Página Política | Raimundo Marinho

 

Futuro comprometido

A um ano e quatro meses do final, a atual administração municipal não contabilizou uma realização sequer que possa ser considerada apta a dar sustentação ao futuro do município, sendo pouco provável que ocorra no tempo restante. A releitura do “Programa de governo da Coligação União por Livramento. Carlão e João Cambuí” faz a “ficha cair” e se perceber em quão frágeis suportes sustentou-se a chapa vitoriosa, a despeito de ter proporcionado tantas esperanças e tão boas expectativas. Na lista de 19 itens, faltaram propostas de medidas infra-estruturais, como atração de unidades industriais, planejamento urbano, saneamento básico, o reordenamento do tráfego, recuperação do atendimento nas áreas da educação e, principalmente, da saúde. Vejamos, item por item, o que aconteceu.

01 – Transparência administrativa: publicar as contas públicas pela internet, painéis e boletins mensais. Não publicou.

02 – Minimizar o problema da falta de água através de poços artesianos, aguadas e pequenos açudes. Não se sabe quantos desses poços, aguadas e açudes foram abertos.

03 – Criar o orçamento participativo. Houve audiência pública na Câmara, uma vez, para discutir orçamento.

04 – Criar o Banco do Povo no município. Não foi criado.

05 – Criar um posto de saúde móvel com médico e dentista. Não foi criado.

06 – Exigir atendimento igualitário no hospital, com distribuições de medicamentos adquiridos por um preço mais baixo, para servir melhor a população; ampliar o quadro de médicos especialistas para suprir melhor as necessidades locais e diminuir o tempo no atendimento. O hospital tem menos leitos do que quando foi inaugurado, há mais de 40 anos, e enfrenta, atualmente, o que talvez seja a maior crise da sua história.

07 – Dar assistência técnica e apoio ao pequeno agricultor ampliando o programa do governo federal – Pronaf – Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar. Não há informações a respeito, mas se sabe que o número de atendimento é irrisório.

08 – Criar o programa Recomeçar com Dignidade, preparando o trabalhador desempregado após os 40 anos. Não há divulgação a respeito.

09 – Gerar empregos na zona rural e urbana com o apoio do governo federal e empresariado. Não há informação a respeito.

10 – Levar energia elétrica onde não haja este bem de serviço com o apoio do governo federal, através do programa Luz Para Todos. Isso é item do plano do governo federal.

11 – Ampliar e melhorar o transporte escolar. Não há queixas a respeito, mas os custos foram dobrados e consomem mais verba do que o pagamento dos professores.

12 – Criar a Casa do Estudante em Salvador, Vitória da Conquista e na sede do Município. Foram criadas em Salvador e Vitória da Conquista, mas funcionam à míngua e o vice-prefeito João Cambuí, rompido com o prefeito, garante que só foram criadas pela sua insistência e empenho pessoal.

13 – Dar autonomia às associações comunitárias apoiando todo o projeto. É um item esquisito, pois a autonomia das associações é assegurada pela Constituição Federal, independente de Prefeitura.
14 – Melhorar sinal de TV (várias redes). Não é da alçada da Prefeitura e não foi cumprido.

15 – Incentivar a prática de esporte, lazer e colocar a seleção de Livramento no Campeonato Intermunicipal; criar um Campeonato Municipal de Futebol. Somente o último tópico vem sendo cumprido.

16 – Criar um Pólo de Turismo em Livramento. Não foi cumprido.

17 – Apoiar festas populares, culturais e festivais de música, criando um Centro de Cultura. O apoio tem sito pífio e o Centro de Cultura não foi criado.

18 – Criar uma Escola Agrotécnica no Município. Não foi cumprido.

19 – Informatizar as escolas, criando uma Rede Municipal para troca de informações on line. Não foi cumprido.

Nota: De qualquer modo, a esperança é a última que morre. Ainda faltam 16 meses.

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Falta de vergonha

A primeira dama do Estado, Fátima Mendonça, esposa do governador Jaques Wagner, definiu, com uma precisão cirúrgica, o comportamento dos políticos brasileiros, qualificando de uma “falta de vergonha danada” a revoada de deputados, prefeitos e outros políticos perdedores das eleições passadas para aderirem ao governo eleito. Causou reboliço e desconforto na administração e os apagadores de incêndio de ocasião saíram para dizer que o comentário dela era fruto do seu espírito extrovertido. Nada disso, o que ela quis dizer mesmo foi aquilo, a realidade nua e crua, vista por um membro privilegiado da elite governamental.

 

Por falar em revoada

Especula-se que o governador Jaques Wagner estaria exigindo a filiação de adesistas ao PT, nos municípios, visando às próximas eleições. Seria o caso do ex-prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Emerson Leal. Se confirmado, será governo versus governo, devendo surgir situações inusitadas e constrangedoras. Por exemplo, filiando-se ao PT, Emerson Leal terá de conviver e trocar amabilidades no mesmo palanque com um dos seus mais ferrenhos e impiedosos críticos, o vereador Ricardo Matias, atual presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores.

 

Fundas razões políticas

A utilização da polícia do poder, no lugar do poder de polícia, pelo prefeito Carlos Batista, destruindo roças e cercas em lotes do Bloco II do Perímetro Irrigado do DNOCS, em Livramento de Nossa Senhora, foi registrada na tribuna da Câmara Federal, pelo deputado Guilherme Menezes. O ato arbitrário do prefeito pode ter raízes políticas mais profundas, pois ocorreu depois que seu ex-secretário da Saúde, Gerardo Azevedo Júnior passou a apoiar os sem terra, assentando-os nos lotes; e após os trabalhadores passarem a receber orientação técnica da EBDA, presidida pelo ex-prefeito Emerson Leal, adversário número um do alcaide.

 

Sem querer querendo

Sintomático que, ao mover ação de manutenção de posse contra humildes trabalhadores rurais do povoado da Barrinha, o prefeito Carlos Batista não tenha se referido uma única vez à melhor referência para situar para a Justiça a estrada que reabriu à força, dia 14 de agosto de 2007. Talvez quisesse, talvez não quisesse enganar a juíza. É que a suposta estrada, reaberta pelo prefeito, rasgando um vistoso milharal, fica exatamente no Bloco II do Perímetro Irrigado Brumado, pertencente à União, fora, portanto, da legitimidade da Prefeitura para questionar em Juízo.

 

Metralhadora no pé

Aliás, a desastrosa ação ordenada pelo prefeito Carlos Batista foi, na verdade, uma rajada de metralhadora no próprio pé. Praticou um ato ilegal e arbitrário, para agradar de 10 a 20 pessoas, desagradando as 230 famílias de assentados e amedrontando toda a população da Barrinha. O Cavaco e adjacências, a que se refere na petição encaminhada à Justiça, fica na fronteira com D. Basílio, onde a maioria da população tem seus interesses e são eleitoralmente cadastrados, ou seja, é lá que vota. Tudo isso sem falar que a estrada que reabriu na marra já havia sido substituída por vias bem melhores, pelo DNOCS, ao traçar o desenho dos lotes para irrigação.

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