Página Política | Raimundo Marinho
Provinciana eloqüência
O vice-prefeito João Batista Miranda Cambuí (PC do B), de Livramento de Nossa Senhora, chocou os presentes, na sessão de abertura do ano legislativo de 2007, na Câmara Municipal, ao qualificar a administração do prefeito Carlos Roberto Souto Batista de hipócrita, incompetente, inoperante e ausente, o que confirmou ao “O Mandacaru”, em contato telefônico. Antes, o prefeito havia feito um discurso de abertura, escasso de conteúdo, mas leve e elegante, verdadeira proposta de união e paz entre Executivo e Legislativo, ao afirmar que a Câmara de Vereadores “(...) tem a missão de reparar, corrigir, aprimorar, ajustar e indicar medidas ao Executivo, como verdadeiros parceiros e pensando no bem do povo de Livramento (...)” e que “(...) a Bahia tem novo comando, todos vêem a necessidade de uma agenda de desenvolvimento para o Estado e, consequentemente, para o município. Torcemos para que tudo dê certo, não importa se somos situação ou oposição”, acrescentando que o importante é “o debate público sereno, educado, civilizado nesta Casa, que, tenho certeza, saberá dar um rumo certo e seguro para nosso município”.
Mas João Cambuí não quis saber de conversa e fez críticas ferozes ao prefeito, culminadas das duras palavras acima, que não foram incluidas na ata. Entre as mazelas da Administração citou que as estradas vicinais andam esburacadas, a existência de mau atendimento no hospital e que o funcionamento dos programas sociais deixa a desejar. Mas disse que as coisas poderão melhorar se o prefeito se fizer presente no município, dizendo que para um governante governar bem uma cidade tem que se dedicar a ela. Apontou o fato de o prefeito, em dois anos, nunca ter saído de férias, para obstar que o vice assuma o cargo. Disse que o prefeito não deixou seus plantões médicos, sacrificando a Administração com suas constantes ausências. O vice-prefeito mencionou a existência de “O Mandacaru”, na cidade, salientando que o jornal vem denunciando fatos da administração municipal, como o questionamento sobre onde são gastos os cerca de R$10 milhões que sobram do orçamento anual para investimentos, sugerindo que o prefeito deveria responder ao jornal ou que a Câmara criasse uma CPI para apurar as denúncias.
Em sede de considerações finais, o Dr. Carlos Roberto Souto Batista considerou lamentável e qualificou de inoportuna a forma como o seu vice utilizou a sessão de abertura dos trabalhos legislativos de 2007. Preocupou-se, de modo especial, em dizer que nada tinha a responder a um jornal que, segundo ele, não dá o direito ao contraditório e que não observa a apuração correta dos fatos para divulgar uma informação e que não iria dar ibope a um jornal que usa desses artifícios. Referia-se ao “O Mandacaru”. Na verdade, as palavras do prefeito foram amenizadas na ata. O que de fato disse, fugindo à sua habitual elegância, foi que não iria responder a um jornal considerado por ele medíocre, sem credibilidade, sem audiência, tendencioso e parcial. Reafirmou o propósito de continuar sendo médico, pelo amor que tem pela profissão e que exercerá a medicina até Deus permitir força e lucidez, que isso em nada atrapalha o exercício do seu mandato, pois tem plantões aos domingos em Vitória da Conquista e à noite em Brumado. Clique aqui para ler a íntegra da ata da sessão da Câmara e do discurso do Dr. Carlos na abertura do ano legislativo.
Sobre as referências do prefeito ao “O Mandacaru”, temos apenas a dizer, em atenção aos leitores, que ele não precisa responder nada ao jornal, nem nunca solicitamos isso dele. Não temos nada a ver com a briga entre ele e o vice. Sua obrigação, até por imposição legal, é dar esclarecimentos à comunidade, em especial aos seus eleitores. “O Mandacaru” prescinde do seu “ibope” e quanto ao “contraditório” exigido por Sua Excelência, esclarecemos que, quando isso se fez necessário, o prefeito foi procurado pelo editor em seu gabinete e não foi encontrado. Nem por isso, as informações deixaram de ser checadas junto a outras fontes municipais. Registre-se, também, que o prefeito nunca reivindicou ao jornal o direito de resposta nem nos enviou qualquer notícia do seu interesse, o que revela a falsidade do que estar a alegar e demonstra a conformidade do que divulgamos.
