A eleição do Dr. Carlos Souto Batista, cuja administração completa um ano no mês que vem, sacudiu o quadro político de Livramento, levando tradicionais oposicionistas ao poder. Resta, agora, ao grupo, provar que é melhor do que as administrações anteriores, o que, aliás, não é nada difícil. O que não está sendo fácil são as acomodações, tanto no Executivo quanto no Legislativo. O casamento comunista com o PMDB não deu certo e a separação entre o prefeito e o vice tornou-se inevitável.
Na Câmara, pelo menos dois vereadores já não escondem o desconforto nas cadeiras em que se sentam, Wagner Assis, eleito pela antiga situação, hoje teoricamente na oposição; e Ricardo Matias, eleito pela coligação oposicionista, hoje no governo. O grupo a que pertence o vereador Wagner, filho do ex-prefeito Fernando Ledo, praticamente libertou-se da tutela do cacique Emerson Leal, juntamente com outro forte tutelado, o ex-candidato Dr. Paulo Azevedo. O vereador Ricardo, que muitos consideram confuso, mas que, na verdade é um petista firme e coerente, cuja verve está tentando preservar, já começa a perceber que perderá votos, caso enverede para um discurso situacionista. Está mudando, de forma visível.
No quadro geral, o que se observa é uma notória falta de rumo do governo municipal. O prefeito parece ainda não ter decidido entre fazer valer suas próprias idéias ou atender seguidores cuja visão não vai além da vingança sobre os perdedores. Há uma evidente ausência de planejamento.
Desenrolam-se arrumações para as eleições de governador e deputados. O grupo do Dr. Emerson Leal, conservado inteiro pelo esforço solitário do vereador Paulo Lessa, espera que o líder ausente decida-se entre Paulo Souto e o chefe ACM. O dr. Carlos Batista busca apoio no pouco conhecido deputado Gilberto Brito. Dr. Paulo Azevedo caminha para os braços do deputado Robério Nunes, que quer voltar à Câmara Federal. Dr. Paulo virou as costas ao filho do ex-líder, deputado Nelson Leal, chamado de traidor pelo deputado ACM Neto, na recepção que lhe foi oferecida pelo candidato a prefeito derrotado, em Livramento.
Em resumo, o que se vislumbra com clareza e com muita tristeza, a essa altura, é a vinculação incondicional dos políticos locais com os "coronéis" da capital, prevalecendo os conchavos corporativos, sem que seja discutida qualquer proposta material, voltada para uma pauta de melhoria das condições de vida da população de Livramento e da região.
Arrogância...............................................................................
Esta semana, conheceu-se o lado arrogante do deputado federal Jutahy Magalhães Júnior, até então conhecido pelo liberalismo e consciência democrática, ao criticar de forma contundente o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, por ter incluído o senador ACM em seus agradecimentos pela solução do conflito entre a Prefeitura de Salvador e a BR Distribuidora, ante a falta de pagamento pelo fornecimento de combustíveis. O deputado deixou claro que quer ditar como a maior autoridade municipal deve se comportar, dizendo que o "prefeito pisou na bola", ao estender os agradecimentos ao senador.
Sem sentido..........................................................................
Absolutamente sem sentido o texto do art. 1º do Projeto de Lei 28/2005, aprovado pela Câmara de Vereadores de Livramento, que diz: "Fica denominada de Rua José Auto de Souza Meira, a rua que se inicia no fundo do comércio do Senhor Raimundo Pierote e vai até o final". Tais indicativos são insuficientes para se saber onde fica tal logradouro, pois para se saber onde fica "o fundo do comércio do sr. Pierote" torna-se imperioso que se saiba onde fica o comércio do sr. Pierote. Diz ainda, o texto, que a nova rua "vai até o final" . Ora, além de não poder ultrapassar o final, onde é mesmo o final? Faltou melhor descrição, acompanhada dos limites e direções da via. Pelo menos o nome do bairro.
Leis aprovadas.................................................................
O ano de 2005 foi muito produtivo na Câmara de Vereadores de Livramento, principalmente quanto a projetos de leis, foram mais de 30, cerca de 15 dos quais de autoria do vereador Everaldo Gomes. Muitos eram desnecessários, por envolver assuntos já contemplados em outras leis (estaduais e federais) e por comportarem soluções administrativas. Mas existem projetos pertinentes, como o que preserva o umbuzeiro (vide nota nesta coluna); o que estabelece prevenção contra alcoolismo e uso de drogas nas escolas; e outro que prevê penalidades administrativas contra o assédio moral (perseguição e humilhação) na administração pública.
A Lei do imbu......................................................................
Dois projetos convertidos em lei pela Câmara de Vereadores de Livramento de Nossa Senhora versaram sobre a árvore spondias tuberosa, nome científico, em latim, do imbuzeiro, conhecidíssimo no sertão baiano. Uma das leis cria o "Dia Municipal do Umbuzeiro", a ser comemorado nas escolas municipais a cada 20 de janeiro. A outra lei proíbe a erradicação ou mesmo a poda da árvore, visando a sua preservação, salvo se comprovadamente estiver obstruindo alguma via pública. Vão ficar faltando leis para proteger outras árvores-símbolos do sertão, como "juazeiro", "catinga de porco", "aroeira", "jurema", "amargoso", "jabuticaba" e outros.
Democracia.............................................................................
Os vereadores e o prefeito municipal deram uma lição de democracia, em negociação para aprovar o orçamento de 2006. Nas verbas destinadas à Educação, o valor previsto para contratações temporárias era quase igual ao valor normal a ser pago aos efetivos. A oposição discordou e, durante reunião entre oposição, situação e o próprio prefeito Carlos Souto Batista, foi proposto e aceito pelo Executivo a redução do valor das contratações, que era de R$1,4 milhão, para apenas R$400 mil, transferindo-se o R$1 milhão para os custos com os efetivos.
Sindicato.....................................................................................
O Sindicato dos Profissionais em Educação de Livramento (SPEL) completa um ano de fundado e vai comemorar a data com um seminário, neste sábado, dia 10 de novembro, sendo esperado o comparecimento de toda categoria. Os professores e demais profissionais da área ainda estão embalados pelas conquistas do órgão, em tão pouco tempo, como a anulação, por via judicial, de decreto municipal que, no início da atual administração, fez um remanejamento maciço, de forma ilegal, dos servidores da Educação, transtornando o funcionamento escolar e a vida de dezenas de famílias.
A Lei 1.000..............................................................................
A Câmara de Vereadores de Livramento já ultrapassou a marca das 1.000 leis aprovadas. Somente em 2005 foram mais de 30, versando sobre os mais variados assuntos, desde a denominação de logradouros públicos à determinação para realização de exames de próstata e de fundo de olho na rede pública municipal de saúde. A Lei 1.000, de 23 de maio de 2005, homenageia, batizando uma rua com seu nome, o Sr. Joaquim Celestino da Silva, mais conhecido como "Joaquim Neto".
Reeleição....................................................................................
Há quem não aposta um centavo na reeleição, que seria para o terceiro mandado, do deputado estadual Nelson Leal, que teria traído as ordens do seu chefe, senador Antônio Carlos Magalhães, para manter unido o grupo liderado pelo PFL. Há quem diga que a preocupação de ACM é evitar que haja espaço para o crescimento irreversível do nome do governador Paulo Souto como candidato do grupo a governador, cuja reeleição é tida como tranqüila. Quanto a Nelson Leal, os votos de Livramento nunca foram decisivos para sua eleição, levando-o a esnobar os eleitores. Mas sem a boa vontade do líder maior, terá de suar muito para recuperar sua imagem junto aos conterrâneos.
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