O crime contra São Paulo
Os acontecimentos do “Dia das Mães”, 14 de maio, em São Paulo, desdobrados no dia seguinte, são sintomáticos e emblemáticos face à atual conjuntura sócio-política do Brasil. Revelam a falência do Estado, frouxo e derrotado ante bandidagem, que confessa na expressão “crime organizado”, a meu ver de aplicação imprópria. Deveria servir somente para tipificar crimes na Lei Penal. Não pode haver “crime organizado”, crime é crime. E este é incompatível com ordem, com organização. “Crime organizado” se contrapõe à “sociedade desorganizada”, o que, mesmo sendo realidade, é inconcebível.
“Sintomático” por mostrar só a ponta da podridão de detrás das cadeias superlotadas, como a corrupção administrativa, via aparelho policial. Por revelar insensibilidade e desprezo para com o ser humano, colocando mais de três pessoas em espaço avarentamente projetado para somente uma. De “encerrar” o processo criminal na prisão do criminoso, muitas vezes ilegal, deixando-o por longos anos sem julgamento. Por olhar com indiferença para a transformação dos presídios em cursos de pós-graduação para bandidos. Por não ver o horror sócio-econômico dentro e fora das prisões.
“Emblemático” por possibilitar uma reflexão aprofundada sobre a face mais nojenta da política brasileira, que é o cinismo da maioria dos detentores de mandatos e cargos públicos, financiados pela roubalheira desenfreada e mantidos à custa de conchavos desavergonhados, visivelmente lesivos ao interesse público, com sacrifício insuportável para a sociedade trabalhadora e honesta. Vide as engendragens em torna das candidaturas presidenciais, como a do Sr. Geraldo Alckmim, assim como o alheamento do Excelentíssimo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, ante as falcatruas do seu partido.
Essa gente toda fica brincando de “presidente”, de “governador”, de “prefeito”, de “senador”, de “deputados”, de “vereadores”, enquanto desafortunadas criaturas apodrecem nas cadeias, em condições subumanas, sem a devida assistência judiciária, ao sabor de bandidos perigosos, que parecem mais inteligentes e mais fortes que o poder legal. Como não temer e esperar que isso se agigante e exploda um dia, com todos nós pagando o preço? E aí surgem os fingidos e cínicos, com pensamentos e propostas enganadoras, como culpar o sistema legal e editar leis mais duras.
O Brasil tem boa Lei Penal e bom regime prisional, no papel. Muitos dos que fizeram a lei temem vê-la cumprida, para não irem para trás das grades. Somente leis duras não resolvem! Dentro dos presídios amotinados, há os incriminados e os sentenciados. Fora dos presídios, nos sinais de trânsito e nas favelas, não apenas em São Paulo, vicejam a exclusão social e as escolas do crime. Os condenados sobem no telhado dos presídios, espremidos pela falta de espaço e de dignidade humana. Os favelados descem os morros, também por absoluta falta de espaço e de dignidade humana! Que farão os “fingidos” quando se virem acuados? Aí é que começa o verdadeiro medo!
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Prefeito isolado junto de Gedel...........................
O prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Carlos Roberto Souto Batista, cedeu ao assédio do chefe do seu partido (PMDB), deputado federal Gedel Vieira Lima, sob promessa de levá-lo ao colo do governador Paulo Souto, tido como muito macio, ante a reeleição praticamente assegurada. Para isso, teve de se livrar do incômodo esquerdista, representado pelo PC do B do vice João Cambuí e o PT do vereador Ricardo Matias. O colo do governador não coube os dois e Gedel tenta outro ninho, mas só lhe sobrou o fragmentado PT do ex-paladino de Lula, Jaques Wagner. E o que fará, agora, o inexperiente “Carlão” com o PT local? Dirá “pelo amor de Deus, me desculpa e volte?”. Resta esperar. Mas tudo indica que só vai mesmo carregar a mala de Gedel, pois este já determinou que precisa do PMDB de Livramento para apoiar a candidatura de Edmundo, de Brumado, a deputado estadual. Assim, termina o namoro político entre Carlos Batista e o deputado Gilberto Brito. O isolamento deixa Livramento fora do mapa e à míngua, o que pavimenta o caminho de volta, ainda que indesejada, do paciente Emerson Leal.
Mais saúde na família......................................................
Os vereadores de Livramento deram mais consistência em seus discursos, na última sessão, dia 15 de maio. Ricardo Matias (PT) defendeu a ampliação do Programa Saúde na Família, no município, pois atualmente oferece apenas 53% de cobertura, embora a proposta do governo federal, que custeia o atendimento, é chegar aos 100%. O vereador protocolou também pedido de informações ao prefeito sobre o projeto da Prefeitura destinado a levar água potável para o sertão, com captação na cachoeira, pois ninguém diz a quantas anda a idéia.
“CEO” é desvirtuado.........................................................
Paulo Lessa, vereador do PFL, criticou a iniciativa da Prefeitura de concentrar a assistência odontológica à população no Centro de Especialidades Odontológicos–CEO, desativando os postos existentes nos povoados, como Barrinha e Matinha. Segundo ele, essa decisão praticamente anula o benefício do CEO, cuja finalidade seria prestar atendimento especializado, como o nome diz, ou seja, aqueles fora do alcance dos postos. Não sendo assim, a assistência, que deveria ser ampliada, fica reduzida e nivelada por baixo, pois os profissionais e equipamentos especializados estão se ocupando de casos comuns, que podem ser revolvidos nas unidades descentralizadas.
Pede mais resultados.......................................................
O presidente da Câmara, Marilho Matias, criticou os discursos de roupagem repetitiva dos vereadores, que não produzem resultados concretos. Segundo ele, as falas, ainda que consistentes, terminam em nada, sugerindo que haja mais consenso e objetividade para solucionar as questões do interesse da comunidade. Salientou que os problemas são muitos, a maioria deles herdada da administração anterior, mas que o atual prefeito, embora enfrentando muitas dificuldades, está procurando implantar as melhorias que o município necessita. E lembrou os sérios problemas na área da saúde e as estradas municipais, que praticamente acabaram após as chuvas.
Promessa esquecida.........................................................
O vereador oposicionista Paulo Lessa cobrou na bancada governista o cumprimento da promessa, feita pelo prefeito Carlos Roberto Souto Batista, aos professores da rede municipal de ensino, que a Prefeitura lhes concederia uma bolsa de estudos para que fizessem o curso de graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC. Disse que o professor que recebe salário mínimo, por exemplo, e se inscreveu no curso, confiante na promessa, agora paga a mensalidade sozinho, desembolsando R$190,00 dos R$350,00 que recebe de salário, restando apenas R$160,00 para as demais despesas.
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