Fim de uma era
Antônio Carlos Magalhães - 1927-2007
A morte do senador Antônio Carlos Magalhães sepulta uma era política na Bahia, cujo espólio já vinha sendo objeto de disputa e conseqüente fracionamento desde que começou sua derrocada, em 2001, com o episódio do painel eletrônico do Senado, que forçou sua renúncia para não perder os direitos políticos. Reconduzido pelo voto dos seus fiéis eleitores, enfrentava dificuldades na preservação da sua liderança, com seus principais liderados divididos, fragilizando-se tanto que resultou na surpreendente derrota de Paulo Souto para Jaques Wagner, nas últimas eleições estaduais.
Mas pode-se dizer que perdem tanto os que o amavam quanto os que o odiavam, haja vista que, paradoxalmente, era o principal cabo eleitoral de ambos os lados. Para os que o seguiam carreava facilmente votos que elegiam até mesmo figuras inexpressivas e sem talento. Os que o odiavam também se elegiam ganhando notoriedade e estima com a ferrenha oposição que o faziam, sem com isso, todavia, abalar o seu poder e nunca impediu que transformasse seu estilo numa ideologia política, o “carlismo”.
Nos meios políticos de Livramento de Nossa Senhora, onde sempre foi cultuado, quase à unanimidade, a notícia de sua morte foi recebida sem a comoção como o seria anos atrás. Faltou mobilização nesse sentido, pois aqui já não dispunha mais dos fiéis seguidores de outrora. Primeiro, pela eleição de um prefeito do PMDB, Dr. Carlos Roberto Souto Batista, que lhe faz oposição e que por ele, certamente, não derramaria qualquer lágrima. Segundo e, principalmente, porque seu guardião e defensor no município, o ex-prefeito Emerson Osório Pimentel Leal, de há muito com ele rompera, desde que, no racha interno do grupo, ficou com Paulo Ganem Souto, e, por último, renegando o passado, debandou para o algoz do seu próprio grupo, atual governador Jaques Wagner.
De qualquer modo, independente do sentimento ou do que se pensa em relação a ACM, não será possível negar que deixa uma enorme lacuna na política brasileira, de modo especial, na Bahia. Como tem sido reiterado na mídia, nos últimos dias, era um político diante de quem não se admitia reação intermediária, teria de ser de ódio ou de amor. Era o “Toninho Malvadeza” para uns, e um homem afável e doce para outros, assim, de forma bem demarcada. A isso se acrescente que foi um político na expressão máxima do termo, porque exercia o ofício com a competência, desenvoltura e paixão exigidas, como nenhum outro no Brasil o fizera.
Seja como for, morreu, seguindo o rito natural e inexorável da vida. A história, agora, vai dizer o grau e a qualidade da sua atuação na vida política e administrativa da Bahia. Nossas condolências aos familiares e a todos que o reverenciavam
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Expulsão do PT
No mínimo, inusitado o ofício em que a Comissão de Ética do PT de Livramento de Nossa Senhora intima o ex-presidente do diretório local, Enésio Soares Oliveira, para prestar “esclarecimentos de condutas”. Diz o texto: “Através deste e de acordo com o estatuto do Partido dos Trabalhadores, intimo o senhor Enésio Soares a comparecer na casa defronte do Bar de Miro Lanches, situado na Praça do Graúna, às dezenove horas (19hs) do dia vinte e seis de junho de 2007 (...)”. Há risco dele ser expulso da legenda.
Mobilizações
Firmam-se como postulantes à candidatura de prefeito do município de Livramento de Nossa Senhora o atual prefeito Carlos Roberto Souto Batista, que vai tentar a reeleição; o ex-prefeito Emerson Leal, apesar de ter sua inelegibilidade declarada pelo TCU; e o Dr. Paulo Azevedo, que se tornou peça importante do processo, podendo vir a ser o fiel da balança. Os outros dois certamente vão fazer de tudo para, de alguma forma, atraí-lo para seus grupos. Como dissidente do grupo de Emerson Leal, tende a ele retornar.
Silêncio legal
Silêncio absoluto entre os vereadores de Livramento de Nossa Senhora, ante a precipitação de aprovar uma lei dando novo nome ao Fórum da cidade, imóvel da esfera administrativa do Poder Judiciário, ao qual pertence. Gentilmente consultada para, em nome da comunidade, sugerir um nome em substituição ao do ministro José de Castro Meira, a Câmara se entusiasmou e editou uma Lei, legislando sobre tema fora da sua competência. Já devia ter revogado a apressada decisão, que contou com o aval, igualmente impróprio, do prefeito municipal, que sancionou a Lei.
Novos distritos
Político veterano de Livramento de Nossa Senhora, mas hoje totalmente afastado dessas lides, Francisco Tanajura Machado fez 88 anos dia 15 de julho e demonstra a mesma acuidade e visão de futuro que tinha outrora. Disse, por exemplo, que o município poderia desenvolver-se mais rapidamente com a criação de novos distritos e entre os povoados habilitados para essa elevação cita o da Barrinha, com cerca de 10 mil habitantes e com estrutura compatível com um distrito. Está aí, pois, uma bandeira para a população e representantes do lugar.
Melhoria sanitária
O município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, recebeu recursos de R$360.000,00, do Ministério da Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde, para projetos de melhorias sanitárias, que incluem a construção de sanitário com banheiro e respectiva fossa séptica, em domicílios carentes desses equipamentos. À frente das obras está o chefe do gabinete do prefeito, ex-vereador Lafaiete Nunes Dourado. Segundo ele, 150 famílias serão beneficiadas na etapa atual do projeto e R$144.000,00 dos recursos já foram liberados.
Menos do mínimo
Na palestra inaugural da “III Conferência Municipal de Saúde”, dia 19 de julho, o prefeito Carlos Roberto Souto Batista, entre outras informações, divulgou dados do IBGE indicando que o Produto Interno Bruto do município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, no último levantamento feito, era de R$116 milhões ano. Isso dividido pela sua população, estimada em 40 mil habitantes, resulta em um PIB per capta de R$2.900,00 ano, ou seja, R$241,00 mensais. Bem inferior, portanto, ao salário mínimo, que é de R$380,00. Mais um dado, portanto, a indicar o alto índice de pobreza da população.
Falta de recursos
A precariedade da Justiça baiana foi lembrada na Câmara Municipal de Paramirim, por um dos oradores, durante a solenidade de entrega de títulos de “Cidadão Paramirinhense” a diversas personalidades. Na sua vez de falar, o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Benito Alcântara Figueiredo, um dos homenageados, disse que a razão é a falta de recursos, salientando que a Bahia é o único Estado do Brasil onde os cartórios não são privatizados, sendo um dos itens mais onerosos do orçamento do Poder Judiciário.
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