Gasolina nas tetas
Na noite fria de 21 de agosto de 2006, em momento de rara inspiração e eloqüência, o vereador Ilídio de Castro deu a mais genuína e surpreendente definição de um vereador: “é como um bebê, que acorda toda manhã sedento e ávido à procura das tetas da mãe”. Não foi necessário qualquer complementação, nem ele se reocupou com isso, ficando as ilações por conta de cada qual, o que igualmente não foi preciso. Por si só a célebre frase já dizia tudo, e tudo o mais se resumia em ter disposição para mamar. Sete meses depois, o irretocável conceito do nobre edil se materializa, na prática. Das tetas recheadas da “Mama Câmara” começa a jorrar, não leite, a que ele, logicamente não se referia, mas um precioso combustível, mais caro que o laticínio, na forma de cristalina gasolina. E, enquanto a direção da casa responde a solicitação de informações do Ministério Público, sobre o assunto, suas excelências fazem filas no posto escolhido para fornecer o produto. Teve até quem levasse a gasosa em galão suplementar. Imagine o que não vão gastar na próxima campanha eleitoral. Bem que se diz, político pensa em tudo, na ânsia de se locupletar e mamar nas tetas do erário.
E coisa pior ainda poderá vir. Veja as possibilidades de saque ao dinheiro público que o artigo 28 da Lei 1.044/2007, que acaba de ser aprovada, na surdina, pelos próprios vereadores, autoriza: “Art. 28 – Poderão ser custeadas com recursos oriundos do Sistema de Apoio Parlamentar (dinheiro público) as despesas necessárias ao desempenho do mandato tais como: aquisição de combustível (já em vigor), as despesas postais, a confecção de material gráfico para divulgação de atividades relacionadas com o mandato (atenção, campanha eleitoral!), material de informática para uso específico do gabinete, assinaturas de jornais, revistas e periódicos e a aquisição de material de expediente, bem como com sistemas de telefonia celular contratados pela Câmara de Vereadores com o fim de servir aos integrantes da Casa em modalidades comerciais disponibilizadas pelas prestadoras de serviços, excluindo-se da possibilidade de custeio toda e qualquer despesa que tenha caráter de complementação indireta de subsídios (isso não impede o fornecedor, ao invés do produto, entregar um vale)” - parênteses nossos.
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Rateio da coisa pública
Chegou ao “O mandacaru” cópia de um telegrama com o seguinte texto: “Camarada, definidos critérios para ocupação de cargos estaduais nos municípios. 1. Em municípios que o (a) prefeito (a) apoiou Wagner 20% de cargos indicados pelo prefeito; - 2. O restante (80%) indicado pelos partidos e deputados que se somaram à base de governo, dentro da proporção. Recomendamos acordo para evitar aplicar proporcionalidade nas indicações; - 3. Onde o prefeito (a) não apoiou Wagner proporção apenas dos partidos”. Seguem-se identificação do remetente e sigla do partido (PC do B). Tomara que exijam um bom currículo dos indicados.
Sem critérios definidos
Pelo menos em Livramento de Nossa Senhora-Ba o critério para as indicações de nomes para ocupar cargos estaduais poderá ser um simples “abaixo-assinado”, como é o caso do Colégio Estadual João Vilas Boas, onde 22 professores foram induzidos a assinar um desses documentos, onde declaram que “decidimos por meio deste abaixo assinado, reunir esforços no sentido de indicar pela via democrática o nome do professor Jânio Soares Lima”. Ele nem mesmo possui título universitário, mas é “professor regente desse colégio por mais de dez anos consecutivos”. Os 22 docentes concordaram, também, com a péssima redação do texto que introduz as assinaturas e os crassos erros gramaticais que contém.
Nula eleição da câmara
O juiz Maurício Baptista Alves, da Comarca de Rio de Contas, declarou nula a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal daquela cidade, biênio 2007/2008, por inconstitucionalidade do Projeto de Lei 47/2006, argüida em mandado de segurança impetrado pelos vereadores Antônio Luiz Pinto Moreira, José Carlos Pereira Bomfim, Octavio Rodrigues da Silva e Valgleber Sacramento Mafra. O citado projeto, que modificou a Lei Orgânica para permitir a reeleição dos integrantes da Mesa, foi aprovado em única votação, quando o processo legislativo exige que haja dois turnos.
Discurso não deu ibope
Apenas 8% dos internautas que acessam as páginas de “O Mandacaru” se interessaram em ler o discurso do prefeito Carlos Roberto Souto Batista, pronunciado durante a abertura do ano legislativo de 2007 na Câmara de Vereadores de Livramento de Nossa Senhora. Infinitamente menos que os leitores da “Página Política”, que variam de 600 a 800 pessoas por mês. Neste mês de março, as três matérias mais visitadas foram, pela ordem, “Casarão histórico é demolido”; (Cleuza) “Pede ajuda ao governador”; e “CDs e DVDs piratas apreendidos” (foram mais de 3.000, segundo a Promotoria de Justiça).
Novo horário agrada
O novo horário das sessões da Câmara de Livramento, a partir das 8h, às segundas-feiras, só não agradou a quem trabalha durante o dia. Mas os edis estão radiantes, porque se livraram daqueles e podem, agora, participar das sessões com mais tranqüilidade, principalmente na hora de voltar para casa, além de ficar mais disponíveis para receber e atender pedidos dos eleitores da periferia e da zona rural, resolvendo mais rapidamente suas questões, sem precisar sair da cidade. Há quem não esteja gostando, mas nem Jesus Cristo agradou a todos.
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