Administração a desejar
A falta de sintonia marcou o ano político de 2006 em Livramento de Nossa Senhora. Somente a Câmara de Vereadores cumpriu com méritos sua função institucional, apesar de ter se ocupando de algumas questões de pouco relevo, em detrimento de outras urgentes e estruturais. Entre as discussões bizarras está a emenda que pretendia mudar a Lei Orgânica para permitir a venda de bebidas alcoólicas em logradouros públicos. Nas questões urgentes deixadas de lado, inclui-se a comissão que deveria fiscalizar as atividades de mineração praticadas irregularmente no município, de cujo imposto sonegado a Prefeitura receberia 65%. Não se sensibilizou também com o estado deplorável em que se encontra a Delegacia de Polícia local, órgão estadual, bem assim dos riscos que rondam a “Estrada Ecológica”, que liga Livramento a Rio de Contas.
No Executivo, o único órgão que obteve certa visibilidade foi a Secretaria da Educação, que merece registro pelo diálogo aberto com o Sindicato dos Professores, ainda que por pressão deste, permitindo a discussão de temas importantes, como o plano de carreira da classe e a qualificação de pessoal. Existe muito a desejar, na área, mas houve positividade no só fato dos problemas terem sido postos em debate. Quanto ao todo da administração, falta a gestão municipal explicar onde aplicou os cerca de R$8 milhões do orçamento que sobraram, depois de abatidos os 60% de gastos de pessoal permitidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, no caso, R$12 milhões aproximadamente. Mais uma vez, as esperanças ficam adiadas.
A falta de sintonia caracterizou-se pela consolidação da ruptura da “União, Trabalho e Participação”, que elegeu o prefeito Carlos Roberto Souto Batista, fragilizando as forças usadas com sucesso para derrotar o conservadorismo. Frustrou-se, mais uma vez, a esperança de mudanças no modo de gestão e que Livramento fosse colocado na agenda do desenvolvimento, estruturando-o para corresponder à condição de líder regional, a que chegou mais pelo trabalho da iniciativa privada que pelo incentivo governamental. E tudo por conta de uma visão provinciana e focada em interesses subalternos, para não falar em incompetência para a montagem de um governo à altura das expectativas dos eleitores e das necessidades da população. Para agravar, toda essa fragilidade contou com a complacência da oposição que, por conveniência ou incapacidade, não conseguiu suprir as deficiências com sua colaboração. Que 2007 nos seja melhor, nesse sentido!
Sem réveillon
A desordem no governo municipal de Livramento de Nossa Senhora chegou ao ápice, no final do ano, com a antecipação imotivada, para dia 30, da festa de réveillon. Uma humilhação e um deboche do prefeito Carlão para com os cidadãos livramentenses, que, além de ouvir uma banda musical de terceira, não tiveram a tradicional contagem regressiva nem o clássico estouro do champagne da virada. Sem se dar conta do absurdo, o prefeito tentou discursar na abertura da festa e foi impedido pelas vaias da população.
Esclarecimento
A petista Maria do Livramento Dourado (Lili) assumiu a responsabilidade pela reunião em que teria sido proposta a volta do PT e PC do B ao governo municipal de Livramento de Nossa Senhora. Depreende-se do esclarecimento que enviou ao “O Mandacaru”, que o prefeito foi um convidado da reunião, a quem foi solicitado apoio à Ricardo Matias para presidência da Câmara. Não cabe, portanto, a qualificação de “armadilha” atribuída ao encontro, na nota “Cambuí nega reconciliação”, da atualização anterior. Esclarecimento de Lili em e-mail recebidos.
Nelson e Wagner
O deputado Nelson Leal (PSL), natural de Livramento de Nossa Senhora, inicialmente deu uma de menino malcriado diante do senador Antônio Carlos Magalhães e aconchegou-se mais ao lado do governador Paulo Souto. Com a derrota governista, nas últimas eleições estaduais, o parlamentar não quis pagar para ver. Foi divulgado no último final de semana, que aderiu ao governo de Jaques Wagner, com cujo perfil não tem qualquer semelhança. Mera conveniência política.
Sem esperanças
A propósito da nota acima, os livramentenses desistiram da esperança do filho da terra eleito pela terceira vez deputado estadual vir a representar a inserção do município na agenda de desenvolvimento do Estado. Se não o fez nos oitos anos em que atuou no poderoso ninho no qual nasceu, imagine agora quando tudo indica que não passará de um voto nominal a mais nos projetos do novo governo.
Briga por cargos
Em Livramento de Nossa Senhora, a briga por cargos divide as forças que ajudaram a eleger o novo governador. A irracionalidade é tanta que foi esquecido o estado deplorável em que se encontram as entidades estaduais do município. Um exemplo gritante é a Delegacia de Polícia, cuja porta principal foi lacrada com adobes. Espanta ver que muitos que indicam ou são indicados não reúnem capacitação para tal.
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