01.12.2007
A caminho da implosão
Como nos esportes e nas religiões, a política é grande mobilizadora de pessoas. Nos três segmentos, porém, falta vivência aprofundada, cedendo lugar à paixão, por parte de alguns, ao fanatismo, por tantos outros, ou ao locupletamento, pelos espertos. Geralmente, os que se locupletam é minoria e se apóia na maioria apaixonada e fanática. O sem aprofundamento é tamanho que, no caso das religiões, a massa nem mesmo sabe o que é Deus. Nos esportes, para ficar no futebol, vibram do mesmo modo na disputa do pódio ou no evitar o poço, desaparecendo a diferença entre o alegrar-se pela final que vale o título e a que decide o rebaixamento. Só falta, agora, ser instituída a taça de “Não Rebaixado”.
O devaneio é tão assustador que compram bilhetes caros para entrar em estádio comido pela ferrugem, onde gritam e pulam em arquibancadas podres, sem se darem conta da podridão, como aconteceu, recentemente, no trágico e lamentável incidente no Estádio da Fonte Nova, na cidade de Salvador. O raciocínio pode ser tranquilamente transposto para a política, onde tudo, no caso do povão, tudo se limita ao período eleitoral, como nos 90 minutos de uma partida de futebol. Declarados os vencedores, perdedores enrolam as bandeiras e acomodam-se na espera do próximo jogo (eleição). Os ganhadores carregam os eleitos nos ombros, soltam rojões e aguardam a posse para pedir ou mesmo exigir benefícios, pois “votamos em você”.
E, na podridão da gestão pública, vão se avolumando os apaniguamentos, os roubos, a incúria, a improbidade, a gestão fraudulenta, enfim, a maracutaia. Quanto ao povão, é caiado com um ademão de tinta branca e tosca ou, na melhor das hipóteses, é coberto com massa grossa, sem liga, assim como feito com as ferragens e o concreto rachado das estruturas da Fonte Nova. Tomara que, com o povão, não se venha a aplicar o mesmo prometido para o estádio: a implosão. (Implosão é o oposto de explosão. Nesta, por efeito dos detonadores, há rompimento e expansão da estrutura do objeto, que se espalha violentamente em pedaços. Naquela, há a combinação técnica de explosões de tal modo que o efeito expansivo se converge para o centro, devido à existência de maior pressão externa que interna. A implosão vem sendo adotada por praticamente anular os impactos na vizinhança do objeto implodido).
Quem nos ler, já deve ter percebido que sempre buscamos aplicar o raciocínio geral à nossa situação particular. Um recurso didático, com alguma feição holística, cuja modesta finalidade é facilitar a reflexão sobre a realidade próxima. Ou seja, uma questão é mais bem analisada e compreendida se observada com certa distância, não tão grande que impeça a visualização dos contornos e a nitidez das cores. É como encostar um sabonete diante dos nossos olhos. Não só ficamos impedidos de observá-lo adequadamente, como nessa posição impedirá que enxerguemos o mais que houver na nossa frente. Até o seu perfume fica incomodativo. Mas se o afastarmos, colocando-o, por exemplo, no lugar onde costumamos deixá-lo no banheiro, poderemos distingui-lo perfeitamente, percebendo, por exemplo, se está na embalagem original, se está gasto ou não e o quanto está gasto. Assim são quaisquer questões em análise, assim são os problemas que enfrentamos. Se muito perto de nós, nos perturbam e dificultam nossa percepção sobre eles.
“O Mandacaru” acaba de completar dois anos. Tem sido uma experiência estimulante. Felizmente, agradamos mais do que desagradamos. Mantivemos o propósito inicial de correção e imparcialidade, dentro da simbologia de o mandacaru, a planta, que cumpre sua nobre função dentro da caatinga sem servir de encosto ou proporcionar sombra a ninguém. Nesse biênio, colecionamos preciosos apoios e poucas desafeições, parte desta atribuída ao inconformismo de desafetos que tiveram interesses contrariados e outra parte, graças a Deus bem pequena, resultantes de nossos erros.