____________________________________________________________
Exemplo para Livramento
A Prefeitura de Belmonte, na Bahia, abriu inscrições em concurso público para preencher vagas em vários cargos da Administração, entre os quais o de procurador, privativo de bacharel em Direito; e de contador, em nível superior, com salários de R$1.219,00 e R$1.108,00, respectivamente. Um exemplo para Livramento de Nossa Senhora, onde consta que são gastos mais de R$20.000,00 mensais, com advogados e contador.
A questão é de prioridade
Tudo é uma questão de prioridade e respeito ao dinheiro público. A Administração do município de Belmonte usou da parcimônia, sabendo enfatizar o que, de fato, prioriza e promove o desenvolvimento. No mesmo concurso, o salário previsto para professor, jornada de 40 horas semanais, nível superior, é de R$ 715,00. Em Livramento, é de apenas R$415,00, somente R$35,00 a mais do salário mínimo deste ano.
Estratégia de divulgação
Diferente do ocorrido na Ebal (Empresa Baiana de Alimentos), que gerencia a “Cesta do Povo”, cujo rombo encontrado foi anunciado pelo presidente da empresa, a divulgação do rombo da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), foi feita pelo próprio Secretário da Agricultura. Faz sentido. Seria constrangedor para seu presidente, Dr. Emerson Leal, ter de fazê-lo, pois a dívida de R$300 milhões que a empresa tem veio do governo a que fez parte.
Mais sugestões, a pedido
Ao prefeito, a pedido de leitora: exigir cuidados sanitários na comercialização de carne, feita a céu aberto na feira-livre da cidade; determinar que proprietários de terrenos baldios construam muros e limpem suas posses, como manda o Estatuto da Cidade; faça um relatório minucioso sobre a falta de sinalização na “Estrada Ecológica” e envie às autoridades estaduais; empenhe-se junto ao Estado pela recuperação da sede da Delegacia de Polícia de Livramento; implemente políticas públicas para combater a indigência e a pobreza detectada pelo IBGE, no município.
Wagner apoiando APLB
O vereador Wagner Assis, de Livramento de Nossa Senhora, emplacou seu nome, com destaque, na camiseta promocional mandada confeccionar pela representação local da Associação dos Professores Licenciados da Bahia (APLB). Bom merchandising eleitoral. Vai fazer inveja ao vereador Paulo Lessa, que se quer conseguiu colocar suas iniciais nas camisetas do Sindicato dos Profissionais da Educação de Livramento, cujas atividades também apóia.
Gedel ministro de Lula
O deputado federal Gedel Vieira Lima (PMDB-BA) está praticamente escolhido como ministro da Integração Nacional, com apoio do governador Jaques Wagner, da Bahia, em retribuição pela sua adesão à chapa vitoriosa nas últimas eleições estaduais. Vale lembrar que o parlamentar sempre fez oposição ferrenha ao presidente Luiz Inácio da Silva. A política é mesmo sem vergonha.
Dr. Paulo rumo a Carlão
O médico Paulo Azevedo, candidato derrotado nas últimas eleições para prefeito em Livramento de Nossa Senhora, está caminhando na direção do seu algoz, o colega médico e prefeito Carlos Roberto Souto Batista. Consta que ele teme ser derrubado da direção do hospital de Macaúbas e quer botar um pé em algum cargo na cidade de Brumado, com a ajuda de Carlão.
Sessões pela manhã
As sessões da Câmara de Vereadores de Livramento de Nossa Senhora já estão sendo realizadas pela manhã, a partir das 8h, facilitando o comparecimento de quem mora fora da cidade. Compõem a nova mesa diretora: Marilho Matias, presidente (reeleito); Everaldo Gomes, vice-presidene; Márcio Leandro, 1º secretário; e Wagner Assis, 2º secretário. O primeiro mandato de Marilho foi marcado pelo equilíbrio na condução dos trabalhos da casa e pelos debates e audiências públicas sobre temas relevantes para a comunidade.
Notícias anteriores: