciosa, ocasião e sinal de vida democrática. Cada escolha pede liberdade e conhecimento, responsabilidade e participação. Com o intuito de favorecer, neste pleito eleitoral, o crescimento de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna, nós, membros da Coordenação Diocesana de Pastoral, juntamente com o bispo diocesano, Dom Armando, propomos algumas reflexões.

A Igreja Católica tem consciência “de sua inevitável contribuição para o bem comum e para uma sociedade cada vez mais democrática” (CNBB, Diretrizes Gerais, 179). Por isso, várias vezes e de diferentes maneiras, manifesta publicamente pensamentos e propostas no que se refere às eleições. Antes de tudo, apontando, no exercício do poder, valores como serviço, justiça social, respeito, participação, igualdade, bem comum etc.

1. OBSERVANDO A REALIDADE, NOS PERGUNTAMOS...
Reconhecemos, antes de tudo, a presença de Prefeitos e Vereadores que exercem com responsabilidade e honestidade o poder neles depositado pela confiança dos cidadãos. A visão negativa que muitas vezes a mídia denuncia, não pode atingir genericamente a todos os Administradores de nossas Cidades.
observamos, todavia, que ainda temos um longo caminho a percorrer para tornar efetivo o exercício da democracia e da cidadania!
 LEMOS - com pesar - manchetes deste teor: “Bahia lidera em lista de inelegíveis do TCU” (A Tarde: 27/06); “Em ano eleitoral, alianças improváveis e surpreendentes dominam o cenário político baiano, numa sinalização de que partidos estão dispostos a fazer malabarismos para vencer nas urnas em outubro” (23/06); “Justiça cassou 17 dos 417 prefeitos baianos”; “249 políticos baianos têm ações criminais” (15/07).
RESSALTAMOS que, na medida em que nossos Representantes se comportam assim, eles refletem um pouco de cada um(a) de nós, seus eleitores! Não adianta denunciarmos a corrupção se continuarmos corrompendo!
INQUIETA-NOS VER, a todo dia, jovens e pais de família saindo dos nossos municípios à procura de trabalho, as escassas respostas na área da agricultura e do desenvolvimento econômico em geral e as graves insuficiências na saúde e na educação: quais projetos concretos os Candidatos têm para enfrentar estes grandes desafios?
Não podemos aceitar, calados e passivos, esta situação, muitas vezes triste e desanimadora: Todos somos verdadeiramente responsáveis por todos (João Paulo II, Solicitude Social, n. 38)!

2. OS NOSSOS VALORES

No documento que seguiu à Conferência de Aparecida (Maio de 2007) os Bispos escrevem: “É necessária muita força e muita perseverança para conservar a honestidade que deve surgir de uma nova educação que rompa o círculo vicioso da corrupção imperante” (n. 507); e acrescentam: “Queremos chamar ao sentido de responsabilidade dos leigos para que estejam presentes na vida pública, e mais concretamente na formação dos consensos necessários e na oposição contra a injustiça” (n.508).
Nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora os nossos Bispos afirmam: “Nenhum cristão pode, qualquer que seja a vantagem, aceitar esquemas de corrupção e impunidade, seja deles diretamente participando, seja se omitindo em denunciá-los” (n. 181g).
Por isso: - Defendemos uma ética e uma democracia que levem em consideração os anseios e as esperanças que nutrem a caminhada por justiça, eqüidade e transparência;
- Observamos as conseqüências na precariedade dos sistemas de saúde e de educação, no aumento constante da violência, no desvio de recursos públicos e outras calamidades que atingem a vida de nosso povo;
- Alertamos que quem costuma corromper as eleições com promessas ou compra de voto, demonstra que continuará corrupto se eleito for;
- Denunciamos: a criminosa prática de compra de voto é a principal causa de toda a corrupção no mundo da política, que deixa de ser o exercício da promoção do bem comum.

O exercício da cidadania requer conhecimento e consciência, responsabilidade e participação. O cristão é chamado a assumir atitudes e comportamentos coerentes com a fé que professa: é pelos frutos que se conhece a árvore (cf. Mateus 7,20). O Papa Bento XVI, em Aparecida, afirmou: “As estruturas justas (...) não nascem nem funcionam sem um consenso moral da sociedade sobre os valores fundamentais e sobre a necessidade de viver estes valores com as indispensáveis renúncias, inclusive o interesse pessoal” (Discurso inaugural, 4).

3. PROPOSTAS DE AÇÃO

Então, eis alguns Critérios para a escolha dos candidatos:
- Defesa da vida: os candidatos defendem a dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações?
- Honestidade pessoal e transparência: eles estão comprometidos, não só no palanque, com as necessidades reais da população? Quais são as suas propostas? Já praticaram injustiças, perseguiram os de diferente partido e afastaram funcionários porque não votaram neles? São transparentes em sua ação, nas prestações de conta etc.?
- Compromisso com políticas públicas: demonstra(ra)m empenho com a inclusão dos pobres, deficientes, idosos, jovens, enfim, com a promoção do bem estar de todos?
- Capacidade de administração: os candidatos têm efetiva capacidade de honrar os compromissos e competência para fazê-lo?
- Candidatos comprometidos e não oportunistas: já demonstraram fidelidade partidária e com a comunidade ou apareceram na última hora, com mil promessas, organizando e pagando festas e banquetes, shows e cantores?
- Campanha modesta: muito dinheiro gasto não é bom sinal! Aqueles que aderem a tal prática administram depois desviando os recursos públicos para a reposição dos grandes investimentos realizados no período de campanha!
Cada um(a) avalie com calma e sem se deixar levar pela “paixão eleitoreira” ou pela busca de interesses individuais. Assim colaborará com uma administração transparente de nossos Municípios. É sempre bom lembrar que política não é nem time, nem torcida de futebol. Lembre também que o voto não tem preço, tem conseqüências e que existe uma Lei (no. 9840) que torna crime a compra e venda de votos! (cf. site: www.lei9840.org.br).
Na eleição passada escrevemos uma carta em que nos lembrávamos que “a única força que resta ao povo é a sua união, e esta é destruída em tempos de campanhas políticas”.  A carta também advertia que quando o povo briga é o povo mesmo quem sai perdendo, porque os políticos não.  Normalmente, no universo da política os “AMIGOS DE HOJE SÃO OS INIMIGOS DE AMANHÃ, E VICE-VERSA”.
convidamos a todos para que acolham esta palavra de exortação (carta aos Hebreus 13, 22) e procurem:

  1. Tomar consciência de que uma sociedade se constrói com a colaboração de todos e não com a exaltação de alguns;
  2. Usar uma linguagem sempre respeitosa do ‘adversário político’: baixarias e tons ofensivos tornam o candidato uma pessoa desagradável e indigna de confiança!
  3. Acreditar nos pequenos e pobres porque são protagonistas de sua libertação e da construção de seu futuro e do futuro de todos.

Cristo Jesus, o Senhor da história, nos conceda tempos melhores e sejamos encontrados sem mancha e sem culpa, vivendo em paz (2ª carta de Pedro 3, 14).
Coordenação Diocesana de Pastoral

Livramento de N. Senhora 16 de Julho de 2008.

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03.08.2008

Duas mensagens alentadoras

Na efervescência política, recebemos muitas mensagens, sempre carregadas da emoção momentânea de quem as escreve. Algumas chegam com o remetente escondido no anonimato ou atrás de nomes que não são seus. É fácil identificar que uns se escondem por inadmissível covardia, outros com receio de represálias ou até do achincalhe dos que não aprenderam a respeitar o livre pensar alheio, tão comuns em nosso meio, e outros por conveniências de diversas naturezas. Democraticamente e na forma dos princípios que norteiam este site, publicamos todas, até mesmo algumas que sabemos não trazer a identificação verdadeira da pessoa, desde que não contenha agressões e ofensas a terceiros, ou opiniões claramente distorcidas.

Duas delas, recebidas recentemente, embora não devidamente identificadas, apresentam-se com conteúdos bastante sugestivos e apropriados ao momento, pelo que trouxemos para este espaço. São textos que subscreveríamos, se fosse o caso. Transcrevemos primeiro a que veio de Fabiane (fabi@gmail.com), endereço que o sistema deu como inexistente, sob o título “Analfabeto Político”, onde ela assim se expressa:

Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce à prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo (Bertolt Brecht).

Eu era uma Analfabeta política com muito orgulho, enchia o peito e dizia “odeio política” e ainda me sentia grande por me proclamar assim. Contudo, um belo dia passei no vestibular para História e lá me deparo com aulas de sociologia e política, que martírio a princípio. Mas com o tempo fui me apaixonando pelo tema e percebi que eu não odiava a política e sim a “politicagem”. E, como a maioria da população, eu confundia política com politicagem.

Quando li o texto de Bertolt Brecht sobre o Analfabeto Político, me envergonhei, pois me reconheci nele. Passei então a estudar a diferença e, hoje, sei que política é a forma que utilizamos para administrar algo e ela não está restrita apenas ao modus operandi governamental dos chefes de governo eleitos por nós pelo voto direto; há também a nossa política diária, como cuidamos de nossa casa, de nossa família, de nosso corpo, etc.

Tudo isto é política, e eu a confundir politicagem (arte de ludibriar, enganar e levar vantagem, utilizando-se da máquina pública administrativa em benefício próprio) com política! Enfim, na Universidade, conseguiram me fazer apaixonar pela política e ser o que Aristóteles já apregoava na Grécia Antiga: “Um animal político” e acreditar nela como uma ideologia de vida.

Metida hoje estou na política, cheia de ideologia e confiança em mudar o poder arcaico e ‘coronelista’ por um poder do povo, com mais participação popular, com mais igualdade e justiça social. Acreditando no trabalho de equipe em prol de um mesmo ideal; na luta pelo mesmo candidato, não porque me beneficiarei diretamente disto, se ele ganhar. Mas porque ela fará a diferença (assim eu creio), não só em minha vida futura, mas na de toda uma população carente, oprimida, submissa e alienada do meu habitat.