Nossos medidores são a escala crescente de acessos diários e as manifestações diretas dos leitores, dentre estas as que nos são dirigidas através de e-mails. As mensagens têm se dividido em três vertentes, digamos assim, mais de 80% demonstrando positividade e as demais com posicionamentos críticos no tocante ao jornalismo aqui desenvolvido, com destaque para pessoas ligadas ao governo atual, que se mostram inconformadas com críticas e notícias negativas referentes à administração municipal. Nossa imparcialidade inclui a publicação de todas as mensagens, que recebemos, exceto as que veiculam críticas por pessoas não identificadas ou aquelas que, mesmo identificadas, possuem conteúdo ofensivo a quem quer que seja.
O propósito é disponibilizar informações e comentários que permitam aos que se interessam por Livramento formar uma opinião correta sobre o que acontece entre nós e, assim, poder contribuir de modo efetivo para que, em nossa região, se instale um sistema que permita às pessoas viverem com o mínimo de dignidade. Que nossos recursos e potencialidades não sejam objetos de usurpação por parte de minorias predadoras. Que vençamos o comodismo, a apatia e a indolência e lutemos contra o estigma do atraso e contra a ação de políticos e administradores amadores que não enxergam ou desprezam nossas carências, nossa pobreza e, ainda por cima, malbaratam nossas riquezas. De outro modo, estaremos marchando para uma espécie de implosão social.
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Prefeito multado
O Tribunal de Contas dos Municípios imputou uma multa de R$5.000,00 ao prefeito Carlos Roberto Souto Batista, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, pelas irregularidades na prestação de contas do ano de 2006. O TCM constatou, entre outras coisas, a realização de despesas sem licitação; reincidência de déficit orçamentário (gastou mais que arrecadou); elaboração de orçamento sem planejamento; deficiência nos controles internos; contratação de pessoal sem concurso público e falta de razoabilidade na contração de serviços de contabilidade.
Desembargador
O advogado Lourival Trindade, de Livramento de Nossa Senhora, está na lista sêxtupla que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Bahia, entregou ao Tribunal de Justiça, para escolha dos três a serem enviados ao governador do Estado, para escolha do que vai ocupar vaga naquela corte, pelo chamado “quinto constitucional”. Lourival venceu, digamos assim, o primeiro round, ao entrar na lista sêxtupla, entre 22 inscritos. Se ficar entre os três da lista do TJ, restará apenas a escolha do governador Jaques Wagner.
Uma nova praça
Não, novo nome. Trata-se da Praça Deputado Aloísio Short, no centro de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, cuja denominação será alterada para “Praça João Marques de Oliveira”, conforme projeto de lei, nesse sentido, que tramita na Câmara de Vereadores, de autoria do vereador Ilídio de Castro. Homenagem justa a um homem que muito contribuiu para o progresso da cidade, principalmente no exercício da atividade comercial e industrial, iniciada numa época em que a economia da cidade não tinha o vigor de hoje.
Abuso dos bares
O abuso dos donos de bares da cidade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, obstruindo irregularmente, com mesas e cadeiras, as calçadas, transformando-as em extensão de seus estabelecimentos, foi denunciado e criticado, em boa hora, da tribuna da Câmara, pelo vereador Everaldo Santos Gomes. Ele lembrou que entre os prejudicados estão pessoas idosas, forçadas a andar no meio da rua, arriscando-se a serem atropeladas por uma moto ou carro. Tornada pública a irregularidade, cabe, agora, ao poder público fiscalizar e coibir o abuso.
Água para Iguatemi
A Vila de Iguatemi, em Livramento de Nossa Senhora, ainda sofre com a falta de água potável. O governo federal já disponibilizou recursos superiores a R$200 mil para obras de adução de água para o local, direto do Rio Brumado, mas até o momento o projeto não saiu do papel. Provavelmente, será, mais uma vez, objeto de juras e promessas, nas eleições municipais do próximo ano. PT e PMDB brigam pela paternidade da iniciativa, enquanto a população sofre com a falta d’água.
O brilho do alcaide
“Prefeito dos Livramentenses brilha na 1ª. Conferência Estadual de Educação”. Esta é a manchete do site da Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, sobre o encontro realizado pela DIREC de Brumado, 23 e 24 de novembro. O governador da Bahia em exercício, Edmundo Pereira, e o secretário estadual da Educação, Adeun Sauer, estavam lá, mas foram apenas citados na matéria. Devem ter sido ofuscados pelo brilhoso “prefeito dos livramentenses”. E os professores saíram frustrados com a falta de debate sobre os problemas que os afligem no dia-a-dia.
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