Entretanto, confesso, nosso país está tão acostumado à politicagem que é difícil lutar apenas por um ideal sem desanimar, às vezes. Entristece-me quando vejo que há, entre nós, alguns que querem fazer uma POLÍTICA realmente limpa e ideológica e é, na maioria das vezes, impedido desse exercício saudável por causa da herança politiqueira que está impregnada em nossa população.

Onde está o ideal? Cadê o pensamento em beneficio do bem comum? Só vejo ANALFABETOS POLÍTICOS querendo exercer a POLITICAGEM, por onde tenho passado. Questiono-me: até quando ainda estarei acreditando que nosso país um dia saberá exercer uma política, limpa, sadia, honesta, totalmente voltada em benefício do bem comum?

Só sei que, enquanto esse “animal político” estiver latente em mim, estarei dando minha cota de participação por uma sociedade mais justa, por menos desigualdade social e por um governo realmente político (voltado para uma administração que visa o benefício real da população que o elegeu) e não um governo politiqueiro.

Eleitos com nossos votos

A outra mensagem, a que atribuimos o título acima, apesar de totalmente apócrifa, mas certamente escrita por pessoa de cabeça arejada, foi deixada em nosso endereço residencial, assim como em outras residências. E diz:

Caros leitores...

Calouro sou em escrever e publicar algo do estilo a que me remeto esse instante e, ao contrário de publicações anteriores, não venho por meio desta prognosticar uma solução ou mesmo um futuro venturoso e venusto ao cenário político livramentense.

Lembre-se apenas que qualquer pessoa tem a obrigação de pensar, questionar, cobrar e se expressar. Claro que isso não acontece num país de analfabetos, onde não se tem interesse que o povo pense: um povo informado e desprovido de tamanha ignorância escolheria outros líderes, não se calaria quando pisoteiam sua honra e subestimam sua inteligência, expulsaria de seus cargos os pseudos-líderes e tentaria recompor as instituições aviltadas.

Mas, para que não passemos mais por afásicos e idiotas, uma manada de burros assistindo às loucuras que se cometem contra nós, contra cada um de nós, não é necessário apenas que se faça uma faxina, é preciso também que se tenha escolhas e infelizmente somos carentes de bons modelos.

Essa tal ciência do governo dos povos e dos negócios públicos, chamada política, deveria emanar vontade, trabalho, prosperidade, união entre os entes que visam a melhoria de vida de todos nós e a deles próprios, ao invés de exalar o odor da impunidade, hipocrisia e babação de ovo incompreensível daqueles que apaixonados são por quem lhes riem pelas costas, porque lhes pisam e humilham.

Afinal, quem precisa de quem? Quem se elege e chega ao tão sonhado poder com os nossos votos? Quem se dá mal com isso? Seria verdade a afirmação do restante do Brasil de que os baianos e nordestinos são burros? Teria o Sol afetado a nossa mente? Difícil... vamos, acompanhe o meu raciocínio!

Praças bonitinhas, reformas enganadoras, água a quem não tem, empregos (contados e marcados), campos de futebol (muitos...), escolas técnicas, creches... UAU!!! Quanta
coisa nós ganhamos! Devemos ser gratos pelo reto de nossas miseráveis vidas. Afinal, tudo isso (só isso) que nos foi dado até hoje, foi um presente, não foi?

Entretanto, pra que pagamos tão vultosos impostos? Para favorecer às classes cradas, saciar a fome de quem já jantou, para conceder poderes aos Espartanos, enquanto nós de Tróia ficamos cada vez mais fracos?

ABSURDO!!!! ABSURDO!!!! ABSURDO...

Nosso atual governo excedeu todos os limites e deixou pasmo quem achava que já havia visto tudo de ruim durante a ditadura anterior.

São recordistas! Merecem medalhas e também nossos aplausos. Conseguiram superar, no que diz respeito ao roubo e irresponsabilidade, em quatro anos, o que o anterior furtou em quatro mandatos, despertando no mesmo inveja e fúria. Querem agora retornar e igualar o recorde, suprir suas necessidades, perseguir e se vingar de todos que os traíram, uma vez que, nas eleições passadas, todas as pesquisas apontavam uma vitória esmagadora contra seus opositores.

Então, aqui ficamos... moramos em um país dos trouxas, que não distinguem um homem honrado dum patife, uma ação pelo bem geral de uma manobra para encher o bolso ou galgar mais um degrauzinho no poder, a qualquer custo. O país dos mistérios, onde quem é responsável absoluto não sabe de nada, ou finge enxergar outra realidade, não a nossa.

Com sexto sentido nada bom, faço – embora sem grande esperança - uma conclamação: tolerância zero com tudo o que nos desmoraliza e humilha, perseguição implacável ao cinismo, mudança total nas futuras eleições, faxina, renovação positiva, conscientização urgente, pois, acreditem, do jeito que vai, a coisa tende a piorar.

A falta de pudor e o cinismo imperam e não há lugar nem ninguém totalmente confiável! Até breve!

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